OS BONS TEMPOS DA INFÂNCIA!

  

            Em meio a descrença, ódio e um consumismo exagerado devemos resgatar os aspectos bons da existência. Entretanto, na caminhada da vida vamos sendo provados a cada dia. Uma dessas provas aconteceu a poucos dias: nosso  filho, ao chegar da escola, indagava-nos a respeito do Papai Noel. Foi enfático ao afirmar que este personagem não passava de uma invenção dos homens. Levamos  um choque. E, começamos a refletir na maneira com a qual os adultos estão  tratando os encantos de nossas crianças. Estas fantasias acabam sendo tiradas num passe de mágica. Este episódio ficou em nossa mente. Tentamos fazer uma análise dos valores que a sociedade vem cultivando e como eles acabam desencantando o mundo infantil.

     Não queremos defender o lado do consumismo e nem afirmar que nossos pequeninos devam ser enganados. Mas é preciso verificar como nossa sociedade está se desencantando com a própria vida. Se os problemas são muitos e a vida passa ser um mistério, não devemos esquecer que a existência é como uma vela acessa, qualquer vento pode apaga-la.  

     Dentro desse prisma, convidamos nossos diletos leitores a rememorar o tempo de infância. Com certeza teremos muitos aspectos positivos que virão à tona e perceberemos que foi um tempo benéfico para a nossa existência. Particularmente lembro-me das brincadeiras de pega-pega, do esconde-esconde, do pular na grama, dos gritos ensurdecedores, do correr até faltar o ar e da construção dos gigantescos açudes nas valetas nos dias de chuva. Mas, o tempo especial, era o do natal., principalmente na véspera, pois sabíamos que o Papai Noel chegaria. Era uma noite inesquecível, toda a vizinhança reunida, numa grande festa, esperava o Papai Noel. Quando ele chegava os presentes eram entregues pessoalmente e cada um devia explicações ao velhinho. Nem os nossos pais escapavam.

     O tempo passou, crescemos e hoje só nos resta a saudade.

    Em meio a tantas mudanças, sentimos que o coração humano não mudou tanto assim. Ele continua sedento das alegrias e peraltices de nossa  infância.

     Dentro deste contexto, pense um pouco nessa mensagem:

     Procura-se uma alma de criança que foi vista, pela última vez, dentro de nós mesmos, há muitos anos... Ela pulava, ria e ficava feliz com qualquer brinquedo. Batia palmas  quando ouvia músicas de roda, quando os pais compravam sorvete. Tudo danado de bom! Se emocionava ao ouvir histórias e chorava quando arranhavam seus brinquedos.Fazia beiço quando a professora a colocava de castigo, mas era feliz com seus amigos, sua pureza,  inocência,  esperança e sua enorme vontade de ser alguém na vida. Onde ela está? Para que lado ela foi? Quem a vir, que venha nos falar... ainda é tempo de fazermos com que ela reviva, retomando um pouco da alegria de nossa infância e deixando a alma dar gargalhadas, pois, afinal, "ainda que as uvas se transformem em passas, o coração é sempre uma criança disposta a pular corda". Pensemos nessa questão. Afinal, é tempo de preparação ao natal e de reavivar a criança que reside em nosso coração.

       OBS: Dedico este artigo à todos os meus amigos de infância da rua Carmelo Zocoli (Capinzal- SC) que como eu, guardam vivo na lembrança aqueles  bons tempos. Um abraço à todos.