A Adesão ao Pré-Natal Como Fator Determinante na Prevenção das Complicações da Pré-Eclâmpsia
Por CAROLINE, ELIZETE, JULIANA, MARILEME, TATIANA MARTINS, CARLOS, SANTOS, CANTO, FERNANDES | 11/11/2008 | SaúdeCONSIDERAÇÕES INICIAIS
A pré-eclâmpsia compreende um conjunto de problemas que só ocorre durante a gravidez. Engloba desde casos leves de hipertensão arterial e o inchaço no inicio da gestação até os quadros de eclampsia e síndrome de HELLP, ocorrendo geralmente após a 20ª semana de gravidez.
Estudos mostram que a incidência de doenças hipertensivas durante a gravidez é de 5% a 10% das gestações, com taxa de mortalidade materna por volta de 20% (DATASUS), trata-se, portanto de um percentual bastante significativo.
Segundo Rezende, (1999), a toxemia é uma manifestação clínica da doença de má-adaptação circulatória que resulta de interação anormal imunológica feto materno no inicio da gravidez em mulheres que apresentam diversos fatores predisponentes: toxemia prévia, primiparidade, história familiar da doença, gemelidade, hipertensão essencial/renal anterior, diabetes, mola hidatiforme, hidropisia fetal.
As formas clínicas que sucedem a toxemeia gravídica:
Pré-Eclâmpsia leve/moderada: inicia-se o processo toxemico pelo aumento exagerado e subitâneo de peso (maior ou igual a 500 g/semana), seguido de edma generalizado, hipertensão e depois proteínuria (1+). A hipertensão é o sinal mais importante e freqüente.
Pré-Eclâmpsia Grave: Caracteriza-se pela presença de: pressão arterial maior ou igual 160/110mmHg, proteínuria de 2+ ou 3+, olíduria(menor que 400ml/24hs), creatinina aumentada( maior que 1,3mg%), dor epigástrica, edma agudo de pulmão ou cianose, manifestações cerebrais (torpor, obnubilação,cefaléia) e visuais (escotomas, diplopia, aumarose e turvação), síndrome de HELLP: hemólise (anemia hemolítica microangiopatica), elevação de enzimas hepáticas, queda de plaquetas (menor que 100.000/mm³) (REZENDE 1999).
IMPORTANCIA DO ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL
A assistência pré-natal não pode prevenir as principais complicações do parto na grande maioria das mulheres destinadas a esta experiência - hemorragias, septicemias, obstruções do trabalho de parto. Mas certas intervenções durante a gravidez poderão, certamente, alterar e favorecer o prognóstico materno. As estratégias mais importantes constituem um tripé com intervenções específicas relacionadas à promoção da saúde materna, à prevenção dos riscos e à garantia de suporte nutricional durante a gestação.
Promover a saúde materna contempla a recomendação do número ideal e da qualidade das consultas de pré-natal, o estabelecimento de programa de imunização materna e a prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças intercorrentes da gestação. Na primeira visita, recomendada até a 16ª semana de gestação, deverá ser avaliado o risco obstétrico por aplicação de formulário específico. A detecção de qualquer risco implicaria atenção especializada, com exame/avaliação e seguimentos adicionais e, se necessário, a referência da atenção básica para um serviço de nível mais complexo. Importante destacar que o risco e a necessidade de referência para centros mais especializados deverão ser constantemente avaliados. Na ausência de risco, o acompanhamento pré-natal deverá seguir as recomendações para a atenção básica na assistência pré-natal.
Para assegurar a qualidade da assistência pré-natal, a OMS recomenda: investigar o risco obstétrico; realizar exame clínico e obstétrico, com especial atenção à presença de anemia e avaliação da idade gestacional, altura uterina e batimentos cárdio-fetais; aferir os níveis pressóricos; reforçar e estimular a suplementação de ferro e ácido fólico; instruir a gestante sobre os sinais e os locais de atendimento de emergência e preencher a ficha de pré-natal de maneira adequada em todas as consultas de pré-natal. Além destes procedimentos, acrescenta na primeira consulta o exame ginecológico completo, o cálculo da relação peso/altura, a solicitação de exames laboratoriais básicos, como dosagem de hemoglobina (Hb), sorológico para sífilis/DST, urinálise e tipagem sangüínea (ABO e Rh) e a primeira dose da vacina antitetânica8.
O protocolo inclui também a avaliação de peso materno nas gestantes de baixo peso e de proteinúria nas nulíparas ou portadoras de pré-eclâmpsia prévia em todas as visitas subseqüentes à primeira consulta de pré-natal. A dosagem de Hb e a vacina antitetânica deverão ser repetidas na terceira consulta; orientações e planejamento do parto e recomendações sobre lactação e anticoncepção deverão ser iniciadas na terceira e reforçadas na última visita. Normatiza o diagnóstico de apresentação pélvica e encaminhamento para versão cefálica externa no termo da gestação (última consulta) e reforça o preenchimento e a instrução à gestante para que apresente a ficha de pré-natal completa no momento do parto.
TRATAMENTO
Medidas adotadas: repouso no leito em decúbito lateral esquerdo para melhorar o fluxo sangüíneo renal e a ultraplacentário. Sedação oral com diazepínicos ou barbituricos para auxiliar no repouso. A dieta hipossódica e diurético são discutidos entre os profissionais, se usar diurético promove rápida excreção de água e de sódio levando a depleção eletrólica, associada à privação do sal não traz beneficio no problema da toxímia, por isso a dieta é normossódica (MONTENEGRO, 2002).
Os hipertensores também não são administrados com objetivo de prolongar a gravidez (reduz a perfusão ultraplacentaria). A pré-eclampsia grave, a eclampsia e o sofrimento fetal estar imaturo o concepto, indicam que a prenhez há de ser terminada. Na pré-eclâmpsia grave, e na eclampsia, antes de interromper a gestação, o quadro clínico será estabilizado, o que demora em torno de 4 a 6 horas (MONTENEGRO, 2002).
JUSTIFICATIVA
Segundo ANDRADE et al 2006: No período de 1977 – 2001 ocorreram 25,8% de mortes maternas por pré-eclampsia e eclampsia. Sabemos que o acompanhamento do pré-natal adequado é necessário para que a gravidez evolua com segurança. Uma atenção pré-natal de qualidade é fundamental para a saúde materna e neonatal, além de diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que ocorrem neste período.
Apesar da ampliação na cobertura das consultas de pré-natal, a analise dos dados disponíveis demonstra comprometimento da qualidade desta atenção. Diante desta situação, está clara a necessidade de esforço coletivo, de setores governamentais e não governamentais, para a melhoria da qualidade da atenção no pré-natal. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
OBJETIVO.
O objetivo deste estudo foi enfatizar a necessidade de conhecimento sobre a importância do pré-natal para reduzir as complicações da pré-eclampsia.
METODOLOGIA.
Pesquisa bibliográfica em que resultou nesta revisão sistemática e que foi operacionalizada mediante busca eletrônica de artigos indexados em base de dados,a partir do cruzamento de palavras chaves relacionadas a adesão ao pré-natal como fator determinante na prevenção das complicações da pré eclampsia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A enfermagem demonstra a importância do acompanhamento pré-natal como fator determinante na prevenção das complicações da pré eclâmpsia, em que a participação do enfermeiro interagindo com a cliente, pode mudar a realidade de morbimortalidade materna causadas pela eclâmpsia através da atenção da saúde.
Sendo assim, através deste trabalho foi possível conhecer mais sobre esta patologia e o que a enfermagem pode contribuir nesta assistência, promovendo um atendimento integral com oportunidade de promover o cuidado da doença. Este cuidado deve caminhar junto a uma equipe multidisciplinar prestando uma assistência adequada a gestante.
REFERÊNCIAS.
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual técnico de Assistência Pré-Natal. Brasília: MS, 2000
BRASIL.Ministério da Saúde. Organização Pan-Americana de Saúde. Painel dos Indicadores do SUS. Brasília: MS, 2006.
LIMA, Bruno Gil de Carvalho. Efetividade da assistência pré-natal sobre a mortalidade materna e a morbi-mortalidade neonatal no Brasil. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. [periódico na Internet]. 2005 Out [citado 2008 Jun 05] ; 27(10): 635-635. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php
SOARES, Helena de Santi; FLORIANO, Nargela Aparecida R.; ROSSO, Liza. A Enfermagem e os Cuidados na Pré-Eclâmpsia. WWW.scielo.com acesso em 14/10/08.
MONTENEGRO, Filho Rezende. Obstetrícia Fundamental, 11ª edição, Editora Guanabara, Rio de Janeiro 2008.