A CONTRIBUIÇÃO DA NATAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE INFANTIL

Por Fernanda Lopes Martins Dourado | 12/08/2014 | Psicologia

UNIDESC CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO - OESTE ALINE KELLY DE MOURA DA SILVA FERNANDA LOPES MARTINS DOURADO A CONTRIBUIÇÃO DA NATAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE INFANTIL LUZIÂNIA – GO 2014 ALINE KELLY DE MOURA DA SILVA FERNANDA LOPES MARTINS DOURADO A CONTRIBUIÇÃO DA NATAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE INFANTIL Trabalho de Conclusão de Curso 6° semestre de Pedagogia, como parte das exigências para conclusão da disciplina Professora: Roseny A. Vieira Pontes LUZIÂNIA-GO 2014 Dedicatória Dedicamos este trabalho aos nossos familiares que nos apoiam desde o inicio, a nossa querida Orientadora Roseny Vieira e ao professor Marco Antonio Caetano Júnior. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por nossas vidas. Aos nossos familiares pelo apoio. A nossa orientadora Roseny Vieira pela confiança e orientação. E ao professor Marco Antonio Caetano Júnior pelo auxílio na construção deste trabalho. RESUMO Este artigo tem como objetivo apresentar os benefícios da natação sendo trabalhada em conjunto com a psicomotricidade. Desenvolvendo os elementos psicomotores no meio aquático onde colaboram nos resultados da aprendizagem da criança, sendo eles ganhos cognitivos ou formativos. Também abrange o desenvolvimento motor que é a base do crescimento do individuo. A natação, quando aplicada de maneira lúdica, gera várias possibilidades para as crianças desenvolverem as habilidades motoras quando vivenciam situações desafiadoras. A criança que participa da adaptação ao meio aquático, possui um desenvolvimento melhor e por meio deste, seus rendimentos são melhores tanto no seu comportamento motor, quanto capacidades físicas e no processo de ensino-aprendizagem. Palavras – chave: Psicomotricidade, natação, ludicidade e desenvolvimento motor.   ABSTRACT This article has as objective to show the swimming benefits when it's worked together with psychomotor skills. Developing the psychomotor elements in the aquatic contribute in the results of child’s learning, and can be formative growth or cognitive growth. Also, include the motor development that is the base of the individual growth. The swimming, when applied correctly, can create many possibilities to kids develop their motor abilities when face challenging situations. The kids who participate in the aquatic environment adaptation, have a better developing, their incomes are better both in their motor behavior, and physical abilities and the teaching-learning process. Key-words: psychomotor skill, swimming, developing motor. Introdução O movimento permite que a criança perceba as relações necessárias para o seu desenvolvimento motor e a relacionar-se com o meio em que vive. Na primeira idade da criança é fundamental proporcionar um ambiente adequado e com materiais diversificados como instrumentos facilitadores das ações permitindo a diversificação de experiências de movimento durante a exploração dos espaços ao seu redor. Ao aprender os movimentos por meio de atividades lúdicas e diversificadas são oferecidas maiores chances de otimização da aprendizagem motora da criança. A natação desenvolvida de forma lúdica possibilita as crianças aquisição de habilidades motoras ao vivenciarem situações desafiadoras. A criança que passa por uma adaptação no meio líquido pode apresentar um desenvolvimento melhor com rendimentos maiores no seu comportamento motor e capacidades físicas. Pois por meio da natação, sua aprendizagem necessita de adaptações das estruturas de bases para a criança, pelas diferenças fundamentais do meio aquático e terrestre, onde boa parte dos movimentos realizados na natação podem ser feitos apenas na água. Como é considerada um dos esportes mais completos, e sem dúvida, o que tem uma quantidade menor de restrições, a natação infantil é um instrumento de grande valia para o desenvolvimento físico da criança. Também podemos afirmar que, se tratando do desenvolvimento motor, sua participação é clara referente à construção do esquema corporal e no desenvolvimento de amadurecimento corporal. Já o desenvolvimento motor acontece de forma continua durante todo o ciclo da vida, ocasionadas por meio da interação entre as exigências da tarefa motora e das condições do ambiente em que a criança se encontra. O desenvolvimento motor é avaliado através do amadurecimento do sistema nervoso, durante o crescimento, a construção espacial, a estruturação espaço-temporal, o ritmo e a imagem do corpo. É preciso entender que os pais, professores e responsáveis são peças fundamentais no estímulo diário da criança para o desenvolvimento de suas habilidades motoras, auxiliando no processo natural desde o seu nascimento. Nesse sentido, (Lopes, 2011, p. 9), afirma: [...] que as crianças que foram submetidas a um programa de natação melhoraram as habilidades e capacidades físicas como: coordenação dos membros superiores e inferiores, agilidade, equilíbrio e lateralidade possibilitando melhora no desenvolvimento motor e no processo de aprendizagem, prevenindo a obesidade infantil e proporcionando melhora na qualidade de vida e na realização de tarefas do dia a dia. A psicomotricidade pode ser entendida como um meio de estruturar os elementos psicomotores e permite que o indivíduo conheça a si mesmo, o seu próprio corpo e o ambiente em que está inserido. Para que a criança alcance um bom grau de desenvolvimento psicomotor, ela precisa ter um bom domínio corporal, uma percepção auditiva e visual boa, uma lateralização definida, boa orientação espaço-temporal, coordenação fina entre outros comandos psicomotores. Quanto mais trabalhado for o seu desenvolvimento psicomotor, sua adaptação ao meio em que vive será muito melhor e significativa. A prática psicomotora aquática dá uma liberdade de expressão e de experimentação de vivências para a criança, auxiliando na descoberta do corpo e das relações com o próximo. A natação, por meio da educação psicomotora motiva a realização de movimentos livres e prazerosos no meio aquático, e com isso estimula a criança à se conhecer melhor, exercendo de maneira mais simples suas funções de inteligência. E nesse sentido, ao trabalhar a teoria e a prática de forma indissociável é possível alcançar objetivos que irão possibilitar a melhoria de condições para o desenvolvimento da criança. Logo o papel do professor não é ser apenas um reprodutor do conhecimento e das aprendizagens mecânicas, mas sim um facilitador que dá possibilidades ao aluno que ainda não faz sozinho devido as suas limitações, respeitando sempre sua individualidade. (Filho, 2003. p. 47) Penha (2010, p.8) afirma que: Por ser diversificada devido a vários fatores como: relações sociais, ideias morais, capacidade e maneira de ser de cada um, o respeito da individualidade é essencial, pois o indivíduo é observado não apenas no seu aspecto biológico, mas sim com uma visão mais ampla que abrange todo o seu contexto social, histórico, cultural e principalmente o afetivo. O estudo mostra que a natação contribui não apenas para que a criança aprenda a nadar, mas também para o seu desenvolvimento integral. Tem como objetivo, mostrar a contribuição da natação para o desenvolvimento da psicomotricidade infantil com o auxílio de atividades lúdicas que favoreçam o desenvolvimento nos aspectos físico, mental, afetivo e sociocultural. 1. Histórico da natação Na antiguidade a natação era realizada pelo homem apenas como forma de sobrevivência. E muitos dos estilos de natação desenvolvidos para as competições esportivas eram baseadas nos estilos de natação dos povos da América e da Austrália (FAN – Federação Amazonense de Natação, 1990). A natação era utilizada como exercício físico que possibilitava o bom desenvolvimento físico do corpo. Era considerado também um esporte que contribuía para treinamento dos guerreiros. E em Roma também era incluído no seu sistema de ensino (FAN, 1990). A modalidade desapareceu por um tempo, pois suspeitavam de que pudessem surgir epidemias por meio desta prática. Diante das falsas especulações surgiram muitas piscinas públicas, e a primeira foi construída em Paris no século XIV. A natação só começou a expandir após a primeira metade do século XIX e então prosseguiu como desporto realizando suas primeiras provas e competições evoluindo em seus estilos de nados. Atualmente, é executada em 4 (quatro) estilos: Livre, Costas, Peito e Borboleta e coordenada mundialmente pela FINA ( Federação Internacional de Natação Amadora. (FPN – Federação Paulista de Natação, 1987). No Brasil a natação esportiva foi iniciada no século XIX e foi introduzida oficialmente em 1895, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram no rio a União de Regatas Fluminenses chamada de Conselho Superior de Regatas e Federação brasileira das Sociedades de Remo. Em 1898 foram realizadas as primeiras competições de distância, nado livre, provas para estreantes, sênior e júnior (CBDA – Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, 2005). Em 1914, o esporte e as competições passaram a ser controladas pela Confederação Brasileira de Desporto. No início da década de 30 a natação acaba com o remo e são criadas as Confederações do Rio de Janeiro e São Paulo, em 34. A CONSANAT, Confederação Sul – Americana de Natação para homens fundada em 1929. Somente em 1935 acontece o primeiro campeonato no Brasil onde as mulheres participam pela primeira vez. (CBDA – Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, 2005). 1.1 Conceituando a natação Ao que se refere ao conceito de natação, existem várias visões de diversos autores quanto a sua importância como desporto, pois uma pessoa ao praticar a natação como uma atividade física de locomoção na água percebe maiores possibilidades. No entanto esta atividade física mostra diferentes sentidos de prática como: lazer, recreação, saúde, estímulo às capacidades físicas, flexibilidade, força, resistência e habilidades (PENHA, 2010). Desta forma, Moreira (2009, p.1) afirma que: “A natação como agente educativo quando aplicada a crianças em idade pré-escolar assumirá um papel formativo e totalizador, levando as mesmas crianças que participaram de um programa de adaptação ao meio líquido a se desenvolverem melhor e mais rapidamente, o que fará do posterior processo de alfabetização algo simples e bem sucedido.” Por tanto, a natação trabalha várias áreas com a criança, melhora o seu desenvolvimento escolar, sua auto-estima, transmite a segurança e a tranquilidade com o aprendizado do nado, e ainda proporciona o desafio de sempre se superar, conquistar limites, aprender a lidar com perdas e ganhos, oferecendo assim, um pouco da carga emocional vivida na realidade adulta, quando trabalhado de forma correta. A natação pode ser praticada antes dos 3 anos de idade e é uma atividade física que exige vários tipos de movimentos do corpo, uma importante ferramenta que pode contribuir de forma positiva para o desenvolvimento da criança e pode trazer ganhos à saúde, favorecer nos aspectos físicos, socioafetivos e emocionais e beneficiar na evolução dos elementos psicomotores como: coordenação motora ampla, ritmo, lateralidade, noções de espaço e tempo. (CAMARGO, ET. AL., 2012, p. 02). O autor ainda afirma que a criança em contato com a água e com essa motricidade pode adquirir vários benefícios dentre desenvolvimento motor e intelectual como: caminhar mais cedo, ter um melhor desenvolvimento neuromotor, aumenta a inteligência emocional, exploração da imaginação para obter equilíbrio emocional e outros de acordo com as atividades específicas desenvolvidas que permitem desenvolver suas habilidades por meio dos seus reflexos, sensações e percepções. 2. A influência da psicomotricidade na natação infantil Conforme Penha (2010), a educação psicomotora na natação contribui de forma positiva para o desenvolvimento da criança no meio aquático, que se dá por meio dos estímulos para que venha realizar os movimentos, conhecer o seu próprio corpo e estimular suas capacidades de inteligência. Este trabalho deve ser desenvolvido de forma lúdica e prazerosa. Através das sensações a criança adquire percepção corporal organizando-as no espaço e no tempo. Nesse sentido, Filho (2003, p. 29) afirma: Quando é propiciado um ambiente “facilitador” para que a criança possa realizar atividades que partam de sua busca inicial e exploratória, ela, por meio de sua expressividade motriz, exterioriza as emoções e os sentimentos com autenticidades e espontaneidade. Portanto, a atividade aquática iniciada desde cedo, traz benefícios para o indivíduo em seu processo de maturação por meio dos incentivos que possibilitam uma aprendizagem rápida e organizada não se limitando apenas no ato de nadar, mas de obter resultados satisfatórios na educação, saúde e lazer. Existem várias etapas no desenvolvimento da psicomotricidade como: adaptação, estimulação, domínio e aprendizado, respeitando sua faixa etária. Já na faixa etária de 6 meses a 3 anos, acontece a afetividade, são utilizados os estímulos visuais, táteis e sinestésicos, esquema corporal e estimulação espacial. Segundo Penha (2010), de 0 a 6 anos ocorre a adaptação da criança ao meio líquido e a socialização com outras crianças por meio da música. As atividades desenvolvidas irão permitir a evolução dos reflexos para movimentos controlados. Na faixa etária de 3 a 7 anos, a criança trabalha os movimentos em tudo que faz, pensa e sente. A criança vivencia todas as situações psicomotoras de percepção em si mesma e na água, deixando de lado a técnica e priorizando as situações de psicomotricidade. Momento em que acontece a construção da lateralidade e as possibilidades do corpo. Na prática vivenciada a liberdade de expressão e experimentação são elementos facilitadores para descobrir o corpo e a descoberta das relações. 2.1 Elementos Psicomotores Os elementos psicomotores possuem várias classificações, muitas podendo ser bem desenvolvidas na natação. As funções trabalhadas na psicomotricidade são: esquema corporal, tônus, coordenação global ou motricidade ampla, motricidade fina, organização espaço-temporal, ritmo, lateralidade, equilíbrio e a percepção. Porem os elementos mais desenvolvidos no meio aquático são: Coordenação global ou motricidade ampla: É parte direta do desenvolvimento físico, lidada como uma junção de movimentos. Por meio da coordenação e feito a integridade e maturação do sistema nervoso, abrangendo todo o corpo da criança, e por meio deste, os grupos musculares diferentes acabam trabalhando no mesmo ritmo, no intuito de executarem movimentos voluntários muito ou pouco complexos. Lateralidade: É o domínio de um dos lados do corpo, onde os movimentos utilizados devem trabalhar os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo, para que a criança descubra a sua predominância. Por meio disto é determinado então o domínio funcional do corpo, conhecendo assim a sua lateralidade dominante, que pode ser o direito ou esquerdo, conhecido como destros e canhotos. Equilíbrio: É a competência de manter-se em sustentação utilizando do corpo como base, em uma combinação harmônica das funções musculares, seja estando parado ou em movimento. Com o desenvolvimento adequado do equilíbrio a criança, ela terá uma adaptação melhor com todas as coisas que fazem parte de suas experiências diárias. 2.2. Desenvolvimento motor A área do desenvolvimento motor tem por objetivo estudar as mudanças do comportamento motor ao longo da vida ou dos processos que são graduais, de acordo com a idade e também bases importantes dessa mudança para o desenvolvimento como um todo. É definido como estudo das mudanças do movimento. Esses movimentos vão de simples a complexo, depois organizado e aperfeiçoado até a velhice. Deu inicio com a intenção de entender o cognitivo a partir do movimento e não as mudanças do comportamento motor. (ISAYAMA E GALLARDO, 1998, p. 76). As mudanças do desenvolvimento motor ocorrem em seis fases: Inicial: (1ano em diante) reflexiva; Pré-adaptativa; Elementar: 3) habilidades motoras fundamentais; 4) habilidades motoras específicas do contexto; 5) Habilidosa; e Madura: 6) compensatória.(ISAYAMA E GALLARDO, 1998, p. 77) No entanto o trabalho do profissional é de suma relevância e este deve oportunizar a exploração das habilidades motoras estruturando o ambiente e adequando as atividades para que possam alcançar o nível dos alunos, mediante as suas características e interesses permitindo uma melhor aquisição dessas habilidades de forma natural e ocorra a maturação do desenvolvimento motor de forma progressiva ao passo que são obedecidos os estágios. Já (Raiol, 2010) fala da importância de se utilizar várias teorias cognitivas, mas destaca como sendo mais importante a teoria desenvolvimentista de Piaget, cuja a ideia mais importante é a de que o ser humano traz consigo a capacidade de adaptar-se ao ambiente. Os esquemas sensórios motores vão de simples quando bebê a esquemas mentais complexo na infância e logo pela operação de trás processos: assimilação, acomodação e equilibração. Piaget observou o desenvolvimento da criança e que existem alterações do equilíbrio, mostrando novos estágios do desenvolvimento como: Sensório motor – de 0 a 18 meses (reflexos natatórios, paraquedas, endireitamento, saltador e outros...); Pré – operacional 18 meses a 6 anos ( assimilação avançada, usa atividades físicas para os processos cognitivos). 3. A Metodologia Segundo Filho (2003, p.37) A aprendizagem significativa é um dos desafios para o professor, que busca significado e sentido para as vivências de aprendizagem. Portanto, o profissional competente e inovador deve estar ciente da metodologia de intervenção adotada, conhecer cada ação, o conteúdo, as estratégias para alcançar os objetivos. 3.1 O nível de intervenção Para Filho (2003, p.38) A estrutura metodológica das sessões de Psicomotricidade está dividida em três fases. O início da sessão, a sessão propriamente dita e o final da sessão. No início da sessão as crianças são organizadas em círculo para uma melhor comunicação entre os colegas e o professor e ao final as crianças têm a chance de falar sobre os jogos, os exercícios e produções realizadas. O papel do professor é proporcionar situações desafiadoras e intervir apenas quando necessário, deixar a criança agir e compreender a organização das atividades desenvolvidas. Um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da criança é a intervenção, saber quando, como e por que intervir. E o adulto deve ter sensibilidade diante das necessidades de cada criança respeitando sua realidade e assim mostrar a importância da qualidade do afeto nas relações corporais para uma melhor comunicação. (FILHO, 2003). 3.2 O material utilizado Para o autor (FILHO, 2003), o material pedagógico utilizado deve satisfazer as necessidades e interesses da criança em dado momento e não para o que o adulto deseja ver. O mais importante é organizar o tempo para cada uma deles falem sobre suas produções permitindo uma comunicação não apenas funcionalista. Também não compara a produção de uma criança com a outra ou não dispor nenhum brinquedo na sessão. É uma prática de experiências e vivências corporais realizadas pela criança com vários tipos de materiais utilizados, e que fica a critério do professor usar a criatividade e materiais variados como argolas, peixe de borracha e outros para que a criança possa manipular explorar e vivenciar dentro de um espaço adequado tudo que está ao seu redor. 4. Como intervir de forma educativa no meio aquático deixando a água atuar? O afirma ainda que ao estabelecer um jogo para a criança é necessário deixar a água atuar, deixar de lado defesas que funcionavam como uma barreira na relação professor – aluno. Ao conhecer o trabalho do professor Pedro Onofre (licenciado pela Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Motricidade Humana, Portugal), foi percebendo com ele como “deixar a água atuar”. Como o mesmo diz: Deixar a água atuar é tornar rica a motivação da criança na água, que irá exigir mobilidade, a curiosidade e experimentação para que manipulem e operem nela deixando ambas se encontrarem em reciprocidade, sintonia, possibilitando a descoberta de si próprio com e na água e com o contexto que a rodeia. Deixar a água atuar é proporcionar o seu desenvolvimento global, sua progressão no ambiente aquático empenhando seus pais nesse processo por meio da proximidade corporal, afetiva e perceptiva. Deixar a água atuar é possibilitar o desenvolvimento da criança na sua totalidade corporal, seguindo seu ritmo e sua maneira e não apenas reduzir às ações natatórias. Portanto como mediadores, devemos proporcionar formas e meios adequados que facilitam e possibilitam o seu desenvolvimento e otimizem suas potencialidades. Nesta fase é importante saber segurar para que a criança se sinta segura, atentar-se ao olhar e observar as expressões faciais dentro e fora d’água, outro fator importante é escutar mesmo que não seja uma comunicação verbal (leitura corporal), o tom de voz (calma). Não que exista uma receita, mas que devemos ser afetuosos, responsáveis, comprometidos, vigilantes para que o bebê estabeleça uma vivência corporal de forma autêntica e espontânea com a água, do seu jeito e no seu ritmo com o adulto sempre por perto, mas sem esgotá-lo. 4.1 Benefícios da natação infantil A relação do ser humano com o meio líquido vem desde a evolução intrauterina e ao nascer já tem sua primeira experiência com o meio líquido. E as atividades trazem benefícios positivos para a sua formação integral enquanto cresce e se desenvolve (LOPES, 2011). As atividades desenvolvidas no meio aquático com crianças devem ser lúdicas, prazerosas, diversificadas, dinâmicas, com músicas, materiais diferentes para que a criança amplie suas informações de forma natural (LOPES, 2011). A natação infantil é um instrumento muito importante para que a criança possa desenvolver suas aprendizagens de forma organizada, não se limitando apenas ao ato de aprender a nadar, mas contribuindo para a evolução do seu desenvolvimento e da psicomotricidade. A respeito disso, PENHA (2010), afirma que a atividade física na água para a criança permite a organização do seu corpo no tempo e espaço bem como a utilização dos elementos psicomotores construindo o esquema corporal e facilitando a aprendizagem nos seus conceitos básicos como: dentro/fora, em cima/em baixo, direita/esquerda e outros. A natação por meio da interdisciplinaridade das várias áreas como a psicologia, psicomotricidade, pedagogia e educação física pode contribuir para o desenvolvimento infantil nos aspectos psicomotores, cognitivos, afetivos e sociais. E ainda, que a partir dos estímulos da natação oferecidos com jogos e brincadeiras, são percebidos os ganhos como a autoconfiança e a concentração o que irão contribuir para o desenvolvimento cognitivo e escolar que servirão de base para a personalidade deste adulto futuro. O movimento humano se dá pela articulação dos músculos, a emoção e os nervos. E o meio aquático possibilita melhorar o desenvolvimento neuromotor, a musculatura e ativa as articulações. Conforme PENHA (2010), a natação também proporciona uma série de benefícios diante de fatores externos que fazem mal a saúde e trazem doenças respiratórias como asma, bronquite e obesidade infantil. E todos esses objetivos podem ser alcançados por meio do trabalho eficaz e eficiente desenvolvido pelo profissional e se resume apenas em aplicar as técnicas, mas tornar o convívio prazeroso neste ambiente. As crianças que tem contato com o meio aquático desde cedo tem maiores chances de desenvolver o aprendizado com maior facilidade e mais rápido. Contudo para PENHA (2010), A natação infantil é instrumento fundamental para iniciar a educação física na criança e essencial para começar uma aprendizagem organizada. O que contribuirá para o desenvolvimento psicomotor e construção do esquema corporal e em sequência a integração e a maturação. Mais do que simplesmente nadar, a natação infantil contribui de forma significativa para o processo evolutivo psicomorfológico da criança, sendo assim ferramenta fundamental e indispensável para a sua psicomotricidade e, por conseguinte iniciar a personalidade. A natação junto com a psicomotricidade e o trabalho lúdico são elementos fundamentais para o desenvolvimento da criança de forma mais fácil e natural. E na realização das atividades a criança vai passar por várias etapas: Adaptação, estimulação de outra atividade diferente do seu dia a dia, domínio, aprendizado, entendimento e respeitando a faixa etária e seus limites. (LOPES, 2011). 4.2 Os benefícios dos jogos e brincadeiras nas aulas de natação Penha (2010) fala que brincar é um ato social, através da brincadeira e do faz de conta, a criança constrói o seu mundo imaginário que se dá pelas suas vivências. E quando a criança está brincando e jogando sente prazer e mais interesse em aprender estimulando o seu desenvolvimento. Brincar é o seu trabalho, e quanto mais ricas as suas brincadeiras, maiores os benefícios corporais. Benda (1999, p.58) afirma que: Os brinquedos e brincadeiras utilizados na aprendizagem da natação são de grande valia para a motivação, descontração e o prazer que fazem parte do progresso da criança. A motivação do professor, um ambiente adequado e lúdico possibilita sua melhor aprendizagem. Os jogos e brincadeiras, quando realizados de forma dinâmica, prazerosa e lúdica ampliam as possibilidades de aprendizagem, portanto o profissional pode trabalhar com estratégias, recursos diversificados e atividades que ajudam na estruturação do esquema corporal, espaço e tempo que aumentam suas percepções, a afetividade, a expor suas emoções e a lidar com a realidade. Voltado para o aprendizado da natação, o objetivo do brincar nessas aulas é ressaltar a importância do processo motivador da criança, não apenas dando ênfase para seu desempenho técnico, mas buscando proporcionar situações de lazer, recreação, saúde e segurança. A natação, sendo trabalhada de maneira criativa, dinâmica e com brincadeiras, busca encontrar um espaço amplo para atuar de maneira motivacional, onde os professores passam a compreender adequadamente como contribuir no desenvolvimento da criança. Por conseguinte, a brincadeira pode ser classificada como um princípio para o desenvolvimento das atividades didático-pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais, e auxiliando o significado da ludicidade, presente na relação que as crianças mantêm com o mundo. Os jogos desenvolvidos nas aulas de natação precisam estar relacionados com o imaginário da criança e com sua cultura infantil. Essas atividades devem promover o encorajamento e promover uma boa relação com o meio aquático. 4.3 Aprendizagens motoras na natação Penha (2010) afirma que para desenvolver a habilidade motora é preciso passar por várias fases e características diferentes, a primeira fase é a cognitiva (inicial) erros grosseiros, a segunda associativa (intermediária) erros menores e capacidade de identificá-los, a terceira autônoma (final) realiza com facilidade e identifica os próprios erros. O professor deve conhecer cada fase desde a introdução as atividades esportivas do iniciante no meio líquido com intuito de evitar resultados insatisfatórios. Atendendo assim a maturação biológica da criança de acordo com a faixa etária evitando qualquer tipo de frustração durante a adaptação dos movimentos. Os movimentos realizados nas aulas de natação coloca em exercício uma série de músculos, sem causar impacto nas articulações. O corpo da criança é posicionado estendido na água e sendo continuamente alongado, gerando um alívio de possíveis dores da coluna vertebral. Geralmente os pais matriculam as crianças, ainda pequenas, em aulas de natação, com o interesse de que elas aprendam apenas a nadar. Porem, muitos não tem o conhecimento dos benefícios de introduzir seus filhos no meio aquático, aonde o aprendizado vai muito alem do simples aprender a nadar. Por tanto, a natação infantil não trata apenas de ensinar a criança a aprender a nadar, mas sim em complementar o processo de desenvolvimento da personalidade e auxiliar na sua psicomotricidade, atuando de forma completa, tanto em aprendizagem motora quanto na cognitiva.   Considerações Finais O artigo aqui escrito foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas, realizando a revisão sobre a contribuição da natação para o desenvolvimento da psicomotricidade infantil. Mediante o exposto, pode-se perceber a importância de trabalhar a o desenvolvimento motor e a psicomotricidade nas aulas de natação, uma vez que estes contribuem diretamente para o desenvolvimento da lateralidade, equilíbrio, coordenação global, entre diversos outros. Outra grande contribuição da psicomotricidade está relacionada ao seu desenvolvimento na natação, haja vista que proporciona situações de lazer, recreação, saúde, entre outros, colaborando veemente para o crescimento e evolução das percepções, emoções e afetividade. Entende-se que é imprescindível que a natação e o seu desenvolvimento psicomotor seja incluído nas aulas de educação física nas escolas, pois, conforme acima mencionado, ele traz diversos benefícios à vida das crianças.   Referências Bibliográficas BENDA, C. A. P. A utilização dos jogos, brinquedos e brincadeiras na aprendizagem da natação. Acessado em: 16 de mar. de 2014. Disponível em: Confederação Brasileira de Natação. Acessado em 17 de mar. de 2014. 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