Reflexão teórica sobre a linguagem escrita em vygotsky
Por Maria Gilmara Mesquita Bezerra Gomes | 08/03/2012 | EducaçãoEsse texto vem mostrar um breve parecer sobre a linguagem, que é mostrada como um meio de comunicação, onde se faz importantíssima na construção do ser humano, da mesma maneira que se torna complexa quanto a sua variação nos grupos sociais. Com o passar dos tempos a linguagem vem ganhando mais estudos e conceitos por sua vez mais atuais, onde passou de uma simples função de designação para o acumulo e transmissão de conhecimento, contribuindo cada vez mais para a formação do ser humano social.
Através da fala de Vygotsky e fazendo relação com a construção de sujeitos, a linguagem se faz nesse sentido, construtora. Pois é a partir dela que a consciência é formada e reformada a cada situação nova vivida pelo sujeito. Ainda segundo este autor a linguagem se mostra com dois papeis, o de instrumento da comunicação, criado pelo homem para que houvesse transmissão de conhecimentos e o papel de consciência, onde ocorre a partir da mediação, onde se torna possível desenvolver o pensamento.
Em relação a linguagem escrita Vygotsky critica o que vem ocorrendo durantes os tempos, pois as escolas de sua época trabalhavam essa atividade como perceptivo-motora, onde era visto o reconhecimento das letras, depois as sílabas, e mais tarde as palavras e frases, sendo acompanhadas pela reprodução das partes até ser decorado ou aprendido pela criança. Não eram levadas em conta as concepções que as crianças tinham em relação a esses símbolos. Desta maneira as crianças apenas aprendem a desenhar as letras e não aprendem realmente a linguagem escrita.
Vygotsky critica a postura da escola que afirma em seus atos que a escrita é concebida como uma habilidade chamada de perceptivo-motora e não como um sistema particular de símbolos e signos, onde a dominação influencia a chegada num ponto crítico em todo desenvolvimento cultural e social da criança. Pois desta maneira essa atividade é vista tão somente como um treinamento motor e não se baseia nas necessidades naturais desenvolvidas pelas crianças, ou seja, a escrita é imposta de fora para dentro, vindo das mãos de outro, já pronta somente com a espera de decoração.
“A linguagem escrita é constituída por um sistema de signos que designam os sons e as palavras da linguagem falada, os quais por sua vez, são signos das relações e entidades reais” Essa passagem do texto vem para ser possível destacar, que o domínio destes símbolos não pode ser feitos de maneira mecânica, vinda de fora, como citada mais acima, pois esse processo é cumulativo na criança. E para ser possível compreender é necessário fazer um entendimento de toda a história da existência e desenvolvimento dos signos nas crianças. Mas ainda hoje essa história é recheada de pontos e reticências, pois há retrocessos e avanços, não sendo um caminho constituído apenas de evolução e por isso a psicologia infantil não tem uma visão certíssima sobre este assunto como sendo um processo unificado de desenvolvimento.
O estágio de desenvolvimento da escrita na criança inicia antes destas serem auxiliadas pelo professor em sala de aula, isto quer dizer que o primeiro estágio não se faz na escola e sim no eu cotidiano. E é justamente essa etapa que é classificada por Vygotsky, como “pré – história da linguagem escrita”.
Há uma grande necessidade de investigação neste período inicial do desenvolvimento infantil, para buscar desvendar os caminhos percorridos pela evolução da escrita ao longo da sua pré – história. Para se apresentar detalhes das circunstâncias que tornaram a escrita possível para a criança e também os fatores que contribuíram para a força motora desse desenvolvimento e finalmente poder descrever os pontos através dos quais a criança vai ser marcada durante este período de evolução da escrita.
Bibliografia:
TECHNE: Revista de Ciências Ensino e Formação. IVA. Volume 01. Sobral, 2008.