A DOUTRINA ESPÍRITA E SEUS CONTRADITORES

Por SILNEY DE SOUZA | 23/06/2009 | Psicologia

Como já aconteceu com muitas das descobertas científicas que confrontaram o "status quo" de um determinado momento da história humana ou que eventualmente atingiram aos interesses de certos grupos dominantes, o Espiritismo foi na sua origem e continua até os dias atuais, ainda, sendo criticado. Infelizmente essa Doutrina ainda é pouco estudada (mesmo por aqueles que se dizem seus praticantes...) e consequentemente pouco compreendida.

Infelizmente, não são poucos os exemplos em que novas teorias, embora dotadas de bases científicas, de evidências e de provas conclusivas, foram desqualificadas, rejeitadas e até mesmo ridicularizadas.

Senão vejamos alguns poucos a título de exemplo....

Nicolau Copérnico durante quase 20 anos mediu e acompanhou a posição dos planetas. Em comparando as suas descobertas com a teoria dos epicentros de Ptolomeu notou que algo realmente não fazia sentido. Imaginou então como seria o movimento dos planetas quando vistos de outro planeta em movimento. Constatou que o Sol não variava de tamanho durante todo o ano, concluindo portanto que a distância entre a Terra e o Sol permanecia sempre a mesma. Se a Terra não estava no centro, então o Sol deveria estar! Com receio da toda-poderosa Igreja Católica da época que acreditava num Universo onde a Terra fosse o centro, Copérnico não se aventurou a tornar sua descoberta pública sendo então divulgada somente em 1543 após sua morte. Sessenta anos depois, período em que a teoria de Copérnico foi ainda ridicularizada pelas universidades e astrônomos, Johannes Kepler e Galileu Galilei provaram que Copérnico estava certo.

Andreas Vesalius que em 1543 elaborou o primeiro guia científico e preciso sobre a anatomia humana; teve um ataque de fúria ao apresentar os seus estudos aos professores de medicina da época, professores esses que haviam ensinado a vida toda em conformidade com os princípios desenvolvidos por Galeno. Vesalius queimou as suas magníficas anotações e estudos, afirmando que nunca mais iria cortar tecido humano.

O que dizer de Franz A. Mesmer, que apesar de diversas curas devidamente documentadas, acompanhadas e comprovadas por médicos da época, alcançadas por meio do uso do fluido magnético animal, foi acusado de charlatão e teve as suas teorias recusadas pela Sociedade Real de Medicina de Paris.

Não são incomuns as acusações e os comentários pouco fundamentados sobre a Doutrina Espírita nos dias atuais. Popularmente também ouvimos muitas vezes comentários como:

. O espiritismo é coisa do diabo;

. A comunicação com os mortos é pecado;

. Mesmo que um espírito apareça para mim eu não vou acreditar que seja ele, pois é o diabo atuando;

. Espírita não acredita em Deus, muito menos em Jesus Cristo;

. Espírita não ora;

. Espírita faz "macumba", sacrifica animais, tem rituais;

. Muito cuidado pois se você entrar nessa "coisa" do espiritismo, não vai poder sair mais;

. Os espíritas são lunáticos, loucos e desequilibrados; etc.

Onde está a argumentação fundamentada em todos eles ?

Para fins de reflexão recorro novamente ao Codificar, que nos diz que: "Só se pode considerar como crítico sério aquele que houvesse tudo visto, tudo estudado, com a paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que soubesse sobre esse assunto tanto quanto o mais esclarecido adepto; que não tivesse extraído seus conhecimentos dos romances das ciências; a quem não poderia opor nenhum fato do seu desconhecimento, nenhum argumento que ele não tivesse meditado; que refutasse, não por negações, mas por meio de outros argumentos mais peremptórios; que pudesse, enfim, atribuir uma causa mais lógica aos fatos averiguados." (Revista Espírita, 1860, p. 271)