Você, certamente, pensa como eu e todos os demais brasileiros honestos, que já passou da hora de encontrarmos uma saída para estes tantos problemas do Brasil, que não seja nossa fuga pelos aeroportos internacionais ou pelas fronteiras. Mas esquecendo-se da opção de fuga, podemos começar a refletir em pequenas coisas que podem ser feitas por cada um de nós em nossas vidas e ao nosso redor. Não é preciso ir a outros Estados ou mesmo ligarmos a televisão para enxergarmos desonestidade e delinqüências, mesmo que em pequena escala, que são semente para crimes maiores no futuro. Comece olhando para si mesmo e observe quantos pequenos delitos e atos falhos são cometidos, dentro e fora de casa, que passamos pra frente como coisas normais e induzimos nossos filhos e familiares mais jovens a encarar com a mesma naturalidade. Quem de nós já não achou um objeto perdido e acabou guardando-o consigo sem se preocupar que o verdadeiro dono o estaria procurando, desesperadamente, e rezando para encontrar uma alma caridosa que lhe devolvesse. Ao invés de se tornar um oportunista, você se sentiria bem melhor ao se tornar o herói deste cidadão descuidado ao devolver-lhe o bem perdido. Por certo é bem mais fácil pensar que quem perdeu foi descuidado e que não há crime algum em se apropriar de algo que se encontrava num local público antes que outro mais esperto o fizesse. Neste ato, seus filhos e demais acompanhantes mais jovens aprenderiam com você que esta é a atitude mais natural e a repetiriam em outras oportunidades e com bens de valor ainda maior. Ao contrário, sempre há uma forma, um pouco mais trabalhosa concordo, de se buscar devolver o bem perdido ao verdadeiro dono, nem que seja, simplesmente, deixá-lo lá onde o encontrou na esperança que o descuidado ali retorne para resgatá-lo. É claro que sempre irá ficar aquela pontinha de sentimento de “otário” uma vez que outro cidadão que venha a passar ali acabe se apropriando do bem perdido antes que você o faça. Mas sempre é possível acreditar que este cidadão atrás de você seja, igualmente, honesto e tenha a mesma atitude ou lhe ajude a encontrar uma forma de devolver o objeto perdido a seu verdadeiro dono. Agindo assim, ficarão seus exemplos como formação ética e de cidadania na educação de seus filhos e familiares e você poderá voltar pra casa e colocar a cabeça no travesseiro sem peso algum na sua consciência. Esta pequena atitude se replica no trabalho, nas ruas, nos restaurantes e bares, onde o descuido de alguém sempre pode ser reparado por algum bom cidadão como você passando por perto. Seja no troco que lhe dado a mais, na carteira ou celular caído do bolso, na bolsa ou mochila esquecida numa cadeira, no boné ou nos óculos esquecidos sobre a mesa, e tantas outras situações comuns e freqüentes da nossa vida em sociedade. Tenha certeza de que uma semente desta pequena atitude ficará permanentemente na memória e na consciência dos mais jovens que a presenciaram e será lembrada por estes quando, num futuro de sucesso, estiverem lidando com recursos públicos que, da mesma forma, não lhe pertencem e sim a toda a sociedade que recolheu seus impostos honestamente. Só assim, poderemos acreditar que algum dia haverá um Brasil melhor, fazendo nossa parte, antes de culparmos os grandes criminosos de plantão à nossa volta, e assim acreditando que num futuro bem próximo, estes serão minoria e serão punidos pela maioria honesta onde nos incluímos. Mãos à obra!!