A difícil via crucis do Educador Infantil
Por Maria T. A. Rosas | 11/10/2010 | EducaçãoQuando o cargo "Educador infantil" foi criado, a exigência de formação para magistério, prevista pela LDB, foi um dos pré-requisitos.
A situação encontrada hoje nas escolas de Educação Infantil é desigual, pois professores (que fizeram outro concurso) fazem o mesmo trabalho do educador, com as mesmas responsabilidades e horas de trabalho, porém, ganham salário diferenciado.
Fazem distinção de Educador Infantil e professor...ora,
...Aquele que é responsável direto pelo processo educativo é professor, é educador...
A atividade pedagógica visa o "educar e o cuidar", com um olhar integral para a criança, comportando também responsabilidades com crianças deficientes.
O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em que todos os alunos devam aprender juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem (UNESCO, apud Oliveira, 2005)
Muitas vezes o professor não está preparado para lidar com essas deficiências, muito menos um estagiário.
Deveria ter uma formação para os profissionais da educação, para resguardar principalmente as crianças. São deficiências como transtorno global do desenvolvimento, paralisia cerebral e física, síndromes das mais diversas.
De acordo com Dutra et al (2006), o professor que trabalha com a inclusão deve preparar-se para enfrentar dificuldades que encontrará ao tentar oferecer uma educação adequada aos alunos com e sem deficiência, a fim de gerar um espaço democrático e ter sucesso em suas metas inclusivas.
A luta que se iniciou pela isonomia salarial, agora busca a unificação da carreira docente, garantindo os seus direitos na carreira do magistério, igual para educadores e professores.
No calendário atual os educadores infantis não podem usufruir de férias durante o mês de julho, tendo apenas um pequeno recesso.
Vale lembrar que todo trabalhador tem direito a 30 dias de férias, isto é garantido na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
No serviço público, apesar de não constar no Estatuto do Servidor, é direito do servidor a 25 dias úteis de férias durante o ano, e o Estatuto do Pessoal do Magistério Público do Estado de Minas Gerais, de 1977 prevê 60 dias de férias e recessos.
O nível de adoecimento dos profissionais cresce a cada dia e o que deveria ser um trabalho alegre e criativo, passa a ser estressante e decepcionante.
Afinal, tudo começa pela Educação Infantil, pois ela é a base e a qualidade do ensino, depende também de profissionais qualificados e bem remunerados.
Não adianta preocupar com a qualidade do nível superior se a estrutura da educação, a base, está enfraquecida.
Não adianta colocar crianças dentro da escola, achando que assim o problema está resolvido, porque lá dentro ainda impera o caos, a falta de limites, o desrespeito e a desvalorização do profissional. Cada vez mais essas crianças estão sem preparo, sem compromisso, sem condições de se tornarem profissionais sérios, competentes e de sucesso.
A pauta de reivindicação da educação infantil ainda é muito grande!
É necessário intervir na política educacional para a educação infantil, do ponto de vista pedagógico e estrutural, a fim de garantir infra-estrutura adequada para o atendimento das crianças, a ampliação do quadro de professores nas escolas, a redução do número de crianças por turma e a garantia das reuniões pedagógicas e de espaços/tempos de formação em serviço dentro da jornada de trabalho.
A sociedade não tem conhecimento dos problemas que os professores estão passando, além da má remuneração, adoecimentos, auto-estima baixa, desrespeito pela categoria, violência nas escolas e outros.
Há muito tempo atrás ser professor era ser respeitado e valorizado. As crianças desde muito cedo eram educadas para ver no mestre, o exemplo, como se fossem seus pais.
A docência sempre foi um legado de amor e dedicação. Ser professor era uma vocação. Precisamos resgatar esse professor comprometido e esse aluno dedicado.
"Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."
D. Pedro II
Algumas informações retiradas do site:
http://educacaoinfantilpbh.blogspot.com/2008/06/4-quais-as-aes-do-sindicato-em-favor.html