A beleza de dialogar

Dialogar é ter correspondência, é dizer e ouvir, calar e falar, sentir e ser sentido. Num diálogo duas almas se encontram e trilha juntas um caminho rumo ao destino comum, a verdade. Ambas querem chegar lá e caminhar faz tanto sentindo que não se preocupam com o tempo que levarão. Simplesmente uma completa o que falta na outra, num movimento perfeito e harmônico, como orquestra sinfônica; sem atropelamentos, sem cortes e ininterrupto é o caminho do diálogo. O sol no horizonte clarifica as passadas que se ampliam para acolher a verdade, que chega discretamente, quase imperceptível, mesmo que fragmentada é possível tateá-la e admirá-la parcialmente. Ela é linda como Vênus brotando irradiante das espumas do mar.

O diálogo é como um barquinho com dois remos, onde duas pessoas remam na linha do horizonte, à luz do sol, desbravando o verde mar em direção à beleza da deusa que irrompe do misto colorido de verde do mar, azul do céu, branco das nuvens e branco das ondas. É a deusa do amor, motivo fundamental para dialogar. Como um violeiro que acaricia as cordas de uma viola e transborda harmonia com melodias que tocam a alma, o amor batuca os dois corações que dialogam. Dialogar e ser amado e amar, tocar e deixar-se tocar, não é o apanhar solitário do monólogo, como amarrado em tronco, preso e imóvel sentindo pancadas de outrem. Dialogar é a beleza do encontro de almas humanas, que buscam no mais profundo de si, serem humanas juntas, formarem a humanidade.