A Crise Bate à Porta. E Agora?

Por Humberto Nascimento | 06/11/2008 | Adm

Conta uma história muito oportuna que o pai, ao se deparar com o filho ardendo em febre, não teve dúvidas: jogou o termômetro fora! Essa forma de agir, embora pareça uma piada, acontece com freqüência muito maior do que se imagina. Quando a dificuldade parece extrapolar a capacidade de solução, muitos empresários se arriscam a fingir que o problema não existe, deixando que as coisas sigam o seu "destino". É uma espera por algo mágico, que em um passe milagroso transforme sombra em luz. Ou ainda o que é tão ou mais grave: passam a se automedicar, tomando remédios muitas vezes ineficazes, para não dizer prejudiciais.

Não há como negar que o mundo nunca mais será o mesmo após essa crise econômica. Empresas até então vistas como blue chips enfrentam problemas para honrar compromissos. O crédito, cada vez mais caro, porque raro, tende a absorver boa parte do lucro ou, na pior das hipóteses, aumentar em muito o prejuízo. Tudo isso às vésperas do fim de ano, época em que a maior parte das pequenas e médias empresas busca com ansiedade as vendas, já pensando num janeiro historicamente difícil.

Usando a boa educação

Como reagir? Como se preparar? Será realmente o fim dos tempos?

Aqui vale uma lição que aprendemos quando pequenos – e que talvez por isso não imaginemos seu valor no trato com os negócios: quando alguém toca nossa campainha ou bate à porta, antes de qualquer outra reação, é preciso saber quem é, o que quer e por que veio. Para só depois decidir o que responder. Mas é preciso atender. Não dá para fingir que não há ninguém em casa.

Qualquer outra atitude diferente é precipitação ou fantasia.

É justamente nos momentos de dificuldades que as melhores oportunidades aparecem. Thomas Edson ao ser questionado se não desistiria depois de inúmeras tentativas infrutíferas de fazer a lâmpada elétrica, não exitou: "Nunca falhei. Apenas descobri 10 mil maneiras de como não fazer".

Claro que é preciso seguir. Mas, para os nossos clientes aqui da Entretitulos, recomendamos que seja com planejamento estratégico, visão sistêmica dos processos e análise cuidadosa de produtos, mercados, custos e investimentos. Num momento como este não basta só eficiência ou eficácia. É preciso juntar os dois para se conseguir a efetividade, que superará a crise.

Os outros todos sabem disso, mas só alguns vão fazê-lo.

Se você ainda tem dúvidas, fica uma dica: quem fabricar termômetros agora ganhará muito vendendo, na próxima febre, para aqueles que jogaram o seu no lixo.

Por onde começar

Como subsídio de estudo do processo mercadológico, trazemos aqui alguns conceitos sobre a abrangência do planejamento de marketing, compreendido em:

• Fixação de objetivos
• Avaliação de oportunidades
• Planejamento de estratégias de marketing
• Desenvolvimento dos planos de marketing
• Desenvolvimento do programa de marketing

Esse processo integra a gestão estratégica da organização, com ênfase nas seguintes etapas:

• Análise dos ambientes interno, externo e dos consumidores.
• SWOT_ Análise das forças e fraquezas internas e das oportunidades e ameaças
externas.
• Missão, metas e objetivos organizacionais.
• Visão estratégica corporativa que afeta todas as áreas funcionais da organização, marketing, finanças, produção recursos humanos etc.
• Metas e objetivos de marketing
• Estratégia de marketing
• Implementação
• Avaliação e controle
• Plano de marketing:

Especificar os resultados esperados (metas e objetivos), de maneira que a organização possa antecipar sua situação no final do período de planejamento;

Descrever as ações específicas que devem ser adotadas, de maneira que possa ser atribuída a responsabilidade por cada ação, o que ajuda a assegurar a implementação das estratégias de marketing;

Identificar os recursos que serão necessários para a execução das ações planejadas;

Permitir o monitoramento de cada ação e seus resultados, facilitando assim a implementação dos controles.

A avaliação dos resultados alcançados fornece as informações para o reinício do ciclo de planejamento no período seguinte.

Para finalizar: a febre, em qualquer circunstância, não é causa e sim efeito. Tratemos as causas com conhecimento e não será mais necessário nos preocuparmos com o termômetro.