A Degeneração da Nação
Por george ferreira | 14/12/2008 | BíbliaO Falso Profetismo em Israel
Pastor George Emanuel
AI dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR. Portanto assim diz o SENHOR Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o SENHOR.E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o SENHOR.Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra.Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA....Quanto aos profetas, já o meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como um homem embriagado, e como um homem vencido de vinho, por causa do SENHOR, e por causa das suas santas palavras.Porque a terra está cheia de adúlteros, e a terra chora por causa da maldição; os pastos do deserto se secam; porque a sua carreira é má, e a sua força não é reta.Porque tanto o profeta, como o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR. (Jr 23:1-6, 9-11)
Introdução:
1.Deus promete no capitulo 23 que verdadeiros pastores substituirão os pastores falsos, e que "um renovo justo", da descendência de Davi, um rei, "há de reinar e agir com discrição, e executar o juízo e a justiça na terra". Qual é o seu nome? "Será chamado: Senhor Justiça Nossa." Ele ajuntará o restante disperso. (Jr 23:5, 6).
2.Deus também expõe neste capítulo os pecados dos falsos profetas: sua conduta é degenerada e vergonhosa; sua mensagem é degenerada e maldita; e suas atitudes são totalmente degeneradas, vergonhosas, e cheias de apostasia. E se os profetas tivessem ficado no grupo íntimo de Deus (conhecendo a mente de Deus), teriam feito o povo ouvir as Palavras de Deus e desviar-se do seu mau caminho. Mas ao contrário, diz o Senhor, "fazem meu povo vaguear por causa das suas falsidades". (Jr 23:22, 32).
3.Para advertir a Israel disso, para preservar tantos quantos for possível contra esse contágio, Deus ordenou a Jeremias para gritar bem alto, e mostrar às pessoas o risco que elas correm. Para esta finalidade, ele tem enviado seus servos, os Profetas, em suas sucessivas gerações, para indicar o caminho estreito, e exortar todos os homens a não estarem de acordo com esse mundo. Mas o que fazer, se os próprios vigias caem na armadilha, contra a qual eles deveriam advertir a outros? O que fazer se "os Profetas profetizam fraudes? ''. Se eles "fazem com que as pessoas errem o caminho"?. O que deve ser feito, se eles indicam, como o caminho da vida eterna, o que, em verdade, é o "caminho da morte eterna"; e exortam outros a caminhar, como eles mesmos fazem, no caminho largo, e não no estreito?
ðO profeta Jeremias profetizou sob o reinado de um bom rei, Josias, e péssimos reis, como Jeoaquim, Joaquim e Zedequias. Jeremias se opôs à política pecaminosa desses reis, que, por sua vez, perseguiram o profeta. Durante todas as calamidades da má liderança reinando sobre o trono da nação de Israel, em liberdade ou em cativeiro, Jeremias, este homem de Deus, vivera sob a direção de Deus, e profetizara sua Palavra (23.28-32); encontrando problemas terríveis no meio da nação de Israel, dentre eles à falsa profecia e a apostasia seriam as maiores adversárias para o bem estar da nação e oponentes ferrenhas ao seu ministério profético.
ðEnquanto muitos falsos profetas pregavam que a cidade de Jerusalém seria salva, Jeremias pregava o juízo. A dificuldade de Jeremias era agravada pelo fato que ele não realizava grandes sinais. Jeremias não realizava curas e maravilhas como Elias e Eliseu; Jeremias não era capaz de fazer a sombra voltar do relógio de Acaz retroceder como Isaías. Por isso, como ele poderia comprovar que a sua mensagem era de origem divina e as dos outros era falsa. Em Jeremias não temos uma dissertação sobre o falso profetismo, mas temos os seguintes indícios sobre a falsa profecia:
1.O falso profeta não fala a palavra de Deus, mas fala as palavras do seu próprio coração. (Jr 23:16) . Mas como saber quem fala de Deus e quem fala do coração?"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá"? (Jr 17:9)
2.O falso profeta traz apenas mensagens de otimismo, ele não expõe e nem condena o pecado do povo. (Jr 7:4-6).
3.O falso profeta não tem um compromisso ético, levando muitas vezes uma vida de imoralidade e pecado. (Jr 29:21-23).
4.O falso profeta faz previsões que não se concretizam, como foi o caso do falso profeta Hananias que previu a restauração da soberania de Judá em 2 anos (Jeremias 28).
ðCalvino, disse: lemos em Jeremias: "O profeta", disse ele, "em quem há um sonho, narre o sonho; e quem tem minha palavra, fale minha palavra, verdadeiramente" (Jr 23.28). Certamente, a todos lhes impõe uma lei. No entanto, é uma lei da seguinte natureza: ela não permite que alguém ensine mais do que lhe foi ordenado. E a seguir chama palha a tudo quanto não provém unicamente Dele (Jr 23.28).
ðConseqüentemente, ninguém dentre os próprios profetas abriu a boca senão quando a Palavra do Senhor o antecede. Daí tantas vezes neles ocorre estas expressões: a palavra do Senhor, o peso do Senhor, assim diz o Senhor, a boca do Senhor o disse.
·O Profetismo "verdadeiro" e "falso" em Israel.
A comunicação das palavras de Yahweh de forma atual, concreta e sem contemporizar, torna o profetismo legítimo até para criticar o que é considerado sagrado. Em função disso, "os profetas escriturísticos" se opuseram "aos pseudos-profetas", que era uma instituição profética do "templo" dou da "corte" que também diziam ter recebido as palavras diretamente de Deus. Sob essa óptica foi desenvolvido 5 critérios para revelar o "verdadeiro" profetismo:
1.Não há arrogância e autoconfiança na apresentação do profeta (cf. Jr 23: 27s).
2.Verdadeiros profetas não são "assalariados", sendo, portanto independentes e livres (cf. Am. 7.10-17).
3.A vida do profeta condiz com a mensagem (cf. Jr. 23.14).
4.Há uma "voz de vocação" e não uma procura pela atividade de profeta. Muitas vezes, ele o é contra sua própria vontade (cf. Is. 6).
ðHouve muitos falsos profetas em Israel e os mais conhecidos foram os 450 profetas de Baal e os 400 profetas de Asera (1Rs 18.19). O rei Acabe tinha 400 profetas falsos (1Rs 22.6), bajuladores, que falavam sempre o que lhe agradava (1Rs 22.11,12, 22,23). Jeremias reclamou, com dureza, dos falsos profetas de seu tempo. Jeremias sofre a oposição dos profetas de prosperidade dos quais Yahweh diz: Os profetas profetizam mentiras em seu nome, nunca os enviei nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, adivinhação, vaidade e o engano do seu íntimo é o que eles profetizam. (Jr 5.31; 8.10-12; 14.13-15; 23.9-40; 27.9-16; 28.8,9). Também Ezequiel levantou sua voz contra estes falsos profetas que não falaram por inspiração de Deus (Ez 12.27,28; 13.2-9,17-23). O falso profeta foi bem caracterizado nas instruções contidas em Deuteronômio 18.15-22 e Dt 13.1-5.
ðObservamos que:
- Ele devia falar em nome de Deus, não de outros deuses (Dt 18.20).
- Sua profecia tinha que se cumprir detalhadamente (Dt 18.22).
- Ele não podia se aproveitar do cumprimento de sua profecia para induzir os ouvintes a se rebelarem contra Deus (Dt 13.2-3).
- Sua palavra deveria estar em harmonia com a de Deus (Is 8.19-20).
- Isto é importante para nós. O padrão para se avaliar se um profeta é de Deus é a sua lealdade à Palavra de Deus.
- O ensino do profeta tem ser subordinado e avaliado pela Escritura. Ele não pode ir além dela nem a contradizer os seus preceitos.
- A Bíblia é o padrão para se julgar qualquer ensino tido como profético. Quem fala um milímetro fora da Bíblia é mentiroso. Deus já falou pela Bíblia e ele não se contradiz.
- O profeta de Deus no Antigo Testamento se apresenta como mensageiro enviado de Javé (Yahweh), cuja função oficial é anunciar a palavra de Deus que o próprio Javé lhe deu.
- O dito ou a formula do mensageiro (assim diz o Senhor) situa-se entre a crítica do presente e uma declaração para sobre o futuro conforme àquilo que já estava revelado na Lei. O profetismo ergue-se, portanto, paralelo à lei e, juntamente com ela, sustém o edifício sagrado da religião hebraica, quer em função social no seio do povo de Israel, quer como monumento literário no Livro divino, a Bíblia. Daí a razão por que em linguagem bíblica, de modo especial no Novo Testamento, são de uso corrente o binômio "Lei e Profetas" para indicar todo o Antigo Testamento (cf. Is. 2:3; 2 Mac. 15:9; Mt. 11:13; Lc. 24: 27 etc.). Olhando para esta forma básica temos os seguintes elementos da autocompreensão do profeta:
- Ele é o portador de palavras concretas de Deus e precisa comunicá-la sem perguntas ou sem contemporizá-las.
- De tudo aquilo que o profeta recebe, ele tem a possibilidade da análise contrária e da critica do presente.
- O profeta leva a Palavra de Deus às instancias que gerem publicidade para a Palavra (rei, dirigentes, sacerdotes e também ao povo).
- O profeta é crítico, visionário e um reformador do verdadeiro culto e sua única legitimação é sua experiência direta com Deus.
ðNa história da Revelação do Antigo Testamento, os profetas, assim como a sua mensagem fazem essencialmente parte dele. E que, pela sua crítica, abrem o caminho a Israel e acompanham-no sempre ao longo de toda a sua história.
ðDetenhamo-nos, por instante, na profecia, no sentido veterotestamentário do termo. Convém esclarecer com precisão; o que é, de fato, um profeta?
ðPara dissipar, de vez, todo o mal entendido possível, considere as seguintes sentenças.
1.Um profeta não é um adivinho do futuro.A característica essencial do profeta não consiste em predizer os acontecimentos futuros. O profeta é aquele que diz a verdade, em virtude do seu contacto com Deus e, tratando-se da verdade válida para hoje, acaba por iluminar também, naturalmente, o futuro. Todavia, não se trata de predizer o futuro em todos os seus pormenores.
2.Pelo contrário, trata-se de tornar presente, num determinado momento, a Verdade divina, o que permite indicar o bom caminho a seguir.
3.No que se refere ao Povo de Israel, a palavra do profeta possui uma função particular, no sentido em que a fé judaica é orientada essencialmente para o futuro, isto é, para aquilo que está para vir, conforme a Lei revelou.
4.Conclui-se que a palavra do profeta apresenta um duplo caráter: apoia-se na Fé do Povo de Israel, por um lado e, pelo outro, pede que se ouça e se cumpra a Lei do Senhor.
5.O que faz o profeta um guardião da Lei e do Pacto que Deus fez com o Povo eleito, fazendo-a seguir sempre em frente. Depois, importa sublinhar que o profeta não é um apocalíptico, se bem que tantas vezes o pareça. A sua missão principal não é descrever realidades últimas do mundo, mas fazer compreender a fé em Deus, no momento em que fala, como uma esperança viva no coração da nação para seu bem estar espiritual.
6.Do mesmo modo, embora o profeta deva intervir na história, proclamando a Palavra de Deus, comparada como esta é a uma espada cortante. O profeta deve sempre lembrar aos chefes de Israel, como instituição que não deixam de ser, a exigência vital posta por Deus; e isto, apesar do mal entendido e abuso que se faz da Palavra divina.
7.Sabemos como no fim do livro do Deuteronômio (18,15), Moisés nos é apresentado como profeta e é ele mesmo que se nos apresenta como tal. Moisés anuncia a Israel o seguinte: "O Senhor, teu Deus, suscitará em teu favor um profeta saído das tuas fileiras, um dos teus irmãos, como eu" (Dt 18,15). Ora, põe-se-nos uma questão: que quer dizer "um profeta como eu"? Ou seja, deve ser um israelita e não um estrangeiro, deve ser um arauto e guardião da Lei do Senhor, deve ser comissionado e enviado pelo próprio Deus, e acima de tudo ser leal a Aliança e falar não em seu nome, mas em Nome de Yahweh. Tais características cumpriram-se cabalmente e terminantemente em Jesus Cristo.E disse-lhes, Jesus: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos. Lc 24:44
ðJesus no seu sermão escatológico em Mt 24.24, nos adverte que neste tempo "surgiriam falsos Cristos e falsos profetas que enganariam a muitos". O Espírito Santo através de Paulo semelhantemente afirma que "nos últimos tempos, alguns apostatariam da fé por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios" (1 Tm 4.1). Mas o que estes autores do N.T. querem dizer com expressões tais como "tempos do fim", "últimos dias", "últimos tempos" e "última hora"? Certamente tais expressões apontam para o período de tempo inaugurado por Jesus. O apóstolo João mesmo, interpretando a presença dos falsos profetas em seus dias à luz do sermão escatológico de Jesus em Mt 24, chega à conclusão que este sinal atestava o fato de que ele estava vivendo nos últimos dias. A existência de falsos profetas, falsos mestres ou anticristos são apontados por Jesus como um dos sinais característicos deste período que vai de sua primeira vinda até a sua segunda vinda (Mt 24). É por isso que no período apostólico, sobretudo nos dias da velhice de João, os falsos profetas já se multiplicavam em busca de discípulos (1 Jo 2.18-19). Obviamente que à medida que vamos nos aproximando ainda mais do fim dos tempos, a ocorrência do falso profetismo vai se intensificando. Daí, não ser exagero considerar que em nossos próprios dias a incidência de falsos profetas esteja cada vez maior, o que por si só já justifica, de nossa parte, toda a cautela.
1.O profeta verdadeiro deve ser um instrutor do povo de Deus, dentro da Palavra de Deus. Ele ensina os preceitos da aliança em Cristo, e anuncia à igreja a maneira correta de proceder. Sua palavra não vem apenas em nível individual, mas também em nível coletivo. Mas, se estivessem estado no meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas palavras, e o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações. Jr 23:22.
2.O profeta mostra os pecados de pessoas, mas também das instituições. "Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra".O pecado tem uma dimensão social. Ele se incrusta nas instituições sociais que criamos, porque estas instituições refletem nossa natureza. Assim, instituições políticas, religiosas, sociais e denominacionais sofrem os efeitos do pecado.
3.O profeta deve denunciar o pecado individual e estrutural e mostrar o caminho correto, que é o arrependimento, a mudança radical das atitudes. "Porque tanto o profeta, como o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR". O profeta não aceita o pecado nos indivíduos nem nas estruturas, mesmo as estruturas a serviço de Deus. Os profetas bíblicos denunciaram os pecados de Síria, Assíria, Egito, Edom, Babilônia, mas também os de Israel e Judá.
4.O profeta precisa fazer da Bíblia seu instrumento pessoal para queimar todo o lixo do pecado e demolir os sofismas. Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiúça a pedra? (Jr 23:29). Ela deve ser mais que o livro do qual se lê um salmo, na hora da reunião administrativa. Ela deve reger nossa vida em todas as áreas. Esta relação do profeta contemporâneo com a Palavra de Deus deve nos levar a uma reflexão. Os Neopentecostais usam muito o termo "a Palavra". Se nós prestamos atenção, eles não se referem à Bíblia, mas a um conjunto de argumentos mentirosos que inclui a palavra deles. Palavra alguma de pessoa alguma pode ombrear-se á Palavra de Deus. Se alguém almeja ser profeta, e se a igreja se entender como comunidade profética, precisa saber disto: a Palavra de Deus, a Bíblia, deve ser o norte na vida de todos os cristãos.
ðQuanto aos livros proféticos do Antigo Testamento, eles contêm as autenticas palavras de Deus (infalível, inerrantes e imutáveis). Elas encontram-se na forma de narrativas que fazem parte da biografia dos profetas e os oráculos de Deus sobre Israel e as nações. Estes relatos narrativos, geralmente colocados no início do livro do profeta, estão a serviço do anuncio da Palavra de Deus. Legitima-se o assunto através destas narrações, bem como do relato de vocações, visões e audições. A história de suas realizações destaca e concretiza a mensagem anunciada. Existe uma forma básica do discurso profético onde se destaca a autocompreensão dos profetas: a palavra justificada de juízo ou o anúncio justificado de condenação, mas o juízo de Deus nunca é a ultima palavra. Deus sempre mostrou o caminho da restauração nacional e israel e das nações por meio do poder de sua Palavra e do advento do Messias.
ðNos dias de Jeoaquim aos dias de Zedequias, mesmo ao terem se cumprido algumas das profecias de juízo de Jeremias, ainda sim as pessoas continuavam a dar ouvidos aos falsos profetas. Eles eram uma das principais causas da permanência do povo de Judá no seu pecado. No cap. 23 de Jeremias, a partir do versículo 9, temos um lamento por causa da contaminação espiritual na qual se encontravam os profetas e todo o povo (v.v. 10-11). Deus diz que os falsos profetas de Judá eram piores que os falsos profetas de Israel, pois os do reino do norte, embora tenham desencaminhado o povo profetizando em nome do deus Baal, os de Judá cometiam adultérios, eram falsos e ao invés de repreenderem os malfeitores, eles os estimulavam a viver no pecado; a situação deles era tão degradante que Deus os compara a pessoas de Sodoma.(Jr 23.13)
ðDeus atribui ao ministério destes falsos profetas o aumento indiscriminado da impiedade em Judá ao profetizarem esperança e paz (Jr 23.15-17). Por esta razão, Deus adverte ao povo para que não dessem ouvidos às suas palavras, pois estas eram invenções de seu próprio coração (Jr 23.16-21). Deus nunca os havia enviado, nem nunca falado a eles. Se Deus assim o fizesse, certamente eles teriam que proclamar uma mensagem que confrontasse o pecado do povo e o concitasse ao arrependimento (Jr 23.22). Um dos meios extraordinários mais alegados por estes "profetas" para terem recebido a Palavra do Senhor eram os "sonhos" (Jr 23.25-28). Contudo, Deus os desmascara ao dizer que seus sonhos eram mentiras sem valor algum, como a palha que para nada presta. Já a sua Palavra é poderosa, ela é fogo e martelo que despedaça a rocha (Jr 23.29). Deus faz uma severa advertência à tentativa de fazer os sonhos energizados pela carnalidade e pecaminosidade humana se passarem pela sua santa Palavra. E contra estes falsos profetas Deus reserva os seus mais duros castigos, pois além de se desencaminharem da verdade, eles também desencaminhavam a muitos através de suas mentiras.
ðJeremias, Isaías e Ezequiel predisseram à vinda de um Messias davídico que governaria Israel e as nações em paz e justiça, destruindo todo o mal, desairragando a injustiça da terra. Seria um Rei como Davi, mas muito maior do que ele (Is 9:1-7; 11:1-9; 55:1-5; Jr 23:5-6; 30:9; 33:14-18; Ez 34:23-31; 37:24-28).
ðCristo cumpriu estas profecias sendo enviado pelo Pai como o Messias que arrebanharia "as ovelhas perdidas da casa de Israel", (Mt 15:24; 10:5, 6; cf. Ez 34:15, 16, 23, 24; Jr 23:3-5). Cristo estava convencido de que fora também enviado para redimir o mundo (Jo 3:16) e que os gentios precisariam recorrer a Ele (cf. Is 11:10; Mt 11:28). Essas notáveis promessas de Jeremias revelam que a fidelidade de Deus ao Seu concerto com Israel cumpriu-se na Igreja do Novo Testamento. Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. (Jr 31:33 )
ðDeus agiu contra Israel de acordo com os termos da aliança; Ele os castigou. Apesar dos avisos de Deus, esse castigo não fez Israel converter - se a Ele. Falou Deus a Jeremias: Mas não atenderam, nem inclinaram o seu ouvido; antes, andaram, cada um, segundo a dureza do seu coração maligno; pelo que fiz cair sobre eles todas as ameaças desta aliança, a qual lhes ordenei que cumprissem, mas não cumpriram... Tornaram às maldades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras; andaram eles após outros deuses para os servir; a casa de Israel e a casa de Judá violaram a minha aliança, que eu fizera com seus pais... Eis que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar; clamarão a mim, porém não os ouvirei (Jr 11:8.11).
ðQuando Deus desse um fim a cidade de Jerusalém, o último sustentáculo de Seu povo, sucederia o seguinte: Muitas nações passarão por esta cidade, e dirá cada um ao seu companheiro: Por que procedeu o Senhor assim com esta grande cidade? Então, se lhes responderá: Porque deixaram a aliança do Senhor, seu Deus, e adoraram a outros deuses, e os serviram. (Jr 22:8,9).
ðA nação de Israel por ouvirem os falsos profetas viraria objeto de lição para as outras nações, e principalmente para a Igreja. Foi por causa dos pecados dos profetas, das maldades dos seus sacerdotes, que derramaram o sangue dos justos no meio dela. Lm 4:13. Rompendo a aliança de obedecer a Deus, eles se privaram das bênçãos que Deus lhes prometera por recompensa. Israel era o responsável em guardar os preceitos de Deus em amor (Dt 6:4-5) para que a nação se mostrasse uma luz para os povos, testificando as outras nações o poder o os preceitos da Palavra de Deus (Ml 3.12).
ðA Igreja, assim como Israel:
1.Foi Liberta
Assim como Israel precisava ser liberto do Egito para poder prestar o culto que era devido somente a Deus, e que ele mesmo exigia (Êx 12.25), também a Igreja foi liberta para a vida de adoração a Deus (Cl 1.13).
2.Foi Comprado
Vários elementos no Antigo Testamento atestam à compra do povo de Israel, mesmo antes da Saída do Egito propriamente dita. No Novo Testamento, vemos que Cristo pagou o preço pela sua Igreja (Mt 27.1-8; 1Co 6.20, 7.23; 1Tm 2.6). Isto também não foi feito sem objetivo. A Igreja está liberta para que cada um dos eleitos cumpra com perfeição aquilo que é individualmente o fim de todo o homem: adorar a Deus.
3.Deve Desfrutar de Um Relacionamento Íntimo com Deus.
Israel estava perto de Deus, e mesmo assim queria estar longe sendo como as outras nações eram. Mesmo no Antigo Testamento, com o véu do Templo, havia todos os meios ordinários para se falar com Deus e ouví-lo falar. E agora a Igreja é a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia. I Pe 2:9-10.
ðQuanto ao profeta Jeremias, ele viveu durante um dos mais conturbados período da história de seu povo. Seu ministério começou entre os anos de 626 – 622 a.C, ano em que, provalvemente, morreu o último grande rei da Assíria, e quando as hordas bárbaras, vindas do Norte, inundaram a Palestina. Como jovem profeta, Jeremias testemunhou a reforma deuteronômica do Rei Josias e, provàvelmente, participou dela; reforma que teve amplas conseqüências tanto religiosas como políticas. Participou da excitação durante a agonia final da Assíria, e chorou a morte prematura do grande rei Josias, morto pelas mãos do faraó Neco. Com a derrota final de Neco em Carquemis, Jeremias reconheceu que o poder mundial tinha passado para as mãos de Babilônia.
ðNos últimos e momentosos anos da monarquia Judaica, ele foi o líder religioso mais eminente de seu povo. Tendo suportado os rigores dos dois cercos de Nabucodonosor e acompanhado a aproximação da desgraça que tinha predito, o profeta sobreviveu até o período de calmaria e prosperidade do governo de Gedalias. Jeremias terminou seu ministério de mais de 40 anos indo para o Egito para pregar os refugiados rebeldes, onde seria morto por apedrejamento.
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Ap 2:10.