A calma calama
Por carlos mettal | 15/09/2009 | PoesiasA calma Calama
Ao cair
Ao levantar
Adormecer a dor
Acamar o adoecer
Acalmar o mar
Distantes do sal
Perto do doce
Águas, águas
Turvas águas a esconder
O verde cristalino translúcido
Que veste o madeira taciturno
Como todo rio deve ser
Já amanhecer o sol
E a cidade lentamente
Dá o sinal de vidas viventes
Abrem-se algumas portas
Crianças saem a comercializar
O pão nosso! Deles de cada dia
O cheiro verde e as especiarias
As aves agourentas
Foram as primeiras a limpar o chão
Alçaram vôo ao verme
Verme urbanóide de primeira viagem
Marcas na arquitetura registram o quão antes
O ser homem adentrou as águas da floresta
Tatuando no solo virgem as suas obras
Mas, bem antes
Soldados do látex morreram à toa
No descaso das suas futuras memórias
A metade da lua
Paira no céu acima de mim
Mas, já amanheceu, lembro-me bem!
Do sol queimando o rosto
Homens, crianças, animais, aves
E a esperança sem pressa nenhuma
Na calma Calama.
Hoje é visível
Aos olhos do mundo
Mundo de sonhos estéreis
Desconfortados em poltronas
De fino tecido humano
Oh! Guerras!
Que houveram.
Ah! Promessas feitas!