A APRENDIZAGEM NA ADOLESCÊNCIA

Por Manoel Huires Alves | 28/09/2011 | Educação

A Aprendizagem na Adolescência

Manoel Huires Alves

Antes vamos definir o que é adolescencia. A adolescência é um estágio muito importante na evolução do ser humano, estendendo-se entre a fase da infância e a fase adulta e representando um período de transformações ou experimentações, onde o adolescente procura no meio a construção da própria identidade. Contudo a adolescência não é um estado, mas um processo dinâmico, ou seja, é um período onde acontece uma revolução de transição na vida do ser humano, devendo ser vivido com naturalidade e, em especial, compreendido pelos adultos.

Considerado um fenômeno de caráter psicológico e social, onde as particularidades variam de acordo com o meio que o ser está inserido, a adolescência começa com a puberdade (fenômeno físico e biológico) e termina com a aquisição de uma identidade particular e autônoma integrando o individuo no espaço como ser social.

Embora tendo Piaget subdividido o desenvolvimento intelectual em quatro estádios e enquadrando a adolescência no estádio das operações formais, que fica entre os 11/12 anos até aos 15/16 anos, nos dias atuais este estágio passou a ser considerado um processo cada vez mais longo, onde não se pensa mais tratá-la como faixa etária e sim como uma forma de lidar com os acontecimentos subjetivos de sua existência.

Educar um adolescente hoje em dia não é tarefa fácil. Aliás, nunca foi fácil educar um adolescente, sendo, portanto um desafio para educadores e professores na aquisição de mecanismos que assegure ao adolescente o acesso à escola e políticas sociais que combata a evasão escolar, um problema crônico em nível de Brasil, promovendo assim, por ser fundamental, a permanência do mesmo na escola.

É na escola que ocorrem os diversos tipos de aprendizagens, relacionamentos ou desenvolvimento de pessoas, sendo, portanto uma instituição marcante para a vida da criança e do adolescente. Mas o que a escola e seu quadro docente, como agente viabilizador da educação, têm feito mudanças na preparação de sujeitos críticos que integre a educação escolar à educação familiar? Ora, não adianta querer que mude lá fora, se não mudamos os métodos de ensino, permitindo que continuem como estão. Os conceitos de adolescência mudaram, os métodos de ensino têm que ser mudados também, pois não adianta desejar as mudanças e continuar dando aulas iguais às de antigamente, ou seja, com provas, reprovações ou punições por não decorar em vez  de render.                           

A educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) é o caminho para assegurar a todos os alunos a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.  

A partir daí, a LDB – Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 9.394/96, faz com que o ensino médio, venha com a proposta de revolucionar o conhecimento, de diminuir as desigualdades e de formar novos cidadãos, com mais consciência de seus direitos e obrigações. Além do mais, pela propagação dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio – PCNEM – diz que, agora, o Ensino Médio, como um sistema educacional para a vida, terá identidade própria, com autonomia, integrando-se ao trabalho e às novas tecnologias, com o objetivo de decrescer o individualismo e crescer o trabalho em equipe, ou seja, formar novos indivíduos para um novo contexto social, diminuindo as desigualdades políticas e econômicas.

Bom, o discurso é novo, mas os problemas são os mesmos, no entanto, segundo as atribuições da LDB e da PCNEM, espera-se que a educação resolva os problemas sociais, uma herança interna, de um país assentado em bases econômicas e sociais desiguais, que agora prega um discurso de igualdades na perspectiva de construir um processo de cidadania, pautada na desvalorização do trabalho produtivo em prol dos trabalhos educativos.

Diante de tudo isto, cabe à escola conscientizar os seus alunos, quanto às mudanças que deverão surgir, ou por novas propostas imediatas ou por possibilidades de serviços da ciência, como a Psicologia Educacional, com relevância no auxilio mental para o educando na consolidação de sua preparação técnica, social e psicológica.

E isto vale para todos os meios educacionais, seja ele na Educação Básica ou mesmo no Ensino Superior, pois temos presenciado a transição da informação para a sociedade, afetando diretamente a educação, onde o impacto das novas tecnologias na sociedade tem contribuído para a criação de novas estratégias de ensino e aprendizagem, estendendo ainda na capacitação dos educadores.

O mais importante é que estas tecnologias de informação e comunicação acabaram se constituindo em valiosas ferramentas de apoio para superar as desigualdades existentes e contribuir para a inclusão social. Portanto em decorrência disso, a instituição educacional terá que adaptar-se a essa nova demanda e descobrir, assim, novas formas para desenvolver o processo de ensino e aprendizagem, devido às novas tecnologias, e como fazer uso delas.

Muitas, como sabemos, são as teorias que servem de suporte, tentando explicar o processo de aprendizagem. Todas elas têm a sua contribuição na aprendizagem, sendo impossível dissociá-las, ou mesmo, elegermos uma melhor que outra para este processo. Dependendo do contexto e do objecto da aprendizagem, por exemplo, podemos utilizar princípios psicopedagógicos do processo behaviorista, como apresentar estimulos capazes de suscitar respostas adequadas, ou princípios psicopedagógicos do processo cognitivista, como não pedir ao aluno que decore sem compreender aquilo que ele pode compreender antes de decorar, fazendo-se com que a aprendizagem se faça como um único processo.

Nesse sentido, faz-se necessário que a instituição educacional abra-se para utilizar todos os meios educacionais a fim de inovar as formas de ensinar e aprender. E não basta apenas utilizar a tecnologia ou os princípios psicopedagógicos das Teorias da Aprendizagem, mas, inovar as práticas pedagógicas todas as vezes que a sociedade exigir por mudanças no processo de ensino e aprendizagem, cabendo aos educadores, promover a aprendizagem do aluno, visando a construção do conhecimento dentro do ambiente escolar ou extra-escolar, propondo diálogos e criando condições para que a aprendizagem ocorra como um processo dinâmico e de qualidade, acompanhando os movimentos vigentes do mundo contemporâneo.