1994 O Genocídio de Ruanda e a Retórica Internacional

Por Natalia Blanc Pedrosa | 08/01/2016 | Política

RESUMO

O genocídio de Ruanda ocorrido na primavera e no verão de 1994 deixou milhares de mortos e um país destroçado. Porém, o que muitos não sabem é que os atos genocidas praticados pela etnia Hutu começaram muito antes de 94, eles possuem raízes históricas e as fronteiras entre Hutus e Tutsis foram estabelecidas por meio de uma forte violência simbólica imposta pela metrópole belga, durante o período colonial. Inúmeros relatos nos ajudam a desenhar os fatos ocorridos durante os ataques, onde a sobrevivência passou a ser questionada e não a morte.

Enquanto a população tutsi e hutus moderados caiam, a Organização das Nações Unidas (ONU) e as grandes potências mundiais se negavam a caracterizar tal ação como genocida, se negando também a intervir nos conflitos, retirando seus exércitos e trabalhadores da região. Essa retórica gerou ainda mais mortes e dizimou uma população, atingindo-se a conta de mais de oitocentos mil mortos, deixando o país em estado econômico ainda mais precário, com uma herança de medo e um trauma jamais esquecido, legado visto ainda nos dias de hoje, vinte anos após o genocídio.

Palavras-chave: Genocídio, Hutu, Tutsi, Violência Simbólica, ONU, Tribunal Internacional.

Artigo completo: