Na Casa de Yahweh

SALMO 122

Pastor George Emanuel.

Cântico de romagem. De Davi

·Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR.2 Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém!3 Jerusalém, que estás construída como cidade compacta, 4 para onde sobem as tribos, as tribos do SENHOR, como convém a Israel, para renderem graças ao nome do SENHOR.5 Lá estão os tronos de justiça, os tronos da casa de Davi.6 Orai pela paz de Jerusalém! Sejam prósperos os que te amam.7 Reine paz dentro de teus muros e prosperidade nos teus palácios.8 Por amor dos meus irmãos e amigos, eu peço: haja paz em ti!9 Por amor da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o teu bem.

·Introdução:

Por mais de dois milênios, o livro dos Salmos tem sido a mais popular coleção de escritos do cânon do Antigo Testamento. Os Salmos foram utilizados em serviços de culto religioso pelos israelitas, começando nos tempos de Davi.

A Igreja cristã também tem incorporado os Salmos à sua liturgia ao longo dos séculos. Em todos os tempos, o livro dos Salmos tem merecido mais interesse pessoal e maior uso em prático e no culto que qualquer outro livro do Antigo Testamento, superando todas as limitações geográficas ou raciais. A popularidade dos Salmos descansa no fato que refletem a experiência comum da raça humana.

Compostos por numerosos autores, os vários Salmos expressam as emoções, sentimentos pessoais, a gratidão, atitudes diversas, e interesses da média individual das pessoas. As gentes de todo o mundo têm identificado sua participação na vida com a dos salmistas. Aproximadamente dois terços dos 150 Salmos estão atribuídos a vários autores por seu título. O resto é anônimo.

Na identificação feita até agora, 73 se vinculam a Davi, 12 a Asafe, 10 aos filhos de Coré, 2 a Salomão, 1 a Moisés e 1 aos ezraitas Hemã e Etã. Os títulos também podem proporcionar informação concernente à ocasião em que foram compostos os Salmos pelas instruções musicais e seu adequado uso no culto.

Comandante e quando foram colecionados os Salmos, é assunto sujeito a variada e múltipla discussão. Já que Davi tinha tão genuíno interesse em estabelecer o culto, e começou com o uso litúrgico de alguns deles, é razoável associar a primeira coleção com ele, como rei de Israel (1 Cr 15-16). O cantar dos salmos na casa do Senhor também foi um uso introduzido por Davi (1 Cr 6.31). Com toda probabilidade, Salomão, Josafá, Ezequiel e outros concluíram o arranjo e a extensão do uso dos Salmos em subseqüentes centúrias. Esdras, da era post-exílica, pôde ter sido o editor final do livro.

Com poucas exceções, cada Salmo é uma unidade simples, sem relação com o precedente ou o que o segue. Conseqüentemente, a longitude do livro com o numero de 150 salmos é muito difícil de resenhar. Uma divisão quíntuplo preservada no texto hebraico, e nas mais antigas versões, é como se segue:

·I (Salmos 1-41)

·II (Salmos 42-72)

·III (Salmos 73-89)

·IV (Salmos 90-106)

·V (Salmos 107-150)

Cada uma destas unidades termina numa doxologia conclusiva. Na última divisão, o Salmo final serve como a doxologia conclusiva. Embora se tenha feito numerosas sugestões para este arranjo, ainda permanece em pé a questão que diz respeito à história ou propósito de tais divisões.

O sujeito da questão parece proporcionar a melhor base para um estudo sistemático dos Salmos. Vários tipos podem ser classificados em certos grupos, já que representam uma similitude de experiência como fundo, e têm um tema comum.

Os mais intensos são os anelos do indivíduo penitente. Com poucas exceções, esses Salmos são atribuídos a Davi.

Os Salmos de louvor são numerosos. Estas expressões de exultação e gratidão são amiúde a conseqüências natural de uma grande libertação.

Os Salmos dos peregrinos (120-134) estão etiquetados como "Cantos dos Antepassados" ou "Cânticos graduais". O fundo histórico para esta designação é desconhecido. Foram emitidas várias teorias assumindo-se geralmente que esses Salmos estavam associados com as peregrinações anuais dos israelitas a Sião para os três grandes festivais (Páscoa, Pentecoste, Tendas).

Este grupo distintivo tem sido reconhecido como um saltério em miniatura, já que seu conteúdo representa uma ampla variedade de emoções e experiências.

1.Davi alegra-se com a obediência de Israel.

No Salmo 122, a saudação à cidade de Sião é mais bem compreendida se for considerada como tendo sido proferida dentro do recinto do tabernáculo.

O poema expressa um senso de cumprimento, tanto pessoal como coletivo da nação de Israel no seu momento litúrgico de adoração, no clímax da peregrinação, e da finalidade inseparável dos propósitos de Deus. As palavras, de Davi, no título, não aparecem na Septuaginta nem nos Targuns, nem nas versões antigas. Alguns atribuem o Salmo a Esdras, mas isso não passa de uma conjectura teológica.

O Midrash Tehilim, escrito rabínico datado do séc. III e IX d.C. reproduz o sentimento de Israel para com o livro dos Salmos quando afirma: Moises deu aos israelitas os cincos livros da Torah, e o grande rei Davi deu os cinco livros dos Salmos.

Nossos pés estão (versículo 2); lit., "ficaram"; isto é, tinham vindo para ficar dentro dos portões da cidade e continuavam ali, arrebatados pela experiência.

Como uma cidade bem sólida (versículo 3) pode significar a aparência compacta da cidade murada, formando contraste com a desolação anterior, quando os exilados retornaram a ela. Ou, visto que as palavras bem sólidas significam "concentradas em si mesmas", e que são freqüentemente empregadas para expressar a comunhão humana, esta frase talvez transmita a idéia que Jerusalém era o modelo da vida judaica, a fonte e o centro de sua unidade coletiva.

Esta última significação é favorecida pela sentença seguinte acerca das peregrinações regulares das tribos do Senhor, presumivelmente uma referência ao curto período antes do reino ser dividido, mas depois de Davi ter capturado a cidade. Sobem (versículo 4) seria mais bem traduzida com "subiam", pois não havia tronos da casa de Davi depois do exílio.

As viagens eram feitas como "testemunho de Israel" (versículo 4); isto é, demonstravam que estavam ligados por uma aliança (Sl 81.3-4).

Tronos do juízo (versículo 5); isto é, a administração da justiça a favor do Senhor, era confiada aos reis (1Rs 7.7; Sl 9.4,7; Sl 72.1...). Nos versículos finais (6-9) a meditação é substituída por oração e autodedicação.

Palácios (versículo 7); isto é, edifícios principais, como em Sl 48.13; não havia residências reais na cidade, naquele período. Após orar pela prosperidade material na cidade revivificada (6-7), o peregrino finalmente declara o propósito de sua visita. Buscarei o teu bem (9); isto é, o bem estar da cidade. Isso ele faria por causa de seus compatriotas israelitas (8), mas, acima de tudo, por causa da casa do Senhor nosso Deus, o lugar de Sua habitação.

Quatro dos salmos dos peregrinos são atribuídos a Davi. (124; 131; 133). A casa do Senhor é o tabernáculo. (I Sm 1:7); (II Sm 12:20). No tempo do rei Davi, de fato, o povo estava unido e em consonância com Deus e sua Lei. O amor por Jerusalém aliviava os fardos e encurtava as distancias. A Igreja, assim com Jerusalém, possui unidade espiritual, mas devemos nos esforçar para mostrar isso aos de fora.

2.Davi demonstra as recompensas da adoração.

·Os adoradores demonstram lealdade a Deus a Davi.

1.Os frutos do Espírito neste salmo: alegria, amor e paz.

2.Os cristãos têm uma divida para com Israel.

3.A cidade de Deus, o povo de Deus e o tabernáculo de Deus.

Conclusão:

A epigrafe "Cântico de peregrinação davídico" é para nos informar do seu autor e da ocasião para a qual foi planejado:

1.Davi o escreveu para as pessoas cantarem a caminho das festas santas em Jerusalém. Apropriado para se cantar quando as pessoas já estiverem adentradas as portas, e seus pés estiverem dentro da cidade.

2.Era muito natural que cantassem sobre a própria Jerusalém, e invocassem paz e prosperidade para a Cidade Santa, pois ela era o centro de seu culto, e o lugar onde o Senhor se revelava acima do propiciatório.

3.É possível que a cidade não estivesse toda construída no tempo de Davi, mas ele escreveu sob o espírito de profecia, e falou dela como ficaria na época de Salomão. Um poeta tem licença de falar das coisas, não só como são, mas como serão quando chegarem à sua perfeição. Jerusalém, ou a Habitação da Paz, é empregada como a palavra-chave deste salmo, cujo original faz muitas alusões felizes ao shalom, ou paz, que imploravam para Jerusalém.

4.Dentro dos muros tríplices, todas as coisas ao redor dos peregrinos ajudavam a explicar as palavras que eles cantavam dentro de seus fortes baluartes. Uma voz dirigia o salmo na primeira pessoa do singular, mas dez mil irmãos e companheiros se uniam ao primeiro músico e expandiam o coro da melodia.

5.Adoremos ao Senhor, pois Na Casa de Yahweh há espontânea obediência, há adoração verdadeira e recompensas para aqueles que estão no centro da Sua vontade.