''O homem e suas três mortes''
Por Sérgio Russolini | 05/05/2009 | FilosofiaSegundo a Religião, Deus criou o homem à sua semelhança, para que pudesse governar a Terra. O homem possuía a terra e tudo que nela continha ao seu domínio. Cansado de não ter nada e ninguém que pudesse lhe combater, criou o pecado. Pelo pecado se viu perdidamente fraco e, logo foram lhe tirado todo seu poder. Passou a trabalhar para se auto-sustentar. Constituiu família, formou pequenas tribos que mais tarde tornar-se-ia em sociedades.
A sociedade recriou o homem. Humanizou-se através da linguagem, ensinou Direito e Deveres, Moral e Ética, Política e Cidadania. Apresentou-lhe as religiões, cuja fé, passou a refletir com maior ênfase conceitos de Vida e Morte. Mediante a tudo isso, Homem e Sociedade, ainda buscavam respostas para entender quem surgiu para quem. Foi nessa necessidade de entendimento que surgiu a Cultura... O homem e sua gana do saber, do conhecer, conquistar, aprender... Nessa luta incessante surgiram Nações, Línguas, Filosofia e Literatura.
Mas as dúvidas continuavam em seu íntimo. Respostas eram procuradas através do Teocentrismo, Egocentrismo, Humanismo, Racionalismo e muitos outros ismos ao longo da eras. Nesse percurso foram criadas inúmeras ciências, cada qual com sua teoria, seu campo de estudos, seus métodos, porem nada estava definido o sentido da vida para o homem e suas necessidades para uma melhor sociedade. Mais adiante surge o Darwinismo, o Positivismo, o Relativismo, cujo período, foi de grandes pensadores e cientistas que, talvez explicassem definitivamente o mistério do ser homem e as nuances da sociedade.
Quando tudo parecia definido, surge novamente a influência do tal pecado no homem: a ganância e a ignorância. Conduzido pelo seu extinto animal, ao qual nunca deixou de existir e, consequentemente, fez as grandes guerras. A partir daí, Deus, mais uma vez, o castigou, com a morte natural. A sociedade, criação do homem, condenou-o com a morte moral e o próprio homem, auto-flagelou-se à morte intelectual.
Texto elaborado por Sérgio Russolini. Prof. de Língua Portuguesa e Filosofia.