Projeções feitas pelas áreas tecnológicas para os próximos 20 anos apontam para a substituição de milhões de empregos por maquinas inteligentes com a capacidade de execução de diferentes tarefas com muito maior rapidez e precisão que os seres humanos. Tais projeções se devem, principalmente, pela avalanche das implementações de novas tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), os sistemas de processamento cognitivo e a evolução dos sistemas de automação e robótica. Diante de tais projeções, o resultado financeiro da produção de bens e serviços, potencialmente crescente em todo o mundo, tenderá a se concentrar nas mãos das grandes empresas com maior capacidade de aquisição destas novas máquinas, deixando para trás grande parte da cadeia de produção atual e da população economicamente ativa, porém menos produtiva que seus concorrentes cibernéticos.
Assim sendo, deixando-se de lado os dogmas ideológicos e políticos da tradicional polarização entre os ideais do capitalismo e do comunismo ou socialismo, as projeções de crescimento da substituição da mão de obra humana por máquinas inteligentes, apontam para uma revisão urgente do modelo de distribuição de renda e de riquezas de produção de todo o planeta. Tal revisão, ampla e profunda, se fará premente, mesmo diante de uma aparente injustiça com os produtores detentores de tais tecnologias, sob o risco de um crescimento avassalador das guerras e dos conflitos sociais já bastante intensos com as divisões sociais, raciais e religiosas.