A Dívida Não Estava Nos Planos ? E Agora?
Por Roberto A. Trinconi | 25/06/2008 | Adm
A dívida não estava nos planos – e agora?
Algumas vezes as necessidades ou as crises tornam-na necessária. O difícil, mesmo, é conviver com essa dor de cabeça...
Quando tomamos o cenário de negócios das Pequenas e Médias Empresas (PME), é difícil imaginar que seus planos estratégicos possam prever crises ou dificuldades tais, que a tomada de crédito seja uma alternativa planejada ou imaginada, antecipadamente.
Normalmente, as únicas linhas de crédito eventualmente planejadas são aquelas que contemplam o suporte financeiro a título de investimento em uma nova frente, em um novo negócio ou em uma nova iniciativa comercial ou de produção.
Nesse caso – não esquecendo que planejamento significa "antecipação", o tempo permite a busca por linhas de crédito mais apropriadas, com taxas mais baratas e prazos vantajosos, uma vez que não existe a urgência de se apagar um incêndio - fato comum nos momentos de problemas ou crises.
Mas quando falamos desse tipo de crédito para investimento planejado, estamos distantes daquele endividamento compulsório que surge nos momentos de desespero.
Infelizmente, o comum no mundo das PME é o endividamento por capital de giro operacional e, muito pior, o endividamento associado a obrigações legais e trabalhistas.
Tomemos, em primeiro lugar, as obrigações legais e trabalhistas, pois a empresa poderá ser executada no caso de inadimplência.
Da mesma forma que todas as empresas sabem que carregam obrigações legais, fiscais e trabalhistas, a quase totalidade delas relega essa necessidade em seus planos de negócios, "esquecendo", momentaneamente, que existem os períodos do ano em que são demandadas por gastos adicionais relativos a férias, décimo terceiro salários, encargos, impostos, etc.
Todos têm essa preocupação, mas acreditam que o dinheiro surgirá no momento necessário. A ausência de planos antecipados exige que, nesses períodos, os proprietários e seus executivos saiam à caça desesperada por dinheiro, a fim de honrar os compromissos e os pagamentos dos seus colaboradores, assim como os impostos e obrigações legais.
Como comentado em um artigo anterior, esse problema seria contornado caso a ferramenta de "provisão orçamentária" fosse utilizada com antecedência. Trata-se de uma provisão contábil – uma verba mensal, "separada" e acumulada, a fim de que possa ser utilizada no pagamento das obrigações trabalhistas de final do ano, nesse exemplo, deixando de impactar o caixa da empresa de forma desastrosa.
Outra causa de endividamento, se não a principal de todas, é o giro do caixa operacional. Todo empreendimento necessita de capital de giro e esse dinheiro nas PME está totalmente dependente do resultado mensal do negócio.
Em outras palavras, se a empresa tiver uma receita maior que o custo associado no mês, ela contará com algum capital de giro, caso contrário, não.
Essa tem sido a lei da sobrevivência no mundo das PME, o que não significa dizer que seja sadio e que esteja correto.
O planejamento estratégico e o operacional são as ferramentas de sobrevivência de qualquer empresa. É preferível reconhecer que os números e os resultados são desastrosos em uma planilha de planejamento, previamente, do que ter que enfrentá-los na vida real, onde as alternativas antecipadas de contorno ou mesmo de prevenção, já não têm mais tempo de acontecer.
Uma coisa é fato: os bancos sobrevivem dos lucros advindos do empréstimo de seus recursos (dinheiro) para os seus clientes. Quanto maiores as taxas de juros, maiores os lucros. Esse é o escopo do negócio financeiro.
Para escapar da dor de ter que pagar juros elevados em empréstimos, temos que agir na causa e não apenas buscar fontes mais baratas de recursos.
Agir na causa significa trabalhar em planos detalhados, completos e precisos no cenário estratégico e no operacional do negócio, com bastante antecedência. Apenas dessa forma será possível prever e agir nas possíveis causas de endividamento.
Por isso é que temos duas definições clássicas para o dinheiro necessário ao andamento das empresas. Uma delas é a tomada de recursos ou investimentos - normalmente necessários para novas expansões, negócios ou empreendimentos. A outra é o endividamento operacional – o famigerado empréstimo de capital de giro.
Ambos são passíveis de planejamento e, portanto, de antecipação.
É evidente que muitos outros fatores compõem o quadro de sucesso de uma empresa, mas, invariavelmente, a quase totalidade das empresas que padecem na luta pela sobrevivência, sangra em dívidas dolorosas e de difícil solução.
Não basta planejar estratégias de crescimento, de atuação no mercado e do diferencial dos produtos e serviços. Há que se planejar, também e fundamentalmente, a estratégias e as ações operacionais necessárias à estabilidade financeira do negócio, a fim de que as armadilhas do otimismo exagerado, assim como as do desconhecido e do inesperado, não surjam como sérios obstáculos de percurso, levando a empresa aos labirintos dolorosos do crescente endividamento que, normalmente, pode nocautear os mais promissores empreendimentos.
Roberto A. Trinconi
CEO
EdgerSense Consulting
The Business Management Intelligence Company
Algumas vezes as necessidades ou as crises tornam-na necessária. O difícil, mesmo, é conviver com essa dor de cabeça...
Quando tomamos o cenário de negócios das Pequenas e Médias Empresas (PME), é difícil imaginar que seus planos estratégicos possam prever crises ou dificuldades tais, que a tomada de crédito seja uma alternativa planejada ou imaginada, antecipadamente.
Normalmente, as únicas linhas de crédito eventualmente planejadas são aquelas que contemplam o suporte financeiro a título de investimento em uma nova frente, em um novo negócio ou em uma nova iniciativa comercial ou de produção.
Nesse caso – não esquecendo que planejamento significa "antecipação", o tempo permite a busca por linhas de crédito mais apropriadas, com taxas mais baratas e prazos vantajosos, uma vez que não existe a urgência de se apagar um incêndio - fato comum nos momentos de problemas ou crises.
Mas quando falamos desse tipo de crédito para investimento planejado, estamos distantes daquele endividamento compulsório que surge nos momentos de desespero.
Infelizmente, o comum no mundo das PME é o endividamento por capital de giro operacional e, muito pior, o endividamento associado a obrigações legais e trabalhistas.
Tomemos, em primeiro lugar, as obrigações legais e trabalhistas, pois a empresa poderá ser executada no caso de inadimplência.
Da mesma forma que todas as empresas sabem que carregam obrigações legais, fiscais e trabalhistas, a quase totalidade delas relega essa necessidade em seus planos de negócios, "esquecendo", momentaneamente, que existem os períodos do ano em que são demandadas por gastos adicionais relativos a férias, décimo terceiro salários, encargos, impostos, etc.
Todos têm essa preocupação, mas acreditam que o dinheiro surgirá no momento necessário. A ausência de planos antecipados exige que, nesses períodos, os proprietários e seus executivos saiam à caça desesperada por dinheiro, a fim de honrar os compromissos e os pagamentos dos seus colaboradores, assim como os impostos e obrigações legais.
Como comentado em um artigo anterior, esse problema seria contornado caso a ferramenta de "provisão orçamentária" fosse utilizada com antecedência. Trata-se de uma provisão contábil – uma verba mensal, "separada" e acumulada, a fim de que possa ser utilizada no pagamento das obrigações trabalhistas de final do ano, nesse exemplo, deixando de impactar o caixa da empresa de forma desastrosa.
Outra causa de endividamento, se não a principal de todas, é o giro do caixa operacional. Todo empreendimento necessita de capital de giro e esse dinheiro nas PME está totalmente dependente do resultado mensal do negócio.
Em outras palavras, se a empresa tiver uma receita maior que o custo associado no mês, ela contará com algum capital de giro, caso contrário, não.
Essa tem sido a lei da sobrevivência no mundo das PME, o que não significa dizer que seja sadio e que esteja correto.
O planejamento estratégico e o operacional são as ferramentas de sobrevivência de qualquer empresa. É preferível reconhecer que os números e os resultados são desastrosos em uma planilha de planejamento, previamente, do que ter que enfrentá-los na vida real, onde as alternativas antecipadas de contorno ou mesmo de prevenção, já não têm mais tempo de acontecer.
Uma coisa é fato: os bancos sobrevivem dos lucros advindos do empréstimo de seus recursos (dinheiro) para os seus clientes. Quanto maiores as taxas de juros, maiores os lucros. Esse é o escopo do negócio financeiro.
Para escapar da dor de ter que pagar juros elevados em empréstimos, temos que agir na causa e não apenas buscar fontes mais baratas de recursos.
Agir na causa significa trabalhar em planos detalhados, completos e precisos no cenário estratégico e no operacional do negócio, com bastante antecedência. Apenas dessa forma será possível prever e agir nas possíveis causas de endividamento.
Por isso é que temos duas definições clássicas para o dinheiro necessário ao andamento das empresas. Uma delas é a tomada de recursos ou investimentos - normalmente necessários para novas expansões, negócios ou empreendimentos. A outra é o endividamento operacional – o famigerado empréstimo de capital de giro.
Ambos são passíveis de planejamento e, portanto, de antecipação.
É evidente que muitos outros fatores compõem o quadro de sucesso de uma empresa, mas, invariavelmente, a quase totalidade das empresas que padecem na luta pela sobrevivência, sangra em dívidas dolorosas e de difícil solução.
Não basta planejar estratégias de crescimento, de atuação no mercado e do diferencial dos produtos e serviços. Há que se planejar, também e fundamentalmente, a estratégias e as ações operacionais necessárias à estabilidade financeira do negócio, a fim de que as armadilhas do otimismo exagerado, assim como as do desconhecido e do inesperado, não surjam como sérios obstáculos de percurso, levando a empresa aos labirintos dolorosos do crescente endividamento que, normalmente, pode nocautear os mais promissores empreendimentos.
Roberto A. Trinconi
CEO
EdgerSense Consulting
The Business Management Intelligence Company