O Aborto
Por Sandra Ferreira de Faria Vieira | 06/06/2007 | ReligiãoHá nos ares da cidade uma dor silenciosa que ninguém ouve. Há gritos de aflição e pedidos de socorro que ninguém atende. Há revolta e desespero que só Deus pode abrandar.
São os crimes cometidos no silêncio, onde as vítimas são criaturas indefesas atingidas justamente por quem deveria defendê-las a todo custo: a própria mãe.
O aborto acontece continuamente e os facilitadores desse crime passam despercebidos dos tribunais das leis humanas, sem se darem conta de que não se escapa das leis divinas, bem gravadas nos tribunais da consciência. Estas leis mais tarde despontarão, convidando-os a retificação do mal causado pela interrupção da vida, que somente por Deus poderia ocorrer.
Não se pode alegar qualquer justificativa para o aborto, uma vez que todos têm a consciência de que ali há vida, do contrário por que matar? É claro que há casos em que a mãe corre risco de vida e os médicos decidem pela mãe. E segundo o Livro dos Espíritos, essa seria a única possibilidade do aborto ser aplicado sem conseqüências para quem o faz. Fora disso, ele é arbitrário e traz seqüelas desastrosas a todos; principalmente às mães, porque, pelo enorme sofrimento causados ao reencarnante, pode ser que este não consiga perdoa-la e passe então a ser um obsessor daquela que deveria amar como mãe e que tirou-lhe o direito de nova oportunidade de vida.
É preciso que as pessoas que incentivam o aborto ou que participam dele se conscientizem do grande mal que fazem aos outros e a si mesmos, pois esse ato pode ficar oculto ao mundo físico, porém é registrado em formas de manchas pretas no corpo espiritual de quem o faz, originando pontos vulneráveis às doenças, como o câncer ou outras de igual teor.
Por mais difícil que seja uma gravidez indesejada; por mais sofrimento que venha causar aos envolvidos; a saída pelas portas do crime é o ingresso inevitável nos portais da dor. Este desconhecimento, não só da mulher, mas de todos aqueles que participam direta e indiretamente do ato, obriga-os a uma reparação conjunta, se não nesta vida, numa noutra existência. Todavia, Deus nos dá a todos sempre oportunidades de redimir nossos erros através do amor. Até mesmo os erros mais graves podem ser reparados, visto que Ele quer, não o martírio do sentimento de culpa, que em nada resolve; mas o despertar de um homem novo, capaz de se propor ao trabalho redentor da caridade. Seja em benefício de crianças que hoje sofrem a ausência de seus pais, seja em qualquer outro trabalho voluntário para o qual tenha aptidão, colocando seus dons a serviço do próximo.
Sabendo que o amor cobre uma multidão de nossos pecados, abandonemos os nossos sentimentos de culpa, porque trabalho é o que não falta e é somente nele que encontraremos a oportunidade de redimir erros cometidos ao longo dessa nossa evolução.