A Conveniência do Extermínio de Meninos de Rua no Brasil

Por ermones oliveira garcia junior | 04/08/2011 | Filosofia

A omissão do Estado e a indiferença com o problema social do ser humano
geram a falta de controle e a impunidade de criminosos no que tange a cultura do extermínio de meninos de rua no Brasil.
Para Sudbrack (2004, p. 22)
O extermínio de meninos de rua no Brasil ocorre principalmente nas
grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife. De
acordo com o conceito adotado pelas Nações Unidas e elaborado por Lusk
e Mason, a expressão designa toda criança (menino ou menina) para a qual a rua (no sentido mais amplo do termo, o que inclui casas não habitadas, terrenos baldios, por exemplo) tornou-se sua moradia e/ou sua fonte de sobrevivência, e que não tem proteção, não é convenientemente vigiada ou orientada por um adulto responsável.
Estes, até então chamados "meninos de rua", apresentam um comportamento não aceito socialmente, e se enquadram entre aqueles que cometem atos infracionais e os que tem sua presença considerada incômoda em lugares públicos, considerados ainda como uma população que traz riscos para as classes mais altas da sociedade brasileira.
É o que Sudbrack (2004, p. 23) trata como conveniente, pois:
O fenômeno do extermínio de meninos de rua é o resultado de uma
articulação entre os grupos de extermínio, da omissão e ausência de defesa das crianças pelo Estado, assim como da indiferença da sociedade civil em relação ao problema.
Com a prática desenfreada desta cultura do extermínio, os direitos humanos são amplamente esquecidos e a violência é banalizada pela sociedade, trazendo um descaso ainda maior à política de segurança pública, impedindo a efetividade dos direitos humanos e ameaçando o regime democrático.
O Estado em comum acordo com a sociedade determina e comanda o
espetáculo, um show gratuito de repressão, violência descontrolada e desmedida, deixando definitivamente de lado os direitos humanos resguardados a todo e qualquer ser humano, não havendo nesta cultura distinção de idade, sexo e cor.
A esperança de uma possível reestruturação e re-socialização destes
pequenos cidadãos, retirando-os da cultura da mendicância, de pequenos furtos, roubos e lesões ao patrimônio, e re-implantando a eterna visão, ainda que colorida, dos direitos e garantias individuais do ser humano, fica a cada dia mais distanciada do sonho de um Brasil com Ordem e Progresso.