A Avaliação na Educação Infantil: Uma Prática em Busca
Por Lindací Alves de Souza Scagnolato | 17/04/2009 | EducaçãoA avaliação das aprendizagens continua sendo um assunto polêmico nas escolas e em outras instituições educacionais.
Um dos principais motivos dessa polêmica é a persistência histórica das formas de avaliação que, com raras exceções, permanecem muito semelhantes às práticas nos séculos passados. É com esse olhar que eu aluna do 4º semestre de pedagogia venho através desse artigo tratar desse assunto tão importante para a possibilidades de reversão desse quadro com construção do sucesso escolar de todas as crianças, especialmente que vivem cotidianamente o fracasso. Portanto depois de muitas pesquisas cheguei a uma conclusão que avaliar vai além de olharmos para crianças como seres meramente observados, ou seja, a intenção pedagógica avaliativa dará condições para o professor ou professora criar objetivos e planejar atividades adequadas, dando assim um real ponto de partida para esta observação, tornam-se claro a necessidade de se construir conhecimentos e reflexão por parte de professores educadores acerca do processo avaliativo formal na Educação Infantil.
A avaliação se destina a obter informações e subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento das crianças e ampliação de seus conhecimentos. Nesse sentido, avaliar não é apenas medir, comparar ou julgar. Muito mais do que isso, a avaliação apresenta uma importância social e política fundamental no fazer educativo.
A distância existente entre o discurso e a prática de alguns educadores e educadoras, principalmente a ação classificatória e autoriaexercida pela maioria, encontra explicação na concepção de avaliação do educador/a, reflexo de sua estória de vida como aluno(a) e professor(a).
Há uma diversidade de práticas pedagógicas que caracterizam o universo da Educação Infantil, que refletem diferentes concepções quanto ao sentido e funções atribuídas ao movimento no cotidiano das creches, pré-escolas, instituições afins.
Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na seção II, referente à Educação Infantil, artigo 31, preconiza que: "(...) a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental".
Se a escola existe para ensinar, de que vale uma avaliação que só confirma "a doença" da falta de aprendizado, sem identificá-la ou mostrar sua cura? Assim como o médico, que ouve o relato de sintomas examina o doente e analisam radiografias, você também tem a disposição diversa recursos que podem ajudar a diagnosticar problemas de sua turma. É preciso, no entanto, prescrever o remédio.
A avaliação nessa etapa deve ser processual e destinada a auxiliar o processo de aprendizagem, fortalecendo a auto-estima das crianças. No que se refere às crianças, a avaliação deve permitir que elas acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas possibilidades ao longo de seu processo de aprendizagem.
Não é de hoje que existe esse modelo de avaliação formativa. A diferença é que ele é visto como o melhor caminho para garantir a evolução de todos os alunos uma espécie de passo a frente em relação à avaliação conhecida como somativa. Um exemplo de mudança é o seguinte, o professor deixa de ser aquele que passa informações e começa a preparar para que elabore seus próprios conhecimentos no seu dia-a-dia. A avaliação formativa não tem como pressuposto a punição ou premiação. Ela prevê que as crianças possuem ritmos e processos de aprendizagem diferentes.
Portfólio, dossiê, relatórios de avaliação, todas essas nomenclaturas se referem, no sentido básico, à organização de uma coletânea de registros sobre aprendizagem do aluno que ajuda o professor/professora, os próprios alunos/as e as famílias uma visão evolutiva do processo.
É importante que a cada dia, seja feito pelo menos um registro, pois isso possibilita ao professor/a e ao aluno/a um retrato dos passos percorridos na construção das aprendizagens. Essa forma de registrar diariamente a caminhada do aluno/a tem o objetivo de mostrar a importância de cada aula, de cada passo, como uma situação de aprendizagem.
A organização de um dossiê ou Portfólio torna-se significativo pelas intenções de quem o organiza. Não há sentido em coletar trabalhos dos alunos e alunas para mostrá-los aos pais/mães somente como instrumento burocrático. Ele precisa constituir-se em um conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais, novos jeitos de pensar e de fazer, alusivos à progressão do estudante.
Portanto, é a partir da análise de situações vividas pelos professores e professoras no seu cotidiano, através da expressão e manifestação de suas dúvidas e análises, que podemos estar verificando a prática na avaliação formativa. Diante de diversas modalidades de avaliação surgiu um interesse de conhecer e ainda verificar o processo formal de avaliação formativa, e como é aplicado na Educação Infantil, acompanhado o desenvolvimento da criança.
Finalmente, nos futuros professores podemos relatar que são muitas as alternativas possíveis para acompanhar a progressão da criança, relacionando-a em diferentes aspectos de sua realidade física e social, resgatando as raízes culturais de seu meio e de outros. Fica o desafio e o comprometimento de construirmos conhecimentos que efetivamente ajudem as crianças da Educação Infantil há avançarem um pouco mais em relação ao ponto em que se encontram, ou seja, utilizar a avaliação na Educação Infantil para promovê-los e não para classificá-los.
Portanto, ao avaliar, é avaliada, num processo coletivo, cooperativo, solidário, que busca a ampliação permanente da qualidade da escola, uma escola que tem preocupação central o conhecimento como resultado das buscas humanas por uma vida mais feliz para todos.