''Nacionais desagregados'' (Os Instrangeiros)

Por Ricardo César | 28/05/2010 | Economia

Os Instrangeiros

A globalização é um fato característico do nosso mundo do século XXI, é comum falarmos dela corriqueiramente, normalmente nos referindo com o a esta como uma revolução das informações e dos pensamentos mais modernos de nossa sociedade, ela nos trás tudo o que acontece, tudo que é descoberto, tudo de novo rapidamente e com todas as características necessárias para compreendermos imitarmos ou não, porém nosso país vem recebendo de muitas formas negativas essa globalização.

Se por um lado estamos dispondo o mundo de mais conhecimento sobre o nosso país por outro estamos atribuindo a nossa cultura de massas um consumo irreal para nossos padrões, e dessa forma distribuindo fronteiras pelo nosso país, fronteiras de disposição financeira onde agregamos estrangeiros e desagregamos nossos nacionais, fazendo com que não reconheçamos muitas vezes nosso próprio povo, nos tornando avessos a nossa própria gente.

Nossa primeira fronteira, esta firme entre ricos e muito pobres, os que possuem e que nada têm, basicamente em quem pode consumir e quem não, pode enquanto nossos pobres vendem suas dignidade e força de trabalho por esmolas, para poder ter o pão de cada dia assegurado em suas mesas, nossos ricos gastam em um jantar o suficiente para alimentar uma família por um ou dois meses de forma adequada, não considero desnecessária essa tipo de atitude, porém ela demonstra dois países bem claros que existem entre pessoas de mesma nacionalidade, outro fato claro são os jovens , enquanto os jovens filhos dos muito pobres evadem a escola pois necessitam trabalhar para ajudar em casa, os filhos dos ricos torram dinheiro de seus países indo a escola e muitas vezes nem assistindo as aulas por capricho simplesmente.

Estamos nos separando do nosso povo por questões irregulares de renda, não digo que é injusto um rico gastar fortunas com conforto e luxo, digo que é injusto um pobre não poder ao menos gastar com o mínimo conforto de chegar em casa e ter o que comer, essa é a fronteira que criamos, nosso povo se divide, em dois ou três países distintos separados por fronteiras de desigualdade social tamanhas que não podem ser vencidas por simples esforço, é preciso nossa sociedade liberar coiotes, ou aceitar caminhos escuros e desonestos para se chegar a pontos de vida coerentes .

Tornamos-nos nacionais desagregados, um povo que somente existe pelo titulo de brasileiro, que possui fronteiras entre bairros, shoppings e roupas, que é diferenciado e estrangeiro em sua própria terra, que é perseguido, esquecido por sua própria gente, no final o mesmo que uniu todos os povos do planeta, a cada dia vai separando mais e mais o povo do Brasil que é externo a sua própria nação.

Ricardo César, UFPE, Ciências Econômicas