Redes sociais nas corporações: uma ferramenta que pode aumentar a produtividade

Por Alcilene Dalilia de Sousa | 30/03/2011 | Tecnologia

Redes sociais nas corporações: uma ferramenta que pode aumentar a produtividade

Alcilene D. de Sousa¹, Aislan Rafael Rodrigues de Sousa²

¹ Acadêmica do Curso Bacharelado em Ciência da Computação ? Instituto de Educação Superior Raimundo Sá (IESRSA) ? Picos ? Piauí ? Brasil
² Professor do Curso Bacharelado em Ciência da Computação ? Instituto de Educação Superior Raimundo Sá (IESRSA) ? Picos ? Piauí ? Brasil
{alcileneluzsousa,aislanmaster}[arroba]gmail.com

Abstract. The increasing use of Internet has resulted in bringing people who use it often for the sharing and exchange of information and / or ideas. In order to make these social web came a variety of social networks making this technology a key means of sharing information, knowledge, interests and efforts in pursuit of common goals. Realizing this, companies began to enjoy the power of communication afforded by them and adapt to these networks, companies can develop tools to foster innovation in their own business. With this, you can contribute to one efficient productivity that can enhance the generation of collective intelligence, as well as discover talented people who are hidden in the vastness of the offices and departments. From this assumption, the identification of change agents within the corporation can influence other people to become innovative, contributing to a reduction of costs in favor of the company.

Keywords: Social Networks. Internet. Productivity. Information.
Resumo. O crescente aumento do uso da Internet teve como consequência a aproximacão das pessoas que a usam frequentemente para o compartilhamento e troca de informações e/ou ideias. A fim de tornar essas relações sociais pela web surgiram uma variedade de Redes Sociais tornando essa tecnologia um dos principais meios de compartilhamento de informações, conhecimentos, interesses e esforços em busca de objetivos comuns. Percebendo isso, empresas começaram a usufruir do poderio de comunicação proporcionado por elas e adaptar-se à essas redes, as empresas podem desenvolver ferramentas para fomentar a inovação no seu próprio negócio. Com isso, é possível contribuir para uma eficiente produtividade que pode potencializar a geração de inteligência coletiva, além de descobrir pessoas talentosas que ficam escondidas na imensidão dos cargos e departamentos. A partir de tal pressuposto, a identificação dos agentes de mudança dentro da corporação podem influenciar outras pessoas a se tornarem inovadoras, contribuindo para uma redução de custos favorável à empresa.

Palavras-Chave: Redes Sociais. Internet. Produtividade. Informação.
1. Introdução


O surgimento das redes de conhecimento contribuiu para um alargamento continuo da Internet que impressiona com sua popularização. A utilização dessas redes, principalmente pelos usuários mais jovens, tem crescido de modo exponencial revelando-se uma poderosa ferramenta para troca de informações dentro da área de atuação e interesse comum de cada um. O crescimento no uso das redes sociais principalmente para fins pessoais fizeram a principio as empresas tentarem inibir ou bloquear o uso dessas redes no ambiente de trabalho, com o pensamento de que seria um fator desfavorável no desempenho das suas obrigações.
As inovações e o surgimento de novas tecnologias têm modificado o comportamento das pessoas diante deste contexto de comunicação dentro de uma corporação. A evolução das redes sociais concentrou o uso dessas tecnologias também com fins profissionais, transformando essas redes em poderosas ferramentas de pesquisa, publicidade e troca de informação como fator positivo no aumento da produtividade dentro de uma empresa.
Hoje existem muitas redes sociais, umas podem ser vistas apenas como sinônimo de libertinagem ou pouca produtividade, mas existem inúmeras e/ou até específicas redes desenvolvidas para o âmbito empresarial, que podem aliar-se à missão da empresa, contribuindo para uma excelente produtividade.




2. Redes Sociais

2.1 Histórico


Segundo Moreno (1934), "o indivíduo deve ser concebido e estudado através de suas relações interpessoais". Ao nascer, a criança é inserida num conjunto de relações, primeiramente com sua mãe (que é seu primeiro ego auxiliar), seu pai, irmãos, avós, tios, etc.; este conjunto foi denominado de Matriz de Identidade. Para Moreno, o homem é um indivíduo social, pois nasce em sociedade e necessita dos outros para sobreviver, sendo apto para conviver com os demais. Assim, ele criou a Socionomia, que significa o estudo das leis que regem o comportamento social e grupal.
Surgiram há mais de 10 anos atrás as primeiras redes sociais, por volta de 1997, com o lançamento do Sixdegres, um website considerado o pioneiro a possibilitar a criação de um perfil virtual. Apesar da grande quantidade de usuários, foi extinto três anos depois, por falta de sustentação financeira. A partir de então começaram a surgir muitas redes sociais, criando novos modelos e estabelecendo padrões nesse novo ambiente. Essa evolução se deu no mundo inteiro, e no Brasil de acordo com o último levantamento de dados sobre usuários de redes sociais ativos, feito pelo Nielsen Company, o país está à frente dos demais, com 86% dos internautas dentro de alguma rede social.


2.2 Conceito


Jucá (2008) acredita que "o bom uso das redes sociais permite entender como seus colaboradores, clientes e fornecedores se relacionam na vida real, reproduzindo a organização da sociedade". Assim, pode-se dizer que as pessoas e/ou organizações, conectados por um ou mais tipos de relações, compartilhando valores e objetivos, compõem a estrutura social de uma rede social. Existem diversos tipos de redes sociais, independente disso, todas buscam o compartilhamento de informações, interesses, conhecimentos que possa refletir em um contexto de maior participação democrática e mobilização social.
Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais) (Wasserman e Faust, 1994; Degenne e Forsé, 1999). Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. (RECUERO, 2009).


3. Rede Social x Gestão

Empresas e empreendedores se destacam, no mundo real, pela sua capacidade de inovar e de, permanentemente, construir e destruir redes, com impacto sobre as estruturas de mercado. As redes organizacionais são dinâmicas e refletem a cada momento a natureza dos interesses e os limites das possibilidades de cada empresa. (VALE, 2007).
Ellis et al. (1991) define que "para colaborar, os membros de um grupo precisam se comunicar, coordenar seus trabalhos e cooperar". Assim, a popularização das redes sociais está levando as empresas ligadas nos avanços da Internet a começarem a perceber e implementar as transformações decorrentes do uso de redes para estreitar as relações com seus consumidores e desenvolver trabalhos em conjunto. O poder adquirido pelos consumidores de se manifestar e influenciar outros demonstra o caminho sem volta dessa onda à quais muitas empresas de vanguarda estão aderindo.
Atualmente é comum ver empresas, muitas delas de grande porte, liberando o acesso de seus funcionários às redes sociais. Pesquisas já revelam que empresas que permitem o uso de mídias sociais a seus empregados são, em média, 9% (nove por cento) mais produtivas do que as que agem no sentido contrário (Social Networks vs. Management? Harness the Power of Social Media ? Fresh Perspectives. Manpower Inc. New York, 2010).
Na era Colaborativa, onde tudo e todos estão expostos em redes públicas, a gestão pode ser ainda mais eficaz dentro de uma corporação, dependendo da determinação dos seus gestores. As redes sociais exploram as opiniões, satisfações, insatisfações e formam comunidades contra ou a favor de uma marca e/ou empresa. É com base nessas informações que as empresas devem priorizar ainda mais a forma como seu estabelecimento está se comportando tanto interna, quanto externamente englobando os funcionários, clientes, fornecedores, para que possa acertar em ações segmentadas.



4. Redes Sociais Corporativas


As redes sociais corporativas são um cenário inovador da web 2.0 ? termo utilizado para descrever a segunda geração da World Wide Web, tendência que reforça o conceito de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais. Elas são plataformas on-line que agregam pessoas com interesse em determinada empresa, marca ou grupo. Nestas redes é possível que a produção e distribuição de conteúdo sejam feito por qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo. Investir em redes sociais corporativas significa principalmente centralizar a produção de conteúdo relacionado à empresa ou ao grupo.
Baleiro (2010) explica que a importância de adotar uma rede social corporativa para a sua empresa é uma forma de inovação colocando a empresa disponível para os consumidores e funcionários visando um investimento em novo formato que traz retornos para a marca, para isso, ele destaca quatro fatores importantes: Colaboração, Visibilidade, Integração interna, Engajamento com o público.
A colaboração possibilita a correção de erros, a complementação de ideias e a inserção de novas informações sobre a empresa possibilitando a interação entre os membros, fundamental para o engajamento e a produção de conteúdo, a reunião dos funcionários de uma empresa em uma rede social própria e a possibilidade de geração de conteúdo pelos internautas são estratégias que asseguram maior visibilidade à marca. Vê na Integração interna por meio das redes sociais a melhor maneira que os funcionários da empresa têm conhecimento sobre a marca e a organização. E no Engajamento com o público, a rede social corporativa possibilita a interação entre pessoas. Se a rede for aberta, a conexão poderá ser estabelecida entre diferentes nichos de clientes, consumidores e dos demais membros. A interação entre os usuários pode ainda ser facilitada por meio de aplicativos da própria rede.
Como ferramentas de auxílio na comunicação organizacional, os sites de redes sociais podem ser eficazes. Fazendo o uso de comunidades, uma organização pode reunir funcionários e clientes e promover entre eles discussões de seu interesse. Com a rápida expansão do número de usuários que utilizam as redes sociais, é possível perceber o potencial desse canal, com baixo custo e fácil acesso, divulgar informações, prospectar profissionais, facilitando a troca de informações entre funcionários e contribuindo para uma estratégia empresarial que ao acompanhar a evolução da Internet coloca o usuário como principal responsável pela produção de conteúdo.
Abaixo serão listadas algumas das redes sociais mais utilizadas pelas empresas atualmente.





4.1 Emprelink


O Emprelink é um portal virtual de relacionamento Empresarial, com foco em interação contínua entre as empresas participantes. É um site para que as empresas montem suas próprias redes de relacionamento virtual e as utilizem a seu favor, fazendo transações, intermediando negócios, participando de debates, criando seu plano de ação e tendo acesso as mais variadas informações.
As instituições cadastradas podem criar a própria página e ter funcionários interagindo com parceiros, fornecedores e contatos. Os participantes podem ser avaliados e receber notas que atestam a sua competência no mercado pelos integrantes da sua rede. É permitido também criar ou participar de comunidades on-line para troca de experiência e solução de dúvidas. Há ainda a possibilidade de se cadastrar para vender produtos, mas não há transação pela rede.
O portal está aberto para a adesão e participação de múltiplas empresas de seguimentos variados, via convites e cadastramento. Todas as empresas possuem um perfil preenchido com as suas características e objetivos de negócio. Através deste perfil, estas empresas e os usuários por ela definidos, estarão sendo estimulados e poderão se relacionar com os demais participantes ou convidar outras empresas com as quais tenham relacionamento, ampliando sua rede de contatos confiáveis, e assim, o volume de negócios, transações, intermediações e possibilidades.



Figura 1 - EmpreLink, rede social corporativa proprietária


4.2 Facebook
É a maior rede social do mundo, com mais de 600 milhões de usuários. Você se cadastra como pessoa física, mas o site tem uma área dedicada a negócios. Nela é possível realizar enquetes junto à comunidade ou para mandar mensagens específicas, divididas por sexo, idade, etc. O Facebook permite receber retorno direto de seus clientes quanto a serviços ou produtos. O site gera estatísticas completas de audiência na página da empresa.


Figura 2 - Facebook, rede social gratuita



4.3 Linkedin


Fundado em 2003, foi umas das primeiras redes sociais voltadas para os negócios, com perfis que se assemelham a currículos. As informações disponíveis são sobre formação profissional e acadêmica, deixando de fora dados como música e livros preferidos. Empresas aproveitam o espaço para divulgar seu trabalho e se promover e buscar profissionais qualificados.
Com 80 milhões de usuários em mais de 200 países, segundo informações da empresa, é considerada uma das redes profissionais mais famosas da internet e é usada, em geral, para promover trabalhos autônomos e contratações. O participante cria uma página com informações semelhantes a um currículo, com fotos. A empresa pode informar ramo de atividade, produtos fabricados e incluir vagas de trabalho.


Figura 3 - Linkedin, rede social gratuita



4.4 Twitter


É uma rede social bem diferente das tradicionais. Você cria uma página pessoal ou para a sua empresa. A partir daí, monta sua rede de relacionamentos anexando perfis. Ao contrário das outras redes sociais, o Twitter não cria comunidades nem exige a aprovação de amizades. Quando você escrever um texto ? mensagens de até 140 caracteres são aceitas. O seu tweet, como são chamadas as mensagens postadas pelos usuários, aparecerá na sua página e na de todos os seus seguidores. A ferramenta pode ser usada na divulgação de novos produtos, em ofertas de preço e até para conhecer parceiros e fornecedores.


Figura 4 - Twitter, rede social gratuita



4.5 Xing


É uma rede social empresarial. Assim como o LinkedIn, oferece um cadastro básico e outro pago, que dá direito às áreas restritas do site e a recursos como busca de profissionais por qualificação. Para anunciar vagas é preciso pagar uma taxa. Este site dispõe de uma área de transações comerciais.
A plataforma oferece perfis pessoais, grupos, fóruns de discussão, coordenação de eventos, e outras características comuns às comunidades sociais. Mediante o pagamento de uma tarifa, permite anunciar vagas de emprego e encontrar profissionais de diferentes especificações.


Figura 5 - Xing, rede social com uma versão gratuita e um pacote proprietário.


4.6 Via6


É uma rede que reúne profissionais e possibilita a troca de informações para aumentar o relacionamento empresarial e a interação com clientes, fornecedores e parceiros, além da prospecção de novos mercados. O portal agrupa os participantes com interesses compatíveis para estimular o relacionamento. De acordo com a Empresa Via 6, essa rede envolve o que há de mais atual relacionado a comunidades virtuais e de compartilhamento de conhecimento pela Internet.


Figura 6 - Via6, rede social gratuita

4.7 Friendster

Lançado em 2001, em 2003 era o maior do gênero. Mas perdeu espaço para o MySpace e Facebook. Hoje com nova interface, focando três aspectos principais: simplicidade, diversão e pessoalidade. Com o objetivo de colocar o Friendster em igualdade com as redes sociais hoje. Ghedin (2009).

Figura 6 - friendster, rede social gratuita
4.8 Lottus Connections


Lotus Connections é um software Social para empresas, desenvolvido pela IBM, que abre a possibilidade de abrir uma rede social personalizada em que funcionários, parceiros, fornecedores e clientes podem trocar informações e acompanhar o andamento dos trabalhos. A empresa IBM, objetiva com o Lotus Connections construir e expandir comunidades de clientes, parceiros e colaboradores focados na inovação. Alavanque o intelectual coletivo para o surgimento de melhores idéias, aumente a agilidade no seu mercado de trabalho e torne sua organização mais eficiente e produtiva ? ao mesmo tempo reduzindo os custos. IBM (2010).

Figura 6 - Lotus Connection, rede social proprietária
4.8 a.m.i.g.o.s


É uma rede social corporativa, desenvolvida pelo C.E.S.A.R, Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, focada na gestão de conhecimento organizacional, que permite criar, armazenar, classificar e difundir este conhecimento de forma simples, livre e intuitiva, centrada na idéia de que toda sociedade ou organização é formada por indivíduos que sempre pertencem a pelo menos uma comunidade e que o ponto focal das comunidades são histórias contadas, ouvidas, comentadas e interpretadas pelos indivíduos.
O c.e.s.a.r traz ainda um mecanismo de inteligência artificial que tanto aprende continuamente sobre as preferências dos membros da rede social como é capaz de recomendar conteúdo relevante aos participantes das várias comunidades formadas no ambiente.





5. Redes Sociais X Produtividade


Ao citar tecnologias revolucionárias dos últimos tempos que tendem a afetar diretamente o ambiente corporativo estão as Redes Sociais. Os fatores que impulsionam o uso de plataformas colaborativas são a popularização das Tecnologias da Informação e a Colaboração, que a cada dia mostra os benefícios de conectar funcionários, clientes e parceiros por meio dessas plataformas.
Ao fazer um paralelo pode ser analisado que existe uma tendência de um número crescente de pessoas e empresas aderir a esses novos ambientes, inseridos na web 2.0, em contrapartida, ainda há uma série de dúvidas em relação aos riscos das organizações permitirem o acesso às redes sociais e aos reais benefícios que podem ser obtidos delas.
Para o diretor do programa de inovação estratégica da Unisys, Nicholas D. Evans, a integração dos ambientes colaborativos nas empresas deve ocorrer em quatro etapas, "sendo que algumas podem acontecer simultaneamente", cita o executivo. Ainda de acordo com ele, o ideal é seguir os passos de adoção de qualquer outra tecnologia emergente, mas precisa respeitar as características do negócio.
Segundo Evans (2010), as quatro fases que devem ser adotadas para implementação das Redes Sociais no ambiente corporativos são: Fase I ? O uso de ferramentas de mercado, onde há a apresentação das redes sociais aos usuários e a implementação de soluções pontuais, como blogs e wikis. Fase II ? Uso de soluções mais sofisticadas, como por exemplo, a opção por plataformas colaborativas visando um número maior de mecanismos para colher e compartilhar ideias. Fase III ? Integração das ferramentas aos processos e aplicativos corporativos, deve ser integrado as funcionalidades de colaboração para acelerar a realização de tarefas. E, na fase IV ? Funções integradas, onde a rede social deve ser inserida em algumas aplicações corporativas, podendo se tornar um item embutido no software.

5.1 Iniciativas que podem contribuir para o aumento da produtividade nas empresas

Nogueira (2010), ao contrário do que muita gente pensa afirma que é possível aumentar a produtividade com o uso de redes sociais quando a sua utilização é bem gerenciada. Uma recente pesquisa feita pela consultoria Forrester Research, revela três motivos que levam as pessoas a acessarem redes sociais:
? Manter-se atualizado com as notícias;
? Procurar ideias que ajudem no trabalho e
? Colher informações também relacionadas às necessidades profissionais.
Nessa pesquisa são listadas algumas ações que podem ser executadas pelos executivos de TI ? Tecnologia da Informação, para tirar o melhor proveito dessas ferramentas colaborativas, como por exemplo, entender as pessoas para engajá-las, os gestores de TI precisam analisar como os profissionais agem nas redes sociais. Definir os objetivos, a consultoria cita que se multiplicam os casos de empresas que conseguem ter sucesso em ações nas redes sociais, graças à capacidade de atingir muitas pessoas ao mesmo tempo. Mas para ter sucesso, as iniciativas nesses ambientes precisam estar ligadas à:
? Inovação, como criar um vídeo para encorajar os profissionais;
? Colaboração, com projetos nos quais as pessoas podem trocar ideias, opiniões e compartilhar documentos;
? Suporte, com comunidades nas quais os funcionários podem colocar perguntas e respostas;
? Ao aprendizado, para compartilhar conhecimentos; ou
? Ao armazenamento, transformando as redes sociais em um repositório de informações. Desenvolvimento e implementação a partir do objetivo de negócio e da determinação de como atingí-lo, a estratégia para as redes sociais deveria voltar-se para a questão de como isso pode mudar o relacionamento das pessoas nesses ecossistemas. Em outras palavras, Forrester afirma que a preocupação precisa ser com a reação dos usuários e não com a tecnologia.
Para isso, o CIO - Chief Information Officer (Nome dado ao diretor de Informática de uma empresa) precisa responder a algumas questões como:
? A iniciativa será comunicada para os profissionais?
? Qual será o apoio para os membros se encontrarem e ficarem conectados?
? Como estimular as pessoas a contribuir?
? De que forma os profissionais serão autorizados a criar conteúdos e colaborar entre si?
Também nessa etapa devem ser consideradas as formas de mensurar o sucesso das iniciativas, seja a partir do aumento da produtividade, conquista de novos clientes ou da redução de custos, por exemplo, e selecionar as tecnologias apropriadas. Além de descobrir as plataformas mais adequadas, nessa etapa o CIO precisa também estar preocupado em implementar políticas de acesso às redes sociais, com normas sobre quais profissionais estão autorizados a entrar nesses ambientes e qual a postura aceitável.
Assim, Nogueira (2010) conclui que "da parte dos profissionais que acessam as redes sociais durante o expediente, é importante compartilhar os resultados das trocas de informações com seus gestores e demais colegas para que aos poucos haja melhor compreensão do potencial positivo das ferramentas sociais".

5.2 As Mídias Sociais e as Empresas

As empresas precisam estabelecer uma política razoável para as mídias sociais que explique claramente as responsabilidades dos funcionários. Existem algumas práticas que podem ser aliadas das empresas e ajudar os empregados a usarem adequadamente essas mídias. É importante que a corporação eduque os funcionários, monitore as atividades dos funcionários, toma medidas quando uma mídia social é usada inapropriadamente, deve ser explicado quais as medidas a serem tomadas e o por que, revisado a política ? caso necessário, re-eduque os funcionários sobre a nova política. Essas medidas precisam ser tomadas porque o uso de mídias sociais diferencia-se pela velocidade do fluxo de informação e o seu alcance. Por isso a necessidade de uma política bem elaborada, uma política para mídias sociais vai muito além de questões de segurança e produtividade, ela afeta a marca, reputação, leis, cultura corporativa e valores, tanto pessoais como da empresa.
O uso das mídias sociais representa oportunidades para indivíduos e organizações demonstrarem comportamento de liderança, encontrar novas fontes de idéias, construírem marcas, expandirem recursos, mas exigindo educação e vigilância, além de um acordo de responsabilidade.
Vários estudos têm mostrado que os funcionários se tornam mais produtivos quando estão motivados e envolvidos com os projetos da empresa. MEDEIROS (2010) afirma que observar o comportamento dos funcionários nas redes sociais é o primeiro passo. Depois, fazer com que a empresa seja parte disso - ou seja, que ele não seja apenas um "funcionário", mas que se sinta realmente parte do negócio. A partir do momento que o colaborador se sente parte vital da empresa, ele irá levantar a bandeira e levar sua participação nos projetos e negócios para as suas redes sociais online. As vantagens desse processo são os funcionários motivados e envolvidos, o que resulta em projetos encarados como parte do profissional, fazendo com que ele se esforce e se dedique ainda mais. Envolve ainda mais o consumidor, já que ele acompanha todo o processo antes de sua conclusão. E também demonstra uma empresa transparente, colaboradores divulgando conteúdo interno que é uma empresa mais moderna e transparente, lembrando que o conteúdo divulgado não deve comprometer o projeto, caso alguma informação não possa ser divulgada por questões estratégicas de mercado. O que é preciso é deixar bem claro o que pode ser divulgado, onde e como.
Pesquisas revelam que grandes empresas fazem o uso de redes sociais para negócios. A MWeb, agência de comunicação especializada em mídias digitais, concluiu em um estudo realizado no Brasil, que 36% das grandes empresas brasileiras usam redes sociais para negócios. Dentre elas se destacam o Twitter em primeiro lugar com 43,4%, em segundo o Youtube com 20,2%, Orkut e Facebook aparecem em terceiro e quarto lugar com 15,6% e 11% respectivamente, e os blogs corporativos são os menos usados pelas empresas, apenas 9,8% utilizam esse canal. Maciel (2010).

Figura 7. O uso de Redes Sociais nas empresas brasileiras

Na realidade, a proibição de redes sociais é inútil; funcionários vão usar estas ferramentas de qualquer maneira. A maioria das empresas, por exemplo, descobriram que o uso proibido das IM (Mensagens Instantâneas) resulta em empregados que usam uma "miscelânea" de ferramentas de mensagens instantâneas, sem nenhum controle ou de segurança no local de trabalho. Ao adotar ferramentas de redes sociais e a criação de normas, políticas, procedimentos e medidas de segurança, as empresas podem garantir que essas ferramentas sejam usadas de forma coerente de acordo com os desejos da corporação.
HUTLEY (2009) o objetivo não é simplesmente se curvar aos desejos dos trabalhadores. As redes sociais oferecem benefícios significativos para as empresas se usado corretamente. Eles podem enriquecer e aprimorar processos de negócios e aumentar significativamente a produtividade dos funcionários.


5.1 Exemplos


HUTLEY (2009) cita alguns exemplos sobre redes sociais nos negócios:
? Um estudo realizado na Universidade de Western Ontario, descobriu que pessoas familiarizadas com a rede social apresentaram melhor desempenho na formação, do que aqueles que não estavam familiarizados. Eles também descobriram que os gerentes acostumados às redes sociais online relataram maior satisfação no trabalho e apresentaram desempenho melhor do que aqueles que não usam essas ferramentas.
? Uma premiada empresa de questões públicas, Davies Public Affairs, sofria com o desempenho dos funcionários durante um período significativo de crescimento. Os funcionários sentiram que não sabiam que dentro da empresa existiam áreas de competência específica, a comunicação interna tornou-se difícil, e a produtividade caiu. A empresa lançou uma plataforma de rede social da empresa que permitiu que os empregados acessassem e controlassem os projetos dos outros, e a empresa forneceu um wiki como um repositório de documentos. Dentro de semanas, os funcionários estavam chamando a plataforma de rede social, a ferramenta mais útil no seio da organização, usando-a como sua primeira parada na parte da manhã para verificar as atividades da empresa. Foi possível facilitar a comunicação e partilhar conhecimentos entre os funcionários novos e existentes; funcionários se conectam com especialistas no assunto para aumentar a eficiência do projeto e reduzir os custos para a empresa e seus clientes, reduzir a burocracia e simplificar as operações e aumentar as áreas de especialização.
? Hewitt Associates, uma empresa de recursos humanos do outsourcing e consultoria, usa o Facebook para ficar em contato não só com os funcionários, mas com ex-funcionários. Isso resultou na contratação de alta qualidade, baseando-se nos encaminhamentos de ex-empregados que conhecem bem a empresa e fornecem à empresa oportunidades de recontratar ex-funcionários.



5.2 Casos de sucesso do a.m.i.g.o.s


O C.E.S.A.R utiliza o a.m.i.g.o.s como ferramenta de gestão do conhecimento, na comunicação institucional entre as várias áreas de atividades da empresa através de suas comunidades de interesse e fórum de discussão da instituição como um todo e no acompanhamento de projetos com controle de atividades, calendário, lições aprendidas e armazenamento de documentos importantes.
O Banco do Brasil utilizou o a.m.i.g.o.s para fazer o resgate de sua memória institucional. Ação esta que fez parte da comemoração dos 200 anos de sua existência. Cerca de 5000 funcionários do banco narraram curiosidades e histórias que aconteceram desde a fundação do banco. As melhores histórias foram compiladas em um livro. Fotos mostraram as mudanças sofridas nas agências no decorrer dos anos e enquetes testavam o conhecimento dos atuais funcionários sobre a história da instituição.
O curso de Ciência da Computação da Universidade Federal Rural de Pernambuco adotou o ambiente como repositório oficial de conteúdos relacionados à coordenação do curso, permitindo uma rápida comunicação com todos os alunos do curso. A intenção é que com o passar do tempo, todas as informações estejam armazenadas, comentadas e disponíveis a todos os novatos e que sejam atualizadas tanto pelos responsáveis pela coordenação quanto pelos próprios alunos.
Em parceria com o CESAR.EDU, o a.m.i.g.o.s vem sendo utilizado como ferramenta de integração e comunicação em projetos de aceleração de ensino associados aos Telecursos da Fundação Roberto Marinho. Quase 4000 professores das escolas públicas de Pernambuco e do Distrito Federal fazem parte da iniciativa. Através do a.m.i.g.o.s eles compartilham experiências, dificuldades, soluções e materiais de ensino utilizados na sala de aula.
O a.m.i.g.o.s vem sendo utilizado pela Aliança Interage como ferramenta de troca de experiências e disseminação de conhecimentos no seu portal de mobilização de ONGs. Cerca de 700 usuários de diversas instituições fazem parte da iniciativa que tem como objetivo compartilhar oportunidades, projetos, editais e experiências, disponibilizar notícias relacionadas ao tema mobilização de recursos, auxiliar na mobilização política das instituições, bem como auxiliar na resolução dos problemas freqüentemente encontrados pelas ONGs nas atividades cotidianas.




6. Conclusão


Estamos, pois, diante de um novo cenário sócio-econômico, no qual a informação é chave para o desenvolvimento das organizações e serve de base para as relações interpessoais. As redes sociais permitem comunicação interpessoal e também entre pessoa empresa, ou seja, o grupo denominado clientes, aproxima-se da empresa discutindo sobre ela ou o mercado, assim o grupo encontra soluções ótimas ou de acordo com o desejo do mercado. A empresa fornece ferramentas para estimular a criação e fidelização dos clientes e ao receber a solução do grupo a empresa se adapta e aproveita as informações vindas das comunidades. Uma das maiores características das redes sociais é a velocidade com que as informações são compartilhadas. A democratização e liberdade permitem aos usuários da rede fazer da Internet um ambiente sem barreiras, onde cada um está no controle e sabe o que quer, com escolhas próprias e individuais, cada um começa a escolher suas preferidas fontes de leitura e conhecimento, assim novos negócios aparecem graças a essa nova direção das atenções.
Dentro das corporações as redes sociais já mostram a sua importância para o aperfeiçoamento das informações dentro de uma empresa que podem influenciar nas decisões, além de contribuir para uma melhor forma de compartilhamento de experiências e conhecimento. Tudo isso evidencia que o uso de redes sociais dentro das corporações não é mais uma simples tendência. Com o uso de algumas medidas a empresa pode ser incorporada na rede, tornando fundamental a participação de todos os envolvidos nesse movimento que está revolucionando a forma de se comunicar.
Diante dos fatos abordados nesse trabalho percebeu-se que as redes sociais são meios promissores para interação e divulgação. O uso das redes sociais nos ambientes corporativos é uma realidade inevitável, elas se mostram benéficas à produtividade dos colaboradores, mas, ao mesmo tempo, necessita de um preparo prévio dos profissionais de TI e da direção da empresa, para que a liberação de tais acessos ocorra com um nível de maturidade legal e técnico adequado da corporação, dentro das melhores práticas de governança corporativa, o que poderá reduzir, senão inibir, boa parte dos riscos inerentes a tal política de permissão de acesso.


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