O Vocabulário Indígena do Brasil
Por Djalmira Sá Almeida | 06/08/2010 | HistóriaO Vocabulário Indígena do Brasil
Os nomes de Estados, Rios e Cidades do Brasil, bem como de plantas e animais destacam-se por ser, na maioria, de origem Tupi, idioma que caracterizou a linguagem dos indígenas encontrados pelos exploradores e pelos colonizadores, a partir do século XVI. Entretanto, os índios que tiveram muito destaque no sertão foram os caetés, nos estados de Piauí, Paraíba e Alagoas, descritos na obra Caetés de Graciliano Ramos ; e os Cariris, índios que viviam no interior de Bahia, Ceará e Pernambuco, à beira do rio São Francisco, e que junto com os negros fugiam do trabalho pesado nas feitorias na fase de implantação das capitanias. Foram os que recepcionaram o português colonizador, os antigos moradores nos engenhos e bolandeiras das fazendas dos senhores que antecederam a atuação dos tenentes-coronéis e políticos fazendeiros. As Entradas e Bandeiras de sertanistas paulistas, mineiros, baianos e de outros Estados do Brasil, formadas por portugueses e descendentes, tropas convocadas para reconhecimento do sertão, foram responsáveis pela dizimação do índio e, junto com ele, da sua cultura e de seu maior patrimônio: a língua. Muitos índios do litoral vieram junto com os bandeirantes para facilitar o encontro, considerando que as línguas indígenas tinham um tronco geral ou língua geral que tornava mais fácil a compreensão de uma tribo com a outra, ou seja, entre si os índios de aldeias diferentes se entendiam.
Hoje os remanescentes desses povos indígenas possuem outros nomes, ocupam outros espaços, falam outras línguas decorrentes das anteriores e lutam para serem incluídos no processo de construção do país. Os cariris que habitavam todo o interior da Bahia, Alagoas, Ceará e Pernambuco, percorrendo as margens do rio São Francisco, deixaram de existir em nome do desenvolvimento, mas continuam na lembrança histórica, nas novas línguas dos seus remanescentes e nas lutas pela sua terra, tais como os de Cabrobó: trukás e paranakus.
No interior do nordeste, principalmente no sertão Pernambuco, esse registro se faz muito presente, a recordação de uma época em que a Igreja e o Estado agiam juntos, usando os imigrantes portugueses e seus descendentes nativos na imposição de sua cultura, como meio de sobrevivência.
No caso de Parnamirim, Capistrano de Abreu cita em seu livro "História da Colônia", que o rio Brígida, antes de ser da propriedade de Martinho da Costa Agra, era chamado pelos índios cariris de rio Paramirim: uma redundância de Para ( rio) + mirim (pequeno) = rio pequeno. É possível que a inspiração para a mudança de nome da cidade de Leopoldina para Parnamirim tenha alguma relação com essa informação, considerando que a homenagem aos antigos donos da terra é, no mínimo, louvável, por uma questão honrosa dos republicanos em busca de justiça social.Também o fato dos mentores da mudança de nome da cidade serem do Estado do Amazonas, região do Brasil em que mais predomina a toponímia tupi, isto pode ter contribuído para a sua consolidação.
O vocabulário indígena no país é vasto e mesmo que não se fale mais o Tupi, os dialetos e línguas indígenas que hoje existem precisam da construção de uma historiografia que se faz muito atual, principalmente em outros Estados do Brasil, tais como: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No sertão de Pernambuco há alguns trabalhos neste sentido, porém, é preciso que se resgatem os saberes historicamente construídos que, mesmo não estando mais na memória do povo indígena, estão registrados em diversas obras de lingüistas, historiadores e pesquisadores da toponímia indígena brasileira.
O Estado de Pernambuco é um dos recantos do Nordeste que ainda apresenta uma toponímia que autoriza os indígenas a lutar pelo seu espaço e a lembrar que seus antepassados, embora tenham fracassado na luta desigual com o colonizador, hoje já são reconhecidos como donos da terra. O próprio nome do estado é de origem indígena, embora o glamour da descendência européia ainda persista no meio de muitas famílias de origem portuguesa, francesa, holandesa, inglesa, italiana, espanhola e outras procedências. Mesmo as marcas árabes têm o seu charme, o que não ocorre com os remanescentes de indígenas e de africanos. Como neste estudo, o objeto é tratar de antecedentes e históricos da cidade de Parnamirim, buscou-se mostrar todas as relações político-econômicas e socioculturais que, de alguma forma tenham contribuído para a formação de uma sociedade, considerando o enfoque da história social das comunidades (BURKE, 2008). A toponímia indígena tupi nos estados e cidades do Brasil é a marca registrada da historiografia indígena e interessa à sociolingüística seu estudo, considerando o grupo indígena como elemento importante na formação da sociedade brasileira. Assim, vários vocábulos indígenas Tupi estão incorporados à Toponímia da Lingua Portuguesa do Brasil, em nomes de Estados, Cidades e Rios do Brasil, desde o século XVI.
Exemplos:
Amapá, (Estado da região norte) segundo alguns estudiosos, provém do tupi ama'pa, árvore da família Apocynaceae, Hancornia amapa, amapá , muito abundante na região.
Ananindeua (cidade da região metropolitan do Pará)
Aceguá ( nome indígena do Rio Grande do Sul): vem de Îasy (lua) + kûá (buraco) = Vale da lua.Buraco da lua.
Aracaju (Capital de Sergipe): Há estudiosos que dão o étimo tupi ar (nascer) e ka'yu (cajueiro). Outros dizem que o nome vem também do tupi a'ra aka'yu (cajueiro dos papagaios), sendo essa última forma mais aceita.
Araçatuba (cidade do interior do estado de São Paulo): Araçatuba vem de araçá ( fruto parecido
com goiaba pequena) ?tyba (abundância), o sitio dos araçás, terra dos Araçás, nome dado em virtude da abundância de uma planta chamada Araçá, que produz um fruto de sabor adocicado que predominava na região.
Aratiba (cidade do Rio Grande do Sul): Vem de arara + tyba (muito) = muitas araras/pássaros.
Araraquara (cidade do interior de São Paulo): O étimo do nome da cidade vem do tupi e quer dizer ?toca?, ?refúgio das araras?. Vem de arara e kûara (toca, refúgio).
Bodocó (cidade do sertão de Pernambuco):? bocó ?mala de carregar peixe + doicó (para a roça) ou bodó (mala) + icó = ( roça) mala de couro para levar para a roça.
Bertioga (cidade do interior de São Paulo): A área da atual cidade de Bertioga era habitada pelos índios que a chamavam de "Buriquioca", que vem das palavras tupi Buriqui (macaco grande) e oca (casa, morada), ou ?morada dos macacos grandes? pois principalmente no Morro da Senhorinha havia bastante desses animais.
Cuiabá (cidade, capital do Mato grosso do Norte): De ?cuia? (vasilha) + abá (homem)= homem que faz cuia, ou fazedor de cuia.
Goiás (estado da região Centro-Oeste): apresenta vários étimos, segundo alguns pesquisadores, o nome teve origem no tupi gwa ya, cujo significado é "gente semelhante"; "indivíduo da mesma raça". Outros veem em guaiás (nome dos índios) a formação da palavra. ?Goiás?. Há quem afirme, que o vocábulo é originário de Goiá, tribo indígena antiga da região. Como o tupi não utilize ?s? como marca de plural, Goiás é a forma aportuguesada.
Guaporé, nome do antigo território de Guaporé (hoje Rondônia) formou-se do tupi wa (campo) e po'ré (cachoeira, catarata, rio) ou campo da cachoeira.
Cabrobó (cidade do interior de Pernambuco): caa (mata)+ borobó (gente braba)= mata de gente braba.
Caatí (cidade do Rio Grande do Sul): Vem caá (mato) + tin (nariz) = nariz do mato, ponta de mato.
Caetité (cidade da Bahia): O étimo do nome da cidade provavelmente vem do tupi ka'á (mato) Ita (pedra) e Eté (muitos), que tem o significado de "mata de muitas pedras", já que a cidade instalou-se junto à famosa Pedra Redonda, uma afloração rochosa localizada ao leste da cidade.
Cariri (região do sertão de Pernambuco) : nome dado em função à presence dos índios cariri ( caa + iriri) =escondidos no mato .
Caririmirim (cidade dentro da região do cariri no interior de Pernambuco): pequeno cariri.
Caruaru (cidade do agreste de Pernambuco): Teria vindo de caruru (nome de algumas plantas que provocam doença). Para outros o termo procede do tupi karua´ra-y ("A guarda das caruaras": caruara diz-se de uma espécie de paralisia que afeta as articulações dos bezerros e de outros animais recém nascidos. Havia uma fonte no local cujas águas, empoçadas, provocavam caruaras , caroços, no gado).
Catanduva (cidade do interior de São Paulo): O nome vem do tupi kaá (mato), atã (duro) e nduva (variação fonética de tyba = reunião, ajuntamento), ou seja ?ajuntamento de mata dura?, ?cerrado?. Esse nome dado à cidade derivou-se de um mato rasteiro ou campo cerrado que havia ali, quando a cidade foi fundada no period das bandeiras.
Corumbá (cidade de Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai): Corumbá é o nome do rio que passou à cidade. Segundo alguns estudiosos, a palavra vem do tupi ?kuru mba? (banco de cascalhos, seixos).
Crepuri (garimpo e rio do Pará): vem do tupi cori (argila vermelha )+ puri ( espécie de mandioca)= barro vermelho em forma de mandioca.
Curitiba (cidade do Paraná): O nome da capital paranaense vem das palavras Kuri (pinheiros) e tyba (abundância), Curitiba quer dizer, portanto, abundância de pinheiros, pinhais.
Guararema (cidade de São Paulo): O vilarejo que deu origem à cidade recebeu o nome de Guararema que em tupi quer dizer ?Pau D'Alho?, devido à grande quantidade desse tipo de árvore na região.
Guaratinguetá (cidade de São Paulo): O nome da cidade provavelmente derivou-se do tupi Gûyratinga (garça-branca) e etá (muitos), Gûyrating'etá (muitas garças-brancas).
Ibó (cidade do interior de Pernambuco): significa flechar, lançar setas, atingir com fleches.
Ibiúna (cidade de São Paulo): A posição geográfica do local onde hoje está posicionada a cidade, mantinha a região envolta por uma espessa neblina, o que ofuscava a luz do sol, por este motivo os índios chamavam aquele lugar de yby(terra, chão) una(escuro), que em tupi tem o significado de ?terra escura?.
Iguaçu (cidade e região do Paraná): Esse é o nome de um rio na região da fronteira entre Brasil e Paraguai e que aparece em alguns topônimos do estado do Paraná (Foz do Iguaçu e São Miguel do Iguaçu). O nome vem do tupi Y (=água, rio) e guaçu (=grande), rio grande, caudaloso, queda d´água, nome explicado pela grandes quedas d´água existentes em seu curso.
Iguaruçu (cidade do Paraná): O nome parece vir do tupi ygara (canoa) e usu (grande), o gû do nome parece ter sido acrescentado apenas por questão eufônica.
Indaiatuba (cidade de São Paulo): O nome ?Indaiatuba? vem dos termos tupi "Indaiá", que designa um tipo de palmeira e " tyba", abundância, ajuntamento, sendo ?Indaitauba? ajuntamento de Indaiás. Essa designação tornou-se oficial em 1830, sendo nos meados do século XVII e XIX, denominada por "Cocais".
Ipuera (cidade de Pernambuco): de ?y (água) + puera (que já foi )= lagoa seca
Itabira (cidade de Minas Gerais): Itabira, cidade de Carlos Drummond de Andrade, tem seu nome vindo das palavras tupi: itá ( pedra )e byra ( levantar-se) = pedra levantada.
Itabuna (cidade da Bahia): O nome da cidade parece vir do Tupi Ita (pedras) e Una (escuras, preta) tendo o significado de pedras escuras, pedras pretas, devido à abundância de pretas escuras na região, o B do nome parece ter entrado no nome apenas por questão eufônica.
Itagibá (cidade da Bahia): Em 25 de maio de 1947 o Dr. Odorico Mota Silveira, prefeito da então cidade de Distampina mudou o nome da cidade para Itagibá, que em Tupi significa ?pedra forte? ou ?pedra dura?.
Itapemirim (cidade e rio do estado do Espírito Santo): itapé (laje) + mirim (pequena), laje pequena ou lajota.
Itapetim (cidade de Pernambuco): itapé (lajé)+ tin(nariz, ponta)= laje com nariz ou laje com ponta.
Itaituba (cidade do sudoeste do Pará): No Dicionário de Tupi de Orlando Bordoni, Ita (pedras) + I (rio) e Tuba (variação de tupã = de Deus) que em Tupi significa rio das pedras de Deus, uma alusão a um possível vulcão que teria expelido larvas quentes e formado as pedras à beira do rio Tapajós. Há lingüistas que apresentam tuba (como variação de tyba que significa abundantes. Outros ainda definem como: Itá (pedras)+iubá (pepitas amarelas ou pedras de ouro). Denominação também possível, pois a região possui jazidas de ouro. Independente da definição, todas se encaixam na realidade da cidade Itaituba, além de ser uma cidade em que a religiosidade do povo é muito grande, o seu rio Tapajós apresenta muitas pedras pequenas (seixos) bem como pela extração do ouro como atividade econômica.
Itajubá (cidade de Minas Gerais): Itá +jubá vem das palavras tupis itá ( pedras) e îubá ?(amarelas) itajubá quer dizer ?pedras amarelas?, ?ouro?, e recebeu esse nome pois foi uma importante região mineradora durante o período colonial.
Itamaraju (cidade da Bahia): Segundo Moisés Santos Almeida, que pesquisou essa denominação, Itamaraju vem do tupi, ita (pedras), e mara que quer dizer ?espinhos?, existentes em abundância na região do rio Jucuruçu. Significa pedras com espinhos. A última sílaba da palavra ju viria, portanto da inicial do nome do rio.
Itaquaquecetuba (cidade de São Paulo): O nome Itaquaquecetuba parece vir do tupi?? taquaquicetuba que quer dizer, muitas taquaras cortantes. Taquaquicetuba era um dos tipos de madeira explorados economicamente na região, principalmente no período das bandeiras.
Itaquera (Bairro da cidade de São Paulo): Itaquera tem seu nome derivado das palavras tupis itá (pedras) e kera ( dormer); ita-kera (pedra dormente ou pedra que dorme).
Itatiaia (cidade e região do Rio de Janeiro): No ano de 1943 a então vila, hoje cidade, recebeu esse nome, devido ao seu terreno acidentado, pois o nome ?Itatiaia? em Tupi ita(pedras) tin (nariz, ponta) aia ( parecido ) quer dizer "pedra com ponta" ou pedra parecida com nariz.
Itatiba (cidade de São Paulo): O étimo do nome da cidade provém do tupi, Ita (pedra) e Tyba (abundância), Itatiba (pedras abundantes ou abundância de pedras).
Itu (cidade de São Paulo): Itu em Tupi quer dizer cachoeira. A cidade recebeu este nome por causa de uma grande cachoeira em suas proximidades, no rio Tietê.
Jacareí (cidade de São Paulo): O nome da cidade vem de iacaré + y, que significa "rio dos jacarés". (a pronúncia de j em tupi é dji, djiacaré).
Jacareacanga ( cidade do Sudoeste do Pará): yacaré (jacaré) + acanga( esqueleto, ossada) que quer dizer, esqueleto de jacaré, format de jacaré ou ossada de jacaré.
Jacarepaguá (cidade do Rio de Janeiro):yacaré (jacaré) + paguá (lagoa)=lagoa de jacaré.
Jaguaruna (cidade de Santa Catarina): O nome da cidade provém do tupi îagûara (onça) e úna (preto), e quer dizer onça preta. O nome foi dado pelo bandeirante Cel. Luiz Francisco Pereira, que ao chegar ao local, em 1867 avistou uma onça e desde então adotou-se o nome.
Moxotó (microrregião do sertão de Pernambuco): do tupi ?mbor? (amargo, ruim)+ xotó (movimento) quer dizer ventania, tempestade.
Mororó (região de fazenda do sertão de Pernambuco): = mboró ( sabor amargo)+ oró (superior) árvore conhecida como ?braúna? que tem sabor muito amargo .
Ori (cidade de Pernambuco): significa alegria.felicidade.
Orobó (cidade do sertão de Pernambuco): orô (nosso) + bó ( buraco) significa ?nosso buraco?, nosso esconderijo.
Orocó (cidade do sertão de Pernambuco): oró (nossa) + ocó (roça) =nossa roça.
Paraúna (cidade de Goiás): O nome da cidade dado em 1930, é de origem tupi e vem de Para (rio grande ) e una (preto) = rio grande e preto.
Marabá (cidade do interior do Pará): De ?mair? (espírito ou filho de índia) + abá (homem) = filho de prisioneiro com índia, da lenda que um invasor francês teria sido prisioneiro dos índios tendo um filho com uma índia chamada Marabá.
Maranhão (estado do nordeste) não se sabe ao certo qual a origem, mas aparece no dicionário de Tupi de Orlando Bordoni como: mba'ra, mar, e nã, signnificando correnteza do mar. Segundo outros, viria de Mair-Anhanga, expressão tupi-guarani que significa "Alma ou espírito do Grande rio ou do Mar".
Pará,( Estado do norte do Brasil) que recebe o nome do rio (braço direito do Amazonas, chamado Pará). Do tupi pa'ra, mar; rio que parece com o mar.
"Há alguma confusão entre "rio" e "mar". No guarani "mar" é pará, "rio" no Tupi é y ou, quando volumoso paranã. No tupi, "mar" é paranã e "rio" y ou y-gûasu. Os vocabulários não mencionam pará no tupi, mas pelos nomes geográficos vê-se que tanto paranã como pará foram empregados para designar o mar e os rios mais caudalosos." ( Pe. A. Lemos Barbosa, Curso de Tupi Antigo).
Paraíba (estado do nordeste) na opinião de muitos, teve origem no tupi pa'ra (rio), e a'iba (ruim, impraticável). Outros dão o étimo para'iba, nome indígena da árvore Simabura versicolor, que floresce abundantemente na região.
Pernambuco (estado do nordeste) em português se formou do tupi para'nã (rio caudaloso) e pu'ka (gerúndio de pug, arrombado, rebentar), significando "rio que se arrebenta". Segundo os historiadores, havia uma pedra furada nas margens do rio Capibaribe por onde o mar entrava, com grande ruído.
Piauí (estado do nordeste) segundo a maioria dos estudiosos, o nome teve origem do tupi piau (piau, espécie de peixe) e y (rio). Piauí tem, portanto, o sentido de "rio dos piaus".
Sergipe ( estado do nordeste) para alguns vem do tupi si'ri y pe (no rio dos siris). Outros vêem em Cerigip (ferrão de siri), nome do mais influente cacique que se opôs ao domínio português. O nome do Estado, antigamente, era Seregipe del Rei.
Tocantins (estado do norte) nome de tribo indígena que habitou as margens do rio. É palavra tupi que significa bico de tucano. Tukã´(acópope de Tukano) e tï ( bico). Muitas cidades do Brasil, do litoral ao interior, ainda trazem em seus registros, na História e na Línguística, as marcas do léxico indígena, mesmo que os nomes de origem tenham sido substituídos por termos da história oficial, no período da expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal.
Paranamirim: (Praia Fluvial do município de Itaituba no sudoeste do Pará) Significa: Para ( rio) + mirim (pequeno) = rio pequeno.
Parnamirim: ( município nordestino do interior de Pernambuco) Significa: Parna ( Latim = paraíso) + mirim (Tupi = pequeno) = paraíso pequeno.
Parnaíba (cidade e rio do Piauí): A cidade tomou o nome do rio. Para alguns estudiosos, a palavra vem do tupi pa'ra (mar), nhanhe (correr) e hyba (braço). Outros acham que o nome procede de uma forma sincopada de Paranaíba.
Piancó- (cidade do interior da Bahia): pian (colher) + có ( roça)= colher, tirar a roça.
Pindamonhangaba (cidade de São Paulo): Pindamonhangaba significa em tupi lugar onde se faz anzóis.
Tatuí (cidade de São Paulo): Tatuí vem do Tupi Tatu (nome do animal) e Y (rio), significando assim rio dos tatus.
Taubaté (cidade de São Paulo): Taubaté, segundo os estudiosos, procede do tupi taba +eté (aldeia legítima, verdadeira; principal), há também outra hipótese de que Taubaté venha de Taba e ybaté (alto, elevado) sendo taubaté ?aldeia elevada?.
Tucuruí (cidade, rio e hidroelétrica do Pará): Segundo Luiz Caldas Tibiriçá em seu Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi, o verbete Tucuruí viria de Tycu - roy - líquido frio, gelado. De acordo com o autor o nome teria sido dado por serem frígidas as águas dos rios e igarapés da região.
Tupã (cidade de São Paulo): Ao chegarem no Brasil os jesuítas perguntaram aos índios quem morava no céu para que pudessem designar o Deus cristão em suas catequeses, os índios responderam que Tupã (o Pai) ou Tubã ( o Tronco) que no período colonial passou também a significar Deus.
Tupanciretã (cidade do Rio Grande do Sul): Vem de Tupã (de Deus) + cy (mãe) + retama (terra de) = terra da mãe de Deus.
Uberaba (cidade de Minas Gerais): O nome vem de ??yberaba que quer dizer água brilhante, cristalina. Y (=água, rio) e beraba (=brilhante)= rio de águas cristalinas.
Xorroxó (cidade, ilha e rio da Bahia): Os nomes da maioria dos rios do Brasil e acidentes geográficos também são de origem tupi. Xoró ( murmurante) + xó (barulho) + barulho murmurante.
Guamá (rio de Belém do Pará): peixe parecido com Coelho.
Jamanxim- (povoado do Distrito de Moraes de Almeida, rio afluente do Tapajós, no município de Itaituba, Pará): espécie de cesto que se leva às costas.
Marajó (região e Ilha do Pará):De ?mbará-yó (tirado do mar).
Paraná (Rio, região e Estado do mesmo nome): Do guarani ?pará? (mar) + nã (semelhante, parecido) signnificando =parecido com o mar.
Paranapanema: (Rio que separa os Estados de São Paulo e Paraná): paraná = rio grande, mar, panema = imprestável: rio grande imprestável.
Panema (rio de São Paulo): imprestável, inútil.
Purus (afluente do Amazonas): Puru (carne humana ou comer gente), o ?s? é acréscimo dado ao vocábulo pelos portugueses para indicar plural.
Tapajós (região e Rio do Estado do Pará, afluente do Amazonas): importante rio que banha várias cidades do sudoeste do Pará, tais como: Itaituba,Brasília Legal, Fordlândia, Aveiros, Santarém,etc.
Tietê (bairro e Rio do Estado de São Paulo) ty = água, rio, eté = muito bom, verdadeiro: rio muito bom, rio verdadeiro.
Tijuca (bairro e Rio do Estado do Rio de Janeiro) ty = água, rio, îuka =podre; água podre.
Xaxim(cidade e rio de Santa Catarina): tecido complicado, vasilha de colocar planta.
Xanxerê (cidade e rio de Santa Catarina):xanxê (enrugado) + erê (diferente) = enrugado e diferente.
Xingu (tribo, região e rio da Amazônia): xing (pouco, menos) + un(escuro)= menos escuro, pouco escuro.