1 A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NUMA INTERFACE COM A....

Por Sandra Santos Feitosa | 09/11/2016 | Psicologia

1 A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NUMA INTERFACE COM A NEUROPSICOLOGIA E O PROCESSO DE AVALIAÇÃO INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM INDIVÍDUOS ADULTOS ACOMETIDOS POR OBESIDADE

RESUMO

A obesidade é um fenômeno complexo de fatores multifatoriais. Achados neuropsicológicos indicam possíveis ligações com as funções executivas, a principal delas é o controle inibitório, que consiste em estímulos que impedem alcançar um objetivo. O Processo de intervenção é baseado na técnica cognitivo-comportamental, num programa pré-estabelecido, de avaliação individualizada e intervenção em grupo. Objetivo: Explicar através da terapia cognitivo-comportamental o processo de avaliação intervenção psicológica grupal de em indivíduos acometidos por obesidade leve a moderada na idade adulta, numa interface com a Neuropsicologia. Métodos: O texto corresponde a uma pesquisa bibliográfica, os critérios referentes à inclusão foram estudos empíricos, que avaliassem a eficácia da Técnica Cognitivo-Comportamental em trabalho complementar com aspectos Neuropsicológicos do tratamento da Obesidade, em indivíduos adultos acometidos de obesidade leve ou moderada. Os critérios adotados de exclusão foram investigar a eficácia da Técnica Cognitivo-comportamental sem intervenção medica, associação com fármacos, na obesidade grande com necessidade intervenções severas em conjunto e ou patologias ligadas á obesidade. Resultados: Os estudos sugerem que existe uma ligação entre controle inibitório e Obesidade. Para contemplar o tratamento adequado para cada caso específico, é necessário levar em consideração a integralidade do individuo, estabelecer alguns processos básicos de cunho multidisciplinar, sugerindo que os programa para redução de peso corporal, com devem enfocar a restruturação cognitivo-comportamental e especificamente trabalhar o controle de estímulos.

1 INTRODUÇÃO

A obesidade é um dos transtornos preocupantes da atualidade que consistem em um fator de risco a saúde, levando ao aparecimento de comorbidades orgânicas e psicológicas. Alguns critérios utilizados para diagnosticar a obesidade são os métodos de laboratório e avaliação do índice de massa corporal, essenciais para precisar o peso recomendável. É necessário levar em consideração as questões subjetivas que envolvem as diferenças individuais de gênero, idade e compleição física, e consequentemente a escolha de qual processo terapêutico a objetivar. (CABALLO, 2012). O modelo Cognitivo-Comportamental numa interface com a Neuropsicologia, intervém de forma multidiciplinar com outras áreas do saber, visa estabelecer o diagnostico funcional, realizar a avaliação funcional e uma avaliação continuada durante todo o tratamento. Em processo complementar a de estudos onde foram aplicados testes neuropsicológicos, levaram ao entendimento da ligação do controle inibitório com a obesidade. O programa é estruturado e aspira direcionar aos participantes do grupo a interação mutua, a recordar e aplicar novas tarefas nas sessões subsequentes, expor dificuldades, modificar hábitos e incentivar estilo de vida saudáveis, nutricionais e físicos. Compreende que a percepção individual dos eventos influenciam nas emoções, comportamentos e fisiologia, visa identificar e modificar crenças irracionais, controle de estímulos, tensão e recaídas, para atingir os objetivos esperados realísticos. O tratamento é direcionado para indivíduos adultos com necessidade de perda de peso de 20k a menos, que não apresentem transtornos alimentares ligados a obesidade, com intuito de adquirir estratégias de enfrentamento para a perda de peso e acompanhamento da manutenção a longo prazo, visando a melhoria na qualidade de vida em âmbitos gerais

2 OBJETIVO GERAL

Explicar através da terapia cognitivo-comportamental o processo de avaliação intervenção psicológica grupal de em indivíduos acometidos por obesidade leve a moderada na idade adulta, numa interface com a Neuropsicologia.

 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Descrever como a Terapia Cognitiva-Comportamental e a Neuropsicologia atuam no tratamento da Obesidade.  Visa flexibilizar a sistematização dos processos de avaliação multidisciplinar individual e intervenção em grupo com intuito de adquirir estratégias para alcançar objetivos reais e a manutenção do peso a longo prazo.  Acrescentar ao tratamento Cognitivo-comportamental pré-existente novas estratégias de intervenção com base em achados neuropsicológicos.

3 METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa da literatura, de caráter descritivo, qualitativo, utilizando se as bases de dados eletrônicas, LILACS e Scielo, Google Acadêmico. Foram utilizadas as seguintes categorias de termos: Neuropsicologia da Obesidade; Obesidade e o Controle Inibitório, Avaliação e Tratamento Cognitivo-Comportamental da Obesidade. Em trabalho complementar a estratégia de busca, foi realizada a checagem manual das referências bibliográficas dos artigos selecionados em busca eletrônica, objetivando localizar textos concernentes ao tema, nem sempre foi possível, bem como capítulos de livros de acervo particular. O período para elaboração do projeto foi de 29 de agosto a novembro de 2015. Os critérios referentes à inclusão foram estudos empíricos publicados nos últimos 10 anos, que avaliassem a eficácia da Técnica Cognitivo-Comportamental em trabalho complementar com aspectos Neuropsicológicos do tratamento da Obesidade. Os critérios adotados de exclusão foram estudos que investigassem a eficácia da Técnica Cognitivo-comportamental sem a necessidade de intervenção medica, associação com fármacos, na obesidade grande com necessidade de dietas severas e ou cirurgias ou todas as intervenções em conjunto e ou, patologias ligadas á obesidade, como a exemplo da bulimia e anorexia, cartas ao editor e relatos de serie de casos. Objetivou se com essa revisão de literatura acrescentar a um processo de avaliação e tratamento preexistente baseado na Técnica Cognitivo-Comportamental uma ampliação de possibilidades baseada em achados neuropsicológicos para uma complementação de avaliação e intervenção efetiva sobre os aspectos das funções executivas mais especificamente no que 4 impacta negativamente no controle inibitório, que impede através de estímulos aos indivíduos acometidos de obesidade alcançar sua meta de perda de peso e manutenção a longo prazo.

4 EMBASAMENTO TEÓRICO

4.1 AVALIAÇÃO E DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DA OBESIDADE

Segundo Caballo (2012), para iniciar o tratamento da obesidade é necessário fazer uma avalição minuciosa de múltiplas variáveis: genética, biológicas, psicológicas, comportamentais e sociais e, verificar até que ponto elas intervém dos problemas na perda de peso e em sua manutenção. Além disso, será necessário realizar três processos básicos: estabelecer o diagnóstico funcional, realizar uma avaliação funcional e uma avaliação continua durante todo o tratamento. O diagnostico diferencial da obesidade comtempla identificar a obesidade como principal problema e deliberar sobre o grau da obesidade, descartando outros transtornos alimentares, bulimia, anorexia, compensação seguida de culpa e comportamento compensatório, bem como obsessão com o peso. Assim, encontrou-se uma correlação de 0,7 a 0,8 entre o tecido adiposo medido através de métodos de laboratório e o índice der massa corporal (IMC) aludido por Bray, (1976) 1 apud Caballo (2012 p. 211). Esse índice resulta da divisão de peso (em Kg) pela altura (em metros) ao quadrado (peso\Altura). (CABALO, 2012, p. 211). Esse é um método preciso de mensurar o excesso de peso, porém, em clinica é estabelecido um paralelo entre tabelas padronizadas de peso\altura que facultam o peso recomendável conforme distinção de gênero, idade, compleição física do individuo (pequeno, médio ou grande), tudo calculado de forma subjetiva. Assim o excesso de peso, segundo o IMC, seria 25 a 30 kg\m² e a obesidade acima de 30 kg\m² de acordo com Bray (1986)2 , apud Caballo (2012, p. 211). Segundo as tabelas padronizadas a obesidade estaria acima de 20% do peso ideal. Atuamente, Broenell; Weddnen (1992)3 aludido por Caballo (2012), seguindo essas tabelas , classificam a obesidade segundo a porcentagem do excesso de peso sobre o ideal, em leve (5-20%),moderada (20-40%), severa (40-100%) e grande (+100%). (CABALLO, 2012, p. 211). Essa classificação serve como base para que após avaliação seja possível um direcionamento para escolha do processo terapêutico mais adequado e, em caso de obesidade 1 BRAY, G. A. The Obese Patient. Filadefia: W.B. Saunders, 1976 2 BRAY, G. A. Effects of obesity on health and happiness. En K. D. Brownell y J.P. Fosity, anorexia, and bulimia. Nueva York: Basic Books, 1986. 3 BROWELL, K. D. y Wandder, T.A. Etiology and treatmente of Obesity: Understanding a serius, prevalente, and refractory disorder. Journal of Consulting and Clinical Psycology, 4, 505-517. 5 severa ou grande, não seria contemplado a intervenção Cognitivo-Comportamental apenas, e sim necessidade de acompanhamento médico, introdução de dietas severas e ou cirurgia ou todas as intervenções em conjunto.

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