A Construção do Conhecimento no Ensino de Geografia Apoiado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação

Por Alan Silva Ferreira | 13/11/2008 | Educação

1. APRESENTAÇÃO

Este é o Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação lato sensu – Especialização em Educação a Distância do SENAC / RJ, cujo interesse central é a apresentação de um curso voltado para a capacitação de professores na construção do conhecimento no ensino de Geografia, apoiado pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), através da integração de diferentes mídias e ambientes.

A busca pela integração entre os meios de comunicação, informação e a educação formal têm sido uma forma de romper com os paradigmas tradicionais do campo educacional e inovar o processo de construção do conhecimento dos sujeitos desta geração, pois esta sociedade, chamada de sociedade da informação, exige dos indivíduos a formação de novas competências que o modelo tradicional, ou seja, o modelo de escola que presenciamos em algumas décadas atrás não é capaz de proporcionar.

As TIC se tornaram um elemento com presença constante na vida do ser humano e seu advento interferiu, em grandes proporções, nas formas de agir, pensar e relacionar dos indivíduos em um contexto social e, portanto, é impossível refletir sobre uma proposta educacional que busca formar pessoas críticas com capacidades e habilidades para atuar ativamente sem a integração de recursos tecnológicos em sua essência.


2. JUSTIFICATIVA

A Geografia é uma ciência que estuda as relações entre o processo histórico que regula a formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem, além de contribuir para que se compreenda como se estabelecem as relações locais com as universais, como o contexto mais próximo está contido em um contexto mais amplo e quais as possibilidades e implicações que essas dimensões possuem.

A observação, descrição, experimentação, analogia e síntese devem ser desenvolvidas para que o aluno possa aprender a explicar, compreender e até mesmo representar os processos de construção do espaço e dos diferentes tipos de paisagens e territórios.

A Geografia busca decodificar as imagens presentes no cotidiano, impressas e expressas nas paisagens e em suas representações numa reflexão direta e imediata sobre o espaço geográfico. Assim, é preciso sair do áudio e texto para transitar pelas imagens, fotos, vídeos presentes na vida dos alunos que estão imersos em um mundo onde há uma elevadíssima densidade de informações, proporcionada pelas TIC.

Portanto, as TIC proporcionam um recurso atraente e motivador ao se integrar a um projeto pedagógico que promova um processo de aprendizagem significativa, no qual o aluno é capaz de trabalhar tomando decisões e ao final apresentar um produto, fruto de um processo de construção e reconstrução de sua caminhada.

O processo de ensino-aprendizagem da Geografia utilizando as TIC, ou melhor, Tecnologias Educacionais como ambientes virtuais de aprendizagem e laboratório de informática procura produzir um meio capaz de auxiliar a compreensão e a especialização de elementos ou processos naturais do ser humano.

Nos dias de hoje é preciso formar indivíduos mais globais e críticos que tenham capacidade de interagir no meio em que vivem. Para isso, faz-se necessário iniciar uma nova perspectiva na escola que transcenda os conhecimentos sistematizados, no sentido de romper com a linerialidade da aprendizagem. Para tal, é preciso se preocupar com a perspectiva cultural e gerar questionamentos nos alunos sobre o que fazer e pensar.


3. OBJETIVOS

3. 1. GERAL

Este estudo tem como objetivo geral apresentar uma proposta de trabalho aos professores de Geografia que os levem a refletir sobre a importância e o potencial do uso de novas tecnologias na formulação de projetos pedagógicos de ensino-aprendizagem voltados para o desenvolvimento de competências.

3. 2. ESPECÍFICOS

Em termos específicos, espera-se que, ao término do curso, os participantes possam ser capazes de:

  • selecionar, com espírito crítico, instrumentos e ferramentas pertinentes ao desenvolvimento de uma proposta;
  • elaborar uma proposta que proporcione, aos alunos, um novo processo de pesquisa e construção do conhecimento;
  • pesquisar e explorar novos softwares / programas reconhecendo seu potencial, nível de interação e viabilidade de uso;
  • refletir sobre metodologias de trabalho que possibilitem aos alunos o desenvolvimento de competências como: levantamento, seleção e organização de informações;
  • fazer com que seus alunos cooperem / colaborem na construção do conhecimento através da relação com o outro e com as TIC.

4. METAS

Pretende-se, após este curso, identificar nos participantes a existência de competências e capacidades no ato de estabelecer relações entre os conteúdos de Geografia e a importância de integração das TIC, e sua relação com o mundo dos alunos no processo de aprendizagem.

Com isso, pretende-se formar uma equipe de educadores capazes de se reconhecerem como mediadores do conhecimento, dentro de uma perspectiva construtivista viabilizando a formação de alunos autônomos e críticos no contexto em que vivemos, ou seja, na sociedade da informação.


5. PÚBLICO-ALVO

Esta proposta pedagógica tem como público alvo os professores da equipe de Geografia de uma instituição particular situada na zona sul do Rio de Janeiro. A equipe é formada por 14 professores e cada um têm em torno de 230 alunos nos segmentos em que trabalham.

São pessoas com bom nível social e boa formação acadêmica. Normalmente, tem fácil acesso aos computadores visto que a escola incentiva a utilização e o desenvolvimento de projetos com Tecnologias Educacionais com aulas no laboratório de informática desde as séries iniciais e a presença de micros em todas as salas de aula do ensino fundamental para uso dos professores e alunos.

A maioria tem computador em casa, alguns poucos só têm acesso na escola. Quase a totalidade tem celular com recursos de mp3 player, câmeras e outras tecnologias.

O colégio é católico, mas nem todos os professores seguem esta ou alguma religião.

Os professores demonstram ter interesse pelas atividades e projetos que envolvem o laboratório de informática e a Internet.


6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

6.1. O DESENVOLVIMENTO DAS TIC EM UM CONTEXTO GLOBALIZADO

O tema "Globalização" vem se tornando comum no cotidiano dos seres humanos. Mesmo que algumas pessoas não se dêem conta, cada vez mais, todos são atingidos direto ou indiretamente. Quando adquirimos um produto feito na China, lemos uma manchete de um jornal internacional ou mesmo, assistimos a um documentário / filme produzido em outro país, estamos usufruindo deste processo de mundialização das informações.

Podemos notar que este processo, assim como a educação, estabelece historicamente relação com o mundo do trabalho e sofre transformações na medida em que as tecnologias evoluem. Segundo Arrais (2004, s/p), "podemos verificar uma certa concordância entre diversos autores em admitir que a globalização (ou mundialização, como preferem os franceses) coincide com um conjunto de transformações contemporâneas que atingiram o mundo nas últimas três ou quatro décadas".

O fato de que este processo esteja se ampliando e influenciando o mundo em que vivemos, não significa que as interferências nas relações sociais, nas relações de trabalho e no mundo da produção sejam totalmente positivas e tragam somente vantagens aos seres humanos. Tomamos como exemplo o fato de que as grandes indústrias automobilísticas e outras grandes empresas instalam suas fábricas em países com economias subdesenvolvidas para diminuir seus encargos com mão-de-obra, desta forma faturando mais, gastando menos. Este fato é um dentre muitos que provocam a segregação de milhões de pessoas.

Com a evolução das tecnologias, tanto as da comunicação e informação quanto as da robótica, junto a este novo cenário de globalização criam um nova demanda de formação dos seres humanos. Para Corrêa (2007, p.9) "esta nova revolução acena para a formação de um novo cidadão, que passa a ser cidadão do mundo".

Este novo cidadão necessita ter uma formação mais planetária que rompa com as fronteiras de tempo e de espaço. Assim, a educação mais uma vez fica com a responsabilidade de proporcionar esta formação. Já que desde a 1ª revolução industrial também cumpre o papel de formar pessoas para o mundo do trabalho.

Para a Educação, as TIC podem representar um instrumento em potencial para formar e capacitar pessoas tanto nos aspectos de quantidade como de qualidade a fim de democratizar o acesso à educação e a sociedade da informação.

Para a formação de seres mais globalizados e com as novas competências exigidas por este cenário do mundo da produção, as TIC cumprem um papel fundamental. Para Alarcão (2003, p.17),

o valor não está hoje na capacidade de seguir instruções dadas por outros para fazer funcionar máquinas, mas sim na capacidade de transformar em conhecimento a informação a que, graças à máquinas, temos um rápido acesso. As novas máquinas são apenas hoje uma extensão do cérebro. O pensamento e a compreensão são os grandes fatores de desenvolvimento pessoal, social, institucional, nacional, internacional.

Saber agir e atuar de forma correta e coerente frente a novas situações impostas se torna uma competência que não é inata ao indivíduo social, mas deve ser formada no decorrer de seu desenvolvimento. Assim, todos os indivíduos sociais devem estar contextualizados não só do ponto de vista tecnológico, mas também em relação às formas de pensamento, ou melhor, competências cognitivas que os tornam ativos na sociedade da informação.

As TIC podem proporcionar, naturalmente, que as pessoas se desenvolvam por completo e quebrem as barreiras da linearidade no acesso à informação. Uma de suas características principais é a que o aluno precisa desenvolver autonomia de estudo e capacidade crítica de compreensão, dentre muitas outras. Estas novas demandas exigidas pelo mundo da produção nos remetem a uma questão fundamental "Será que a educação atual promove a formação de um novo ser? Social? Humano? Flexível?".

Embora, já presenciarmos muitas iniciativas que demonstram a preocupação e sensibilização para com esta questão, ainda precisamos melhorar muito e é necessário que isto se torne uma questão universal, do Estado, pois somente aplicar as tecnologias na escola, não significa que fará a diferença. As tecnologias por si só, não são capazes de promover as transformações necessárias, mas podem proporcionar através de propostas bem elaboradas a formação de pessoas competentes, habilidosas e acima de tudo, globalizadas.

Neste sentido, é possível afirmar que as TIC se tornaram um instrumento fundamental para educação nesta sociedade.


6.2. A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Atualmente, a interatividade está em pleno uso por diversas áreas tecnológicas e do conhecimento. Seu surgimento se deu, provavelmente, há algumas décadas em meio ao processo de evolução das tecnologias TIC sendo que, ainda hoje, é um tema discutido por muitos autores quanto à sua concepção e aplicação. Para Silva (2000, p.84) "alguns o utilizam como sinônimo de interação, outros como um caso específico de interação, a interação digital. Para outros, ainda, interatividade significa simplesmente uma "troca", um conceito muito superficial para todo o campo de significação que abrange".

Podemos considerar que o termo interatividade pode ter diferentes significados dependendo do contexto de utilização. Neste documento, todo o desenvolvimento será pautado nos termos de Interatividade e Interação conceituados por Pino (2000, s/p) na qual,

se a interação define, entre outras coisas, a existência de reciprocidade das ações de vários agentes físicos ou biológicos (dentre estes os humanos), a interatividade traduz, mais particularmente, uma qualidade técnica das chamadas máquinas "inteligentes"; qualidade técnica que investe essas máquinas de um conjunto de propriedades específicas de natureza dinâmica, pois elas se alteram com a própria evolução técnica.

Ou seja, a interatividade se tornou uma característica ou qualidade muito típica dos objetos tecnológicos atuais que reforçam a sensação de dinamismo nos atos de ação e manipulação, enquanto a interação (termo mais antigo) é utilizada em diversas ciências como "as relações e influências mútuas entre dois ou mais fatores, entes, etc. Isto é, cada fator altera o outro, a si próprio e também a relação existente entre eles" (PRIMO e CASSOL, 1999 apud BONILLA, 2002).

No contexto das Tecnologias Educacionais, os dois conceitos são de extrema importância e suas aplicações refletem no objetivo principal que sempre determinamos como o processo de aprendizagem.

A interatividade, sendo entendida como o nível de flexibilidade, usabilidade, dinâmica e desenvoltura que um software ou ambiente on-line oferece, pode favorecer / facilitar uma rica interação entre os usuários e as informações no processo de construção do conhecimento. Assim, a interatividade se torna um elemento fundamental para qualquer projeto pedagógico apoiado nas TIC e a interação, um alvo a ser alcançado por todos os integrantes do processo de ensino-aprendizagem, nos quais, Educador - Conhecimento - Aprendiz interagem numa ordem não-linear em uma relação horizontal.

Nos estudos desenvolvidos por Piaget e Vygotsky denominados Construtivistas, a interação é um fator fundamental para o processo de construção do conhecimento. Para Zacharias (2007, s/p), Piaget considera que,

a criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Essa interação com o ambiente faz com que construa estruturas mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida.

Tendo o mesmo grau de relevância, para Vygotsky a interação ocorre, fundamentalmente, em uma dimensão social e é partir desta que o individuo se desenvolve. A Interação social é o pilar e o motor para o desenvolvimento intelectual, pois a primeira função do ser humano que se manifesta é no nível social (interpessoal), depois, no nível individual (intrapessoal). A aprendizagem humana pressupõe uma natureza social específica e um processo através do qual as pessoas penetram na vida intelectual daquelas que as cercam (VYGOTSKY, 1984).

Com isso, é impossível negar a relevância do papel da interatividade e interação no processo de construção do conhecimento ficando claro também, que para elaborar qualquer proposta educacional, tanto presencial, virtual e a distância é extremamente importante considerar quais modos de interações ocorrerão e serão propiciados a fim de promover o desenvolvimento cognitivo dos sujeitos envolvidos.


6.3. A FORMAÇÃO DE EDUCADORES EM UM NOVO PARADIGMA EDUCACIONAL

O ser humano sempre buscou formas de melhorar suas condições perante a natureza e dessa forma, desenvolveu diversos tipos de artifícios tecnológicos que provocaram transformações na natureza e em sua forma de viver no mundo.

Historicamente, a cada transformação que o homem promove, transforma seu ato de pensar, agir e sua relação com mundo. Assim, se dá o processo evolutivo da humanidade.

Esta capacidade é o que sempre diferenciou o homem dos outros animais, os quais têm seu comportamento determinado pela natureza. Segundo Pinto (2001, s/p),

(...) o que ocorre ao homem é diferente. Anterior a realização de seu trabalho, o homem é capaz de projetá-lo, ou seja, a capacidade de definir meios diversos que possibilitam o alcance de seu objetivo, possuindo a livre escolha da alternativa que melhor se adeqüe a seus meios e procura segui-los.

Contudo, se por um lado as transformações provocadas pelo homem proporcionaram um certo grau de autonomia sobre a natureza, por outro causou danos no decorrer da história que até hoje são irreparáveis e ameaçam sua própria existência humana.

Atualmente, vivemos em uma sociedade marcada pela forte influência das TIC que na história da humanidade, promoveram transformações nos modos de vida dos indivíduos. Seus efeitos são inegáveis e para Cortella (2004, s/p), "vivemos em uma sociedade imagética, imersa em recursos audiovisuais que fazem parte da percepção de mundo desta geração. Todo pensamento gira em torno de imagens, movimento e informações associativas".

Ou seja, as tecnologias constituem um elemento fundamental nos ambientes educacionais a partir do momento que se tornaram parte da sociedade e objeto da humanidade.

Hoje, os recursos tecnológicos audiovisuais e internet permitem o registro quase instantâneo de fatos / acontecimentos e o compartilhamento de informações quase que instantâneo independente da barreira temporal e espacial.

Contudo, esta dinâmica possibilita a alteração da compreensão da realidade que passa a ser associada ao que é visível, pois acreditamos naquilo que vemos e com o acesso aos recursos tecnológicos existentes é possível manipular os fatos facilmente, através de edição de imagens, áudio, etc.

É preciso que as pessoas sejam capazes de lidar com toda esta evolução tecnológica não só do ponto de vista técnico, mas também, do ponto de vista de compreensão. Tendo em vista que estes recursos se tornaram nosso próprio meio de comunicação, convivência e socialização. Faz-se necessário que os indivíduos tenham competência para refletirem sobre todas as informações que os cercam.

Para isso, os ambientes educacionais devem se apropriar destes recursos de desenvolverem projetos pedagógicos voltados para a formação das competências necessárias na atualidade. Isso se constitui em um novo desafio para a escola e educadores, pois devem ressignificar suas funções perante a sociedade da informação uma vez que sua proposta inicial está voltada para a formação plena do ser humano.

Sem dúvida, a utilização das TIC no âmbito educacional exige também uma capacitação / formação dos educadores que devem estar abertos a novos desafios uma vez que as tecnologias, por si só, não garantem o sucesso e qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

Somente se apropriando das tecnologias atuais, repensando seus efeitos e suas contribuições o educador poderá elaborar propostas significativas rumo à formação de indivíduos contextualizados e capazes de atuar no meio em que vivem.


7. METODOLOGIA

De acordo com os objetivos e o contexto do curso, será preciso criar uma proposta de trabalho que tenha características flexíveis quanto ao tempo e espaço, ou seja, um curso a distância que permita aos participantes momentos de aprendizagens individuais e coletivas a partir de interações on-line que proporcionem a partilha de idéias, dúvidas e reflexões.

Nesta perspectiva, é preciso estar apoiado no conceito de Educação a Distância como uma modalidade com grande potencial para favorecer o processo de ensino-aprendizagem, configurando um contexto de trocas e construção do conhecimento sobre o uso das tecnologias.

Através da interatividade e hipertextualidade, o processo de construção do conhecimento será mediado segundo os pressupostos das teorias construtivistas e sócio-interacionistas.

Nesse sentido, a relação afetiva entre os participantes e a partilha de suas experiências profissionais / pessoais serão aspectos primordiais para a realização de uma proposta significativa de formação continuada que modifique ou reafirme suas concepções e conceitos levando-os a repensar suas práticas didático-pedagógicas.

O curso será iniciado com um encontro presencial para apresentação do projeto, do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e seus recursos.

Estima-se que, para o participante ter um bom desempenho, caberá a ele interagir no ambiente ao menos quatro horas por semana, pois lá existirão fóruns de discussão, atividades, dicas, vídeos, animações, simulações, textos, links e tudo que for relacionado ao tema apresentado.

O fórum será a principal ferramenta de interação para o desenvolvimento do curso, devendo o participante publicar suas dúvidas, suas conclusões colaborando com os colegas.

Na primeira fase, a preocupação principal da equipe de orientadores / tutores será quanto à ambientação e aprendizagem das ferramentas do ambiente. Para isso, o papel dos tutores será vital, pois caberá a eles motivar a interação com os recursos do ambiente, entre os participantes e fornecer feedbacks rápidos sobre as questões postadas no fórum.

Considerando as etapas do processo de ensino a distância e os desafios apresentados, serão necessárias (08) oito semanas para o desenvolvimento do curso, divididos em (03) três módulos e que envolverão atividades técnicas, teóricas, exploratórias e de pesquisa.


7.1. ESTRUTURA DO CURSO

O curso será estruturado de acordo com o quadro abaixo:

Módulo I - Atividades

§Encontro presencial

oRecepção;

oContextualização;

oApresentação do tema e da proposta do curso;

oConfirmação de Login e Senha para acesso ao curso;

oApresentação do AVA (Moodle) e dos recursos utilizados (fóruns, chats, ...);

§AVA – Evolução tecnológica e a educação

oFórum – Apresentação;

oAtividade – Alterando o perfil do participante;

oPesquisa Opinião – O uso das TIC nas aulas de Geografia;

oTexto – A Evolução do Homem e as TIC no Ensino;

oTexto – A crise da Geografia Tradicional, o início do movimento de renovação da ciência geográfica e o ensino;

oTexto – O papel do professor de Geografia frente às Tecnologias Educacionais;

oTexto – Cidades Virtuais: Tecnologias para Aprendizagem e Simulação;

oVídeo – Aula de Geografia (http://www.youtube.com/watch?v=1aABpe1HKEk);

oFórum – Os desafios no processo de aprendizagem da Geografia na atualidade;

oTarefa individual – A importância da integração das TIC no Ensino de Geografia;

Módulo II - Atividades

§AVA – Mídias e Programas

oFórum – Pesquisa sobre mídias, programas e sites interessantes para o ensino de Geografia;

oAtividade – Construindo uma atividade utilizando o Google Earth;

oWiki (atividade em grupo) – Planejando uma atividade para Laboratório de Informática baseado em pesquisa e produção;

oAtividade – Criando atividades de observação e interação com mapas;

oAtividade – Usando editores de texto, apresentação e imagem para o ensino de Geografia;

oAtividade – Elaborando vídeos temáticos para as aulas;

oAtividade – A construção do conhecimento em Geografia mediado por jogos;

oFórum – Dúvidas e sugestões sobre as atividades desenvolvidas;

oTarefa individual – Como o usar mídias e programas na criação de propostas educacionais integradas;

Módulo III - Atividades

§AVA – Elaboração de um projeto educacional

oTexto – Educação: Design Instrucional na Prática;

oTexto – Design Instrucional Contextualizado;

oFórum – Elaboração de um projeto integrado as TIC;

oTarefa individual – Projeto na disciplina de Geografia apoiado nas Tecnologias Educacionais.

oTarefa – Auto-avaliação;

oTarefa – Avaliação do curso.


7. 2. MÍDIAS EMPREGADAS / MATERIAL DIDÁTICO:

O computador e a Internet são as mídias principais usadas no curso, no entanto, materiais como sites, textos, artigos, softwares, vídeos e simuladores estarão disponíveis para estudo no AVA.


7. 3. AVALIAÇÃO

7. 3. 1. AVALIAÇÃO DO PARTICIPANTE

A avaliação do participante acontecerá de forma processual no decorrer do curso e ao final de cada módulo, formularão uma atividade relacionada ao ensino de Geografia.

Para que se possa avaliar o processo de aprendizagem com eficiência e qualidade, serão realizadas duas formas de avaliação:

• Formativa – todos os participantes serão avaliados a partir dos níveis de contribuição e interação realizadas entre o grupo, reunidas pela ferramenta de relatórios do AVA;

• Qualitativa – todos os participantes deverão apresentar e defender um projeto educativo com a integração as TIC.


7. 3. 2. AVALIAÇÃO DO CURSO

O Curso deverá ser avaliado no decorrer de seu desenvolvimento através de reuniões entre os tutores e a coordenação do departamento de informática educativa.

Ao final, os participantes desenvolverão uma avaliação sobre o curso que contenha informações sobre: design, conteúdo, temas propostos, tutoria.


7. 4. CERTIFICADO

Este curso certificará os participantes com a titulação de conclusão do curso de formação continuada para professores de Geografia na área das Tecnologias Educacionais.

Em versões futuras, será oferecido a professores de outros Colégios integrantes da Companhia a qual pertence.


7. 5. INSTALAÇÃO DA PLATAFORMA

A Instituição possui um servidor dedicado, hospedado em um provedor de acesso a Internet no qual está disponível o site e uma versão recente do Moodle. Este LMS (Learning Management System) já foi testado pela Instituição em alguns de seus projetos desenvolvidos pelo Departamento de Informática Educativa.

Este sistema permite que a escola se estenda para a Internet, fornecendo um ambiente onde os alunos podem acessar muitos dos recursos da sala de aula, propiciando aos professores publicação de anúncios, notícias, publicações de jornais eletrônicos, tarefas, aplicação e realização de trabalhos entre outros recursos.


7. 5. 1. TELA DE DIVULGAÇÃO

Existirá uma chamada no site da Instituição com um logotipo, atraente, claro e simples, contendo o nome do curso: "A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NO ENSINO DE GEOGRAFIA APOIADO PELAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO" - este será um link que redirecionará o interessado para todas as informações inerentes ao curso, como:

§Título do curso;

§Apresentação do curso;

§Professores / Tutores;

§Objetivo geral;

§Público-alvo;

§Pré-requisitos;

§Metodologia;

§Requisitos tecnológicos mínimos;

§Carga horária e prazo para conclusão;

§Avaliações;

§Certificação;

§Fale conosco (e-mail, telefones, endereço);

§Faça sua Inscrição.


7. 5. 2. TELA DE ABERTURA

Na página inicial do AVA será solicitado ao aluno seu login e senha, levando-o para o curso onde estará disponibilizada cada módulo. Estarão disponíveis:

§Orientações, como utilizar a plataforma e sua navegação;

§Assuntos Gerais (local para assuntos de interesse da comunidade);

§Biblioteca Virtual (material disponibilizado na Internet);

§Painel de Avisos (local onde serão colocados avisos referentes ao curso ou pertinentes a ele);

§Calendário com cores que definem as atividades (atividades individuais, em grupo, globais e do usuário);

§Perfil (o aluno deve colocar o que acha relevante que seus parceiros saibam sobre ele, bem como sua imagem);

§Notas (constará a nota de cada módulo);

§Local para troca de login e senha;

§Participantes (local onde o aluno encontrará a relação de todos os participantes);

§Mensagens (pequenos lembretes, recados, que serão visualizados assim que se entrar no ambiente);

§Tarefas (arquivos das tarefas, data da entrega e respectivas notas);

§Fóruns (acesso aos fóruns);

§Wikis(acesso aos wikis);

§Materiais (disponibilização de todo material do curso, incluindo biblioteca virtual).

8. CRONOGRAMA

8.1. CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO CURSO

O cronograma para a implantação do curso, em 2009, seguirá o seguinte calendário:

ATIVIDADES

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Formação da equipe de trabalho

X

Pesquisa de cursos existentes na área

X

X

Pesquisa de conteúdo

X

Elaboração de conteúdos e materiais didáticos

X

X

Formatação do curso

X

Implantação do curso

X

X

Simulação do curso

X

Revisão

X

Inscrições

X


8.2. CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO / DESENVOLVIMENTO DO CURSO

O cronograma de desenvolvimento do curso, no 2º semestre de 2009, seguirá o seguinte calendário:

ATIVIDADES

Encontro presencial

Módulo I

Módulo II

Módulo IIII

Semana 1

X

X

Semana 2

X

Semana 3

X

X

Semana 4

X

Semana 5

X

Semana 6

X

Semana 7

X

Semana 8

X


9. RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS, TECNOLÓGICOS E FINANCEIROS

9. 1. RECURSOS HUMANOS

O curso será ministrado pelo departamento de Informática Educativa em parceria com a equipe da Disciplina de Geografia. A equipe que atuará no curso será formada de acordo com o quadro abaixo:

Profissional

Departamento

Competência

Qtd.

Pedagogo

Informática Educativa

Elaboração do planejamento pedagógico, auxílio na produção de materiais e acompanhamento dos tutores ao longo do curso

1

Conteudista

Geografia

Assessoria e produção de materiais relativos à disciplina

1

Tutor

Informática Educativa e Geografia

Ministrar o curso de acordo com o conteúdo programático, orientação, incentivo, motivação e acompanhamento dos participantes no desenvolvimento dos desafios / atividades, avaliação dos participantes nas atividades desenvolvidas

2

Web Design

Design

Planejamento e organização visual do ambiente de aprendizagem

1

Ilustrador

Design

Elaboração de ícones, gráficos, desenhos, imagens e animações dos materiais e do ambiente de aprendizagem

1

Técnico em Informática

Informática Administrativa

Suporte técnico, instalação, configuração e manutenção do sistema (Moodle)

2


9. 2. RECURSOS MATERIAIS

Inicialmente, o curso será oferecido somente para os professores da Instituição e por isso, os materiais necessários para a realização do curso já existem e fazem parte do patrimônio do Colégio.

Material

Quantidade

Valor Unitário (estimado)

Valor Total

(estimado)

mesas

1

R$ 450,00

R$ 450,00

armários

1

R$ 80,00

R$ 80,00

cadeiras

7

R$ 90,00

R$ 630,00

computador

5

R$ 1400,00

R$ 7000,00

scanner

1

R$ 120,00

R$ 120,00

Total:

R$ 8280,00


9.3. RECURSOS TECNOLÓGICOS

Os participantes deverão possuir os seguintes recursos:

Recurso

Detalhes

Licença

Valor Unitário (estimado)

Computador

Sistema Operacional Windows XP SP2

Software Proprietário

R$ 370,00

Conexão de Internet

Velocidade 256k ~

--------

R$ 65,00

Navegador

Mozilla Firefox ou compatível

Software Livre

--------

Editor de texto

BrOffice.Org ou compatível

Software Livre

--------

Adobe Reader

Versão 8

Software Gratuito

--------

Flash Player

Versão 10

Software Gratuito

--------

Google Earth

Versão 4

Software Gratuito

--------

Editor de imagem

Paint.Net

Software Livre

--------

Windows Movie Maker

Versão 5

Acessório Windows

--------

Hot Potatoes 6

Versão 6

Software Livre

--------

Total:

R$ 435,00


9.4. RECURSOS FINANCEIROS

Profissional

Quantidade

Valor Unitário

(Estimado)

Valor Total

(Estimado)

Pedagogo

1

R$ 1400,00

R$ 1400,00

Conteudista

1

R$ 1400,00

R$ 1400,00

Tutor

2

R$ 1200,00

R$ 2400,00

Web Design

1

R$ 1000,00

R$ 1000,00

Ilustrador

1

R$ 1000,00

R$ 1000,00

Técnico em Informática

2

R$ 700,00

R$ 1400,00

Total:

R$ 8600,00

Inicialmente, o curso será voltado para os professores da Instituição e, posteriormente, para professores de outros colégios da Companhia de Jesus, da Província do Brasil Centro-Leste que abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Brasília. Sendo assim, os custos iniciais são mínimos e deverão ser revistos quando estendidos para outros colégios.

Haverá um custo com a equipe de tutoria que será composta por professores da equipe de Informática e de Geografia. Estes atuarão em horários extracurriculares. Serão 2(dois) tutores e cada tutor receberá uma carga horária de 2(dois) tempos semanais referentes à hora-aula paga ao 9º ano. O valor de investimento está contabilizado nos custos do programa de formação de educadores inacianos da Instituição.

Gastos com infra-estrutura e recursos tecnológicos não existirão, visto que a Instituição já possui um departamento de Informática Educativa.


10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação é um campo em constante mudança e sendo sua principal função formar pessoas para vida, se faz necessário ter um ideal de formação continuada dos profissionais que atuam nesta área.

Nesse sentido, esta proposta busca proporcionar aos professores um momento de reflexão sobre a integração e o uso das TIC como instrumento para a criação de espaços dentro da escola que ajudem a desenvolver os sujeitos.

Sabemos que a presença de novas tecnologias na educação não garante uma mudança efetiva, mas na atualidade se tornaram indispensáveis.

Nesta proposta, podemos perceber que as TIC contribuem para o desenvolvimento e aprendizagem por possibilitar uma atuação mais participativa, no qual, o aluno se torna sujeito do seu processo de construção do conhecimento.

Assim sendo, concluímos que esta proposta de curso tem muito a contribuir para a melhoria da formação de educadores reflexivos, conseqüentemente, da educação que buscamos e na evolução da educação apoiada em tecnologias.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Ed. Cortez, 2003.

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