A AÇÃO DOCENTE, OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI E A ADEQUAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR
Por Mauro Sérgio Soares Rabelo | 12/03/2015 | EducaçãoFACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS HUMANAS – FATECH
CENTRO DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROFESSOR PAULO ROBERTO MENDONÇA
A AÇÃO DOCENTE, OS DESAFIOS DO SÉCULO XXI E A ADEQUAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR
Alessandra Ferreira Barbosa[1]
Amarilson Guilherme do Amaral
Jonatan Taiman Silva dos Santos
Rosinei Batista da Silva
Orientador: Prof. Esp. Mauro Sérgio Soares Rabelo[2]
RESUMO
No presente artigo, busca-se identificar o perfil do docente no ensino superior, o enfrentamento dos desafios do Século XXI, bem como a necessidade da adequação do Currículo nos cursos de Graduação. Trata-se de um trabalho realizado através de pesquisas bibliográficas, com as contribuições de referenciais teóricos que fundamentem a ação docente no ensino superior, considerando os desafios emergentes da sociedade moderna. Neste contexto, faz-se uma análise, dos mecanismos que permitem enfrentar esses desafios, da participação docente na construção dessa prática educacional e a importância da formação didático-pedagógica continuada com ênfase na adequação curricular.
Palavras-chave: Docência. Ensino Superior. Currículo. Desafios do Século XXI.
INTRODUÇÃO
O interesse pelo tema dessa pesquisa surgiu a partir das observações e das preocupações, dificuldades e comportamentos dos professores durante as trajetórias acadêmicas e profissionais dos autores, principalmente como acadêmicos do curso de Pós-Graduação em Gestão e Docência no Ensino Superior da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas - FATECH, durante as discussões e conversas espontâneas na sala aula.
É inquestionável que a ação docente no ensino superior tem uma enorme relevância para o desenvolvimento da pesquisa científica. Pois é através dela que os acadêmicos despertam para a assimilação do conhecimento e para a compreensão da realidade, que posteriormente, servem de instrumentos de transformações e conquistas sociais.
A docência no ensino superior, também, tem por finalidade preparar os acadêmicos para desempenhar as atividades relacionadas com a sua formação profissional no respectivo nível de conhecimento. Mas não se configura em atividades simples e fáceis, pois, para lidar com um grupo, onde os seus integrantes possuem um maior histórico escolar, devido aos anos dedicados aos estudos até atingirem o curso superior, pressupõe-se que o docente encontre uma maior dificuldade em transmitir os conhecimentos necessários, devido a uma acentuada consciência crítica dos discentes. Sabe-se que o domínio de um determinado conteúdo e o do respectivo "saber fazer" não implica automaticamente em "saber didático", que permita ao docente exercer, com competência, o seu papel no ensino.
Isso significa dizer que, a profissão docente, como todas as outras, pressupõe uma formação profissional específica e exige daqueles que escolhem exercê-la investimentos para o desenvolvimento e a construção de conhecimentos e habilidades didáticas-pedagógicas. Além disso, o docente do ensino superior tem de enfrentar vários desafios na sua ação docente, a maioria resultam das transformações sociais do presente Século, e nem sempre o currículo ministrado em sala de aula encontra-se contextualizado e compatíveis com as necessidades dos acadêmicos.
É notável que devido às várias mudanças sócio-políticas e econômico-culturais ocorridas, vivemos um momento peculiar de transformações. Para melhor entender o que é ser docente no Ensino Superior nesse contexto é necessário caracterizar o século XXI refletindo sobre as influências dessas mudanças sociais, tomando como ponto crucial o currículo aplicado nos cursos de graduações.
Sabemos que o século atual vive num contexto de crise estrutural em que surgem novas formas de organização social, econômica e política. O conhecimento tornou-se a fonte principal de poder e junto com a informação estão substituindo os recursos naturais, e o aumento significativo da desigualdade social nas sociedades que fazem maior uso da informação e do conhecimento em suas atividades produtivas é um dos fenômenos atuais mais importantes. A relação de exploração tende a ser substituída pela exclusão provocada pelas transformações na organização do trabalho.
As novas tecnologias da informação têm impacto significativo nas transformações culturais da atualidade, o acúmulo de informação, a velocidade na transmissão, a superação das limitações espaciais, a utilização de multimídia leva a modificação de conceitos básicos de tempo e espaço, em que até a noção de realidade começa a ser repensada diante da possibilidade da realidade virtual. Surge, diante disso, o desafio da elaboração de um currículo inovador que atenda às necessidades dos acadêmicos dos cursos de graduações. E isso se dar de maneira imperativa, pois, os docentes cada vez mais, sentem, no decorrer do processo ensino-aprendizagem, a necessidade de preparar uma aula dinâmica com informações interdisciplinares e transdisciplinares aproximando a realidade com a prática docente. Mas nem sempre é possível alterar os planos de ensino e de aula, uma vez que encontra-se vinculado às diretrizes educacionais do Sistema de Ensino ou da Instituição.
Nos últimos anos algumas IES, procuraram mudar e adequar os seus currículos em alguns cursos de graduação à realidade do Século XXI, valendo-se do que preconiza o art. 53, II, da Lei nº 9394/96 (LDB), mas que ainda limita-as em observar as diretrizes gerais do Sistema de Ensino do país. Os passos dados nesse sentido são lentos diante de uma sociedade que se amolda com as transformações produzidas pela ligeiro avanço tecnológico e pela velocidade como se prolifera as informações científicas. Daí, não é de se estranhar o alto índice de abandonos dos acadêmicos em vários cursos de graduação, com a alegação de que não houve identificação com o curso. É provável que alguns pensem que nada que se estudou em sala de aula se relaciona com a sua realidade social, tampouco atende a sua necessidade de se inserir no contexto moderno do Século XXI.
1 UM BREVE PERFIL DO DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR
Antes de falar sobre o docente no Ensino Superior, devemos fazer as seguintes indagações: quem é o profissional? O que o habilita a trabalhar no ensino superior? Quais as fragilidades deste profissional diante da sua formação pedagógica em ministrar o currículo proposto pelas IES?
Estas perguntas parecem simples à primeira vista, mas a um olhar mais atento, se observará que grande parte do professorado do ensino superior recebeu uma formação técnica, são bacharéis das suas respectivas carreiras e não possuem curso de licenciatura na sua formação profissional. Professores que trabalham o dia todo desempenhando suas funções na sua profissão principal e que fazem do magistério uma extensão da sua carreira, ou uma oportunidade para aumentar o seu ganho mensal. Não dedicam-se integralmente a educação, por este motivo, não conhecem a importância da didática na ministração dos currículos para o sucesso do processo de ensino aprendizagem.
A habilitação exigida destes profissionais é o curso de especialização na sua área de atuação, sendo complementada pelo mestrado e doutorado. Deparar com um doutor no ensino superior não é garantia para o desenvolvimento de um trabalho com excelência. São inúmeras as fragilidades apresentadas por este profissional, que se preocupa apenas em transmitir o conhecimento, não se importando com o Currículo e os desafios de relacionar com a realidade dos acadêmicos, faltando-lhes a formação pedagógica.
Na maioria das instituições de ensino superior, incluindo as universidades, embora seus professores possuam experiência significativa e mesmo anos de estudos em suas áreas específicas, predomina o despreparo e até um desconhecimento científico do que seja o processo de ensino e de aprendizagem, pelo qual passam a ser responsáveis a partir do instante em que ingressam na sala de aula. (PIMENTA e ANASTASIOU, 2008, p. 37).
Ao ingressar no ensino superior para ministrar aulas, entende-se que a competência do docente em sua área de atuação é o suficiente para que ele possa lecionar. Ser professor ou tornar-se professor universitário é um processo solitário na maioria das IES, em que o mesmo conta apenas com a experiência adquirida como aluno, em que observava a postura de educadores, e de certa forma, copia o que lhe parece ser o correto.
Ao se deparar com um currículo no ensino superior, o profissional, muitas das vezes, apenas com curso técnico ou bacharel com especialização na área, não possui o senso crítico para transformar ou reivindicar a adequação desse currículo com a realidade social dos acadêmicos. Pois, isso requer muito mais do que simplesmente dominar o conteúdo a ser ministrado. E percebendo esta fragilidade dos profissionais do ensino superior quanto a maneira de transmitir o conhecimento, e a busca constante pela construção do conhecimento não só dele mas também do aluno, tem-se notado evasões significativas nos cursos de graduação e o despreparo profissional daqueles que concluem os referidos cursos.
O despreparo didático reflete na própria ação do professor com os alunos dentro de sala de aula. Não sabem lidar com as eventualidades que acontecem no âmbito acadêmico e até mesmo com as diversidades de alunos que irá encontrar.
Mediante este quadro existente nas Instituições de Ensino Superior, na qual se deparam com professores que não tiveram uma formação pedagógica para o exercício de sua função, é que se torna primordial uma reflexão sobre como formar este profissional para o exercício de sua função, e para isto é necessário uma análise entre o conhecimento adquirido através da sua experiência em sala de aula, juntamente com o conhecimento teórico, que lhe dará suporte para a sua formação. E isto só será possível, com uma formação continuada, gerando transformações no trabalho desenvolvido por ele.
Este processo formativo e, consequentemente, o desenvolvimento profissional, pressupõem-se um componente de auto ignição, ou seja, é preciso a vontade do professor para se envolver com atividades de formação e sua decorrente profissionalização, possibilitando a construção de sua professoralidade. (ISAIA e BOLZAN, 2007, p.164).
Portanto, é necessário que cada instituição de ensino superior faça o diagnóstico de seu quadro de docentes, para que se possa trabalhar efetivamente nas fragilidades apresentadas por este profissional em sua trajetória dentro da instituição, visando a melhoria do ensino-aprendizagem.
2 A SOCIEDADE DO SÉCULO XXI E OS DESAFIOS NO ENSINO SUPERIOR
A Sociedade do século XXI, no geral, está sendo marcada pela globalização e a tecnologia, fazendo dessa forma com que as fronteiras entre os países sejam relativas, transformando o mundo em uma grande comunidade, ou seja, uma sociedade multicultural, bem como haja um grande e fácil acesso ao conhecimento e a informação. Sendo assim, torna-se um grande desafio para o docente competir com a internet ou com o “professor virtual” (site da Wikipédia, dentre outros sites), já que é possível aprender por meio de figuras, às vezes animadas, sons, e outros recursos de multimídia.
Neste contexto, a universidade, por ser uma instituição onde deve iniciar a discussão dos problemas que atingem a sociedade, deve se adaptar para os novos tempos. Tal adaptação requer transformações materiais, ou seja, os recursos instrucionais, planejamentos mais ousados e currículos inovadores, bem como por uma mudança de postura por parte de alguns docentes do ensino superior.
Os jovens do Século XXI, apresenta dificuldade em se firmar no mercado de trabalho diante da imensa concorrência e a crescente mecanização dos meios de produção. As Universidades precisam criar mecanismos de inserção desses jovens na sociedade, pois as grandes evasões que se apresentam nos vários cursos de graduação, é resultante da falta de políticas sociais na área educacional e profissionalizante das Universidades. Devemos entender de uma vez por todas que quem deve mudar a “Sociedade” é a “Escola”, não a “Escola” que deve mudar a “Sociedade”. Com isso, tem-se que as discussões e propostas das mudanças que devem ocorrer na sociedade devem partir das Universidades, dos debates docentes e discentes e principalmente das pesquisas cientificas e atividades de extensões, buscando solucionar os problemas detectados nas comunidades.
Por outro lado, a população brasileira tem ficado cada vez mais longeva e a perspectiva para o século XXI é a de que os idosos brasileiros tenham cada vez mais uma melhor qualidade de vida, e temos observado que vários têm retornado aos bancos escolares para realizarem sonhos de estudar e conseguir o diploma do nível superior. Como tal segmento da população, devido ao seu número cada vez maior, tem despertado o interesse do mercado, algumas universidades criaram um segmento para eles, a “universidade da terceira idade”. Porém, mesmo que eles cursem regularmente ou façam o curso citado anteriormente, a universidade brasileira, seja pública ou privada deve se adaptar para o ingresso dos idosos em cada vez maior número e isto requer alguns desafios.
3 A NECESSIDADE DA ADEQUAÇÃO DOS CURRICULOS NO ENSINO SUPERIOR
Destaca-se que com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96 – LDB), se inaugurou uma nova reforma curricular no país, sendo desencadeada no momento em que a Câmara de Ensino Superior (CES) do Conselho Nacional de Educação (CNE) do Ministério da Educação passou a articular as mudanças nos currículos dos cursos de graduação no Brasil: bacharelados, licenciaturas e cursos superiores de tecnologia.
As primeiras ações em direção à mudança dos currículos dos cursos de graduação, promovida pelo CNE, podem ser identificadas no Parecer CNE/CES nº 776/97, que apresentou a orientação geral para a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). O documento promove a ampliação da liberdade de composição da carga horária e das unidades de estudos a serem ministradas nos currículos. São propostas condições para a redução na duração dos cursos e a flexibilidade na sua estrutura curricular. De acordo com o referido Parecer, os novos currículos devem articular teoria e prática e sua composição deve se caracterizar por uma sólida formação geral, aliada a práticas de estudos independentes e ao reconhecimento de habilidades e competências adquiridas no mundo do trabalho.
Apesar da garantia na legislação vigente das Universidade em fixar os currículos de seus cursos e programas, percebe-se que tais adequações ocorrem de maneira muita lenta, unilateral (ideologia de grupo) e descontextualizadas com a realidade dos acadêmicos, de forma não democrática. O que agrava cada vez mais uma problemática curricular frente aos desafios emergentes de uma sociedade globalizada, que exige uma formação cada vez mais completa nas diferentes áreas do conhecimento com domínio teórico-prático, inclusive das novas tecnologias.
Para Anastasiou e Alves (2003), em se tratando de currículos, as universidades devem caminhar para uma perspectiva dialética de ensinagem e deve superar a organização tradicional dos currículos que dentro de um contexto neoliberal, fragmentou as ciências criando especializações. Nesse modelo, os alunos não têm uma visão ampla dos conhecimentos e não conseguem relacioná-los. Como alternativa, as autoras propõem currículos globalizantes nos quais as disciplinas não simplesmente interajam, segundo a perspectiva da interdisciplinaridade, mas se integrem (transdisciplinaridade), tendo como resultado uma ampla aprendizagem. Dessa forma, os alunos ao estudarem os diversos conteúdos relacionando-os estarão apreendendo e adquirindo autonomia intelectual.
Para Morin (2003), o principal objetivo da educação na era planetária é educar para o despertar de uma sociedade-mundo. Não é possível, entretanto, compreender a possibilidade de uma sociedade-mundo, que supõe a existência de uma civilização planetária e uma cidadania cosmopolita, sem compreender o devir da planetarização da humanidade e o desafio de sua governabilidade.
Portanto, o desafio de um currículo globalizado é também um desafio de complexidade. Existe complexidade, de fato, quando os componentes que constituem um todo (como o econômico, o político, o sociológico, o psicológico, o afetivo, o mitológico) são inseparáveis e existe um tecido interdependente, interativo e inter-retroativo entre as partes e o todo, o todo e as partes. Assim deve ser a premissa dessa adequação curricular no Ensino Superior, que deverá estar voltada para os desenvolvimentos próprios de nosso século e de nossa era planetária.
Para Almeida (2000), as vertiginosas evoluções socioculturais e tecnológicas do mundo atual geram incessantes mudanças nas organizações e no pensamento humano e revelam um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e na seleção de informações, assim como na construção do conhecimento.
Por outro lado, H. Japiassu (2006), explica que o grande desafio lançado à educação neste início de século é a contradição entre, de um lado, os problemas globais, interdependentes e planetários, do outro, a persistência de um modo de conhecimento privilegiando os saberes fragmentados, parcelados, compartimentados.
Diante disso, é fato, que as Universidades formam uma proporção demasiado de especialistas em disciplinas predeterminadas, portanto artificialmente delimitadas, enquanto uma grande parte das atividades sociais, como o próprio desenvolvimento da ciência, exige homens capazes de um ângulo de visão muito mais amplo e, ao mesmo tempo, de um enfoque dos problemas em profundidade, além de novos progressos que transgridam as fronteiras históricas das disciplinas, demonstrando com isso, a necessidade emergente de que sejam formulados Currículos interligados com as realidades apresentadas.
CONCLUSÃO
A sociedade moderna do século XXI encontra-se em constante mudança e passando por processos de adaptações nas diversas áreas. Na educação, não é diferente, as exigências de adequações no processo ensino-aprendizagem se destacam, em decorrência disso, o papel do docente é primordial e de suma importância para a viabilidade destas transformações.
...vários caminhos vem sendo experimentados nas últimas décadas. Inicialmente houve a inclusão de uma disciplina, nos cursos de pós-graduação, sobre a metodologia do ensino superior. Embora em geral resumida a uma duração de 60 horas em média e nem sempre desenvolvida por profissionais que dominam os saberes necessários à docência... (ANASTASIOU e PIMENTA, 2000, p.108)
A mudança na formação docente com a referida incorporação curricular da disciplina “Didática/ Metodologia do Ensino Superior”, visa a melhoria na qualidade do ensino nos cursos de graduação. Porém, ainda está longe de resolver todas deficiências curriculares nos cursos superiores. Sendo assim, a ação docente não pode ser essencialmente tradicionalista e isolada da sociedade, é necessário que ultrapasse os muros das universidades e faculdades, dando vazão aos aspectos sociais, interagindo o conhecimento adquirido na academia com a maneira de viver inerente à sociedade.
Faz-se necessário refletir sobre a formação docente, conscientizando-se da dificuldade em enfrentar a deficiência existente na relação teórico-prática nos cursos de graduação, especificamente na organização curricular e suas respectivas adaptações com a realidade dos acadêmicos, considerando os seus fundamentos epistemológicos, técnicos, políticos, sociais e éticos.
devem alinhar metodologias de ensino-aprendizagem, práticas pedagógicas, diferentes contextos e cenários de aprendizagem, métodos de avaliação e atividades de pesquisa com esse princípio de organização curricular. Caracteristicamente, são centrados na busca ativa pelo conhecimento, interdisciplinaridade, integração teórico-prática e interação ensino-sociedade, trazendo o desenvolvimento da identidade profissional para o centro das atividades de aprendizado (SANTOS, 2011, p.86)
De acordo com Santos (2011) deve-se alinhar as necessidades da relação ensino-aprendizagem com as diferentes propostas de organização curricular, e consequentemente, viabilizando o desenvolvimento da formação docente voltada para o contexto da sociedade.
Contudo, a realidade social exige que o docente do ensino superior seja mais ativo, que se preocupe com a aquisição do conhecimento, e que busque a melhoria do processo educativo, incorporando métodos e técnicas pertinentes à boa execução de sua função. A formação pedagógica do professor, é um assunto que tem merecido uma atenção especial. E as universidades precisam ir além do que é exigido pela LDB, é necessário que se promova a formação didático-pedagógica continuada com linhas de pesquisas e/ou disciplinas, com amplitude no aprimoramento educacional contextualizado para atender os anseios dos acadêmicos dentro de uma sociedade dinâmica. Diante dessa dimensão formativa, o docente poderá ser capaz de se preparar para promover periodicamente as adequações curriculares necessárias e acompanhar as transformações da sociedade do Século XXI.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.E.B. Informática e formação de professores. Coleção Série Informática na Educação, 2000. Disponível em: <http://www.proinfo.mec.gov.br>.
ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos e ALVES, Leonir Pessate (orgs.). Processos de Ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias do trabalho em aula. Joinvilie, SC: Editora Univille, 2003.
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MORIN, Edgar. ROGER, Emílio Ciurana. MOTA, Raul. Educar na era Planetária. São Paulo: 2 ed. Cortez. Brasilia-DF: UNESCO, 2003.
ISAIA, Silvia Maria de Aguiar e Bolzan, Dóris Pires Vargas. In CUNHA, Maria Isabel da (org). Reflexões e práticas em pedagogia universitária. Campinas, SP: Papirus, 2007.
JAPIASSU, Hilton. O sonho transdisciplinar e as razões da Filosofia. Rio de Janeiro: imago, 2006.
PFEIFER, Mariana; GIARETA, Paulo Fioravante. Expansão da Educação Superior no Brasil: Panorama e Perspectiva para a Formação de Professores. IX Congresso Nacional de Educação – EDUCERE, Paraná, PUCPR, 2009.
PIMENTA, Selma Garrido e ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo. Docência no ensino superior. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2008. (Coleção Docência em formação).
SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
SANTOS, Wilton Silva dos. Organização curricular baseada em competência na educação médica. Rev. bras. educ. med., Rio de Janeiro, v. 35, n. 1, Mar. 2011.
VASCONCELOS, Maria Lúcia Marcondes Carvalho. A formação do professor do ensino superior. 2 ed. Pioneira. São Paulo, 2000.
1 Acadêmicos do Curso de Especialização em Gestão e Docência no Ensino Superior da Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (FATECH).
2 Pedagogo pelo Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA, PA). Mestrando em Ciência da Educação pela Faculdade Integrada de Goiás (FIG). Graduado Tecnólogo em Gestão de Comércio Exterior (UNINTER). Prós graduando em Metodologia no Ensino Superior em EAD pela Faculdade Educacional da Lapa (FAEL, PR). Especialista em Educação Profissional pelo Instituto de Ensino Superior do Amapá (IESAP, AP). Email: maurorabelo2008@hotmail.com.