A ARTE DE BRINCAR

Por Suzete Gomes Pereira | 15/09/2015 | Educação


LÉIA JOVIÔ DA SILVA

SIRLENE DAVINA DA CONCEIÇÃO FREITAS

IARA OLIVEIRA DOMINGUES DE AMORIM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                       A ARTE DE BRINCAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                            Cuiabá

                                              2015






RESUMO

 

Na educação infantil, as práticas pedagógicas precisam realizar uma conexão entre a criança e o conhecimento, construir uma concepção de mundo e praticas sociais, inserindo as crianças em um contexto amplo, rico, fecundo e permeado de múltiplas linguagens, as quais automaticamente as levarão ao conhecimento. Isso leva a afirmar que fazer um gesto, um desenho, uma pintura, uma gravura, um movimento, uma dança, uma escultura, uma maquete, brincar de faz-de-conta, decifrar rótulos, seriar códigos, ouvir histórias, elaborar listas, discutir impressões de notícias de jornal, elaborar cartas, trabalhar com receitas, realizar visitas a bancos, museus e supermercados, conviver e interagir com gibis, livros, poesias, parlendas, ouvir música, enfim, a interação com as diferentes linguagens é essencial e antecede as formas superiores da linguagem escrita.

Palavras –chave:  Criança 1. Aprendizado 2. Educação 3. Brincar. 4. Professor 5.

SUMÁRIO

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

1-    A  BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃONFANTIL..................................................09

2-    A  ARTE DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL........................................12

3-    REGISTROS DAS SALAS OBSERVADAS.....................................................16

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................20

REFERÊNCIAS..........................................................................................................22

ANEXOS.....................................................................................................................23

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                                                                            

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INTRODUÇÃO

            Segundo Kenski (1991, p.39), “o desenvolvimento do estágio precisa ser orientado por procedimentos definidos que visem ao melhor aproveitamento dos momentos destinados a disciplina”

Identificou-se a importância da realização do estágio supervisionado na instituição de educação,assim como na vida das acadêmicas, introduzindo conhecimentos, tanto nos estudos teóricos como na prática educacional.

O brincar exerce sobre a criança sua criatividade de criar, explorando seu mundo imaginário. O brincar nessa fase é fundamental para seu desenvolvimento social e cognitivo. O brincar é tão importante para criança quanto se alimentar e descansar, por meio do brincar a criança estabelece relações de conhecimento.

Segundo Moyles (2002, p.62), pelo brincar a criança prepara-se para aprender. Brincando ela aprende novos conceitos, adquire informações e interage com o mundo.  O brincar torna-se um elemento muito importante para o desenvolvimento da criança, sendo um modelo ativo e formador de sua imaginação.

Partindo assim do eixo teórico acerca do brincar oobjetivo deste foi observar como as brincadeiras são atividades de estimulação capazes de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança, colhendo informações sobre o modo como é vista a brincadeira no espaço observado.

   

           

                                                                                                                                   

  1. A BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O Centro Educacional de Educação Infantil (CMEI) é uma obra projetada pelo Ministério da Educação (MEC) Governo Federal. A instituição observada possui duzentos e vinte e sete crianças matriculadas, nas modalidades do berçário ao Pré escolar com idades de 0 a cinco anos de idade, sendo sete crianças portadoras de necessidades especiais (PNE).

Ela possui infra-instrutora de acordo com a faixa etária citada acima, com oito salas de aula, um auditório, uma brinquedoteca, dormitório, uma sala multiuso, refeitório, sala dos professores, secretaria, diretoria, banheiro para os funcionários, banheiros infantis (masculino e feminino), cozinha, lactário, lavanderia, pátio interno e externo com brinquedos, gramas, balanço, árvores, animais artesanais (simbolizando o pantanal Mato-Grossense).

 O CMEI é composto por setenta e seis. O espaço físico é arejado e organizado, apenas a diretoria, a secretaria e a sala dos professores possui ar-condicionado, nas salas de aula possuem apenas um ventilador, apesar das janelas serem grandes as salas são muito quentes, a iluminação é boa, as mobílias são adequadas à faixa etária das crianças.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) está em fase de elaboração, ele está de acordo com a Matriz de Referência Curricular, Proposta Pedagógica para a Educação Infantil, Brinquedos e Brincadeiras nas Creches (Manual de Orientação Pedagógica),e os Doze Campos de Experiências.

    O Regime Interno do CMEI está pronto, mas, em fase de análise pela SME, Secretária Municipal de educação.

    O Planejamento Pedagógico é feito no coletivo, anualmente, bimestralmente e semanalmente, tendo como principal objetivo o lúdico: brincadeiras e interações.

    A gestora comentou que a brincadeira é um dos eixos mais importantes na vida da criança, cabe a equipe gestora informar as educadoras sobre cursos de capacitação para formar bases de conhecimentos da educação infantil.

 No início do ano letivo ocorre a semana pedagógica, quatro rodas de conversa (bimestrais) e reuniões administrativas.

As famílias atendidas são de classe média, algumas crianças são carentes,

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tendo em vista que são do Lar da Criança.

Entrevistou-se quatro professoras acerca das brincadeiras feitas com as crianças,as quais responderam que as brincadeiras são relacionadas com os temas semanais e com objetivos específicos, citando algumas brincadeiras como: amarelinha, jogar bola, peças de   encaixe, parquinho, balanço, cantigas de roda, dançar, virar cambalhota, brincadeiras na areia de fazer bolo.

Há um cronograma elaborado pela coordenadora pedagógica onde cada sala tem sua escala para utilizar:a sala multiuso, a brinquedoteca, e o parque externo e interno.

Em relação aos cursos de formação, as professoras já participaram em cursos particulares, projeto Brincar de quê?e os cursos pela Secretaria de Educação realizados na FEICS.

 As mesmas comentaram que a brincadeira é coisa séria. Brincando, a criança desenvolve e aprende a linguagem corporal, oral, emocional, cognitiva, de forma lúdica.

São oferecidos às crianças, brinquedos de acordo com a faixa etária: túnel, blocos de encaixe, casinha, gira-gira, balanço.

 Todas as brincadeiras oferecidas pelas professoras, são apreciadas pelas crianças, principalmente na área externa, onde as mesmas têm liberdade para correr, pular e saltar.

    O RCNEI  afirma que:

No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa daquilo que aparentam ser. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos que lhes deram origem, sabendo que estão brincando. O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos. (BRASIL, 1998; p.27).

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           Assim quando a criança brinca ela representa através da imaginação, assumindo o papel de sua fantasia criada por si mesma, utilizando dos objetos com os quais brincam.

            Abaixo segue o cronograma de como as crianças são atendidas na instituição observada, de forma organizada para o bom andamento do trabalho dos funcionários:

ATIVIDADES  

HORÁRIOS  

Recepção da criança com verificação da mochila e outros  

6: 00 às 7: 30  

Café da manhã e higiene pessoal  

7: 30 às 8: 00  

Atividades lúdicas variadas (descritas uma a uma com objetivo, desenvolvimento e material a ser utilizado)  

8: 00 às 10: 00  

Higiene corporal (Banho)   

10: 00 às 10: 30  

Almoço  

10: 30 às 11: 00  

Higiene bucal  

11: 00 às 11: 30  

Hora do sono (descanso das crianças)  

11: 30 às 13: 30  

Lanche  

13: 30 às 14: 00  

Atividades pedagógicas variadas  

14: 00 às 16: 00  

Higiene corporal (banho)  

16: 00 às 16: 30  

Jantar  

16: 30 às 17: 00  

Higiene bucal  

17: 00 às 17: 20  

Encerramento com as crianças, com atividades lúdicas.  

17: 00 às 18: 00  

  

     Observou-se que as crianças permanecem na instituição o período diurno, das 06:00 da manhã às 18:00 da tarde, todos que ali trabalham preocupam-se com o bem estar de cada criança, ou seja, o cuidar, mas, trabalhando também o educar, através de planejamentos bem elaborados e supervisionados para cada faixa etária das crianças, promovendo conhecimentos para as mesmas.

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2.ARTE DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

                  Segundo Vygostsky  

[...] a brincadeira cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando os seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. (1991, p.114). 

Para Oliveira,  

A criança quando brinca aprende a se expressar no mundo criando ou criando novos brinquedos e, com eles, participando de novas experiências e aquisições. No convívio com outras crianças trava contato com a sociabilidade espontânea, ensaia movimentos do corpo, experimenta novas sensações.  (OLIVEIRA, 1984, p.43). 

Para Vygostsky e Oliveira, o brincar desenvolve na criança a capacidade da imaginação espontânea que o fará adquirir uma formação com caráter sociável, com uma plenitude feliz e interiormente realizada, adquirindo novas sensações através do brincar com brinquedos, com o meio e com outras crianças. 

Segundo Winnicott (1975), “o brincar facilita o crescimento” e, em consequência,promove o desenvolvimento. Uma criança que não brinca não se constitui de maneira saudável, tem prejuízos no desenvolvimento motor e sócio/afetivo. Possivelmente tornar-se-á apática diante de situações que proporcionam o raciocínio lógico, a interação, aatenção etc.

"Brincar é parte integrante da vida social e é um processo interpretativo com uma textura complexa, onde fazer realidade requer negociações do significado, conduzidas pelo corpo e pela linguagem". Ferreira (2003, p. 84) Segundo os autores Winnicott e Ferreira o brincar ajuda a desenvolver o psicomotor, da criança, socializando–a ao meio que a mesma está inserida, tornando-a capaz de resolver situações propostas apresentadas em sua vivência cotidiana, preparando-a para futuros desafios em sociedade. O não brincar pode trazer consequências negativas, emocionais, psicológicos e motoras e até mesmo impedindo a interação da criança com o mundo ao seu redor. Enquanto brinca a criança tem a oportunidade de organizar seu mundo seguindo seus próprios passos e utilizando melhor seus recursos. Brincar é uma necessidade do ser humano; quando ele brinca pode aprender de um modo mais profundo, pode flexibilizar pensamentos, pode criar e recriar seu tempo e espaço, consegue adaptar-se melhor.

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às modificações na vida real podendo incorporar novos conhecimentos e atitudes.

Existem dois tipos de brincar: o brincar livre e o brincar dirigido. 

Segundo Moyles (2002), brincar pode ser visto tanto como processo quanto como modo. Como modo, é interno, afetivo e natural. Como processo pode ser manifestado externamente pela criança ou pelo adulto. Configuram: brincar livre (modo) e o dirigido (processo). 

O brincar torna-se dirigido quando o professor utiliza-se da mediação nas inter-relações e na forma do brincar. Tal intervenção proporciona as crianças uma gama de novas possibilidades de explorar o brinquedo, assim como amplia o repertório conceitual e mental, como um todo. O brincar dirigido, dá a possibilidade de ampliar capacidades e proporcionar avanços para a aprendizagem e desenvolvimento do sujeito. 

"Por meio do brincar dirigido as crianças têm uma outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou atividade”. (MOYLES, 2002, p.33) 

O brincar livre seria a exploração inicial das crianças sobre o ambiente e objetos que estão disponíveis. Neste momento as crianças em conjunto (ou não) organizam como, onde e quem irá brincar, a partir daí se divertem da forma que definirem. 

Por meio do brincar livre, exploratório, as crianças aprendem alguma coisa sobre situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades, texturas, estruturas, atributos visuais, auditivos e sinestésicos. (MOYLES, 2002, p.33) 

Estas duas formas de brincar podem ser utilizadas em conjunto. No primeiro momento o professor pode aproveitar o brincar livre para identificar preferências e formas de se organizarem e utilizar estes dados para planejar atividades futuras. Depois de um certo tempo ele poderá orientar estas brincadeiras, sem desconsiderar o "jeito" das crianças, em concordância com Moyles (2002), canalizar a explora

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ção e a aprendizagem do brincar levando as crianças a um estágio mais avançado de entendimento. 

Observou-se na instituição durante o estágio de observação que as brincadeiras realizadas pelas crianças acompanhadas pelas professoras ora eram livres, ora direcionadas.

A professora de Educação Física deu sua aula com brincadeiras direcionadas: brincando no puleiro, imitando os animais, brincando com bolinha de papel e dançando com a vassoura. Todas as brincadeiras foram bem aceitas pelas crianças. Antes da realização das atividades direcionadas foram executados exercícios físicos.   

Outras brincadeiras direcionadas foram orientadas pelas professoras da sala como: coelhinho sai da toca, equilíbrio em cima da fita crepe e malabarismo com a bola.

A professora de artes também aplicou em sala, brincadeiras direcionadas com a participação de todas as crianças da sala: mímica com música, músicas gesticuladas e exercícios corporais.

Quando é mantida a especificidade da brincadeira livre, têm-se elementos fundamentais que devem ser considerados: a incerteza, a ausência de consequência necessária e a tomada de decisão pela criança; ela emerge como possibilidade de experimentação, na qual o adulto propõe, mas não impõe, convida, mas não obriga, e mantém a liberdade dando alternativas (DANTAS, 2002). Caso contrário arrisca-se destruir o interesse da criança, tendo em vista que neste momento ela domina o espaço de experiência, mas o professor pode até interferir na brincadeira livre, desde que não utilize estratégia destrutiva do interesse dela.

É também importante o professor desenvolver atividades dirigidas que envolvam brincadeiras, mas elas precisam ter seus temas relacionados para que haja contribuição para o desenvolvimento infantil; ou seja, atuando em conjunto podem,a brincadeira livre ou dirigida, serem enriquecidas.

Ao brincar de modo livre a criança usa sua imaginação: transformando um pedaço de pau em cavalo, areia em bolo de aniversário, cadeiras em trem, lençol em

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casinha, caixa de papelão em carro, papel amassado em bola, sacola plástica em pipa e outros.

Nas brincadeiras dirigidas o professor é o mediador, mostrando que há regras a serem respeitadas, com isso, trabalha o respeito mútuo.

Tanto as brincadeiras livres quanto as direcionadas proporcionam as crianças prazer e emoção nos momentos das brincadeiras, ajudando no desenvolvimento cognitivo, motor, e na interação com o meio social. 

Se o brincar é instrumento importante para desenvolver a criança, é também instrumento para a construção do conhecimento infantil. 

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  1. REGISTROS DAS SALAS OBSERVADAS

O estágio de observação foi realizado noCentro Educacional de Educação Infantil (CMEI) Coronel José Meirelles, no período de vinte e quatro a trinta de março de dois mil e quinze, pelas estagiarias: Joicimar de Sousa Melo no Jardim I A (matutino), Léia Joviô da Silva, Jardim II B (matutino), Neide Caetano Santos de Arruda Jardim I B (vespertino) e Sirlene Davina da Conceição Freitas Jardim II A (vespertino).

A estagiária Joicimar, Jardim I A (matutino), observou que na sala de aula seguiu-se uma rotina,com a acolhida, café da manhã, brincadeiras livres (montagem de peças de encaixe). Na sala havia uma televisão onde as crianças assistiram alguns desenhos (Pica-Pau, Backyardigans, Polly, Galinha Pintadinha, Peppa, Patati e Patatá). As professoras cantaram a Música Bom dia coleguinha com o nome de cada criança. Durante o estágio houve aulas diferenciadas dadas pelos professores de artes e educação física, com músicas gesticuladas e brincadeiras com bambolê. Na quinta-feira as crianças foram levadas para a sala multiuso, onde manusearam os livros de estórias infantis.

Observou-se que a sala de aula é muito quente e com pouca ventilação, havia banheiro dentro da sala e um dormitório com um ventilador, armários com nomes onde colocam roupas das crianças, uma estante embutida na parede para colocar as mochilas e uma colméia laranjada para pôr os sapatos.

  Observou-se que não havia brincadeiras dirigidas, apenas livres, as professoras só acompanhavam as crianças durante as brincadeiras. "A oportunidade para avaliar as respostas, compreensões e incompreensões da criança se apresenta nos momentos mais relaxados do brincar livre" (MOYLES,2002, p.33). No momento das brincadeiras livres, as crianças se sentem mais à vontade para brincar daquilo que mais gostam. São esses momentos, segundo a autora Moyles, que a educadora deve observar o agir e o representar de cada criança. Durante o estágio observou-se esta realidade do brincar livre.                                                                               

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A estagiaria Léia, Jardim II B (matutino), percebeu-se que existe um cronograma a ser seguido, com a acolhida, onde as educadoras recepcionam as crianças, entretendo-as com os brinquedos de montar, peças emborrachadas com números e letras (muitas peças já foram perdidas), depois é feita a oração de agradecimento e as crianças são levadas para tomar o café da manhã, voltando do refeitório as educadoras aplicavam aulas diferenciadas de acordo com o planejamento:  (pinturas: coelhinho, urso; colagem de um ovo com papel laminado), na aula  de Artes a professora aplicou a brincadeira coelhinho sai da toca e cantou a música  da minhoquinha, fazendo gestos. Na quinta-feira, devido a chuva o professor de Educação física levou as crianças para a brinquedoteca, para assistir o desenho Rio 2, após o filme foram brincar com os brinquedos pedagógicos. Em sala as educadoras cantaram várias músicas (casinha, das cores, coelhinho da páscoa, pintinho amarelinho, etc). Levaram as crianças para brincar no parque externo e interno. Um ponto importante é que na sala havia uma cuidadora, auxiliando uma criança com necessidades especiais.

Percebeu-se que a sala é muito quente, pouco ventilada, pequena, mas bem limpa. Havia uma pia para lavar os copos, um suporte de madeira para guardar as mochilas, e uma colméia amarela para pôr os calçados. As crianças não dormiam no dormitório, mas sim, na sala de aula devido à falta de ventilação. Percebeu-se que foram realizadas brincadeiras dirigidas, onde a criança aprende a respeitar o espaço do outro, preparando-os para viver em sociedade.

"Por meio do brincar dirigido as crianças têm uma outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou atividade”.(MOYLES,2002, p.33). Durante o período de estágio percebeu-se que  através da brincadeira dirigida as crianças tinham uma amplitude da atividade orientada pelas educadoras, sendo assim aprendem regras e limites respeitando o espaço do outro.  A estagiaria Neide, Jardim I B (vespertino) considerou que a turma tinha uma rotina a ser seguida, com a hora do lanche, com roda de conversa, banho, pentear os cabelos e jantar. As educadoras aplicaram algumas atividades em sala com música, pintura com tinta guache, colagem com algodão, coelhinho sai da toca, malabarismo com bolinhas e bambolê.

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  Algo descontraído foi o cineminha daGalinha Pintadinha. Na aula de Educação Física a professora aplicou as brincadeiras de roda e imitação dos animais.

Considerou a sala arejada, com um dormitório pequeno sem ventilação, possui uma colméia para guardar os sapatos, que não cabe todos os calçados das crianças da sala. Tem uma estante para mochilas, onde as mesmas ficam fora do alcance das crianças, possui poucas mesas para fazer atividades e um armário. Devido a idade das crianças havia um banheiro na sala.

Observou-se que fizeram brincadeiras dirigidas, onde as professoras mediavam as brincadeiras.

          Da mesma forma, Rabioglio (1995) defende a brincadeira como um recurso à serviço do processo ensino-aprendizagem; dessa forma, “[...] não basta brincar, é preciso haver um projeto pedagógico que considere a introdução da brincadeira na classe, até sua realização, ,análise e avaliação.” (RABIOGLIO, 1995, p. 75)

          No espaço observado houve brincadeiras direcionadas de acordo com o planejamento da semana, pois, segundo o autor Rabioglio há uma necessidade de-se planejar o brincar, analisando este processo de desenvolvimento da criança e pelo que se observou há um registro feito pelas educadoras por escrito. A estagiária Sirlene, Jardim II A (vespertino), constatou uma escala rotineira, com o despertar do soninho, uma educadora que penteia os cabelos das crianças, e logo vem o lanche da tarde. Durante o banho que ocorre com as meninas e depois os meninos, eram distribuídos as peças de montar (azul, amarelo,verde e vermelho). Quando todos terminam de banhar vão para o jantar. Houve brincadeiras diversificadas na aula de artes com exercícios físicos e músicas gesticuladas, em seguida levou as crianças para o parquinho externo onde brincaram de bola, balanço e cantaram algumas músicas. A aula de educação física foi uma alegria com várias brincadeiras, brincando no poleiro, bolinha de papel e dançando com a vassoura. Foram a brinquedoteca, onde assistiram os DVDs do Tarzan e da Xuxa, na sala multiuso a educadora contou o conto da Cinderela e pediu para que as crianças recontassem o conto. Algo muito descontraído foi a contação de contos infantis: Pinóquio, Três porquinhos, feito por uma das educadoras e pela estagiaria. Houve grande alegria das crianças quando foram levadas para o parque interno.

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 Constatou-se que a sala possui uma janela grande basculante com pouca ventilação, sem decoração, com mesas e cadeiras,com um dormitório sem ventilador,possui um armário grande de aço,uma colméia para guardar os calçados e uma prateleira para as mochilas. Apesar da sala possuir duas portas, por não possuir ar-condicionado a sala é muito quente. Algo que facilita o trabalho, das educadoras,é a pia grande onde são guardados os copos, o garrafão e as agendas dos alunos.

Constatou-se que houve mais brincadeiras direcionadas do que livres, por

parte das professoras de educação física e artes, faltando mais direcionamento pelas professoras da sala observada.

Para Vygotsky (1998), a brincadeira "cria na criança uma nova forma de desejo." Ensina-a a desejar, relacionando os seus desejos a um eu fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras.

No momento do brincar, a criança inventa e recria o seu papel de acordo com a brincadeira escolhida por ela mesma, utilizando a sua  imaginação  e os materiais que a cerca, fazendo do seu momento um mundo de fantasias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Através das observações, analisou-se pontos importantes em relação ao nosso aprendizado e a nossa formação acadêmica, em ver a criança como ser que aprende e que nos ensina ao mesmo tempo, e que precisa de um mediador para o seu processo de construção de conhecimentos. O cuidar e educar devem andar de mãos dadas, promovendo a interação e a inclusão de cada criança.

A instituição é bem projetada fisicamente, com espaços externos amplos e adequados a faixa etária das crianças, ambiente seguro e bem organizado. Em todo momento as crianças são acompanhadas pelas educadoras.

As salas deveriam ser mais amplas, possuírem ar-condicionado e um banheiro para cada sala, evitando que os mesmos vão sozinhos ao banheiro, é necessário um varal em cada sala para estender as toalhas das crianças.

            Algo que nos chamou a atenção, foi que nas salas são matriculadas vinte e cinco crianças, com duas professoras, mas há salas que tem uma professora a mais, devido estar matriculada naquelas salas crianças com necessidades especiais.   

Durante a observação percebeu-se algumas brincadeiras repetitivas, faltando mais entusiasmo das educadoras. Felizmente ouve salas que ocorreram brincadeiras mediadas pelas educadoras, trazendo um aprendizado prazeroso para as crianças. O brincar livre foi visto ao nosso olhar como uma diversão para as crianças, promovendo a imaginação e a socialização entre elas.

Nosso projeto tem como objetivos: Observar como as brincadeiras são atividades de estimulação capazes de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, físico, social, e emocional da criança e colher informações sobre o modo como é vista a brincadeira no espaço observado.

Consideramos que nossos objetivos foram alcançados, levando em conta que a brincadeira livre ou dirigida engloba o desenvolvimento da criança como um todo. Todas as educadoras colaboraram em fornecer-nos as informações necessárias sobre o brincar na instituição observada. Usamos como problemática do nosso projeto as seguintes questões: O brincar vem ocorrendo nas instituições de educação infantil? De que forma?

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O professor interage com a criança na hora do brincar? Diante das respostas colhidas são realizadas brincadeiras livres e

direcionadas com as crianças, através da intervenção do professor, ocasionando uma boa relação entre ambos, favorecendo um estimulo para o crescimento da vida social da criança no meio em que vive.

O que ficou de significativo foi que a criança precisa brincar para se desenvolver, ser feliz, fazer amigos, aprender a dividir, entrar no mundo da imaginação e se tornar um cidadão de valor que respeita o espaço do outro, compartilha conhecimentos adquiridos, aceita as diferenças do outro, tornando a sociedade em que vive um mundo melhor.

Cabe aos professores a busca por inovações e força de vontade para compartilhar novas aprendizagens, sendo uma ponte de conhecimento às nossas crianças.

Cada instituição de ensino deve oferecer para os educadores e educandos, possibilidades de novas aprendizagens para ambos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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REFERÊNCIAS

BRASIL.Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Volumes 1. Brasília/MEC. 1998.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Volumes 2. Brasília/MEC. 1998.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Volumes 3. Brasília/MEC. 1998.

DANTAS, H. Brincar e trabalhar. Em T. M. Kishimoto (Org.), O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira-Thomson Learning.2002.p. 111-121.

FERREIRA, Patrícia V. P. Afetividade e cognição. 2003

KENSKI, Vani Moreira. A vivência escolar dos estagiários e a prática de pesquisaem estágios supervisionados. IN: FAZENDA, Ivani Catarina Arantes [etall].  1991.

MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil.Trad.MariaAdriana Veronese. Porto Alegre: Artmed, 2002.

OLIVEIRA, A. M. O. O lúdico e a construção do conhecimento: uma proposta pedagógicaconstrutivista. Prefeitura Municipal de Monte Mor, Departamento de Educação, 1984

PICONEZ, Stela C. Bertholo (Coord.). A prática de ensino e o estágio supervisionado.Campinas-SP: Papirus, 1991. 

Rabioglio, M.B. Jogar: um jeito de aprender. Dissertação de Mestrado, USP: São Paulo, 1995. capturado em http://www.usp.br

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. S. Paulo: Martins Fontes, 1991.

VIGOTSKI, L. S. A formação Social da Mente. 6º ed. São Paulo: Martins

Fontes, 1998.

WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: IMAGO, 1975

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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