A docência em história: entre a teoria, a prática e suas metodologias

Por Cristiano Bento de Lima | 09/12/2011 | Educação

A DOCÊNCIA EM HISTÓRIA: ENTRE A TEORIA, A PRÁTICA E SUAS METODOLOGIAS (QUIXERAMOBIM-CE 2011)

Cristiano Bento de Lima – Feclesc/UECE (crisbl2003@hotmail.com)

A escola tem por função trabalhar com o conhecimento socialmente produzido, não como produção pura e simples, mas na perspectiva da sua reconstrução e ressignificação”.

Maria Beatriz P. Machado

 

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Resumo:

O presente trabalho foi desenvolvido durante e com a experiência da disciplina de “Estágio Supervisionado III” do curso de História da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central - FECLESC/UECE, ministrada pelo professor Sander Cruz Castelo. Objetivamos assim descrever as experiências vividas em sala de aula tal como os conhecimentos construídos tanto pelos alunos do 2ª ano B da Escola de Ensino Fundamental e Médio CEL. Humberto Bezerra em Quixeramobim-Ce, como do estagiário. Ganhando destaque ainda, a cultura e os métodos escolares, os projetos desenvolvidos pela escola, o ensino de história e sua aplicação, as características da turma e da escola assim como as concepções dos envolvidos e os métodos de ensino, partindo das observações e práticas regenciais durante dois meses.

 

Palavras chave: Estágio, Ensino de História, Escola.

 

1 - Introdução

Ensinar história requer um diálogo permanente com diferentes saberes, produzidos em diferentes espaços. Requer do professor interrogações sobre a natureza, a origem e o lugar ocupado por esses diferentes saberes. São os saberes das disciplinas, os curriculares, os profissionais e os saberes da experiência. Os saberes da vivência dos alunos, da mídia, dos espaços de trabalho e lazer, dos espaços religiosos e muitos outros”. Nesta perspectiva de diferentes diálogos é que embarcamos em mais esta experiência no que diz respeito à docência e ao ensino de história, com o desejo de se produzir saberes recíprocos e de se trabalhar realidades múltiplas sem perder o foco que é exatamente a transformação destes evolvidos através do ensino da história, levando os alunos a se sentirem desde os primeiros momentos de contato, sujeitos ativos e participes da história, tentando não cair no pragmatismo do repasse de informações, mas levando ao debate e ao diálogo entre todos os envolvidos (alunos, professor e estagiário).

Desta maneira, o primeiro e principal objetivo da experiência como um ativo em sala de aula é exatamente a interação entre todos, fazendo com que todos cresçam com as experiências mútuas e múltiplas de ensino-aprendizagem, pois é na oportunidade estagiaria que podemos colocar em prática nossas concepções pedagógicas e as teorias de ensino que temos contato durante a nossa formação. Portanto, a experiência estagiaria torna-se imprescindível para a formação de professores qualificados para o sistema educacional qualitativo, que se transforma assim, em um momento ímpar na formação podendo até ser afirmado que é o instante divisor de águas quando se pratica o ato de lecionar e passa a encarar os desafios e as realidades da sala de aula e da sociedade envolvida com a escola, pois, encontramos a partir de então, os quadros que em uma sala de universidade não podem ser descritos.

 

2 - Um pouco sobre a escola e sua história

A instituição na qual tive a oportunidade de trabalhar neste estágio curricular recebe o nome de “Escola de Ensino Fundamental e Médio CEL. Humberto Bezerra”, é uma escola estadual localizada no município de Quixeramobim - CE, à Rodovia do Algodão, s/n - Bairro Monteiro de Morais que foi inaugurada no dia 17 de março de 1977, fruto de um projeto de iniciativa do Ex-Deputado Alfredo Almeida Machado. Iniciou suas atividades com 12 professores, 10 funcionários e 197 alunos de 1ª à 4ª séries, distribuídos em 08 salas de aula nos turnos: manhã, tarde e noite. Em 1978, avançou no sistema de ensino, utilizando as tecnologias de informação e comunicação como ferramenta do processo de ensino e aprendizagem na modalidade Telensino, de 5ª a 8ª Série.

No ano 2000, a escola deu um salto no nível de ensino e passou a ser a única escola periférica do município a ofertar o ensino médio, contando com mídias tecnológicas e cientificas, através da implantação do seu primeiro laboratório escolar de informática. Assim, a cada gestão, vivenciou uma trajetória de dificuldades, superação, avanços e conquistas. A escola conquistou no biênio 2006/2007, o seu primeiro laboratório de ciências e segundo laboratório escolar de informática, ambos com professores coordenadores da área, servindo como multiplicadores e co-gestores da prática tecnociêntifica.

No ano de 2009, a Escola ampliou a sua área de atuação atendendo as extensões rurais de Uruquê, Fogareiro e Manituba (distritos da cidade de Quixeramobim), além dos alunos da escola sede, oriundos dos bairros: Monteiro de Morais, Pompéia, Conjunto Argentina Siqueira, José Aurélio Câmara, DNOCS e circunvizinhos, totalizando mais de 1000 alunos matriculados nos níveis Fundamental e Médio.

Na última década, a Escola conquistou ainda mais reconhecimento a nível regional e estadual, em decorrência da sua constante busca da qualidade de serviço educacional prestado a comunidade, sendo contemplada com alguns prêmios de relevância como: Prêmio Desempenho Escolar em 1998, Prêmio Escola Destaque em 2006, e classificada pela SEDUC entre as 10 melhores do Estado como Referência em Gestão Escolar em 2008, 2009 e 2010

Neste ano de 2011, a Escola ofertou o 6º, 8º e 9º Ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 3º Anos do Ensino Médio e EJA, distribuídos em 18 turmas na sede e 10 turmas nas extensões rurais nos turnos diurnos e noturnos, atendendo cerca de 900 alunos (sem contar com os alunos e as turmas do EJA). Ao longo dos seus 33 anos de existência, a Escola sempre buscou aperfeiçoar o seu trabalho e hoje é uma escola inovadora, atrativa e acolhedora, que busca elevar o desempenho acadêmico de seus alunos concretizando uma aprendizagem significativa, razão de ser da escola. Possui um quadro de 53 funcionários sendo 31 professores, sob a direção de Liduína Simão (Diretora), Maria Goreth Pimentel(Coordenadora Pedagógica), Edilane Castelo (Coordenadora Pedagógica) e Lauriane de Sousa Ferreira (Coordenadora financeira).

 

2.1 - Perfil da escola

A escola é de uma característica inovadora no que diz respeito à disciplina, à educação e ao comportamento dos alunos (tentando uma interação máxima entre escola, família e sociedade). Tendo em vista uma disciplina de alto nível, busca sempre inovações e novos projetos para o desenvolvimento estudantil. Devido essa busca por novos meios de aprendizagem, a escola ganhou destaque por diversos anos seguidos dentre as escolas estaduais da região, principalmente por ser muito integralista. Infelizmente o lado negativo dessa filosofia integralista é que algumas vezes ela é intitulada de forma pejorativa por parte de alguns da sociedade local que não conseguem enxergar a missão que essa escola tenta desempenhar na vida dos jovens a quem ela acolhe e passa a aplicar a educação.

Contudo, é comprometida com a sociedade, com os pais e alunos e principalmente com a construção do saber, da moral, ética e senso crítico. Desenvolvendo sempre as noções de direitos e deveres dos cidadãos envolvidos.

 

2.2 - A estrutura física da escola

A estrutura física da escola conta com 01 sala da direção com espaço amplo, sistema de ar, computadores, máquina de xérox, etc.; 01 sala dos professores com um espaço adequado para a demanda de docentes, também possui sistema de ar, 01 computador para uso dos profissionais e etc.; 01 secretaria, que é localizada numa sala ampla, com sistema de ar e informatizada; 02 laboratórios de informática climatizados que contém 40 computadores em excelente estado; 01 laboratório de ciências (química, física e biologia) também climatizado, com equipamentos adequados para realização de aulas práticas; 01 sala de Multimeios com espaço amplo, sistema de ar, e um bom acervo de livros didáticos e paradidáticos; 10 salas de aula com espaço adequado, 02 ou 03 ventiladores em cada sala variando de sala pra sala, caixas de som, TVs, DVDs; 01 cozinha; 01 sala de vídeo; 01 sala PDT (Professor Diretor de Turma); 02 banheiros de alunos, limpos mantidos em condições adequadas de uso; 01 quadra esportiva, coberta, com arquibancada, onde são desenvolvidas práticas esportivas como: vôlei, basquete e futsal e etc.; 01 pracinha arborizada no centro da escola. Ressaltando que toda a estrutura está em excelentes condições, o prédio é revestido em azulejo até a metade das paredes, a pintura também se encontra em bom estado de conservação, vale ressaltar ainda, que toda a escola possui rampas de acesso a cadeirantes.

 

2.3 - Ações e projetos desenvolvidos na escola

A escola no ano de 2011 tem desenvolvido projetos que aproximam ao máximo a participação da comunidade e das famílias na formação dos alunos a fim de criar um ambiente harmonioso entre escola, família e comunidade e focar em uma educação de qualidade com a participação e o crescimento de todos ao seu redor.

Um primeiro projeto que ganhou destaque nesse ano foi o projeto “Minha Família, Meu Maior Tesouro”, onde contou com a participação da família dos alunos em uma socialização de experiências destes, seja em casa, seja na escola. O projeto visava aproximar ainda mais os alunos de suas famílias enfocando a importância da família para seu desenvolvimento e para seu crescimento íntegro na sociedade, nisto concerne, a na escola fazendo sua parte na tentativa de solidificar o quanto a família é importante na condução destes jovens futuros adultos, e apostou na base familiar para a conscientização e valorização familiar.

Outro projeto que contou com a participação maciça da família dos alunos e professores foi o projeto intitulado “Oficina de Contação de Histórias”, onde foram convidados os pais e avós dos alunos para socializarem histórias populares que estes conheciam, além de boas experiências vividas no tempo de outrora. Essa iniciativa visava, além de trazer boas experiências para as famílias e alunos, resgatar a memória e as histórias dos familiares dos alunos.

Dois trabalhos foram desenvolvidos na escola na iniciativa de uma comunidade e vida social melhor. Foram: “Dia “D” da Paz” e “Planeta em Apuros”, o primeiro tinha enfoque na violência e na tentativa de conscientização para um melhor desenvolvimento social, mostrando o quanto é importante o afastamento dos jovens para com a violência. O segundo visou expor os grandes problemas ambientais que estão colaborando com o aquecimento global. O principal foco foi tentar conscientizar cada aluno de que podemos fazer nossa parte para um ambiente melhor e isto começando a partir do ambiente escolar com pequenos gestos que podem melhorar e muito nosso meio ambiente.

O ultimo projeto que destaco nesse ano de 2011 é o projeto “Sem Férias para a Leitura”, neste, os alunos deveriam desenvolver a leitura e a síntese de pelo menos um livro durante o período de férias e ainda destacar as principais idéias do livro, autor e o que mais chamou atenção no livro, sendo que a socialização desses pontos seria feita em sala na volta às aulas. O trabalho visou o fortalecimento da prática leitora e do vocabulário dos alunos desde o 6º ano do fundamental ao 3º ano do ensino médio, todos aplicados por uma educação qualitativa e crescente, mesmo que nas férias.

 

2.4 – A Disciplina de História e o Professor de História no 2º ano B

A disciplina de História no 2º ano atende a matriz curricular da escola onde se evidencia como competências: A instrução do aluno em sua formação social colocando-o como propulsor da história. A identificação por parte do aluno dos processos históricos que fizeram chegar até o quadro político-social a que nos encontramos além da compreensão cientifica da disciplina no contexto processual de sua formação.

Carlos Roberto Costa é o professor de História da turma trabalhada, formado em Licenciatura Plena na Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central Feclesc/UECE no ano de 2003 com especialização em Gestão Pública pela Universidade Aberta do Brasil UAB. Atua como docente há cinco anos, além de ocupar o cargo de PCA da disciplina de História na escola atual onde já leciona há dois anos.

 

2.5 - A Turma de 2º ano B

A turma do 2º ano B é composta por 34 alunos sendo que metade são residentes na zona rural e metade na zona urbana. A turma é aplicada na disciplina não demonstrando desinteresse ou mesmo inquietação durante as aulas de história. Bons leitores e participativos em todas as atividades elaboradas em sala.

 

3 – Planos de aula, recursos e avaliação

Todo o planejamento é feito com base na grade curricular anual desenvolvida pela SEDUC e analisada e aprimorada pelos professores da área a fim de melhor aproveitar do tempo e dos recursos utilizados. Os planejamentos e estudos semanais com os demais professores da área acontecem todas as quintas-feiras no período manhã e tarde sendo que muitas vezes o tempo não permite que sejam feitos com precisão tal planejamento e elaboração das aulas semanais, restando as professores concluírem o trabalho em períodos não remunerados como nos finais de semana (uma realidade em quase todas as escolas públicas).

Os recursos utilizados na elaboração e na aplicação das aulas são os mais diversos, desde o livro didático, todo o material de vídeo ao laboratório de informática e estão sempre à disposição dos professores. O livro trabalhado pela turma é de autoria de Gislane Campos Azevedo e trabalha da idade média à nossa contemporaneidade.

Os métodos avaliativos utilizados pelo professor são diversos, desde trabalho em grupo, pesquisas, seminários, provas escritas e até mesmo provas orais, vale ressaltar ainda a avaliação de desempenho que cada aluno recebe a cada bimestre que serve muito para ver o grau de comportamento e cumprimento das atividades, além de dar uma visão crescimento ou regressão do aluno no decorrer do ano letivo.

4 – O Estágio (Observação)

Uma maior facilidade para a aplicação do estágio na EEFM.CEL Humberto Bezerra é que já tenho experiência de ensino neste estabelecimento desde maio de 2011, então com quase todas as turmas da escola já desenvolvemos uma aproximação e um relacionamento, ainda que no 2º ano B eu não trabalhasse com a disciplina História, temos a oportunidade de trabalhar com outras disciplinas. Porém, ainda assim resolvi ter um primeiro contato com a turma no que diz respeito à disciplina de trabalhada no estágio e ainda ter duas aulas de observação que serviriam para acompanhar a rotina da sala na respectiva disciplina e as metodologias, propostas, avaliações e atividades desenvolvidas pelo professor Carlos (responsável pela disciplina).

Desta forma, a turma não teve nenhum problema em me ter como acompanhante e observador das aulas durantes as datas 06/10 e 13/10/2011 respectivamente. Fui bem recebido e bem acolhido pela turma que já tenho de certa forma certo entrosamento e um bom desenvolvimento por ser professor em outra disciplina. O que vale ressaltar aqui, é que nesta turma podemos perceber uma heterogeneidade e uma diversidade de pensamentos e de vivências muito grande. Pessoas com culturas diferentes, classes sociais com suas peculiaridades, problemas relacionados à família e ao meio social, enfim, uma diversidade de vidas, gostos e modos de lhe dar.

Assim, no primeiro dia de observação (06/10/2011) acompanhei a aula que teve como estudo principal a primeira parte do capitulo relacionado ao bandeirismo e a conquista do sul do país, em uma aula expositiva em que contou com a participação ativa dos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento de idéias e do partilhamento de experiências, além é claro da resolução de uma atividade escrita atribuída a turma pelo professor.

No segundo dia de observação (13/10/2011), demos continuidade até o encerramento do capitulo de forma mais uma vez expositiva, mas sem perder o bom humor e a atenção na aula. Desta forma, encerramos o assunto e no segundo horário da aula foi usado para uma revisão, já que, na próxima aula seria aplicada uma avaliação escrita referente aos conteúdos estudados em todo o período.

 

4.1 – A Avaliação referente ao 3º período

Como já foi descrito acima, a aula do dia 20 de outubro foi aplicada a avaliação bimestral referente ao terceiro bimestre ou terceiro período, onde foi feita uma rápida revisão e logo em seguida os alunos receberam suas avaliações tendo setenta minutos para sua conclusão, desta forma, o primeiro dia de regência serviu mais como um apoio à sala para aplicação da avaliação e retiradas de dúvidas para com os alunos.

Na aula referente ao dia 27 de outubro, tive a oportunidade de fazer a correção da avaliação além de tirarmos as dúvidas da turma referente as questões em que a maioria da turma não foi muito bem, sempre com o professor Carlos dando seu auxílio, já que trata-se de uma pessoa muito perfeccionista no que diz respeito ao seu trabalho e a educação e aprendizagem das turmas na qual é responsável.

 

4.2 - Iluminismo

A data de 03/11/2011 representou o início do quarto e ultimo período do ano letivo, por isso, resolvemos iniciar a aula com um vídeo intitulado “Superação” do grupo de comediantes “Os Melhores do Mundo”, a fim de iniciarmos o período com força de vontade e ao mesmo tempo com bom ânimo e sem esquecer a responsabilidade.

Após o vídeo iniciamos o capitulo referente ao Iluminismo, na qual iniciamos destacando o período e o contexto social da Europa entre os séculos XVII e XVIII. Falamos um pouco das transformações nas idéias e nos ideais dos cientistas e filósofos da época que acabou desencadeando o movimento Iluminista. Demos destaque para a ideia da razão, dando exemplos dos novos pensamentos que marcaram o movimento além de introduzir um pouco sobre alguns dos cientistas e filósofos franceses e encerramos a aula com um breve exercício proposto no livro didático.

Encerramos o tema Iluminismo na aula do dia 10/11/2011, onde destacamos as idéias de Descartes, Locke e Newton além de debatermos sobre os avanços tecnológicos da época, onde fizemos um comparativo com os dias de hoje na intenção de se avaliar o que o movimento e suas transformações nos deixaram de aprendizado e até mesmo de herança. Discutimos um pouco sobre a formação da enciclopédia e aproveitamos o ensejo para falarmos sobre o liberalismo econômico que foi fruto do movimento e que tanto se espalhou pelo mundo chegando até ao Brasil mesmo que em um espaço de tempo meio longo. Fizemos uma atividade e encerramos mais um tema e uma aula.

 

4.3 – A Revolução Industrial

Na data de 17/11 iniciamos a aula com uma metodologia diferente das aulas anteriores. Dividimos a turma em cinco equipes onde cada uma ficou responsável por um sub--tema do livro didático sobre o capitulo 43: A Revolução Industrial. Os sub-temas foram: 1º A burguesia enriquece, 2º O pioneirismo da Inglaterra, 3ª A revolução da máquina a vapor, 4º A situação da classe trabalhadora, 5º A reação dos trabalhadores e 6º O socialismo e a luta contra o capitalismo. Após a divisão das equipes e de seus respectivos conteúdos a serem trabalhados fomos para o laboratório de informática em busca de aprofundar nosso conhecimento através da pesquisa virtual, visto que, achamos viável trabalhar não apenas com o livro didático, mas, com mais fontes e recursos, no caso a internet.

Todos os alunos trabalharam de forma ativa para concluírem as respectivas pesquisas e a divisão de conteúdos a serem explicados na aula posterior em forma de seminários. As equipes conseguiram boas pesquisas e boas fontes, além procurarem aplicar metodologias criativas para a apresentação.

A apresentação das equipes foi muito bem elaborada e aplicada por cada um na data de 24/11/2011, sendo que todos participaram de forma que, nós pouco precisamos interferir, visto o aprofundamento nas pesquisas e a leitura feita pelos alunos, (claro que tivemos também alguns alunos com uma menor desenvoltura na oralidade, porém, o que pudemos perceber foi um esforço conjunto das equipes em prol da conclusão e apresentação da atividade). Todas as equipes se apresentaram nas duas aulas, e por fim, fizemos nossas considerações e colocamos algumas curiosidades sobre a revolução finalizando assim o penúltimo dia de regência com a turma.

 

4.4 - A Revolução Francesa

Nosso ultimo dia de regência foi na data de 01/12/2011, onde começamos a trabalhar o capitulo 45: A Revolução Francesa. Começamos falando do período e da sociedade francesa no final do século XVIII, onde a sociedade se encontrava dividida em três estamentos. Explicamos as características de cada estamento e suas posições sociais e fizemos um comparativo com nossa sociedade a fim de detectarmos as diferenças temporais e sociais.

Abordamos ainda mais dois pontos importantes sobre o tema abordado: O caos e a revolta camponesa e a queda da Bastilha, onde passamos a explorar algumas fotos que o professor Carlos trouxe o que enriqueceu e muito nossa aula e a compreensão dos alunos quanto ao tema abordado. Foi acrescido um exercício sobre os três pontos abordados até então e encerramos a aula com a correção dos exercícios e tiramos algumas dúvidas.

Fizemos uma singela despedida da turma quanto as aulas de história e aproveitamos para agradecer pela colaboração de todos os alunos, visto que, todos foram muito acolhedores comigo já que eles têm um carinho muito grande pelo professor Carlos, mas não se importaram nem tiveram dificuldade em me aceitar em sala e como um instrutor das aulas.

 

Conclusão

Tal experiência me fez despertar ainda mais para as dificuldades e desafios que os professores enfrentam no dia a dia para levar e conduzir boas aulas, mas ao mesmo tempo me fez enxergar a importância do professor na formação de cidadãos e de uma consciência social, na qual buscamos e apenas através da educação conseguiremos, e é exatamente esse objetivo que devemos buscar a cada dia como formadores de opinião e de conhecimento.

Trouxe-me também a oportunidade de me aproximar um pouco mais de alguns dos participantes que são meus alunos no ensino regular. Trouxe expectativas e experiências que levarei e colocarei em prática no decorrer de toda a minha vida profissional como educador, além do trabalho na construção dos planos de aula e das atividades realizadas a fim de desenvolver boas aulas, saindo do pragmatismo e das aulas cansativas e repetitivas que acontecem quando não se tem um bom planejamento e bons estudos.

Assim a experiência tornou-se prazerosa para mim que pude contar com a participação ativa de praticamente todos, que não desanimaram e se esforçaram assim como nós nos esforçamos para desenvolver boas aulas.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, O ofício de historiador. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

AZEVEDO, Gislane Campos. História. Volume único. São Paulo: editora ática. 1ª edição, 2008.

RODRIGUES, Nelson. Por Uma Nova Escola: o transitório e o permanente em educação. São Paulo, 8ª ed. Cortez, 1992, p. 43-51

MENDES, Anderson Fabrício Moreira. Ensino e Vivências: as apresentações da história local no cotidiano da sala de aula.

LIMA, Antonia Natália; Oliveira, Rok Sônia Naiaria. O estágio como pesquisa: O relato de uma experiência. Ceará. 2010.

MONTEIRO, Ana Maria F. Costa. Professores: entre saberes e práticas. Educação e sociedade. 2001.

 

FONTES

PPP - Projeto Político Pedagógico da EEFM Cel. Humberto Bezerra, 2009.

Matriz Curricular de História/Ensino Médio da EEFM Cel. Humberto Bezerra, 2011