A Controladoria como Instrumento para Mitigar os Riscos Operacionais em Instituições Financeiras
Por Camila Bandeira de Oliveira | 22/11/2017 | ResumosA contribuição do trabalho de pesquisa é verificada quando alcançados os objetivos os quais se propuseram. Enquanto o objetivo geral configura-se como a contribuição base da pesquisa, os objetivos específicos se definem como acessórios.
As Instituições Financeiras têm se especializado na gestão dos seus riscos, tanto porque atuam em um ambiente onde apresentam grande volatilidade, além de órgãos reguladores impondo padrões mínimos de mensuração e controle. Os riscos operacionais ainda são pouco analisados e controlados (pessoas, tecnologia e processos), estando em seus primórdios no que tange à identificação, avaliação e ao controle, comparando com os riscos de crédito (alçadas, definição de rotinas e processos, assim como pontos de controle) e de mercado (ausência de segregação nas ordens de compra de ativos).
Dessa forma, este artigo teve como objetivo avaliar como a Controladoria pode ser utilizada como instrumento para mitigar os Riscos Operacionais em uma Instituição Financeira na cidade de Porto Alegre (RS). Para esta verificação, aplicou-se um estudo de caso na Instituição Financeira, que presta serviços às agências, comparando com algumas definições da literatura.
Procurou-se verificar como está sendo realizada a gestão do risco operacional, ou seja, como a instituição financeira identifica, quantifica e analisa suas perdas, e se existem preocupações com sua administração, tanto para Sistemas de Informações, Pessoas e Processos. Além disso, foram objetos específicos do presente estudo de caso desenvolver pontos de controle e analisar indicadores para histórico de controles.
Com base nas informações levantadas, o estudo de caso aplicado, através da argumentação, do raciocínio lógico e da reflexão interpretativa, propõe-se a Controladoria, quer seja como órgão formal definido na estrutura organizacional, ou como ramo do conhecimento, como agente validador das informações de Riscos transmitidas aos órgãos regulamentadores. Avaliando-se, ainda, a necessidade da adoção de um padrão de checagem que visa filtrar erros e inconsistências, assim como divergências nas informações antes de transmiti-las.
A pesquisa estabelece como hipótese que o uso eficiente dos instrumentos da Controladoria reduzirá os Riscos Operacionais da Instituição Financeira. Essa hipótese está diretamente ligada à questão da pesquisa. A definição da Controladoria, sua missão, estrutura e funções e a definição dos Riscos Operacionais a partir da ineficiência na gestão, colaboram para a corroboração dessa hipótese.
A Fundamentação Teórica, apoiada na pesquisa bibliográfica, e a conclusão em relação à hipótese de pesquisa, são suficientes para responder à questão problematizada: Como a Controladoria poderá reduzir os Riscos Operacionais nas Instituições Financeiras? Em outras palavras, esta questão pode ser assim respondida: A Controladoria pode minimizar os Riscos Operacionais aplicando adequadamente os instrumentos que lhe são próprios (conhecimento de sistema, planos de contingência, monitoramento das informações, treinamentos, mapas de processos, controles de acessos) na melhoria da qualidade e da segurança da informação. A Instituição Financeira encontra-se estruturando seu banco de dados com históricos de perdas internas, está aprimorando seus indicadores de controle, implementando ferramentas de processos, demonstrando que está preocupada não só com as exigências dos organismos reguladores, mas também com a melhoria dos seus processos.
Contudo, a gestão de riscos operacionais depara-se com inúmeras dificuldades, entre elas, a diversidade de eventos que poderiam se enquadrar numa situação de exposição a tal risco, como exemplo: indisponibilidade de sistemas, falta de tempo, relatórios inacabados, e inacessibilidade de informações.
O presente trabalho não esgota todas as possibilidades do tema desenvolvido. É recomendável em futuras pesquisas testar a eficácia dos planos de controle em empresas de pequeno, médio e grande porte. Recomenda-se ainda, um estudo que analise o custo benefício da implantação de um novo modelo de indicadores e controles de riscos, com a finalidade de adequação às exigências dos órgãos reguladores.