Como em todos os anos, desde há muitos séculos, o tempo Pascal revela-se um período extremamente simbólico, que culmina com o Domingo de Páscoa. Segundo a tradição Cristã é comemorado com alegria, na medida em que significa a ressurreição de Cristo e a sua ascensão ao céu.

A Páscoa também é um período que finaliza o tempo quaresmal, durante o qual se observam algumas regras religiosas, alimentares em determinados dias da semana e os rituais próprios, segundo os preceitos católicos, naturalmente que observados pelos crentes em Jesus Cristo ressuscitado, nos dogmas da Igreja Católica e nos seus valores, inerentes à Fé, numa vida celestial eterna.

A semana que antecede o “Domingo da Ressurreição de Cristo” é carregada de simbolismo, profundamente vivida e sentida pelos fiéis católicos, com uma adesão ainda muito significativa, a um conjunto de rituais que ao longo da “Semana Santa” decorrem em todas as Igrejas Católicas.

A exemplo do que acontece com outras festividades: Ano Novo, Carnaval, Natal, entre outras comemorações, também a Páscoa se carateriza por uma outra vertente, não religiosa, porém, legítima que se prende com o aumento do consumo de bens materiais, principalmente aqueles que são de uso corrente em geral, e para o próprio dia pascal. Há todo um conjunto de objetos que são tradicionais desta solenidade católica.

Importa, todavia, refletir sobre a dimensão espiritual da Páscoa, a vertente religiosa, com toda a sua influência nos crentes católicos e também na conjugação prática destas valências, no sentido de se construir uma solução eclética que leve cada pessoa em particular e a sociedade no seu todo a alterar comportamentos lesivos dos legítimos e legais interesses individuais e coletivos, respetivamente.

Independentemente das diferentes doutrinas, qualquer que seja a convicção religiosa de cada pessoa e dos diferentes povos, seria essencial para atenuar conflitos e caminhar para a paz, que se aprofundassem o diálogo interreligioso, que se complementassem as boas práticas dos crentes, não-crentes, agnósticos e ateus.

A Humanidade é uma só, que juntamente com outros seres animais, vegetais e minerais, habitam este mesmo planeta. Degradar o equilíbrio, já de si muito precário, entre os diferentes seres e forças da natureza, é um erro que a inteligência humana deve corrigir de imediato e evitar no futuro.

Na Páscoa, mas não só, a confraternização entre crentes das diferentes religiões é possível, basta que se respeitem, que se aceitem as convicções, a fé e os rituais dos diferentes, que se congreguem as convergências e assumam as diferenças, sem hostilidades, porque, afinal, ainda está por se provar qual a religião que é dona da verdade absoluta.

Neste mundo complexo, difícil, conturbado e, por vezes, sem rumo, o que se verifica, em alguns pontos do planeta, é que os conflitos políticos, estratégicos, religiosos, económicos e até de natureza financeira, têm de ser resolvidos pela força do diálogo e nunca pela violência das armas que, estas sim, destroem tudo por onde passam: crianças, mulheres, idosos, pessoas inofensivas e frágeis, que não pediram para nascer, nem para vier sob a ameaça dos poderosos meios bélicos.

A Páscoa é um tempo especial, o tempo para se ressuscitar os valores religiosos mais consentâneos com a civilização moderna, humanista e defensora dos deveres e direitos humanos, mas para isso o diálogo entre religiões, a política e a economia, tem de ser melhorado, aprofundado e sempre aperfeiçoado, com medidas justas, que proporcionem paz, tranquilidade, conforto e felicidade.

“Rentabilizar” as potencialidades que a Páscoa pode facultar, estará ao alcance de cada pessoa, na sua quota-parte de responsabilidade mas, principalmente, caberá aos líderes mundiais, religiosos, políticos e financeiros, coadjuvados pelos seus colegas nacionais e locais, tudo fazer para, de uma vez por todas, eliminar as atrocidades que se vêm cometendo, que provocam desemprego, fome, miséria, alienação da pessoa humana e, finalmente, em muitas situações-limite, a morte.

A Páscoa deverá ser, também, a festa da “ressurreição” dos valores humanistas universais, um tempo de indulgência e reconciliação, em todos os aspetos inerentes à condição humana, na medida em que há erros que se cometem que apenas uma entidade Divina tem poderes para perdoar e, ainda assim, no que ao ser humano respeita, absolver não significa esquecer, porque com o perdão pretende-se dar uma nova oportunidade a quem nos magoou e ofendeu.

Recuperar, portanto, boas práticas humanistas, também no âmbito das virtudes que mais desejamos ver exercidas – Prudência, Temperança, Fortaleza, Justiça, Fé, Esperança, Caridade, Compaixão, Benevolência, entre outras – porque só o ser humano é dotado destas superiores qualidades, por isso, mas não só, ele é tão diferente de todos os seres que coabitam com ele na terra.

Neste período simbólico, para os cristãos de todo o mundo, em que a Semana Santa culmina um outro período mais longo, a Quaresma, vivem-se dias muito intensos do ponto de vista religioso, principalmente nas quinta e sexta-feira santas, a que se segue o sábado de Aleluia e, por fim, o domingo da Ressurreição, dia do compasso pascal, com a “visita” de Cristo Redentor aos lares que O desejam receber, com Respeito, Fé e Esperança.

No dia do compasso pascal, as famílias, os amigos, os vizinhos e conhecidos, visitam os lares uns dos outros para “beijarem” Cristo crucificado e depois conviverem em franca alegria. É singularmente bela a Páscoa em nossas aldeias portuguesas, também muito alegre, sempre com profunda religiosidade e reverência, que é assim que deve ser.

Neste ano, em que todos nós, principalmente portugueses, desejamos uma Páscoa menos austera, com um pouco mais de conforto material e melhoria geral das condições de vida, principalmente para todas as pessoas “diferentes”, por uma qualquer circunstância da vida, e/ou por opções próprias, também para quem se encontra numa situação de desemprego, sem-abrigo, doentes, reformados, entre outras camadas desprotegidas da população, apela-se a todos os dirigentes responsáveis nas diferentes posições da intervenção pública e privada, para que sejam sensíveis às situações acima descritas e ajudem a resolvê-las.

Estamos todos de passagem neste mundo, independentemente do estatuto que cada pessoa tenha e dos bens que possua. O tempo de permanência é muitíssimo curto, ninguém vai ter qualquer privilégio quanto a uma estadia para sempre, porque seja aos 20 ou aos 120 anos, de facto todos vamos “partir” fisicamente, logo, tudo o que for realizado com intenção de prejudicar, de alguma forma, os nossos semelhantes, ficará anotado na memória das gerações seguintes e também nas nossas consciências. De igual forma, todas as nossas boas ações serão registadas no seio da família, dos amigos, da sociedade.

Nesta Páscoa de 2016, os votos muito sinceros do autor desta reflexão, apontam no sentido de desculpabilizar todas as pessoas que, por algum meio e processo, o prejudicaram, ofenderam e magoaram, não significando esta atitude: “passar uma esponja”; esquecimento total, mas apenas a vontade de reconciliação, de tentar novos diálogos, novas abordagens, para um melhor e mais leal relacionamento.

Páscoa que se pretende para todas as pessoas, como um dia, pelo menos um dia no ano, de reflexão, de recuperação de valores humanistas universais, um dia para festejar e recomeçar com novas: Precaução, Moderação, Robustez, Justiça, Fé, Confiança, Caridade, Comiseração e Generosidade. Uma nova Esperança Redentora, entre a família, os verdadeiros e incondicionais amigos. A todas as pessoas: Páscoa Muito Alegre e Feliz.

 

Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

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