A DESVALORIZAÇÃO DA VIDA PERANTE AOS ACIDENTES DE TRÂSITO
Por JOSÉ VALDIR EMÍLIO | 28/03/2018 | EducaçãoRESUMO
Este é um trabalho de conclusão de curso de Pós Graduação em Teologia, da Faculdade Dehoniana em Taubaté. Questões polémicas foram abordadas, como por exemplo: a falta de uma punibilidade mais severa, nos casos de crimes de trânsito propriamente dito. Aborda ainda questões sociais, de amor ao próximo e a valorização da vida humana, como sendo o bem mais precioso que temos. Busca ainda uma maior compreensão e conscientização dos condutores de veículos, a mudarem condutas e paradigmas, visando sempre o bem maior que é a vida.
FACULDADE DEHONIANA
PÓS-GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
A VALORIZAÇÃO DA VIDA FRENTE AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO
Aluno: José Valdir Emílio
Orientador: Dr. Pe. Mário Marcelo Coelho
Taubaté - 2014
FACULDADE DEHONIANA
PÓS-GRADUAÇÃO EM TEOLOGIA
A VALORIZAÇÃO DA VIDA FRENTE AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO
Monografia apresentada ao Departamento de Teologia da Faculdade Dehoniana como exigência para obtenção do título de Pós-Graduado em Teologia.
Aluno: José Valdir Emílio
Orientador: Dr. Pe. Mário Marcelo Coelho
Taubaté - 2014
RESUMO
Neste trabalho de monografia se quer analisar e ao mesmo tempo compreender as atitudes do cristão condutor de veículos automotores, em uma sociedade marcada pela tecnologia e pelo consumismo exacerbado, onde o desejo de ter e possuir sempre são mais importantes, incorrendo na perda do sentido de valores fundamentais da vida, como o amor ao próximo, a dignidade, o respeito pela pessoa humana, o princípio da razoabilidade e a noção do sagrado, ou seja, o conhecimento das coisas de Deus. Diante disso, cabe a interrogação: Será possível o cristão moderno ter dignas atitudes em prol do bem estar para um trânsito mais seguro para todos? Ainda neste trabalho, elaboramos aulas de noções de trânsito para as crianças e adolescentes nos encontros catequéticos nos finais de semana, da mesma forma nos outros vários seguimentos da Igreja, tais como: nos encontros de jovens, nos encontros de casais, nas diversas pastorais existentes nas comunidades, nas homílias durante as missas, e por fim, propomos também a criação de uma pastoral voltada para um trânsito mais seguro e acima de tudo consciente, contemplando desta forma a visão da Igreja Católica, na valorização e preservação da vida e na formação da dignidade da pessoa humana, zelando sempre pelos princípios éticos e morais da nossa fé.
Palavras-chaves: Cristão, Trânsito, Dignidade, Amor, Vida.
ABSTRACT
In this work we want to analyze the monograph and at the same time understand the attitudes of the conductor Christian automotive vehicles, in a society marked by the technology and exacerbated by consumerism, where the desire to own and possess are always more important, incurring the loss of sense of fundamental values of life such as love for your brother, dignity, respect for human dignity, the rule of reason and the notion of the sacred, ie, knowledge of the things of God. Therefore, it is the question: Does the modern Christian can have decent attitudes towards welfare for a safer transit for everyone? Also in this work, we will try to deploy notions classes of traffic to children and teens in the catechetical meetings on weekends, as in many other segments of the Church, such as the teens meetings, the meetings of couples in various pastoral existing communities, in homilies at Mass, and finally, also seek the creation of a ministry geared towards a safer and above all conscious transit, thus contemplating the vision of the Catholic Church in the appreciation and preservation of life and formation of human dignity, always ensuring the ethical and moral, principles of our faith.
Keywords : Christian; Transit, Dignity, Love, Life.
Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me entregasse como escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria. 1Cor 13,3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por mais esta grandiosa conquista, a minha esposa Maria Auxiliadora, a minha filha Mayara, que é um milagre em nossas vidas e fonte de toda a nossa inspiração, aos colegas do curso, aos professores e funcionários, enfim todos que contribuíram de forma direta ou indireta na realização desta obra, e em especial ao Professor José Luís dos Santos Ferreira e aos meus genitores.
SIGLAS
AG - Decreto Ad Gentes sobre a atividade missionária da Igreja
CEC - Catecismo da Igreja Católica
CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
CTB – Código de Trânsito Brasileiro
CONTRAN – Conselho Nacional Trânsito
DER – Departamento de Estradas de Rodagens
DV - Constituição Dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina.
GS - Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje
LG - Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja
SUMÁRIO
Introdução..........................................................................................................................................9
CAPÍTULO I – A valorização da vida humana..................................................................................11
1.1. A vida e a fé, como o bem mais precioso que temos................................................................12
1.1.2. A importância da família na formação de novos condutores de veículos................................14
1.1.3. O amor ao próximo...................................................................................................................15
CAPÍTULO II – A importância do Trânsito.........................................................................................17
2.1. O que é trânsito..........................................................................................................................17
2.1.2 As causas e os efeitos de um acidente de trânsito....................................................................18
2.1.3. A embriaguez............................................................................................................................20
2.1.4. A imprudência...........................................................................................................................21
2.1.5. A imperícia................................................................................................................................22
2.1.6. A negligência............................................................................................................................22
CAPÍTULO III – O verdadeiro compromisso do cristão e da Igreja no trânsito.................................26
3.1. Responsabilidade, respeito e compromisso com a vida.............................................................27
3.1.2. Em busca do verdadeiro cristão no trânsito.............................................................................29
3.1.3. O papel da Igreja na educação para o trânsito........................................................................30
Conclusão.......................................................................................................................................... 32
Referências bibliográficas.................................................................................................................. 33
INTRODUÇÃO
Ao dar início a este trabalho de estudo e de pesquisa, sobre a valorização da vida frente aos acidentes de trânsito, logo observamos que não seria uma tarefa fácil, em razão da grandiosidade do assunto e da riqueza de detalhes.
No primeiro capítulo, diante a este enorme desafio procuraremos mostrar de forma bem objetiva aos nossos cristãos, que Jesus foi o maior incentivador em favor da preservação da vida e da dignidade da pessoa humana, sempre promoveu o bem comum entre os homens com grande sabedoria, mostrou às pessoas de seu tempo, e ainda mostra às pessoas do nosso tempo de forma ainda mais abrangente, a dar valor e preservar a vida, sendo digno de seguimento, um ícone de bons exemplos indo de encontro, na contramão da nossa triste realidade dos dias atuais, onde podemos verificar através dos noticiários quer sejam escritos, falados ou televisionados, que muitas condutas irregulares de condutores de veículos, estão prejudicando e trazendo sérias consequências na vida de muita gente.
No segundo capítulo, frente a esta realidade abordaremos a importância do trânsito na vida do ser humano, mostrando os enormes avanços e benefícios que este tipo de transporte já trouxe e ainda trará para a humanidade de um modo geral, mas que este transporte de certa forma está se mostrando doente por vários motivos, entre eles devo citar a falta de amor ao próximo, a educação regada aos bons exemplos, a solidariedade, a tão sonhada partilha, a prudência, lembrando que a ausência destes fatores na vida do ser humano trás sempre dor, sentimento de culpa, perdas irreparáveis de entes queridos, enormes prejuízos financeiros, sofrimentos e problemas com a justiça dos homens.
No terceiro capítulo, fomos ao encontro do verdadeiro papel do cristão, ou seja, quais atitudes devemos tomar em favor da coletividade, que possa de alguma forma, reduzir o alarmante número de acidentes de trânsito em nosso país, e consequentemente o número de vítimas, que é um evento danoso a todos nós cristãos e não cristãos. Na grande maioria das vezes estes acidentes ocorrem devido a uma omissão, como condutor (a), “motorista”, pois as pesquisas mostram que em muitos casos os sinistros ocorrem por falhas humanas. Em alguns casos específicos, podemos atribuir ou considerar que a falha foi dos nossos governantes, seja ele na esfera Federal, Estadual ou até mesmo Municipal, que em muitas vezes não fizeram o seu devido papel da forma mais adequada, por motivos dos mais variados possíveis, como por exemplo: as inaceitáveis condições de abandono e falta de conservação de muitas rodovias que cortam nosso país, a ausência de recursos financeiros na aplicação de programas educacionais, com cursos de capacitação e qualificação para um trânsito mais humano e seguro para todos nós, a falta de incentivos, os motivos burocráticos que causam impasses e atravancam as negociações, muitas vezes por omissão ou falta de conhecimento técnico ou específico dos órgãos prestadores de serviços, que prestam um serviço muitas vezes de má qualidade, trazendo a todos nós “usuários da via” inúmeros transtornos como, por exemplo: Perdas irreparáveis de vidas humanas.
CAPÍTULO I
A valorização da vida humana
Nos dias atuais é muito difícil falar em valorização da vida humana, pois os exemplos que vemos diariamente, nos arremetem cada vez mais para o pessimismo, em relação às coisas boas que hão de vir, os mais pessimistas não acreditam que a vida do ser humano ainda é vista com certo valor, que ainda há amor, fé e esperança para a humanidade. A Igreja tem pela frente um enorme desafio, como atingir estes pessimistas, de que forma ela poderia levar até eles os seus ensinamentos, valorizando o que temos de mais precioso que é a nossa própria vida, vida que não deve ser desvinculada de valores como o amor ao próximo, a ética, a fé em Deus, e etc.
Se eu falasse as línguas dos homens e as dos anjos, mas não tivesse amor, eu seria como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, eu nada seria. Se eu gastasse todos os meus bens no sustento dos pobres e até me entregasse como escravo, para me gloriar, mas não tivesse amor, de nada me aproveitaria. O amor é paciente, é benfazejo; não é invejoso, não é presunçoso, nem se incha de orgulho; não faz nada de vergonhoso, não é interesseiro, não se encoleriza, não leva em conta o mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas fica alegre com a verdade. Ele desculpa tudo, crê em tudo, espera tudo, suporta tudo. O amor jamais acabará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência desaparecerá. Com efeito, o nosso conhecimento é limitado, como também é limitado nosso profetizar. Mas quando vier o que é perfeito, desaparecerá o que é imperfeito (1Cor 13, 1-10).
A Igreja católica, agindo com perfeição, como se fosse uma profecia, a quase trinta anos atrás usando de sua inesgotável sabedoria, fez uso de um tema fascinante na Campanha de Fraternidade do ano de 1984 “Para que todos tenham vida”, apresentando Jesus e a sua missão na terra, que veio dar início ao Reino que há de se perpetuar na vida eterna . Este tema ia ao encontro aos anseios da sociedade daquela época de dúvidas e muitas incertezas, em razão da atual crise política e financeira que estava afetando muitos países em desenvolvimento, ou seja, os chamados países do Terceiro Mundo, o Brasil estava inserido neste contexto, buscando a todo o custo por milagres em sua economia, para tentar levar um pouco mais de esperança para a sua sofrida nação, que viviam sonhando com dias melhores para as suas vidas, pois sonhar faz bem ao ser humano, valoriza, fortalece a vida. O tema para que todos tenham vida, era um sonho, um desejo da igreja em ver suas metas atingidas integralmente, ou seja, em ver diminuídas as desigualdades sociais daquele contexto social, daquela triste realidade de opressão e da falta de oportunidade para todos, hoje estamos vivendo ainda em meio a muitas outras violências, em todos os setores da sociedade, quer nas escolas, nos campos, nas cidades, principalmente a violências dos acidentes de trânsito nas estradas, nas ruas, nas rodovias, nas cidades etc., estamos de certa forma sonhando com um mundo melhor mais humano para todos, com pessoas sérias, responsáveis, desprovidas de ódio ou mágoas e acima de tudo sem descriminação de cor, raça, religião de igualdade social e etc...
1.1. A vida e a fé como o bem mais precioso que temos
Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância (Cf. Jo 10,10), esta passagem magnífica nos revela o amor incondicional de Deus para conosco, foi tema da campanha da fraternidade do ano de 1984, promovido pela CNBB, “Conferência Nacional dos Bispos do Brasil” nada mais é que o entregamento total em favor da sua criação, ninguém deu mais valor para a vida que Jesus em seus ensinamentos, sempre se pautou para a vida, curando as enfermidades, aliviando a dor e o cansaço de todos aqueles que o procurou, Jesus se entregou por inteiro em favor da humanidade, deu sua própria vida em troca de nossas vidas.
O que é vida? Como definir, descrever ou captar toda vibração, esperança, sofrimento e luta que se encerram nesta breve palavra “VIDA”? Como tentar medi-la sem esvaziá-la enquanto profundo mistério pessoal e enquanto história de um povo? Aqui se procurará chegar a um caminho que nos permita ver melhor a vida com toda sua força e drama. A vida que acontece nas grandes cidades, nos pequenos povoados, ou na roça; de gente famosa e de pessoas humildes; de gente com melhor qualidade de vida e de grande maioria do povo com suas alegrias e esperanças, mas também com tristezas, sofrimentos e lutas; de gente que promove e protege a vida e de quem a diminui e a destrói. É o caminho de ver como a vida se dá a nossa volta, no dia-a-dia. É o caminho de ver ou ouvir a vida refletida nos jornais, revistas, televisão e rádio, que desfilam diante de nós notícias, episódios, fatos do que passa no país e no mundo [1].
“Vida é a duração do nascimento até a morte [2]”, ou seja, temos que ter a consciência de que a nossa estadia na terra é breve, como diz um velho e sábio ditado “ninguém ficará na terra para semente” então temos por obrigação como verdadeiros cristãos de não abreviarmos ainda mais os nossos dias, não devemos de forma alguma contribuir para a morte, mas sim lutar com sabedoria, fé e honestidade pela vida, temos que cuidar da vida e não colocá-la em perigo, em razão de nossas atitudes muitas vezes descabidas, principalmente quando estamos dirigindo um veículo automotor em uma estrada, ruas ou rodovias densamente movimentadas.
A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, é a demonstração de realidades que não se vê (Cf. Hb 11,1). Quem tem fé ama a vida e ama o seu próximo, cuida, zela por seu bem estar, não a coloca em riscos desnecessários. Segundo a Bíblia, esta é a definição da fé e, talvez seja esta uma das definições mais apropriadas desta tão significativa palavra.
A fé é o nutriente básico para se viver e conservar a vida, é também algo muito particular e que está guardada em cada um de nós, é a mais pura manifestação de esperança e confiança em algo ou em alguém, no nosso caso especificamente é a nossa convicção, a certeza da existência de Deus, o Criador do céu e da terra e de tudo que neles existem, fé não é um luxo, mas sim uma necessidade que alimenta, nutre diariamente o nosso espírito, a nossa alma, e nos ajuda a viver o tão difícil e complicado cotidiano.
Jesus nos ensina através de seus Evangelhos, que devemos ter fé em Deus, porque em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: Arranca-te e joga-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas acreditando que vai acontecer, então acontecerá. Pois isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes e vos será concedido (Cf. Mc 11, 22-24). Tudo é perfeitamente possível para quem confia e tem fé em Deus, montanhas serão removidas bastando para isso somente acreditar.
Pela fé, o velho homem, Saulo de Tarso caiu de seu cavalo quando estava a caminho de Damasco, para exterminar a semente que havia sido plantada, mas se levantou em seguida totalmente reformulado como um novo homem, Paulo de Tarso, a serviço da boa nova, levando os ensinamentos de Jesus para todos os cantos da terra, sem temer os enormes desafios diários daquela época, cheia de desafios, incertezas políticas dos poderosos imperadores. Os nossos antepassados nunca deixaram de sonhar ou de acreditar em dias melhores, acima de tudo ser cristão é ter fé, a convicção que nossos sonhos serão realizados integralmente para a nossa alegria geral, com certeza são exemplos de valorização da vida humana, fortalecendo os laços de família e o amor ao próximo.
1.1.2. A importância da família na formação de novos condutores de veículos
“Nos dias atuais cheios de tecnologias avançadas, onde as notícias circulam em uma velocidade extraordinária, trazendo e levando as informações às mais distantes partes do mundo, traz uma visão nova das coisas e das pessoas, e ao mesmo tempo que permite um conhecimento maior e quase instantâneo dos fatos ocorridos em qualquer parte do planeta[3]”, se torna de certo modo mais difícil educar nossos filhos, ensiná-los os verdadeiros valores da vida de se ter uma família bem constituída, em cima de sólidos valores éticos e morais. Os pais são e serão sempre, os primeiros responsáveis pela boa educação e formação de seus filhos para uma vida limpa, regada de bons valores, o “Catecismo da Igreja Católica nos ensina que os pais dão os verdadeiros testemunhos desta responsabilidade, em primeiro lugar pela criação de um lar, no qual a ternura, o perdão, o amor, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado são a regra, sendo o lar um lugar apropriado para a educação das virtudes[4]”.
Pelo sacramento do matrimônio, os pais receberam o privilégio, a responsabilidade de ensinar e educar com amor e respeito os seus filhos na sua formação, devendo portanto começar já na infância, ajudando-os a se desenvolverem na fé e na graça de Deus, para que eles cresçam homens e mulheres com responsabilidade, como verdadeiros cidadãos cumpridores de seus deveres para com a sociedade e a pátria, sabendo respeitar as regras, as leis civis, como por exemplo, as Leis de trânsito e as Leis de Deus, seguro de suas convicções e dando bons exemplos aos outros cristãos de bem, onde sempre que for possível e com boa vontade, deverão auxiliar os irmãos mais vulneráveis e os menos favorecidos.
Os desafios de uma boa educação e a constituição de uma família nos dias de hoje são quase que incalculáveis, os obstáculos são enormes, principalmente através da mídia e dos meios de comunicação em massa, como a televisão, a internet, o rádio, os jornais, revistas e etc, vem bombardeando diariamente a instituição da família com a introdução de falsos valores, lembrando que outros diversos fatores também contribuem para destituir este sagrado sacramento, como os fatores econômicos, sociais, éticos, religiosos, políticos e etc. Começando, por exemplo, pelo fator econômico com o alto índice de desemprego, que assola milhares de família tirando assim toda a sua dignidade, surgindo inevitavelmente a fome e a desnutrição, com isso acarretando vários outros problemas na área da saúde e educação, pois é óbvio, a ingestão de alimentos para nutrir o corpo é fundamental para se ter força para o trabalho e para os estudos, que traz de volta um pouco mais de respeito e a tão desejada dignidade da pessoa humana, fortalecendo assim os laços da família, que é o alicerce da sociedade, família bem estruturada é sinônimo de uma sociedade forte, justa e soberana, pois a família representa, e tem um papel importante em qualquer circunstância da nossa vida, ela é a grande responsável pelo nosso sucesso na vida, um homem ou uma mulher bem sucedidos, tem sempre uma família sólida bem constituída em cima de valores pautados em ética, moral, respeito, responsabilidade, temperança e dignidade, e é através dela, que temos homens e mulheres bem sucedidos na vida, é da família que saem os médicos, professores, engenheiros, farmacêuticos, policiais, psicólogos, padres, dentistas, marceneiros, farmacêuticos, políticos, enfermeiros e também da mesma forma, os motoristas de ônibus, táxis, caminhões, ambulâncias e demais veículos automotores, desta forma a família é o berço, o reduto fundamental para a sua formação, sempre pautado no respeito na dignidade da pessoa humana e amor ao próximo.
1.1.3. O amor ao próximo
Falar em amor ao próximo em pleno século XXI é privilégio para poucos, pois requer muita entrega muito comprometimento e acima de tudo do desapego das coisas terrenas, dos bens materiais em demasia. O mundo de hoje, em que vivemos está em pleno desenvolvimento a todo vapor, surgindo naturalmente grandes questionamentos, como por exemplo, desenvolver seres humanos sem que haja ao mesmo tempo uma exploração do próprio ser humano em sua totalidade. Temos inúmeros exemplos de exploração de falta de amor ao próximo espalhado no mundo todo, é muito comum ouvirmos nos noticiários da TV, nos jornais ou revistas, denúncias de que pessoas seres humanos estão sendo explorados e obrigados a se submeterem a trabalhos escravos em condições desumanas, ou muitas vezes a se submeterem a prostituição, para se sobreviverem, ou seja, nos dando a impressão novamente que os ricos, os poderosos estão de certa forma por de trás deste episódio, se aproveitando dos menos favorecidos, dos mais vulneráveis.
Em outras palavras, os ricos são geralmente outras nações que gozam de inúmeros privilégios, por serem desenvolvidos, se instalam nos países pobres desprovidos de tecnologias, de culturas sólidas e na maioria das vezes sem estruturas. As nações ricas de certa forma, trazem consigo em sua bagagem “um pouco de esperança e de dignidade”, mas ao final das contas não há esperança e nem dignidade, pois com o andar da carruagem isso lhe é sorrateiramente tirado, é imperceptível para quem está dentro deste contexto ou vivendo este processo de transformação de exploração. Onde está então à dignidade da pessoa humana o respeito pela vida e o amor pelo próximo, onde estará a verdadeira caridade neste processo de exploração?
Para Santo Agostinho, falar em caridade é falar em amor a Deus propriamente dito, tornando possível, porque Deus amou primeiro a humanidade. “Onde existe o amor, nenhuma outra exigência é necessária[5]”. Sabemos que nos dias de hoje não é fácil falar em amor, caridade, carinho, desenvolvimento, responsabilidade social e o tão desejado respeito aos menos favorecidos, Infelizmente o que importa para os ricos e poderosos são os lucros financeiros. O discurso é sempre o mesmo em qualquer época ou circunstâncias, o processo explorativo infelizmente sempre acontece ceifando vidas, eliminando os sonhos de milhões de pessoas, nos revelando, nos dando a nítida impressão que enquanto houver a fome, a sede, a desnutrição, a falta de uma educação com qualidade, a falta de um serviço, de saúde que atinja as reais necessidades da população, o ódio exagerado, a ganância pelo dinheiro e pelo poder, injustiças, arrogâncias, prepotências, o orgulho, o desejo de vingança, a violência nas cidades, nos campos, a corrupção desenfreada dos nossos governantes, a falta de amor ao próximo, de solidariedade, principalmente a falta de Deus na vida das pessoas, realmente se torna muito difícil falar em amor ao próximo. Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. Muito mais agora que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos Salvo da ira, por ele (Cf. Rm 5- 8, 9).
Sabemos que não há métodos ou fórmulas mágicas prontas para este caso especificamente, mas é preciso estar com os pés firmes ao chão, para darmos continuidade a este trabalho, sabemos que muitas outras coisas básicas precisam acontecer antes, tais como o desapego aos bens materiais, a partilha, a solidariedade, o amor incondicional entre as pessoas, o respeito e a valorização da vida humana, para que o mundo possa então ser um lugar mais digno para que possamos viver a vida, com mais dignidade, sabedoria, com prudência, sabendo respeitar os limites das outras pessoas, sem desprezarmos certas normas da vida social, como, por exemplo, as estabelecidas para defender a saúde ou para regularizar o trânsito de veículos, sem repararem que esse seu descuido põe em perigo a vida própria e alheia. Pensando nisso iremos trabalhar no próximo capítulo, as causas de um dos maiores fatores da falta de amor de respeito e de valorização da vida, que são os acidentes de trânsito, que está de certa forma assolando, desestruturando famílias inteiras da nossa sofrida sociedade, devido a morte de milhares de pessoas de norte a sul e leste a oeste deste imenso Brasil.
CAPÍTULO II
A importância do Trânsito
Em 23 de setembro de 1997, foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo então Presidente da Republica, Fernando Henrique Cardoso, a Lei 9.503, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro o CTB, que está dividido em 341 artigos, estando ainda divididos em 20 capítulos, trazendo em seu Anexo I, Conceitos e definições e no Anexo II, As sinalizações de trânsito. Este Código de Trânsito (CTB) veio para doutrinar de forma mais eficaz, velhos costumes errôneos dos nossos motoristas ou condutores de veículos de um modo geral, na intenção de corrigir comportamentos de ciclistas, motociclistas e de pedestres, respeitando os seus direitos, mas cobrando também suas responsabilidades, com o objetivo de por um ponto final na impunidade das transgressões ao nosso trânsito, que vem a cada dia ceifando um número cada vez maior de vidas, sempre regados a sofrimentos, dor da ausência de pessoas queridas e incalculáveis prejuízos financeiros. Todos nós sabemos da grande importância do trânsito em nossas vidas, para a economia do nosso país, para levar o progresso, os alimentos até a mesa das pessoas, amenizando a dor da saudade encurtando as distâncias percorridas, trazendo conforto e comodidade para as nossas vidas, mas tudo isso tem um alto preço a ser pago, muitas vezes em razão de nossa atitude omissiva como cristão, que deixamos quer por imprudência, negligência ou por até mesmo por imperícia, de fazer algo que deveríamos de ter feito antes de iniciarmos nossas viagens, colocando desta forma em perigo a vida de milhares de pessoas inocentes.
2.1. O que é trânsito?
“Conforme o § 1º do Artigo 1º da Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997. Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga[6]”, ou seja, trânsito é o uso a utilização preferencialmente de forma ordenada das vias públicas abertas ao público, (rodovias pavimentadas, estradas de terra, ruas, avenidas, praças públicas, logradouros, praias, calçadas, e etc.) por veículos motorizados (automóveis de passeio, caminhões, ônibus, motocicletas, motonetas, ciclomotores, e etc.), veículos não motorizados (bicicletas, carro de boi, carroças, charretes, e etc.), pedestres e animais, para fins de circulação, parada ou estacionamento.
“Para Rozestraten, Transito é o conjunto de deslocamento de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes [7]”.
2.1. 2. As causas e os efeitos de um acidente de trânsito
As causas de um acidente de trânsito sempre são impossíveis de serem apontadas de forma imediata e que sejam satisfatórias, e que ao mesmo tempo sejam precisas, mas podemos analisá-las de várias formas para se chegar nestas causas, como por exemplo, o que verdadeiramente houve ou o que ocorreu antes, para dar início a este evento, foi talvez uma possível falta de atenção, ou a perda do controle sobre a direção do veículo, um mal súbito, excesso de velocidade, condições de tempo ou condições da rodovia, ou até mesmo por excesso de veículos deixando o trânsito lento e seus condutores impacientes.
Cerca de 90% dos acidentes de trânsito poderiam ser evitados com mudanças comportamentais. Acidentes de trânsito custam cerca de R$ 22 bilhões aos cofres públicos. Esses números podem ser reduzidos com conscientização e mudanças de atitude. Estudos apontam que cerca de 90% dos acidentes de trânsito são causados por falha humana e, portanto, poderiam ser evitados com mudanças comportamentais. Entre as principais causas estão negligência (desatenção ou falta de cuidado ao realizar um ato), imprudência (má fé: velocidade excessiva, dirigir sob efeito de álcool, falar ao celular, desrespeitar sinalização, etc.), imperícia (falta de técnica ou de conhecimento para realizar uma ação de forma segura e adequada). Outro número alarmante está relacionado aos custos dos acidentes para os cofres públicos. Estudo realizado há quatro anos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) avalia em cerca de R$ 22 bilhões, por ano, o custo econômico dos acidentes nas rodovias federais e estaduais. Dirigir com segurança requer mais do que pura aptidão para operar um veículo motorizado, requer a adoção de uma atitude preventiva ou conduta segura. Portanto, a grande maioria dos acidentes de trânsito, podem ser evitados com simples mudanças no comportamento de risco dos usuários da via pública, seja ele o condutor de um veículo, um ciclista, motociclista ou pedestre”, afirma o gerente de consultoria, Dennys Riper, do Centro de Prevenção de Acidentes (CEPA). Um dos objetivos do módulo teórico dos treinamentos do Centro de Prevenção de Acidentes (CEPA) é conscientizar os participantes do papel que o motorista assume como protagonista nos acidentes de trânsito [8].
Sempre que há um acidente de trânsito, logo imaginamos que alguém se feriu, isto é automático, em razão dos noticiários que ouvimos todos os dias na televisão, no rádio, ao acessarmos a internet, ou até mesmo lemos nos jornais ou nas revistas. Lembrando que tal evento quando ocorre, sempre traz consequências desagradáveis aos seus condutores e proprietários, ou seja, prejuízos financeiros com consertos dos veículos envolvidos no sinistro ou junto a seguradora com o pagamento de franquias, prejuízos financeiros também em razão dos decorrentes afastamentos de suas funções no emprego por razões médicas, devido às lesões corporais sofridas nos acidentes. Lembrando ainda que em alguns casos, quando infelizmente ocorrem óbitos, é sempre um grande transtorno para as famílias de um modo geral, pois são perdas irreparáveis, insubstituíveis, lembrando que é sempre um pai de família que deixa repentinamente sua esposa, seus filhos, seus irmãos, em razão da brutalidade de tal acontecimento, que sempre nos pega de surpresa, ninguém neste mundo está de certa forma preparado para morrer ou para perder um ente querido, de uma maneira tão violenta e ao mesmo tempo de forma estúpida, quando isso ocorre, inevitavelmente há sempre uma separação na família, seja no ato dos acontecimentos ou ao longo do tempo, queiramos ou não, aos poucos as estruturas vão se rompendo, isso infelizmente vem ocorrendo diariamente, causando dor, tristeza regada a muito sofrimento para todos os lados. Tais acontecimentos em alguns casos específicos dariam para serem evitados, se os condutores tomassem alguns cuidados básicos na direção dos automóveis, usando as técnicas de direção, ou seja, conduzir seus veículos de forma prudente, deixando de ser negligente e sendo perito em todas as suas manobras, fazendo uso dos conhecimentos adquiridos com relação à direção defensiva, prevendo-se, antecipando o perigo iminente, do que o outro condutor vai fazer, poderá ou não ser prejudicial aos demais condutores, neste caso devemos então evitar este mau condutor em suas manobras no trânsito, sempre que possível devemos dar ciência às autoridade de trânsito, seja pessoalmente ou através de telefone, anotando sempre que possível as placas, cor e modelos dos veículos e relatando às autoridades, tais condutas irresponsáveis de motoristas despreparados e descompromissados com a vida humana, não estando preparado, então não serve para conduzir veículos automotores nas vias públicas. Esta nossa simples conduta pode evitar um possível acidente de trânsito, e consequentemente salvar vidas, devemos pensar sempre neste fator.
Dirigir é sempre uma atividade perigosa, sempre a vida corre algum risco, por isso devemos fazê-lo com atenção, circunspecção, prudência. É sempre falta grave dirigir com reduzida capacidade psicofísica, sonolência, cansaço, remédios sedativos ou euforizantes e também distrair-se ao dirigir (olhar paisagens, pessoas, entreter-se com os passageiros). Em condições de trânsito intenso, pouca visibilidade e alta velocidade aumentam a responsabilidade do motorista. É moralmente obrigatório observar as leis de trânsito. É tanto mais grave quanto maior for o grau de periculosidade proveniente da inobservância: distração, excesso de velocidade, inobservância da proibição de ultrapassagem, andar na contramão, não observar a distância regulamentar. Não são normas arbitrárias ou de caprichos, mas frutos de longos estudos e experiências internacionais, de acordo com a concreção das principais e mais comuns exigências de prudência[9].
Todos nós sabemos da grande importância da preservação da vida, por esta e outras razões, devemos sempre obedecer às regras e as leis de trânsito, estar sempre atentos quando estivermos dirigindo, para não nos envolvermos em acidentes, principalmente quando resultar em vítimas graves ou até mesmo fatais, contrariando o quinto mandamento da igreja que proíbe “expor alguém a um risco mortal sem razão grave, bem como recusar ajuda a uma pessoa em perigo[10]”.
Sempre quando ocorre um crime ou uma contravenção na direção de um automóvel, há sempre um questionamento se houve ou não dolo, que significa “procedimento fraudulento e prejudicial em relação a outrem; má-fé, violação deliberada e consciente da lei[11]”. O ato doloso é quando conscientemente, alguém induz, mantém ou confirma o outro em erro, é a vontade deliberada dirigida à obtenção de um resultado criminoso ou assumindo o risco de produzi-lo. Agir com dolo, significa que alguém tem a intenção de atingir um fim exclusivamente criminoso, para causar dano à outra pessoa. Desta forma, quando um motorista de veículo, faz uso de bebidas alcoólicas, ou de outras substâncias tóxicas, ele corre o risco de ser enquadrado pela justiça, por ter cometido crime com dolo, pois assumiu integralmente o risco da prática do crime.
Diante destas afirmações, iremos destacar conforme já mencionado acima, alguns motivos que concorrem diretamente de modo decisivo para que haja tal acontecimento danoso, “são eles a embriaguez, a imprudência, a imperícia, a negligência, que consequentemente e de forma decisiva irá contribuir para a falta de atenção, para o desrespeito às sinalizações de trânsito, para o excesso de velocidade[12]”.
2.1.3. A embriaguez
A embriaguez é uma das principais causas de acidente de trânsito, conforme diz pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde. O estudo mostrou que 21% dos acidentes estão relacionados diretamente ao consumo de bebidas alcoólicas. Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, neste ano, já foram elaboradas 205 autuações pela infração.
A embriaguez ao volante é uma das principais responsáveis pelas mortes no trânsito em todo o país e também na região noroeste paulista. Um estudo divulgado pelo Ministério da Saúde aponta que 21% dos acidentes registrados no Brasil estão relacionados ao consumo de álcool. Na região, esta estatística infelizmente não foge à regra e assusta motoristas conscientes e autoridades. Se o estudo divulgado pelo Ministério da Saúde mostrou que 21% dos acidentes registrados no Brasil estão relacionados ao consumo de álcool, a situação no estado de São Paulo é pior. O levantamento também apontou que somente no estado o número dobra, chega a 40%. As principais vítimas são homens entre 20 e 39 anos. “A bebida causa uma sensação de liberdade, de desprendimento, de querer aparecer e com isso a pessoa está mais sujeito de se envolver em um acidente”, afirma a instrutora de trânsito Giselle Papani da Silva. De acordo com a Polícia Militar, de janeiro a junho de 2013, somente no perímetro urbano de São José do Rio Preto (SP) foram feitas 205 autuações por embriaguez ao volante. No mesmo período do ano passado, 212. Já nas rodovias estaduais que cortam a maior cidade do noroeste paulista foram 462 autuações e 11 prisões, contra 502 e 23 prisões em 2012. “É importante que os jovens, que porventura bebam, não dirijam, porque vão poder responder por homicídio doloso se matar uma pessoa no trânsito”, diz promotor de Justiça José Heitor dos Santos [13].
Toda a vez que nós cristãos, consciente de nossos deveres e principalmente de nossas obrigações, como cidadão, quando fizermos uso de bebidas alcoólicas e ao mesmo tempo conduzir veículos automotores, deixamos de certa forma, mesmo que seja por alguns instantes, de sermos cristãos e a condição de cidadãos de bem, e passamos a ser considerados infratores da Lei de trânsito, por este motivo ficamos vulneráveis sujeitos as suas sansões.
2.1.4. A imprudência
É aquele que faz quando não deveria ter feito, é quando inaceitavelmente um condutor de veículo, conduz um automóvel em alta velocidade em uma rodovia ou via urbana em mau estado de conservação, sendo esta velocidade incompatível com a sinalização de trânsito no local, ou estando esta rodovia, por exemplo, esburacada, expondo os demais condutores a um iminente perigo de acidente, ou ainda quando este mesmo condutor transita com seu veículo, sem fazer uso do tão necessário cinto de segurança, que já está devidamente comprovado que reduz consideravelmente os riscos de lesões graves quando na ocorrência de um acidente automobilístico, ou da mesma forma quando permite que os demais ocupantes deste mesmo veículo deixem também de fazer uso de seus cintos em seus respectivos assentos, ou até mesmo quando este condutor transita com seu automóvel com excesso de carga ou de pessoas no interior do referido automóvel, aumentando consideravelmente o risco de transtornos. Para ilustrar bem, cito alguns atos de pura imprudência, que são observados diariamente em todo o Brasil: pedestres que atravessam as ruas de suas cidades sem olhar para os lados e, lembrando ainda que a grande maioria não se utilizam da faixa de pedestre, ciclistas que andam na contramão de direção, invadindo as pistas centrais das ruas, avenidas e rodovias, motociclistas que fazem em alta velocidade arriscadas ultrapassagens entre os veículos que estão em movimento “o famigerado corredor” condutores que ultrapassam perigosamente pela direita ônibus, caminhões e demais veículos, quando o certo seria ultrapassar somente pela esquerda e com total segurança, há imprudência ainda quando se transita praticamente colado aos demais veículos que estão também transitando na sua frente e nas suas laterais, motoristas que fazem uso de aparelhos de som em altíssimo volume, outros que atendem o seu telefone celular e controlam a direção do seu veículo usando apenas uma das mãos.
2.1.5. A imperícia
É aquele que não sabe fazer, é a falta de habilidade, o despreparo em exercer determinada atividade, onde conhecimento técnico é fundamental para o sucesso da profissão, em outras palavras é a falta de capacidade para alguém executar um serviço, ou uma missão, trazendo riscos à segurança alheia. Podemos dizer que é quando alguém conduz, por exemplo, uma motocicleta sem ser, ou estar devidamente habilitado para tal, sendo esta pessoa um imperito para executar esta tarefa de modo satisfatório. A imperícia provém muitas vezes do mau treinamento ou da má formação destes condutores nos centros de formação de condutores, espalhadas em todo o território nacional, que em muitos casos, estes alunos não recebem um treinamento adequado, por parte de profissionais qualificados para desempenharem um papel tão importante e ao mesmo tempo relevante para toda a nossa sociedade, que merece sem dúvida todo o respeito, acarretando inevitavelmente num futuro muito próximo, em desagradáveis consequências.
2.1.6. A negligência
É aquele que não faz quando deveria fazer, é quando, por exemplo, há um desleixo, uma omissão dos órgãos públicos com jurisdição sobre a via, que deixam de fazer a tão necessária manutenção e sua sinalização, trazendo consequências desagradáveis aos usuários da via pública, como por exemplo, o recapeamento do asfalto já danificado pelo excessivo volume de veículos trafegando diariamente, sete dias por semana durante os trinta dias do mês sem interrupção. O corte do mato às margens da rodovia que geralmente encobrem as sinalizações de trânsito, causando dúvidas aos condutores e pedestres.
A falta de sinalização específica e adequada em alguns trechos próximos a pontos comerciais, igrejas e escolas, onde há sempre aglomerações de pessoas e de outros veículos de modo geral. É também quando alguém de forma irresponsável deixa que outra pessoa, tome posse na condução de veículo automotor sem estar devidamente habilitado para conduzir, ou estando ela sob efeito de bebidas alcoólicas ou de qualquer outro tipo de substâncias tóxicas que possa de forma direta ou indireta, interferir nas atitudes do condutor, trazendo consequentemente riscos para a coletividade. É quando também alguém conduz um veículo em mau estado de conservação, como por exemplo, transitando com os pneus gastos com as bandas de rodagens já sem os frisos, colocando em risco a segurança dos demais condutores de veículo. E quando ainda algum motorista de forma impensada, insensata, introduz sua família em um automóvel, e sai para uma viagem sem os devidos cuidados com a manutenção do mesmo, ou seja, sem fazer uma inspeção segura das reais condições deste veículo, como por exemplo, não verifica os freios, os documentos de porte obrigatório, se há combustível o suficiente para se chegar até o destino desejado, e etc.
Finalizando, é quando algum condutor desrespeita as leis de trânsito, avançando um sinal vermelho do semáforo, é quando não dá a preferência de passagens a outros veículos e pedestres, não colocando, portanto em prática as regras da Direção Defensiva, desrespeitando pedestres na faixa a eles destinados para atravessar a rua com tranqüilidade e com segurança. Sabemos que há um conjunto de normas e regras que devemos seguir para que haja segurança em nossos deslocamentos, pois da mesma forma saímos de nossas casas diariamente para o trabalho ou para o lazer, tendo o dever, a obrigação de voltarmos, pois muitas pessoas que amamos e que nos amam também estão esperando a nossa tão desejada volta. Infelizmente em nosso país os acidentes de trânsito ocorrem todos os dias, temos o conhecimento deste fato lamentável, é preciso que se faça alguma coisa, não queremos ser notícia para ninguém e para que nós não façamos parte desta estatística tão desagradável, temos que fazer a nossa parte, agindo sempre com muita prudência, sendo sempre perito em nossas atitudes e jamais conduzir veículos com negligência, desta forma com certeza será muito difícil nos envolvermos em algum acidente de trânsito.
Em julho de 1987, próximo ao município de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, ocorreu o maior acidente rodoviário, em número de vítimas registrado no Brasil nos últimos tempos, causando
a morte de sessenta e oito pessoas na BR 040, um ônibus de turismo da Viação Transmuniz se chocou contra um ônibus urbano da Viação Transnazaré, que transportava romeiros oriundos de Belo Vale interior de Minas. “Exames realizados revelaram que o motorista do ônibus da Viação Transnazaré estava conduzindo o veículo embriagado, e que o referido veículo não possuía autorização do DER de Minas para trafegar em rodovias[14]”.
Lamentavelmente devido à ação de um dos condutores do ônibus, resultou na morte de sessenta e oito pessoas, sabemos que eram pessoas de bem, como por exemplo, muitos deles eram pais de família, filhos, mães, irmãos, tias, tios enfim seres humanos que perderam suas vidas deixando um rastro de dor, tristeza, saudade, o triste sentimento de impotência diante a esta tragédia, ficando no ar sensação de impunidade, sem contar os prejuízos financeiros, devido a despesas com medicamentos, hospitais, perdas de emprego em razão dos afastamentos médicos, e etc. É necessário que haja profundas mudanças nas atitudes dos condutores, para que tragédias como essa não faça mais parte do nosso dia a dia, pois o verdadeiro cristão tem compromisso com a vida.
Em 2011 na SP-160 Rodovia dos Imigrantes, ocorreu um mega engavetamento, assustando pela quantidade de veículos envolvidos e pela violência das colisões. Mais de trezentos veículos, segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual, se envolveram no maior engavetamento em números de carros da história do país. O acidente deixou 1 morto e 29 feridos, a sequência das colisões começou na altura do km 41, em São Bernardo do Campo/SP, houve colisões em um raio de 2 km. “A densa neblina, segundo os relatos dos condutores já causava um comboio informal no trecho, quando alguns veículos ainda procuravam seguir a uma velocidade maior, fato que pode ter causado a primeira colisão e as demais em série, em razão da falta de visibilidade[15]”.
Neste caso especificamente, dispensa qualquer tipo de comentário, pois a grandeza, as proporções gigantescas deste sinistro, fala por si só. Todos nós sabemos que poderia ter havido mais vítimas fatais, o que tornaria ainda mais trágico este evento tão danoso para todos nós. Temos que tirar de alguma forma, algum aprendizado com este mega engavetamento, principalmente a Polícia Rodoviária e a concessionária que administra a rodovia, para que tais eventos não venham mais ocorrer, sabemos que muito já foi feito, mas é preciso que seja feito muito mais, pois os indicadores nos mostram que a cada dia, a cada mês e ano, o número de novos veículos que é posto em circulação em nosso país só aumenta, em contrapartida nos falta infra-instrutora, ou seja, a construção de novas estradas, vias e rodovias de boa qualidade.
O número de mortes em estradas federais nas festas de fim de ano (entre 20 de dezembro e 1º de janeiro) caiu 16,4% em 2013 em comparação ao mesmo período de 2012. Este percentual é calculado em relação ao tamanho da frota de veículos no Brasil no período. Em 2012, eram 76 milhões de automóveis em circulação no país; em 2013, o número estimado é de 82 milhões. Naquele ano o número de mortes foi de 5,5 por milhão de veículos, em 2013 foi de 4,6. Em números absolutos, a queda foi de 10% de 420 mortes para 379 [16].
Embora seja notório que o número de acidentes de trânsito, assim como o número de mortes tenha sofrido uma queda significativa, ainda é alarmante os indicies de tais eventos em nosso país, que como já foi mencionado acima, tem dimensões gigantescas o que com certeza contribui de forma direta e indireta para esta triste estatística.
CAPÍTULO III
O verdadeiro compromisso do cristão e da Igreja no trânsito
O verdadeiro compromisso do cristão e da Igreja no trânsito é a preservação da vida e a dignidade da pessoa humana, que devem estar ligados incondicionalmente em primeiríssimo lugar, com nossas atitudes em fazer uma checagem geral em nossos automóveis, antes de dar início a qualquer manobra, exatamente como está prescrito no Código de Trânsito Brasileiro, em seu Capitulo III, Das Normas Gerais de Circulação e Conduta, ou seja.
Art. 27 - Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Art. 28 - O condutor deverá, a todo o momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Lembrando aos condutores desatentos e descompromissados com a segurança e a fluidez do trânsito, que conduzir veículo com falta de atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança, está previsto em autuação no Art. 169 do CTB - Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segurança: Infração de natureza leve, com Penalidade de multa.
Não há, não existem desculpas, não adianta encontrarmos soluções descabidas, temos que contribuirmos com a segurança do trânsito, pois é dever de todos nós. Devemos estar sempre muito ligado no que diz o Código de Trânsito, para não sermos surpreendidos no decorrer do nosso passeio. Em primeiro lugar, devemos estar bem atentos e acima de tudo sermos organizados com as nossas coisas, ou seja, temos que nos ater aos mínimos detalhes, antes de darmos inicio a qualquer deslocamento com o nosso veículo, principalmente quando este deslocamento for para um lazer com a nossa família, ou qualquer outro tipo de deslocamento nas nossas estradas e rodovias, temos o dever como cidadão e como condutor de veículo, de fazer uma checagem geral em todos os itens de segurança do nosso automóvel, em outras palavras temos por obrigação, verificarmos os vários equipamentos de uso obrigatório, pois a simples falta, defeito ou inoperância de qualquer equipamento, que esteja previsto na Lei Nº 9.530 que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, acarretará em multas e como medida administrativa a retenção do veículo para sanar a irregularidade, lembrando ainda que em alguns casos específicos, caberá a recolha deste veículo em depósito devidamente credenciado. Para evitar tais aborrecimentos e consequentemente prejuízos financeiros, com o pagamento de multas de infração de trânsito e também com o pagamento de taxas em razão do recolhimento do veículo ao pátio credenciado, devemos colocar em prática nossos conhecimentos, seguindo rigorosamente o nosso CTB o “Código de Trânsito Brasileiro”.
3.1. Responsabilidade, respeito e compromisso com a vida
São inúmeras, as atitudes que nós não devemos tomar durante a nossa viagem, ou qualquer outro deslocamento por menor que ele possa ser para termos com certeza, um passeio tranquilo e sem aborrecimentos. Em um primeiro momento o que nós não devemos fazer de modo algum enquanto estivermos dirigindo qualquer veículo, seja ele um automóvel particular, ônibus, caminhão, motocicleta e etc, é conversarmos utilizando-se do telefone celular, o que nos acarreta dirigir usando apenas uma das mãos, diminuindo sensivelmente a nossa atenção ao volante.
Dirigir veículos automotores, estando com o braço e antebraço “pendurado” do lado de fora do veículo. Dirigir fazendo o uso de fones de ouvidos que prejudica a nossa audição, ou seja, nos faz perdermos a noção do que esta acontecendo fora do veículo, transitar com veículo em alta velocidade nas rodovias, estradas, nas avenidas ou em ruas movimentadas, jamais devemos avançar o sinal vermelho do semáforo ou estando ele no amarelo, que representa sempre um perigo iminente.
Não devemos conduzir veículo sem fazer uso do cinto de segurança ou permitir que os ocupantes do nosso veículo deixem de usar o cinto, principalmente quando estivermos transportando crianças, neste caso especificamente temos que adotar as novas regras que estão previstas no Artigo 168 do CTB, combinado com a resolução 278/2008 do CONTRAN, ou seja, não podemos transportar crianças até um ano de idade, sem que ela esteja devidamente “acondicionada” em uma cadeirinha denominada “de bebê conforto”, no banco traseiro, crianças acima desta idade e até quatro anos de idade deverão ser transportadas em cadeirinhas fixadas no banco traseiro dos veículos, e acima desta idade e até sete anos e meio também em cadeirinha com elevação no banco traseiro, sabendo desta regra, agora não temos desculpas para descumpri-las.
Jamais conduzir veículos sem estar devidamente habilitado ou estando com o exame médico da carteira de habilitação já vencido ou conduzir veículo estando ele com falta de licenciamento, ou estando ainda ele com os pneus gastos devido ao excessivo uso. Não devemos nunca, dirigir veículo estando ele com falta ou defeito em qualquer equipamento de uso obrigatório. Jamais conduzir veículo estando ele sem combustível, o suficiente para ir ou voltar ao seu destino. Não podemos conduzir veículo usando chinelos de dedos, do tipo havaiano, ou no caso das mulheres usando sandálias, sapatos de saltos enormes que não se firme aos pés, trazendo “in tese” um considerável risco a segurança do trânsito, porém é importante sabermos que podemos dirigir descalço, nada nos proíbe tal conduta ao volante.
Nunca conduzir veículo de forma desatenta, sem prestar a devida atenção nas sinalizações de trânsito ou até mesmo conduzir veículo sem fazer o devido uso de óculos de grau quando é recomendado pelo médico oftalmologista, estando inserida tal exigência na própria Carteira de Habilitação. Não podemos de forma alguma transitar com os nossos veículos, nos acostamentos e nem pará-los aleatoriamente, seja para descansar, conversar, lanchar, dormir, namorar, ou até mesmo fazer pequenos reparos nos mesmos e etc...
Não fazer jamais ultrapassagens em locais que sejam proibidos pela sinalização de trânsito, ou em curvas sem visibilidades, em aclives e declives, sobre pontes, no interior de túneis, em locais onde haja pintura de solo indicando linha dupla ou simples contínua amarela. Jamais devemos conduzir um veículo automotor no caso de termos ingerido alguma bebida alcoólica. Não dirija também nos casos em que você acabou de sair de uma discussão com a esposa, com a namorada ou até mesmo com um filho ou filha, com os pais, pois é grande o risco de haver acidentes de trânsito, nestes casos especificamente ou até mesmo gerar desentendimentos, discussões no trânsito com outro motorista.
Não dirija quando estiver tomando algum medicamento, antidepressivos que possa causar sonolência, ou estando cansado sem dormir a muito tempo consequentemente com sono, com fome e sem se alimentar adequadamente. Não devemos de forma alguma conduzir veículos em período muito longo, sem fazer uma pausa, isto nos deixa consideravelmente mais vulneráveis para cometimentos de infrações de trânsito, acarretando em erros, podendo estes mesmos erros serem fatais em nossas vidas, mudando-a completamente em questões de segundos, e neste caso não haverá mais retorno. Pense bem nisso antes de agir.
3.1.2. Em busca do verdadeiro cristão no trânsito
Sabendo como verdadeiros cristãos, do que nós não devemos fazer, fica aparentemente fácil saber o que na verdade nós temos que fazer, mas não é assim tão fácil, temos que estar a todo o momento exercitando para não deixar de executar com responsabilidade “nossas obrigações”. Após fazermos uma análise completa das reais condições do nosso automóvel, verificando itens por itens, principalmente o nível da água do radiador e o nível de óleo do motor, sem se esquecer de levar anotado em uma agenda de preferência, os números de telefones úteis, tais como das Policias Rodoviárias, Federal e Estadual, Corpo de Bombeiro (Resgate), Policia Militar, Concessionárias das rodovias as quais iremos utilizar, o número do telefone no nosso seguro em caso de uma emergência e nós precisarmos dos serviços de um guincho, nesta mesma linha de pensamento devemos ter também o número do telefone de algum mecânico de confiança, de um táxi, e etc., não se esquecendo de absolutamente nada, e sabendo que temos a responsabilidade de conduzir nosso veículo com atenção, com cuidado e acima de tudo com muito respeito aos demais condutores, devemos então dar início a nossa tão esperada viagem, lembrando a todo o instante que devemos nos ater de forma implacável na velocidade que estamos desenvolvendo, respeitando em primeiro lugar os limites de velocidade da rodovia, fazendo sem dúvida alguma, o uso do cinto de segurança para todos os ocupantes do veículo.
Obedecer às sinalizações de trânsito em todos os sentidos é primordial, principalmente nos locais onde podemos em uma eventualidade, efetuarmos uma ultrapassagem com toda a segurança, estando com uma ampla visão a nossa frente, atrás e ao nosso lado também. No caso de termos que fazer uma parada repentina, devemos fazer em uma área de preferência destinada a este tipo de paradas, na ausência deste lugar então devemos procurar um posto de serviço da concessionária da rodovia, ou até mesmo parar próximo ao posto de Policiamento Rodoviário, lanchonetes, restaurantes, e etc. Lembrando sempre que a velocidade não diminui a distância a ser percorrida, a não ser a distância entre a vida e a morte. Devemos nos lembrar todos os dias da nossa vida, que somos por demais importantes para toda a nossa família, e o simples fato de irmos a algum lugar, naturalmente nos é cobrado para voltarmos sãos e salvos.
3.1.3. O papel da Igreja na educação para o trânsito
Como todos nós sabemos a Igreja católica, em razão de sua grandiosidade, desenvolve e ao mesmo tempo exerce um papel social muito forte em nossa sociedade, ou seja, a Igreja é sem dúvidas uma grande formadora e geradora de opiniões, uma importante aliada do governo nos assuntos sociais, as autoridades sabem muito bem disso. E aproveitando este importante compromisso que a Igreja tem com os seus fiéis e a nossa sociedade de um modo geral, deveria estar inserida profundamente neste trabalho de conscientização dos nossos jovens e adultos que conduzem veículos automotores nas ruas, avenidas, estradas e rodovias em nosso território Nacional, onde segundo algumas “pesquisas realizadas, quarenta e duas mil pessoas morreram só este ano de 2012 no Brasil, vítimas de acidentes de trânsito[17]”, um número cada vez mais alarmante, e segundo estas mesmas pesquisas, o “Sistema Único de Saúde gasta, só no estado de São Paulo, um paciente ficando internado, fazendo várias cirurgias em seis meses, ele pode gastar até R$ 300 milhões. Porque a imensa maioria, 90% desses indivíduos, são atendidos no Sistema Único de Saúde[18]. Sabemos também que outras milhares de pessoas ficaram sequeladas, estes números são assustadores e a tendência é que cresçam ainda mais, à medida que são fabricados e importados milhares de outros veículos todos os dias em nosso país, os números são sem dúvidas alarmantes.
Atualmente cerca de 2 milhões de pessoas morrem por ano, vítimas da violência no trânsito, e o número de feridos é ainda mais alarmante. Levando em conta que dois dos principais fatores que influenciam no crescimento da taxa de mortalidade no trânsito são a relação “comportamento e segurança dos usuários” e o excesso de velocidade, e os relatórios internacionais sobre acidentes de trânsito, o CONTRAN definiu o tema da Semana Nacional de Trânsito 2012 como: “Década Mundial de Ações para a Segurança do Trânsito 2011/2020: Não exceda a Velocidade, Preserve a Vida”. A velocidade é tema inédito na semana nacional, e o principal foco é a conscientização de jovens entre 18 e 25 anos, considerados o grupo mais vulnerável e de maior exposição ao risco de acidentes de trânsito. Para traçar e realizar as ações, o CONTRAN definiu como prioridade a necessidade de unir esforços intersetoriais, visando a redução dos acidentes de trânsito. Assim como nos anos anteriores, a Semana Nacional de Trânsito será realizada entre os dias 18 e 25 de setembro [19].
Dois milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas de acidente de trânsito, isto é um absurdo, é inaceitável, morre muito mais pessoas vítimas da violência no trânsito do que vítimas da violência nas guerras e atentados terroristas pelo mundo todo, é preciso repensar muito bem o assunto, só para que tenhamos uma noção da gravidade iremos fazer uma pequena comparação, é a mesma coisa que se a população inteira da cidade de Campinas e da cidade de São José dos Campos, ambas situadas no interior do Estado de São Paulo, desaparecessem a cada ano, isto nos mostra a real gravidade do nosso caótico trânsito, as autoridades precisam redobrar seus trabalhos em prol da segurança do trânsito, com atitudes sérias compromissadas com bem estar da população, mas infelizmente as campanhas dos governos federal, estadual e municipal que visam conscientizar estes condutores jovens e adultos não são o suficiente e nem sempre atingem os seus objetivos, é preciso que algo a mais e especial seja feito em curto espaço de tempo, para que os números de vítimas sejam amenizados, que vidas humanas sejam poupadas, que sofrimentos com as perdas irreparáveis de vidas humanas sejam diminuídas.
Diante a este flagrante desrespeito com a vida e com a dignidade da pessoa humana, e perante a necessidade de se valorizar o bem mais precioso que temos, que é a nossa própria vida, é que sugerimos como mais uma ferramenta ou mais um importante instrumento a favor da vida, a criação de uma “Pastoral do Trânsito” em nossas comunidades, da mesma forma que seja ainda inserido ou implantado, cursos, palestras com noções e conscientização das leis e normas de trânsito, nas reuniões que ocorre semanalmente com as crianças e jovens da catequese, da mesma forma que seja sempre assunto de debates nos encontro de jovens, encontros de casais, nos cursos de crisma, nos cursos de noivos e por fim que o trânsito seja sempre também assunto nas homílias realizadas nas missas semanalmente em todos as nossas igrejas em âmbito nacional, e por fim que a CNBB, crie campanhas que estejam diretamente voltadas para a questão da valorização da vida perante os acidentes de trânsito, tudo isso como forma de se valorizar a vida e a dignidade da pessoa humana.
CONCLUSÃO
Tendo percorrido o caminho proposto, podemos observar mais uma vez que não foi uma tarefa tão fácil, em razão é claro da riqueza de detalhes e da grandeza dos assuntos que foram abordados. Falar em amor ao próximo, dignidade da pessoa humana, valorização da vida perante os acidentes de trânsito, foi um enorme desafio. O Brasil como todos nós sabemos, é um país de dimensões gigantescas, com inúmeras barreiras políticas, econômicas, sociais e culturais, o que sempre contribui de forma negativa para se implantar leis ou normas, para cobrar atitudes ou mudanças de comportamentos, que possa de alguma forma contribuir para a redução dos altos índices de acidentes de trânsito. Pois sabemos muito bem da grande importância do trânsito em nossas vidas, hoje seria impossível ficar sem o transporte rodoviário, que transporta riquezas para todos os lados; Por este e outros inúmeros motivos, temos que contribuir como bons cristãos e acima de tudo como cidadão, para um trânsito mais humano e seguro para todos nós.
Sabendo deste enorme desafio pela frente, e por muitas outras razões, este trabalho de estudo e de pesquisa, está propondo, sugerindo como uma das formas de se diminuir os altos índices de violência no trânsito neste país, a criação de uma Pastoral do Trânsito junto às comunidades locais, assim como nas reuniões de grupo de jovens, encontros de casais, nos cursos de batismo, retiros espirituais, principalmente nas reuniões de catequese nos finais de semana, da mesma forma nas homílias, nas missas celebradas diariamente em todo o território nacional, que seja sempre debatido as questões da preservação e da valorização da vida no trânsito, e por fim estamos sugerindo ainda que seja feito um estudo junto a CNBB, para a criação de uma campanha em nível nacional, com o tema voltado exclusivamente para a valorização da vida perante os acidentes de trânsito.
O objetivo maior deste trabalho é o chamado à conversão, ou seja, a mudança de comportamento de paradigma de cada um de nós, com atitudes dignas e responsáveis de um verdadeiro cristão, compromissado com a defesa da vida com a dignidade da pessoa humana e com a justiça, fazendo sempre a nossa parte, com certeza viveremos dias melhores. O pontapé inicial foi dado, a parte teórica foi realizada.
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[6] Carlos Silvestre Tavares PERES; Augusto Valter ROBERTO. Mega Vademecum Juridico, São Paulo, 2008, p. 667.
[7] Reinier Johannes Antonius, ROZESTRATEN (1988). Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São Paulo, p.04.
[8] http://www.cepasafedrive.com/v2/index.php. Acesso em 25 de novembro de 2013.
[9] Mário Marcelo COELHO. O que a Igreja ensina sobre... São Paulo, 2007, p. 29-30.
[10] CEC n. 2269.
[11] Domingos Pascoal CEGALLA. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, São Paulo, 2008, p. 321.
[12] http://www.transitobr.com.br /Acesso em 17 de novembro de 2013.
[13]http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2013/09. Acesso em 23 de novembro de 2013.
[14] http://mundotransito.com.br/index.php/2013/10/05/revista-mundo-transito-edicao- nº 8 – setembro e outubro de 2013, p.15. Acesso em 17 de novembro de 2013.
[15] Idem, p. 16-17.
[16] Michelle Mendes, Jornal Gazeta de Taubaté, ano 1. Sexta feira dia 03 de janeiro de 2014. Edição 227, p. 4.
[17]http://memória.ebc.com.br/agenciabrasil/notícia/2012-09-29/acidentes-de-trânsito-causam-42-mil-mortes-por-ano.Acesso em 17 de novembro de 2013.
[18] http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/09. Acesso em 17 de novembro de 2013.
[19] http://www.denatran.gov.br/campanhas/semana/2012/snt2012.htm. Acesso em 17 de novembro de 2013.