A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO PSICO MOTOR DOS DEFICIENTES INTELECTUAIS (DI) NA APAE DE ITAITUBA PARÁ.

Por ODALEIA DO SOCORRO OLIVEIRA FARIAS | 29/01/2018 | Educação

A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO PSICO MOTOR DOS DEFICIENTES INTELECTUAIS (DI) NA APAE DE ITAITUBA PARÁ.

Odaleia do Socorro Oliveira Farias¹
Jessé Cruz²

Resumo

A deficiência Intelectual nada mais é que um atraso no cognitivo da pessoa portadora, trazendo consigo dificuldades de armazenamento de informações na memória, e, uma das dificuldades mais agravante para a dança é a falta de coordenação motora. Este artigo, traz em seu conteúdo o relata do desenvolvimento de um trabalho realizado na APAE de Itaituba no Estado do Pará, desenvolvido com pessoas portadoras de Deficiência Intelectual (DI) através da dança escolar e, alcançando resultados significativos no desenvolvimento dos mesmos, onde hoje já possui uma companhia de dança que faz apresentações em eventos sociais e escolares na cidade, orientados pelo profissional de dança escolar através do processo ensino-aprendizagem e, como eles desenvolveram habilidades rítmicas corporais, motoras e psicológicas para assimilarem um processo coreográfico, saindo do desconhecido ao palco de um dos maiores teatros do Brasil. O professor iniciou seu trabalho com os alunos (DI) através do processo de observação, posteriormente introduziu movimentos simples para que eles reproduzissem e gradativamente fossem realizando os movimentos em grupos através de extensivas repetições, que é um método muito utilizado pela Educação Especial até que o movimento automatize no corpo e mente. Algumas atividades para melhorar a lateralidade, direcionamento, coordenação motora e rítmica também foram utilizadas pelo professor, haja vista que, até o momento, a vivência com a dança era mínima. Este processo tornou-se uma experiência enriquecedora tanto para as pessoas com deficiência Intelectual, quanto para o professor que até o momento também não tinha conhecimento nesse processo de um ano de atividade. Palavras-chave: Deficiência Intelectual. Dança Escola. Aprendizado. Movimento. Coreografia.

1 INTRODUÇÃO

Deficiência Intelectual ou atraso mental é um termo que se usa quando uma pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pessoal, relacionamento social, habilidades acadêmicas, etc. (SANTOS, 2012) 2 A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a definição do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo. (GOMES, 2007) Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dessas pessoas. (SANTOS, 2012) Há três anos a APAE de Itaituba começou a realizar um trabalho de danças e artes cênicas com seus alunos com Déficit Intelectual (DI) que, até o momento ainda não recebiam esse tipo de ensinamento. O professor responsável pela disciplina de dança escolar e artes cênicas deparou-se com um quadro totalmente comprometido de desconhecimento do compasso. A rítmica corporal dentro do compasso musical foi um processo desafiador, pois os alunos na faixa etária de 16 a 40 anos não demonstravam nenhum domínio individual e coletivo, tornando assim, bem difícil o processo na construção de um trabalho coreográfico. O aluno com deficiência mental tem dificuldade de construir conhecimento como os demais e de demonstrar a sua capacidade cognitiva, principalmente nas escolas que mantêm um modelo conservador de ensino e uma gestão autoritária e centralizadora. (GOMES, 2007) A dança escolar, muito utilizada em escolas públicas e particulares, com ênfase no quadro social da instituição educacional, a cada ano vem ganhando mais espaço e permitindo um desenvolvimento significativo em seus alunos desde as séries iniciais. Este trabalho tem resultados surpreendentes com os “ditos normais”, contudo, por outro lado, na maioria das vezes, os alunos com déficit intelectual (DI), normalmente são deixados de lado pelo fato de não acompanharem o aprendizado coreográfico e musical proposto. A deficiência não é uma categoria com perfis clínicos estáveis, sendo estabelecida em função da resposta educacional. O sistema educacional pode, portanto, intervir para favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos com algumas características “deficitárias”. (COLL et al., 1995 p.12) A proposta da APAE de Itaituba no Pará foi permitir que alunos com DI tivessem diretamente esse convívio educacional especializado para com a dança e, os resultados foram surpreendentes, tanto para o professor quanto para pais e instituição.

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