O PAPEL DO PROFISSIONAL DE RECURSOS HUMANOS NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Por Amanda Braum Mattos | 08/11/2010 | Crescimento

1. INTRODUÇÃO

Para falar sobre a educação no ambiente organizacional, é importante relembrar o cenário industrial do século XX, onde o colaborador era conhecido como empregado e a sua formação era voltada somente para o exercício da tarefa, o saber fazer. O colaborador era visto dentro de uma perspectiva mecanicista. A preocupação estava apenas em treinar esses funcionários para atender as demandas de trabalho, ou seja, o objetivo era capacitar para a realização da tarefa de acordo com o padrão estabelecido e o tempo.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS RECURSOS HUMANOS NO BRASIL

A valorização e a motivação não existiam na vida profissional dos trabalhadores do século passado. O importante era produzir mais em menos tempo, e quando certo empregado diminuía o ritmo da produção, era simplesmente substituído, como se fosse engrenagem de uma máquina.
Após diversas lutas, muitas coisas mudaram. Nas três primeiras décadas do século XX houveram muitos movimentos sindicais e diversos movimentos grevistas.
Em meados de 1930 foi criado o Ministério do Trabalho com a finalidade de ocupar-se dos problemas trabalhistas, em 1931 foi criado o Departamento Nacional do Trabalho, com o objetivo de promover medidas de previdência social e melhora das condições de trabalho.
Em 1940 foi criado o imposto sindical e, finalmente, em 1943 surgiu a Consolidação das Leis do trabalho. As exigências trabalhistas começaram a crescer, e devido a isso as empresas tiveram que se organizar e passaram a incluir em sua estrutura a seção de pessoal. Nesse período a administração de pessoal era disciplinadora, punitiva e paternalista. O chefe de pessoal cuidava de atividades burocráticas e disciplinares. Não existia a preocupação com aspectos de integração, produtividade e bem-estar dos funcionários, mas sim com a papelada e os procedimentos legais.
Corroborando Ribeiro:
Administravam papéis e não pessoas.

2.1 O PAPEL DESEMPENHADO PELO PROFISSIONAL DE RECURSOS HUMANOS

Todas as mudanças observadas têm gerado muitas indagações sobre o papel a ser desempenhado pelo educador organizacional. Nunca, em todos esses anos, as empresas dependeram tanto de seus recursos humanos, ou melhor, das pessoas que compõem a organização. Com toda competitividade atual que os gestores enfrentam, é indispensável dar extrema importância para o modo que seus colaboradores são tratados. Logo, alcançar a excelência organizacional é tarefa do profissional de recursos humanos.
O profissional de recursos humanos precisa ser capaz de proporcionar à organização, empregados capacitados e motivados, pois as pessoas são o maior patrimônio da empresa. Deve lhes proporcionar reconhecimento, não apenas pelo salário. É seu papel agregar valor aos empregados, à empresa e aos clientes, sempre preocupando-se com a qualidade de vida no trabalho. É indispensável que esse profissional atenda aos usuários internos e externos, ou seja, sua atenção não pode ser voltada apenas para as atividades no interior da empresa, mas também para o público externo que é constituído por fornecedores e consumidores.
Outra importante atribuição do profissional de recursos humanos é a de desenvolver a capacidade da empresa de aceitar a mudança e ganhar com ela. Isso significa trabalhar para que as sugestões de mudança para a implementação de novos processos e tecnologias se faça de maneira adequada, ou seja, ser um agente de mudança.
Deve-se sempre considerar as pessoas como parceiras da organização, pois, como parceiras, as pessoas fazem investimentos na organização esperando um retorno. Esse investimento é de competência, esforço, dedicação, comprometimento e responsabilidade. As pessoas esperam pelo retorno em forma de bons salários, adequadas condições de trabalho e possibilidades de crescimento profissional.
Segundo Gil:
As organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir.

Ao profissional de recursos humanos compete o desempenho de inúmeros papéis. Todos de extrema importância tanto para a empresa quanto para o colaborador. Alguns papéis, no entanto, são os mais requeridos como, por exemplo, o de comunicador, que exige que o profissional comunique-se de maneira eficaz com a administração superior, com gerências intermediárias, com os empregados, enfim, com todos que compõem a organização, conhecendo cada um de forma individual, sabendo qual linguagem utilizar para ser entendido. Outro papel importante é o de selecionador, que deve propor critérios e elaborar instrumentos e ferramentas para recrutamento, seleção e para a adaptação das pessoas na empresa. Esse profissional também deve exercer os papéis de treinador, avaliador de desempenho, analista de cargos, motivador, líder, negociador, gestor de qualidade, entre outros de extrema importância. Porém o mais importante e fundamental é ter ética profissional, amar o que faz e gostar de pessoas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os princípios éticos devem nortear toda a atividade das organizações. Não se trata apenas de garantir os direitos trabalhistas, mas de fazer com que os colaboradores confiem na organização. Isso exige um relacionamento aberto e franco para o qual nem todas as empresas estão devidamente preparadas. Cabe ao profissional de recursos humanos, manter um comportamento ético e socialmente responsável.


Corroborando FLANNERY (1997):

Ser um verdadeiro profissional de RH não significa simplesmente passar do trabalho operacional para o estratégico. Significa aprender a dominar tanto os processos operacionais e estratégicos como o pessoal. O sucesso nesses papéis exige um entendimento dos resultados de cada empresa, das metáforas e das ações especificas provenientes da aplicação de cada um desses papéis.

Todas as empresas são organizações que aprendem, porque o mundo está mudando e elas precisam mudar junto, o que implica em estar aprendendo sempre.


4. REFERÊNCIAS

FLANERRY, Thomas; Pessoas, desempenho e salários: as mudanças na forma de remuneração nas empresas. São Paulo: Futura, 1997.
GIL, Antonio Carlos; Gestão de Pessoas. São Paulo, ATLAS, 2010. Cap. 4; O papel do comunicador.
RIBEIRO, Rosane Santos; Mestre em Administração e docente da ULBRA. Artigo: Pedagogia Empresarial e aprendizagem organizacional.