'Afinal, Para Que Servem As Leis?'
Por Andréia Aliniê | 01/12/2008 | LiteraturaSabemos que a Educação é
um "direito", mas não existem condições suficientes para que, seja de fato,
garantida para todos. As leis e diretrizes da educação são controvérsias a
realidade. Falar em Educação Especial é tocar em um assunto polêmico. Isso
porque a educação de pessoas com algum tipo de necessidade especial já passou
por diversas fases: exclusão, marginalização, integração e inclusão.
A Constituição
Brasileira de 1988 garante o acesso ao Ensino Fundamental regular a todas as
crianças e adolescentes, sem exceção. E também enfatiza que a criança com
necessidade educacional especial deve receber atendimento especializado complementar,
de preferência dentro da escola. E tudo isso ganhou mais força com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e com a Convenção da
Guatemala, de 2001. Esta convenção teve por objetivo prevenir e eliminar todas
as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e
propiciar a sua plena integração a sociedade. E ainda deixa claro que qualquer
tipo de diferenciação, exclusão ou restrição é proibido.
Opiniões, leis e regras
a parte; o que importa mesmo é saber como tratar e lidar com esses estudantes
especiais. Diante dessa realidade, como nós, professores, podemos
ajudar na formação dessas crianças e adolescentes, se o governo não dá
condições suficientes para uma educação de qualidade? O que vemos são escolas
sucateadas, professores mal - remunerados, escolas sem nenhuma estrutura para
atender um 'aluno especial', as leis andam a passos de tartaruga, e esperar que
elas sejam cumpridas é desrespeitar o direito que os alunos têm de construir
conhecimento.
Temos que pensar em ajudar os alunos a desmistificar a
deficiência e respeitar as limitações do outro, aplicar metodologias
diversificadas que atendam as necessidades de cada um. A inclusão só será um
sucesso se o desafio garantir uma educação de qualidade para todos e isso
depende de 'nós', não das leis, (afinal, pra que elas servem?). A finalidade é
que os alunos aprendam a conviver com a diferença e se tornem cidadãos
solidários. E para isso acontecer, a participação do professor é fundamental.