A busca de métodos de combate às formigas cortadeiras

Por Romulo Ewerton Gomes Sousa | 27/02/2012 | Ambiental

A Busca De Métodos De Combate  ÀS Formigas Cortadeiras

 

Érika Susan Matos Ribeiro¹

Romulo Ewerton Gomes Sousa[1]

 

 

RESUMO

Esse trabalho teve por objetivo analisar os métodos existentes de combate a as formigas cortadeiras, buscando métodos eficientes e de menor custo. Para o desenvolvimento desse trabalho, realizou se uma pesquisa bibliográfica, com o foco na obtenção de dados significativos e de qualidade à cerca do assunto. O conhecimento obtido com essas análises permitiu a seguinte afirmação, o combate às formigas cortadeiras é fundamental, pois elas limitam o desenvolvimento dos plantios florestais, provocando a redução do crescimento das árvores e também causando baixa resistência ao ataque de outras pragas. Percebeu-se que o método que atende a estes requisitos são as iscas formicidas, embora apresente limitações como a impossibilidade de utilização em períodos chuvosos e em áreas muito extensas.

Palavras Chaves: Formigas cortadeiras; combate, florestas plantadas, saúvas, quenquéns.

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

As formigas cortadeiras, conhecidas desde o século XVI e, já relatadas pelo Jesuíta José de Anchieta em 1560 (Mariconi, 1970), ainda hoje, consideradas uma das principais pragas das florestas brasileiras. “No Brasil estes insetos são chamados de saúvas ou quenquéns. A primeira pertence ao gênero Atta com 10 espécies e 3 subespécies e a segunda aos gêneros Acromyrmex, com  20 espécies e nove subespécies” (Della Lucia et al 1993, apud ZANETTI et al 2003), e menos importante, os gêneros Sericomyrmex (9 espécies), Trachymyrmex (12 espécies) e Mycocepurus (3 espécies) (Anjos et al 1998, apud ZANETTI et al 2003).  Com o avanço de floretas plantadas como, Eucalipto sp., estes insetos se tornaram um problema para o manejo, podendo ocorrer perdas de mudas o qual causa prejuízos financeiros.

 

As formigas cortadeiras adaptam-se rapidamente às florestas plantadas, mesmo com o controle de manejo, necessitando, portanto de serem controladas constantemente. Determinar um modo de controle eficaz é de fundamental importância. É necessário que o controle seja adaptado à situação da área, proporcionando assim um controle eficiente e econômico. Para tanto, deve-se analisar os seguintes aspectos: “fase silvicultural; porte do sub-bosque; topografia; grau de infestação; tipos de formigas; existência ou não de animais domésticos, que podem interferir com alguns métodos segundo” (LARANJEIRO, 1994).

Segundo OLIVEIRA (et al., 1993),

 

Os tipos de combate mais comuns são o localizado (aplicação de formicidas diretamente sobre os ninhos) e o sistemático (as iscas formicidas são distribuídas de forma sistemática na área, independentemente da localização dos ninhos das formigas-cortadeiras). Este último método tem sido pouco estudado, apesar de ser prática comum em muitas empresas reflorestadoras brasileiras, em áreas de implantação, de reforma ou de regeneração, para o controle de sauveiros iniciais e, principalmente, de quenquenzeiros, que podem provocar danos severos à brotação ou às mudas recém-plantadas

 

No Brasil, testes com iscas à base de sulfluramida para o controle de formigas-cortadeiras apresentaram excelentes resultados para muitas espécies de saúvas, incluindo Atta laevigata (Della Lucia et al., 1992; Zanuncio et al., 1992; Alves et al., 1996, 1997, apud ZANETTI et al 2003), Atta sexdens rubropilosa (Della Lucia et al., 1992; Laranjeiro & Zanuncio, 1995; Zanuncio et al., 1997; Lopes et al., 1999, apud ZANETTI et al 2003), Atta sexdens sexdens (Cruz et al., 1996, apud ZANETTI et al 2003). Este princípio ativo mostrou, também, alta eficiência no controle de quenquéns, como verificado por Cruz et al. (2000, apud ZANETTI et al 2003), para Acromyrmex octospinosus, e por Zanuncio et al. (1996, apud ZANETTI et al 2003), para Acromyrmex subterraneus molestans, quando foi verificada eficiência de 100% após 30 dias da aplicação. Com base neste resultado, os autores sugeriram que as avaliações de formicidas para o controle de quenquéns sejam feitas com esse intervalo de tempo, para evitar a inclusão do efeito da migração e da mortalidade natural no conjunto dos dados, o que levaria a erros de interpretação dos resultados. Observando que estas iscas não podem ser aplicadas em épocas de chuva, pois se dissolvem em água.

 

 

METODOLOGIA

 

 

No desenvolvimento desse estudo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com foco na obtenção de dados significativos  e de qualidade , com o objetivo de investigar a eficácia dos métodos de controle de formigas cortadeiras no manejo de florestas plantadas, assim como observar de que forma estes controles podem comprometer o processo de desenvolvimento da cultura.

Durante a análise dos artigos, buscou se as seguintes informações:

  • Manejo ambiental de formigas cortadeiras.
  • Métodos de Controle.
  • Opções eficazes e de baixo custo.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

 

A busca por formas de combate às formigas cortadeiras, vem se tornando cada vez maior, uma vez que elas representam grande perigo para as florestas plantadas. Um dos pontos fundamentais para o sucesso de um empreendimento florestal é o controle das formigas cortadeiras, já que, em ação elas podem inviabilizar um projeto. 

A busca por novos formicidas com principio ativo de maior eficácia e melhor palatabilidade para combate a formigas cortadeiras vem atraindo pesquisadores, não devendo esquecer que todo formicida para agricultura precisa respeitar a Lei dos Agrotóxicos e estes produtos devem ser registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O combate deve ser eficiente em sua relação custo/beneficio além de contribuir na otimização do manejo integrado da floresta plantada, mas para isto deve-se manter informações a respeito dos hábitos e qual produto utilizar em relação às formigas cortadeiras como saúvas e quemquéns.

Essas formigas são consideradas pragas, pois atacam quase todas as culturas, cortando folhas e ramos, que são transportados para o interior de seus ninhos abaixo do solo, o que dificulta o controle. Ao contrário do que se imagina, elas não se alimentam do tecido vegetal.

Todo o material cortado serve para alimentar um fungo que, por sua vez, é uma importante fonte de alimento para as formigas.( CARDOSO, 2011)

O combate a formigas cortadeiras é fundamental, pois elas limitam o desenvolvimento dos plantios florestais, provocando a redução do crescimento das árvores e também causando

baixa resistência ao ataque de outras pragas.

Segundo Cardoso:

Os prejuízos ocorrem principalmente durante os primeiros seis meses de idade dos plantios, quando o desfolhamento causado pelas formigas pode provocar a morte das plantas. O maior problema acontece em plantios em áreas anteriormente ocupadas por pastagens, devido à alta quantidade de ninhos de quemquéns. Neste caso, em plantios de eucalipto, por exemplo, o ataque das formigas pode causar a mortalidade de até 70% das plantas nos primeiros 30 dias de idade.  


            O controle das formigas cortadeiras pode ser realizado com a aplicação de iscas formicidas, antes do preparo do solo para o plantio.

As iscas formicidas devem ser utilizadas diretamente da embalagem, distribuindo os grânulos ao lado dos carreiros, próximo aos olheiros. As espécies de quemquéns não conseguem carregar, satisfatoriamente, as iscas do tamanho que se utiliza para as saúvas. (GALLO,2005)

O método de controle com iscas tóxicas é o mais eficiente e o menos oneroso entre todos os outros. "Trata-se de método eficiente, prático e econômico, embora apresente limitações como a impossibilidade de utilização em períodos chuvosos e em áreas muito extensas". (FORTI, 1997)

 

Como aplicar:

Deve-se medir em metros a terra solta em cima do formigueiro.

Multiplicando-se o comprimento pela largura, tem-se a área em metro quadrado do formigueiro.

Usar para cada metro quadrado de formigueiro de 6 a 10 gramas de isca.

 A quantidade calculada de iscas deve ser distribuída ao lado dos carreiros mais movimentados, usando sempre luvas.

Lembrar que:

  • as iscas só podem ser usadas na época seca;
  • não devem ser aplicadas em terreno molhado;
  • deve-se aplicar a isca no fim da tarde;
  • se o tratamento com isca não der resultado, usar formicida em pó;
  • se for necessário combater o formigueiro em época chuvosa, usar formicida gasoso ou liquido.

 

Pesquisadores estimam que são necessárias 86 árvores de eucalipto e 161 árvores de pinus para abastecer, com substrato, um sauveiro durante um ano, num total de uma tonelada de vegetais. Levando-se em conta uma média de quatro sauveiros adultos por hectare, tem-se um consumo estimado de 4 toneladas de folhas, o que corresponde à perdas entre 14% e 14,5% da produção de madeira por hectare.

 

Funcionamento Das Iscas Formicidas Com O Combate Feito Pela Isca Tamanduá Bandeiras Da Attaerra: Florestal E Agrícola.

 

Início da incorporação 6 horas após a oferta e continua até 18 horas;

  • Depois de 3 a 4 dias deixam de cortar, grande mortalidade de operárias, jardineiras e generalistas;
  • Após o quarto dia ocorre a desorganização da cultura do fungo;
  • A partir do 13º dia somente a rainha está viva e pode viver até 40 dias
  • 50 a 70% de operárias contaminadas;
  • Operárias com pouca mobilidade; deixam de cortar folhas;

 

 

CONCLUSÃO

 

 

O objetivo desse trabalho foi analisar os métodos mais eficientes ,rápidos e de menor custo  no combate as formigas cortadeiras, buscando soluções  para esse problema, que atinge grande parte das florestas plantadas no Brasil. O uso da sulfluramida, orientado pelo sistema de monitoramento, tem mostrado viabilidade operacional. No entanto, o custo dessa nova isca teve impacto significativo no custo total do controle das formigas, sendo importante a busca de novos produtos eficientes e mais baratos.Apesar do brometo de metila ter uso bastante restrito, sua substituição definitiva é uma meta a ser alcançada à curto prazo, devido às suas características toxicológicas e ambientais. Uma possibilidade é o uso do sistema Aero-System, que usa o inseticida piretróide  Bifenthrin (NAKANO, 1993). Apesar da baixa toxidez da isca atualmente em uso, os porta-iscas podem e devem ser aperfeiçoados, visando aumentar a eficiência no controle dos formigueiros e, principalmente, diminuir a. possibilidade de interferência de animais de grande porte.

As iscas só podem ser usadas na época seca, e não devem ser aplicadas em terreno molhado, deve-se aplicar a isca no fim da tarde.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

CARDOSO, Maria Paraguaçu. Combate a formigas cortadeiras em plantios florestais. Embrapa Florestas, 2011.Disponível em: <http://hotsites.sct.embrapa.br/prosarural/programacao/2011/cafe-seguro-2013-como-produzir-graos-livres-de-residuos-quimicos-3> Acesso em: 06 de jan. de 2012

 

FORTI, L. C., BOARETTO, M. A. C. Formigas cortadeiras: biologia, ecologia, danos e

controle. Botucatu: Universidade Estadual Paulista, p.61., 1997.

 

GALLO, D., et al. Manual de entomologia agrícola. São Paulo: Agronômica Ceres, p.649., 2005.

 

LARANJEIRO, A.J. III curso de atualização no controle de formigas cortadeiras. 29.,1994, Piracicaba-SP.

Disponível em :<http://www.ipef.br/publicacoes/curso_formigas_cortadeiras/cap07.pdf > Acesso em: 29 de set.de 2011

 

NAKANO, O. Novo método para aplicação do inseticida Bifentrin no controle de saúvas. In: International Symposium on Pests Ants, 6, 11., Belo Horizonte, 1993. Resumo. Belo Horizonte,UFV,1993.  Disponível em:

<http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/25242/D%20%20TIMOFEICZYK%20JUNIOR,%20ROMANO.pdf?sequence=1> Acesso em: 17 de dez. de 2011

 

MARICONI, F.A.M. As Saúvas. Ed. Agronômica Cere, p.167., 1970.

 

OLIVEIRA, A.C., J.A.V. BARCELOS, E.J. Moraes e G.D. Freitas. Um estudo de caso: o sistema de monitoramento e controle de formigas cortadeiras na Mannesmann Fi-EL Florestal Ltda, p. 242-255., 1993.

 

ZANETTI, Ronald. Combate sistemático de formigas-cortadeiras com iscas granuladas, em eucaliptais com cultivo mínimo. Viçosa-MG, p.388.,2003. Disponível em:                               < http://www.scielo.br/pdf/rarv/v27n3/a16v27n3.pdf> Acesso em: 30 de set. de 2011



[1] Alunos do Curso de Engenharia Florestal do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais-