A BUSCA PELA VERDADE É O MESMO QUE BUSCA PELO SENTIDO?

Werner Leber

1 QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

Ao longo dos séculos de existência da filosofia tal como a conhecemos desde os gregos, autores e comentadores se esforçaram para responder essa questão. Eu me incluo entre aqueles que advogam a seguinte questão: ser e pensar não podem ser separados porque ser e pensar constituem o sentido e interesse da vivência inteira. Não creio que as pessoas possam viver ser a busca pelo sentido. Nesse sentido, alinho-me a autores antigos como Aristóteles, e a autores modernos como Heidegger, Maurice Merleau-Ponty, Max Sheler e Paul Tillich.

É certo que a era em que vivemos é influenciada por descobertas intensas, por uma tecnologia da qual já não podemos nos esquivar. Conforme percepção do comentador, apoiado nas idéias do sociólogo francês Pierre Levy, vivemos hoje uma era de invenções, de mudanças e de paradigmas novos que podem ser comparadas àquelas transcorridas no Neolítico, há cerca de 10.000 anos atrás. Assim vai a informação “[...] vivemos hoje um processo tão intenso e revolucionário como o Período Neolítico. Um processo de ruptura na história humana, advindo da integração dos sistemas e meios de comunicação, conseqüência do desenvolvimento tecnológico vivido nos últimos 500 anos”. Foi o intenso processo de conhecimento que possibilitou o surgimento de uma sociedade complexa, norteada por vários e diferentes tipos de compreensão sobre a aprendizagem, das quais o construtivismo é apenas uma pequena parte. Foi também na modernidade que surgiu a epistemologia, uma área específica da filosofia, cuja preocupação central consiste em determinar as possibilidades e limites do conhecimento humano. Outras vezes se denomina a epistemologia também “teoria do conhecimento”.

 

2 SITUAÇÃO E PROBLEMA

 

A Teoria do Conhecimento, via de regra, ocupa-se com as formas pelas quais se conhece e se descreve o que se diz que conhece. Há, pois, muitos saberes no mundo atual. O conhecimento teológico, por exemplo, é muito diferente do conhecimento das ciências naturais. O conhecimento filosófico está mais próximo das Ciências Humanas que das Ciências da Natureza. Contudo, embora diferentes saberes estejam no picadeiro do conhecimento, e muito diferentes entre si, todos advogam a si o direito de conhecer algo. E, desse modo, todos se acham no direito de afirmar o que consideram verdadeiro. Devemos somar ainda a tecnologia, que é mais um ingrediente no complexo e dinâmico campo do saber atual. Sobre isso os comentadores trazem a seguinte consideração:

Vivemos uma época em que a tecnologia está presente em quase todos os aspectos do nosso cotidiano. O ritmo das mudanças é tal que se torna difícil compreender a sociedade como um todo. Por isso, o estudo da filosofia, juntamente com a influência dos inúmeros filósofos, ajudam-nos a compreender e a questionar os modelos e os padrões que são utilizados na educação, bem como formular outras visões que possam ser condizentes com o seu ambiente.

Porém a razão pode analisar diferentes coisas, em diferentes graus, e por isso Aristóteles pôde dizer também que “[...] o ser se diz de muitas maneiras”. Só nesse sentido se pode falar, por exemplo, em “filosofia da educação” e “filosofia da ciência”. Existe, portanto, o pensamento filosófico, o emprego rigoroso da razão, para analisar problemas específicos relacionados à educação e à religião, mas isso não confere às teorias educacionais  e às religiosas o status de terem uma filosofia diferente daquela praticado dentro da estrutura do logos filosófico universal.

 

3 TEORIA DO CONHECIMENTO E ONTOLOGIA

Pensar e sentido, a princípio, não podem se separar. O filósofo francês Maurice Merleau-Ponty escreveu certa vez: “Nosso conhecimento depende daquilo que nós somos”. O pensamento ocidental, grosso modo, foi gestado no ventre da velha Grécia, mãe do logos que daria forma ao modo de compreender o mundo no Ocidente. O que denominamos “filosofia” - essa amizade ao saber, essa “filia” – inaugurou um caminho que daria um padrão mensurador à forma como os ocidentais se vêem no mundo. Martin Heidegger traz uma consideração que ilustra que a língua grega, ao tratar da “filia” como amizade, está bem além de ser uma simples língua. Vai assim seu raciocínio:

A palavra grega Philosophia mostra-nos a direção. Aqui de impõe uma observação fundamental. Se até agora ou mais tarde prestamos atenção às palavras de língua grega, penetramos numa esfera privilegiada. Lentamente vislumbramos em nossa reflexão que a língua grega não é uma simples língua como as europeias que conhecemos. A língua grega, e somente ela, é logos. [...] Para o momento sirva a indicação: o que é dito na língua grega é de modo privilegiado simultaneamente aquilo que dizendo se nomeia”.

 

Não há como negar que nossas ciências atuais tenham influência do tipo de racionalidade que surge com a filosofia pré-socrática e sua posterior divulgação no helenismo. Mas o mundo não começou com os gregos. Muito antes deles, possivelmente chineses, sumérios, egípcios, hebreus, fenícios se perguntaram pelo sentido do conhecer. E, desse modo, bem antes dos gregos, depararam-se possivelmente com o problema da verdade. Por alguma razão que se ignora, viemos ao mundo. E dele também partimos um dia. Mas o ser humano tem conhecimento disso; sabe que assim será. É capaz de perguntar-se pelo amanhã, o que significa, entre outras coisas, perguntar-se pelo valor e pelo sentido daquilo que se diz que é verdade ou verdadeiro.

A questão verdade e sentido tem uma relação íntima. Conforme Aristóteles a natureza do homem é conhecer. Já estava presente na visão aristotélica o pressuposto segundo o qual haveria uma relação entre conhecer, sentido e verdade. Afinal, conhecer pra quê? Desde cedo o ser humano buscou a correspondência entre entender (explicar) aquilo que existe. E se pode explicar a realidade, explicar o “o que há”, então há também algo verdadeiro a respeito disso. Daí que o conhecer, que para Aristóteles forma a essência da natureza humana, está alicerçada na questão “sentido”. O ser humano busca compreender para dirimir suas angústias. Saber onde está a verdade é uma busca que expressa a luta pelo sentido da existência. Filosofia é a análise rigorosa e criteriosa dos modos de empregar a razão. O motivo disso está justamente no fato de que não é possível evitar a filosofia, pois não é possível evitar a presença do ser que, de acordo com Aristóteles é chamada “Filosofia Primeira”.  Em nenhum âmbito de nossa existência a filosofia está ausente, embora, no mais das vezes, estejamos pouco ou nada preocupados com isso. Sua presença é constante, está em todas as operações mentais, está sempre presente mesmo quando não se trata de modo específico dela. Afinal, não é possível propor uma teoria sem pensar e sem fazer uso dos elementos estruturais presentes no fundamento da razão. A filosofia constitui o fundamento da racionalidade, quer dizer, constitui o fundamento da linguagem com a qual exprimimos os nossos modos de compreender e de se referir à realidade. A questão do sentido e de verdade forma uma ontologia, posto que o ser humano é parte do que pergunta e do julga ser verdadeiro. O comentador traz a seguinte passagem, que vai ao encontro de nossa percepção: “O homem é capaz de perguntar porque está separado de embora participando em, daquilo sobre o que está perguntando”. Como lembram os comentadores “[...] pois é a partir de conceitos que pensamos”. Os gregos pensaram em termos de logos, que para eles é a razão, o fundamento de tudo que há. Disso se segue que a verdade é uma busca. Desde os Pré-Socráticos a filosofia se ocupa com a questão “verdade”, ou com as nossas concepções de mundo, batizado pelo termo alemão Weltanschauung. 

4- VERDADE E SENTIDO: O LEGADO DO LOGOS GREGO À OCIDENTALIDADE

Desde seu princípio a filosofia esteve preocupada com a verdade e de como se pode dela falar. O que denominamos “ser” era, para os gregos antigos, a realidade, a totalidade de tudo que há. Mas o que há? A resposta é: o que há é o “ser”. Aristóteles amplia a noção de Ser que já aparecia em Parmênides. O “que há”, o que “existe” ou que “dizemos que existe” é um conhecimento central e fundamental para se entender a filosofia. Na verdade, Aristóteles dirá que essa é por excelência a tarefa da filosofia, investigar o ser e as formas que dele se pode falar. Mas como Aristóteles mesmo se referia ao que, mais tarde, os comentadores denominaram Metafísica ou estudo do Ser. Deixemos o mestre falar:

Há uma ciência que investiga o ser como ser e as propriedades que lhe são inerentes devido à sua própria natureza. Essa ciência não é nenhuma das chamadas ciências particulares, pois nenhuma delas ocupa-se do ser geralmente como ser. Elas secionam alguma porção, como fazem, por exemplo, as ciências matemáticas. Mas visto que buscamos os primeiros princípios e as causas supremas, está claro que devem pertencer a algo em função de sua própria natureza. Por conseguinte, se esses princípios foram investigados por aqueles que também investigaram os elementos das coisas que existem, os elementos têm que ser elementos do ser não acidentalmente, mas em relação ao ser como ser. Portanto, é do ser como ser que nós também temos que apreender as primeiras causas.

Como indicamos antes, a filosofia forma o substrato de toda linguagem que compõem as nossas ciências e suas formas de entendimento. Não interessa discutir agora aprofundadamente todas as implicações da filosofia grega até os nossos dias. Isso seria tarefa quase interminável e sem sentido para um simples artigo. Fato é que aqueles pressupostos filosóficos “gestaram” as filosofias posteriores, como, por exemplo, os embates entre inatismo e empirismo, sempre presente nas discussões científicas dos séculos XIX e XX.

4.1 EPISTEMOLOGIA E DISCÓRDIA COM O INATISMO

Disso se segue, conforme Descartes, que existe o “puro pensamento”, sem a presença da experiência e do esforço intelectual como resultado sensível. Segundo o francês, nós é que participamos da idéia, do puro pensamento, através de nossas operações mentais. A famosa frase “Gogito Ergo Sum” (Penso, portanto sou) expressa isso. Quem pensa, dá se conta da experiência pré-existente do puro pensamento sem a presença da coisa corpórea, o fato sensível, a experiência. Assim escreve Descartes, na parte IV de seu conhecido Discurso do Método:

 

E notando que essa verdade: penso, logo existo, era tão firme e certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de abalá-la, julguei poder aceita-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da filosofia que procurava. [...] disso reconheci que eu era uma substância cuja essência ou natureza é somente pensar, e que, para ser, não tem necessidade de nenhum lugar nem depende de nenhuma coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo, e, antes, é mais fácil de conhecer do que ele, e mesmo que este nada fosse, ela não deixaria de ser tudo aquilo que é.

 

Para a filosofia o que está em jogo são as regras do pensamento, sua ontologia e os modos como ela foi compreendida ao longo do desenvolver das atividades, dos atos e do pensamento humano. Há décadas, séculos e milênios o ser humano está envolvido em compreender o pensamento e sua estrutura mais íntima. Desde Platão e Aristóteles dois paradigmas estão em cena. E grande parte de nossas discussões remontam a esses paradigmas.

                                                                                                                                                                                

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ter de responder se a busca pela verdade é o que dá sentido ao ser humano é, acima de tudo, ter defender uma tese. Pois não há de antemão uma resposta pronta. Ela precisaria ser escrutinada de todo manancial de conhecimentos e publicações produzidas ao longo de nossa história. E nem mesmo uma enciclopédia daria conta. É sempre necessário fazer cortes e selecionar um ponto de vista com o qual se, por assim dizer, “ataca a questão”. E também não seria possível em um trabalho de Disciplina discorrer pormenorizadamente sobre tamanha envergadura de conceitos, noções e princípios. De modo que este trabalho de Disciplina se limitou a apresentar algumas considerações sobre a relação entre o que se considera verdade e o sentido dessa representação. Daí se segue também um velha pergunta: pode haver teoria do conhecimento sem uma ontologia correspondente? Eu penso que não. Não posso aqui me pôr como conhecedor absoluto de tamanha questão. Há respostas rebuscadas, que não foram todas arroladas nesta síntese ora apresentada. Um problema que sempre surge diante da verdade, quando se a busca, é que não há como evitar de assumir posições dogmáticas, que, quase sempre, remetem à ontologia. Se a verdade existe de alguma forma, ela então também [é] de alguma forma. Precisa “Ser” para ser verdadeira. Seria possível assumir a postura cética e desviar a atenção para possibilidades e até peremptoriamente advogar a defesa da impossibilidade de qualquer verdade. Mas isso seria tão somente defender uma outra verdade que, nesse caso, se afirma pela negativa. Nesse caso, em minha modesta consideração prefiro ficar com Aristóteles para quem a natureza do ser humano é conhecer. E por quê? A reposta é simples de afirmar, embora carregada de nuances epistemológicas e, ontológicas, em última instância: porque o ser humano ao se perguntar pelo que é necessita que algo “seja”. Pois não pode haver nada. O conhecimento está radicado em algo. E esse algo, em última instância é o sentido e a posição que o próprio ser humano ocupa no mundo.

Se falamos do logos grego e fizemos uma ligação dele com a racionalidade atual, foi porque entendemos que toda nossa tradição de pensamento é tributária das formas e princípios que os gregos propuseram com ele. Se retomamos alguns aspectos da filosofia de Platão e Aristóteles nesse texto foi porque pretendemos mostrar que as disputas em torno da origem das idéias, da verdade e suas possibilidades já se encontravam nas filosofias dos mestres gregos. Se o construtivismo moderno de Piaget está mais próximo do empirismo de Hume e Locke e mais afastado de Descartes, é porque ele também, grosso modo, está mais perto da visão causalista de Aristóteles e mais afastado das essências intuitivas de Platão. Como apontamos, as disputas em torno do inatismo e do empirismo filosófico são antigas. Foram foco de disputas entre Platão e Aristóteles na velha Atenas e também na Idade Média entre agostinianos e tomistas. Passaram por diversas etapas e na modernidade, com Descartes e os empiristas britânicos, ganharam novamente força, constituindo a base das teorias epistemológicas atuais. Sustentamos que Piaget não pôde deixar de confrontar sua teoria construtivista com as implicações que essa epistemologia suscitou. E dificilmente uma tese educacional conseguiria evitar os pressupostos ontológicos e epistêmicos que essas escolas de pensamento envergam.

Aqui ainda tantas outras lacunas permanecem. Platão e Descartes queriam fazer uma ontologia do conhecimento, ao passo que o empirismo, dogmaticamente convencido da impossibilidade do inatismo puro, propôs uma epistemologia. Como indicamos, sem a necessidade de lutar pela verdade como se fosse uma guerra entre empiristas, inatistas, fenomenologistas, o que está certo é que a busca pelo sentido constitui a forma de ser do homem no mundo. De mo que esse “ser” carrega consigo sempre também a noção de verdade. Não pode haver qualquer sentido se também não houver a possibilidade de afirmar ou reconhecer o verdadeiro.

 

6 REFERÊNCIAS

ARISTÓTELES. Metafísica. [Tradução, Texto adicionais e Notas de Edson Bini]. Bauru, SP: EDIPRO, 2006. (Coleção: Clássicos Edipro).

BORNHEIM, Gerd. Metafísica e finitude. São Paulo: Perspectiva, 2001.

DESCARTES, René. O discurso do método: para bem conduzir a própria razão e procurar a verdade nas ciências. São Paulo: Paulus, 2002.

DUTRA, Luís Henrique de Araújo. Oposições filosóficas: a epistemologia e seus problemas. Florianópolis: Editora da UFSC, 2005.

KANT, Immanuel. Textos seletos. Tradução de Raimundo Vier. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia: dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. 4ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.

MARÍAS, Julián. História da filosofia. Tradução de Cláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

PLATÃO. A República.  Tradução de Heloisa da Graça Burati. São Paulo: Editora Rideel, 2005.

______ . Fédon.  Tradução de Heloisa da Graça Burati. São Paulo: Editora Rideel, 2004.

SCHELER, Max. Visão filosófica do mundo. Tradução de Regina Winberg. São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 1986.

TOMELIN, Janes Fedélis e SIEGEL, Noberto. Filosofia geral e da educação. Indaial, SC: Editora da Uniasselvi, 2007 (NEAD: Cadernos de Estudos do Núcleo de Estudos a Distância).

TROVÃO, Flávio Vilas-Boas. Sociologia. Caderno de Estudos para temas de Sociologia do Ensino Médio, v. III.Curitiba: Editora Positivo, 2008.

 

TILLICH, Paul. Coragem de ser. 5ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

TROVÃO, Flávio Vilas-Boas. Sociologia,p. 13

TOMELIN, James; SIEGEL, Norberto. Filosofia geral e da educação, p. 67.

TOMELIN..., op. cit., p. 31

MARÍAS, op, cit., p. 73.

Foi também que isso que sustentou Kant (1724-1804), um dos mais expressivos filósofos do iluminismo. Ver, por exemplo, KANT, Textos seletos, p. 63-71.

MERLEAU-PONTY, Apud BORNHEIM, Metafísica e finitude, p. 104.

HEIDEGGER, O que é isto – a filosofia? – Apud MARCONDES, Textos básicos de filosofia, p. 148.

MARÍAS, Júlian. História da filosofia, p. 68. Isso recebeu também o nome de Metafísica, que indica as coisas que estão além da física, da visão imediata. São as estruturas arquitetônicas do Ser, da Totalidade, da Existência.

TILLICH, Paul. Coragem de ser, p. 37.

TOMELIN e SIEGEL. Filosofia geral e da educação, p. 11.

Termo alemão que significa “concepção de mundo”, outras vezes também traduzido como “visão de mundo”. Muitos trabalhos filosóficos desde o iluminismo aos contemporâneos têm dado atenção para esse tema.  Por exemplo, SCHELER, Max. Visão filosófica do mundo, p. 19-58. Nessas passagens o problema da verdade e de sentido passa também pelas questões culturais.

ARISTÓTELES, Metafísica, Livro IV, parte I, p. 103

Estamos falando aqui, evidentemente, na perspectiva da filosofia ocidental sem adentrar na discussão sobre outras possíveis filosofias, como, por a exemplo, a chinesa (oriental) ou a filosofia de incas e maias na América pré-colombiana.

DESCARTES, O discurso do método, p. 102

Por exemplo, DUTRA, Oposições filosóficas, especialmente o último capítulo do livro (Crença e Verdade), páginas 174-181.

Os pensadores que se ocuparam dessas questões são muitos e apresentaram repostas distintas, enfocando o problema sempre sob ângulos também distintos, embora o propósito fosse sempre o mesmo: apontar a relação entre conhecer e o sentido desse conhecer para o sentido de estar no mundo. É caso, por exemplo, de Blase Pascal, Montaigne, Platão, Descartes, Merleu-Ponty, Heidegger. O que diferencia o ser humano dos demais animais é justamente o sentido de estar no mundo e a relevância que isso tem para o que dizemos conhecer que, por isso mesmo, tem ser também verdadeiro. Para isso, em especial, ver SHELER, Max, A posição do homem do cosmos, páginas 35-46.