A ABORDAGEM PSICANALÍTICA

Por solange Lins | 30/06/2009 | Psicologia

Em Psicanálise, anamnese não é entrevista. Entrevista é um termo reservado para algum encontro de tipo especial, não para contatos regulares. Trata-se, portanto do que se faz antes de empreender um tratamento psicanalítico. Sua finalidade é do modo mais amplo que na anamnese, decidir se a pessoa que consulta deve realizar um tratamento psicanalítico ou de outra natureza. Também nela se terá uma visão profunda das contra-indicações.

A entrevista é um fator facilitador onde o entrevistado tem a livre expressão de seus processos mentais. Na realidade, isto nunca se consegue com o procedimento de formal de perguntas e respostas. Isto não descarta a possibilidade de submeter algumas perguntas ou pedir que o futuro paciente fale sobre algo específico que facilitará no futuro a sua análise.

Vamos resumir algumas características fundamentais na entrevista:

1.O campo da entrevista será melhor se a participação do entrevistador for mínima.

2.A forte dose de ansiedade e/ou angústia já na entrevista é alg muito comum e devemos dar a TI (taxa de ignorância);

3.O futuro analisado tem que ser informado sobre a finalidade de responder a uma consulta sobre sua análise mental e seus problemas, para ver se há necessidade de acompanhamento ou tratamento;

4.Na entrevista estamos sempre face a face afastando-se o uso do Divã

5.A entrevista não se baseia nas regras de livre Associação, embora já se inicie uma espécie de ensaio da mesma;

6.O Psicanalista poderá estimular e até influenciar com atitudes com atitudes não verbais, mas com a fisiologia;

7.As anotações do que interessa na decisão quanto a analisibilidade, deverão ser feitas de forma discreta, elegante e não acintoso;

8.Não se deve interpretar nem fazer, diagnóstico durante a entrevista. Suas palavras devem conduzir apenas e nunca induzir;

9.O Psicanalista não deve recorrer a procedimentos que evitem a ansiedade, como o apoio ou a sugestão. Tampouco resolvê-la com o instrumento específico da interpretação;

10.No final de cada entrevista já predomina a vontade de voltar, que será fortalecida no curso da análise;

11.O tempo da entrevista deve ser limitado, como duas, três ou mais sessões. Começando então a análise propriamente dita;

12.Deve ser distinta do processo de Psicanálise formal, de maneira que o paciente saiba onde terminou uma e começou a outra; A entrevista informa sobre fatos fundamentais, não como objeto de análise, mas como para definir se será ou não possível o trabalho de análise;

13.Na entrevista, também o paciente poderá chegar à conclusão de que esse Psicanalista não lhe é indicado, sem, contudo abrir mão do tratamento com outro. É absolutamente comum, pacientes que vão a vários analistas, em busca de um que satisfaça as suas fantasias a priori.