A COMTRIBUIÇÃO DA DIVERSIDADE TEÓRICA DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS.

Por Maria da Conceicao Pereira | 03/10/2012 | Educação

Universidade Federal de Mato Grosso

UFMT/UAB

Curso de Pedagogia/2º Licenciatura

Psicologia da Educação

 

           

 

 A COMTRIBUIÇÃO DA DIVERSIDADE TEÓRICA DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO NAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS.

 

 

 

 

 

 MARIA DA CONCEIÇÃO PEREIRA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                  

 

 

Cuiabá – MT

2012/2

Resumo:
Este artigo analisa algumas teorias psicológicas e suas contribuições para a educação.

 A Educação compete todos os detalhes, em toda a amplitude das situações que produzem ou provocam aprendizagem.

Consideramos Educação como o campo característico da categoria dos humanos, porque a definimos como a esfera das aprendizagens.

Ela é característica do humano, uma vez que o homem tem como sua marca definidora o fato de ser um ser de cultura, por conseguinte, um ser que aprende.

          Palavras-chave: teorias psicológicas; psicologia educacional; finalidades educacionais.

 

INTRODUÇÃO

Os currículos dos cursos de formação de professores, em qualquer nível que seja, abordam temas que dizem respeito à escola, como instituição social, e às relações mantidas pelos agentes envolvidos no processo de ensinar e aprender. Algumas de suas disciplinas respondem pelos fundamentos filosóficos, políticos, sociais e legais do ensino, com ênfase no desenvolvimento histórico da escola e no perfil sociológico e antropológico da clientela. Outras abrangem aspectos teórico-metodológicos que, suplementados por atividades de estágio supervisionado, visam a instrumentalizar a prática docente. Neste universo em que se busca compreender a escola no tempo histórico e nas circunstâncias imediatas da ordem social, bem como discutir as bases epistemológicas da pedagogia, apresentam-se ensinamentos pertinentes à psicologia do educando e do educador para sustentar a relação entre quem ensina, o que é ensinado e quem aprende.

Com exceção, é claro, das disciplinas estritamente metodológicas, todos os saberes que contribuem para a formação dos professores pertencem, originalmente, a um terreno que se distingue da educação escolar. Ciências como a Sociologia e a Antropologia, por exemplo, possuem esferas próprias de estudo e reflexão, como é sabido, mas esperam-se delas contribuições para esclarecer problemas do âmbito educacional. Assim como se recorre à Filosofia para deslindar a tradição do pensamento ocidental, de modo a elucidar os fundamentos da prática pedagógica, almeja-se que sociólogos e historiadores, ao analisarem como as instituições sociais funcionam e se transformam ao longo das épocas, possam auxiliar no posicionamento da escola na sociedade e no planejamento de seu futuro.

A preocupação central do presente trabalho é discutir como a Psicologia tem servido e pode servir à educação, considerando que, no conjunto das ciências que fundamentam o ensino, ela é vista por muitos como a principal subsidiária, uma ciência auxiliar que teria acabado por assenhorear-se da Pedagogia. A meta principal, aqui, será buscar entender como se dá a transposição dos conhecimentos de um determinado corpo científico para os limites da sala de aula, para o que serão analisadas algumas correntes de pensamento da Psicologia. Embora se trate de um propósito bem delimitado, as reflexões desenvolvidas poderão ensejar revisões críticas quanto às demais Ciências da Educação, bem como a outras teorias psicológicas não mencionadas.

         DESENVOLVIMENTO

         Os conhecimentos do campo da Psicologia da Educação trazem sua contribuição na medida em que compreende a escola como um espaço no qual convivem diferentes sujeitos, com demandas e interesses singulares no qual se constituem a escola e suas relações. Justamente aqui a teoria sócio-histórica encontraria espaço para contribuir e iluminar as práticas, já que desse ponto de vista o sujeito é entendido como histórico, situado em um contexto que o determina e, ao mesmo tempo, é por ele determinado.

Assim, deveríamos, por meio dessa teoria, olhar a escola como uma instituição formada por sujeitos que estão inseridos em uma sociedade permeada por transformações, que interferem em sua constituição, mas esse sujeito singular é capaz de transformar a si próprio e ao outro e deve encontrar espaço para que essa transformação se efetive.

Pensar na formação que vem sendo oferecida pelas escolas não é tarefa fácil, já que envolve todo um complexo sistema de ensino e obriga-nos a rever políticas oferecidas tanto aos professores quanto aos alunos.

Fala-se a todo momento na formação de cidadãos autônomos e responsáveis, mas não se questiona o suficiente como isso poderia ser feito,ou melhor, essa meta, ou objetivo, não é discutida com os maiores interessados (escola, família, comunidade).

           Para desenvolvermos uma reflexão sobre as questões propostas, apresentaremos algumas concepções de base interacionista, sobretudo da perspectiva da Psicologia sócio-histórica, com destaque para Vigotski e Wallon, cujas produções têm sido aceitas de forma significativa no campo da pesquisa educacional.

Ambos os teóricos entendem o desenvolvimento humano como parte de um processo histórico, socialmente construído, em uma permanente articulação entre desenvolvimento filogenético e ontogenético, possibilitando ressignificações e transformações das funções cognitivas ser humano, das suas percepções e compreensões do mundo e da realidade e de seu modo de sentir e emocionar-se.

 Ao pensarmos os sujeito, não há como não refletirmos, também, sobre o social, a cultura e a linguagem, uma vez que tais instâncias o atravessam, constituem e são constituídas por ele.

 Dessa perspectiva de compreensão do sujeito, torna-se fundamental olhar para os espaços sociais que deveriam se constituir como promotores do seu desenvolvimento. Nesse sentido, esse olhar deverá se dirigir com especial atenção à escola e refletir sobre o papel da educação na realidade atual.

O processo de ensino-aprendizagem sofre carência de conhecimento cientifico, impedindo assim, a melhoria da qualidade de ensino, e nesse olhar podemos perceber que no cotidiano do professor da Educação Infantil na faixa etária de 0 a 6 anos a utilização das Teorias Psicológica Cognitivistas e Sócia Histórico especialmente as de Piaget e Vygotsky estão presente na pré-escola.

            Partindo do pressuposto que a educação infantil é oferecida no estágio inicial da vida escolar da criança, acreditamos que as teorias, que subsidiam a prática pedagógica do professor (a) da Educação Infantil merece ser trabalhada uma vez que nós professores temos um planejamento flexível em cima da dificuldade de cada educando, pois não sabemos como a mesma vêm sendo trabalhada no cotidiano da sala de aula da Educação Infantil.

             Sabemos que a criança ao longo da historia, está construindo o seu conhecimento, portanto, é imprescindível que o profissional, que trabalha com a educação Infantil, conheça algumas teorias do desenvolvimento da criança, principalmente no que se refere o caminho traçado por cada criança para ampliar o conhecimento de si mesma, e do mundo ao seu redor, pois o comportamento humano é indispensável ao envolvimento geo-fisico-social.

            Atualmente está muito difícil entre pais e professores uma proximidade para juntos conhecer com maior clareza o processo de desenvolvimento psicológico da criança e compreender suas necessidades em diversas situações, principalmente na etapa escolar.

            Neste sentido eu gostaria de buscar as contribuições que as teorias psicológicas, e em especial a de Piaget e Vygotsky podem oferecer ao desenvolvimento da criança , visto que, estas teorias têm sido objeto de estudos de teóricos do mundo inteiro, sempre na busca de contribuições para o desenvolvimento do universo escolar. Desta forma eu gostaria de discutir para verificar de que maneira as mesmas, podem auxiliar, no desenvolvimento do educando, e na prática pedagógica do professor e assim contribuir para reflexão do papel do professor.

              A intervenção pedagógica enfatizada por Vygotsky, não pressupõe a educação tradicional, em que o professor assume uma postura autoritária, interferindo e subestimando a capacidade do aluno, que por sua vez assume o papel de mero espectador, ao contrário, Vygotsky aposta na construção e re-elaboração que o aluno é capaz de fazer, quando convive com seu grupo cultural.

           A convivência com grupos de pessoas possibilita a criança a observar,comparar, imitar, a fim de que ela mesma, a partir do outro, crie possibilidades de ampliar sua capacidade e conseqüentemente expandir o seu desenvolvimento.

Partindo do princípio de que as crianças, principalmente as mais novas, possuem um comportamento determinado pelas ações concretas, Vygotsky toma o brinquedo como um elemento indispensável no desenvolvimento e aprendizagem infantil, isto porque, é nas brincadeiras, mais precisamente aquelas de “faz de conta” que se possibilita elaborar o desenvolvimento proximal.

Ao brincar, a criança transporta-se do mundo real para o imaginário, e na representação da realidade, separa o objeto de seu significado, exercício que estimula a criança livrar-se das operações concretas. Ainda na imaginação, assume comportamentos para a sua idade, vivenciando situações que a conduzirá para o avanço de seu desenvolvimento.

          Segundo Piaget (1996) o desenvolvimento biológico é de grande relevância no processo de construção de conhecimento do mundo e da realidade que a criança se insere; e nesse contexto revela-se que o brincar, o interagir, e os momentos vivenciados no parque, nas atividades de Educação Física contribuem diretamente para a criança se desenvolver.

            Quando é analisado o papel que as professoras representam no processo de construção do conhecimento da criança no mundo da pré-escola, é refletido o quanto suas atuações são favoráveis no sentido de orientar o acesso ao conhecimento, e é nessa perspectiva que Vygotsky salienta o quanto a participação do outro no processo de aprendizagem é relevante.

            A análise das condições de trabalho do professor na sala de aula, e as atividades pelos quais as crianças manifestam seu pensar e o expressam, demonstra o quanto é importante o educador conhecer as teorias psicológicas expressas por Piaget e Vygotsky no processo de construção do desenvolvimento humano, em que o meio sócio-cultural é fator determinante para o aprendizado da criança.

         

          CONSIDERAÇÕES FINAIS

            É importante considerar que os fundamentos teóricos elaborados pelos pensadores estudados nem sempre são observados de fato no cotidiano escolar, mais auxiliam a reflexão do processo educativo como um todo.

            Observamos que a relação professor-aluno é importante ser levada em consideração na pré-escola, visto que, os valores afetivos presentes no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, podem levar a criança a construir pensamento favorável a aceitação das diferenças do outro.

             É relevante considerar, especialmente pelo professor que aquisição e construção do saber é gradativo e contínuo e depende de cada mundo particular que a criança vive.

             Então o cotidiano da pré-escola em diversos momentos pode fazer uso do pensamento piagetiano ou vygostkyano para melhorar seu processo ensino-aprendizagem, contudo a falta de discernimento sobre o memento em que eles se encerem é desconhecido, contribuindo para um que fazer pedagógico mecânico, instrumental, que não consegue de fato produzir a aplicabilidade das teorias no mundo da prática escolar.

            

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

          BRITTO, Rosyan Campos de Caldas. Criança, violência e cidadania. Belém:UNAMA, 1994.

           HAGE, Maria do Socorro Catro. Caminhos e descaminhos da educação infantil: dilemas de uma educadora paraense. 1997. Dissertação – Universidade da Amazônia.

LA TEILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Col de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon. São Paulo: Summus, 1992.

LEONTIEV, Luria, VYGOTSKY. Psicologia e Pedagogia: bases psicológicas da Psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento. São Paulo: Moraes, 1991.