Migração da Indústria de calçados para região do cariri: Juazeiro do Norte-Ce

Por Larissa Naianny Amaro Bezerra - Igor Bezerra Mariano | 01/05/2013 | Adm

Migração da Indústria de calçados para região do cariri: Juazeiro do Norte-Ce

Larissa Naianny Amaro Bezerra[1]

Igor Bezerra Mariano[2]

Resumo                                                                                                                      Analisar o processo de formação e desenvolvimento da migração da indústria calçadista para o interior do Ceará (em especial para Juazeiro do Norte) remete pensar todo o contexto histórico que influenciou a tal. É em meados da década de 90 que as condições de produção na indústria de calçados sofrem importantes transformações e passam a se deslocar do Sul/Sudeste para o Nordeste,buscando uma mão-de-obra mais barata e melhores condições para a produção. Nas últimas décadas tal indústria é alvo de imensurável expansão, influenciando em diversos fatores, sejam eles sociais, industriais, e até mesmo geográficos.                                                                                            Palavras- chave: indústria calçadista, produção, nordeste.

 

 

Introdução                                                                                                                          Estudos a cerca do deslocamento do campo calçadista das regiões Sul e Sudeste para o Cariri, busca mostrar a abertura econômica em paralelo aos benefícios pra com emprego e renda que soam como reflexos positivos para as cidades escolhidas para tal migração.                                                                                                                                    É importante salientar que o Nordeste possui importantes atrativos para este tipo de empresa, uma delas compreende uma vantagem no que diz respeito à redução de gastos com transporte para venda no exterior, com ênfase nos Estados Unidos da América, que é tido como o principal importador.         Ainda há um grande número de empresas que, potencialmente, poderiam migrar para esta região.                                       Busca-se ainda à tática de desenvolvimento para a cadeia de calçados na região Nordeste, pensando nisto é interessante promover a formação de clusters       [3],que viabiliza melhoras importantes. O Estado do Ceará de acordo com BNDES Setorial em meados de 2002 já detinha 26% da produção e do emprego da indústria calçadista.                     

Metodologia

Para a elaboração deste artigo científico foram utilizados dados qualitativos com o intuito de obtenção de informações industriais, no setor geral de calçados, até sua influência no perfil sócio econômico da região.                                                                                 Por meio de dados secundários foi possível colher informações, de outros artigos científicos,monografias,livros e sites de consultas à órgãos e instituições de caráter governamental.Como ponto de partida da pesquisa buscou-se conhecer melhor como se caracteriza a cidade de Juazeiro do Norte, seus dados populacionais antes e depois da chegada das fábricas de calçados,assim como também seus índices econômicos nesses mesmos parâmetros.                                                                                                                 Foi preciso também, estudar a respeito das principais características dessas industrias, o que as compõe e o que as leva a buscar um ambiente que fixe seus interesses,estudando também números fornecidos por fontes de pesquisas e tabelas fornecidas por órgãos governamentais.

  1. Contexto Regional de Juazeiro do Norte 

 

O município de Juazeiro do Norte possui destaque dentre as demais cidades localizadas no cariri se analisado do ponto de vista físico, pois é tido como um amplo centro urbano. Possui destaque ainda no setor comercial e com importante marca industrial, que se fortificou ainda mais com a migração das fábricas no setor calçadista.

Juazeiro do Norte é o centro destes três municípios não apenas do ponto de vista físico, mas por seu papel polarizador, além de ter se tornado o grande            centro de romaria do Nordeste. Também em Juazeiro do Norte vão se concentrar os principais postos comerciais (CEASA e mercado público), bem como a maioria das     representações regionais de órgãos públicos estaduais e também federais. (RICARDO, Fábio)

Cabe ainda ressaltar que as interfaces entre fé e trabalho assumem hibridações e causam separações epistemológicas com a fantasia de semelhança em torno da crença no Padre Cícero por todos os empreendedores, proletariados,  residentes e turistas de Juazeiro do Norte.

1.1  Perfil Sócio Econômico

 

 

Pode-se constatar que a avaliação populacional de Juazeiro do Norte é estimada em aproximadamente 252.841 habitantes[4] sendo parte de sua composição formada por migrantes em especial de estados circunvizinhos.                    

A religiosidade foi, aliás, o principal fator do desenvolvimento de Joaseiro. Ponto de passagem dos feirantes, devido à sua localização estratégica, a população de Juazeiro foi desde sempre cosmopolita, porém, unida pela crença na relação direta entre Deus e os fenômenos naturais ligados às atividades agrícolas. Após a morte do Padre Pedro Ribeiro, o arraial de Joaseiro passou por vários períodos sem que a Capela de Nossa Senhora das Dores tivesse um capelão, recebendo visitas esporádicas dos padres do Crato. É num desses períodos que Joaseiro conhece o homem cuja história confunde-se com a sua própria, a personalidade que iria imprimir uma vitalidade e efervescência singular no incipiente núcleo urbano do século XIX e transformá-lo num centro de importância nacional – O Padre Cícero Romão Batista.                                                  

Em Juazeiro do Norte pode ser notado uma dimensão territorial e política que possibilita o processo produtivo, localizado na Região Metropolitana do Cariri[5] (RMC), possui importantes atributos positivos para a implantação deste tipo de  indústria em seu território.É responsável pela quarta maior arrecadação interna do Estado, com uma renda per capita em torno de R$ 1.851,00 / habitante.[6]Aspecto este resultante da cidade como pólo industrial.

A população masculina esta analisada em 118.395 e o total de mulheres esta estimado em 131.541, sendo possível ainda tem a subdivisão em população urbana e rural, sendo respectivamente 240.121 e 9.815 residentes, dados estes extraídos do censo do IBGE 2010.

 

Tabela1: Incremento populacional do municio

 

A migração encontra-se também presente na ativa de crescimento demográfico da cidade. Sabendo que, a partir de 1991 até o ano de 1996, o movimento de migração registrou a entrada e a estabilidade de 14.013 pessoas no município.

2. Indústria Calçadista

            A cadeia[7] da indústria de calçados tem importante participação na economia brasileira. Tanto por seus significativos números na exportação, quanto na geração de empregos.                                                                                                                                       É na década de 70 que a indústria calçadista brasileira passa a ter significativa importância para as exportações nacionais. Com isso os equipamentos, artefatos, setores de máquinas e componentes se implantaram no Rio Grande do Sul, participando no avanço tecnológico do setor coureiro-calçadista.

 

Figura 1

Fonte:BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n.14, set 2001

 

Para as fábricas de calçados são imprescindíveis que haja a estratégia de atração, empresas fornecedoras de insumos e clusters. Outro aspecto indispensável para a produção é o couro, este, vem a ser crucial no processo produtivo.                              No entanto, a produção brasileira de couro está localiza em especial nas regiões Sul e Sudeste, que, acoplados, são responsáveis por quase de 72% do total de couros. Seus componentes e insumos podem até utilizar o couro cru de procedência nordestina, contudo beneficiários no Sul. Sabendo ainda que as estruturas carregadas dos curtumes instalados no Vale dos Sinos inibem o deslocamento para o Nordeste.  Também artefatos sintéticos, como salto, cola de borracha, tintas e outros, são adquiridos no Sul/Sudeste.

 

 

3. O Procedimento de Industrialização do Cariri: a Indústria Calçadista

 

            Ao analisarmos dados específicos com a chegada da indústria calçadista no cariri será possível notar em um primeiro momento que na cidade de Sobral, a ampliação da atividade calçadista adquiriu maior expressão em meados de 1993, com a instalação da Grendene. Cabe ressaltar o efeito em série ocasionado pela presença da Grendene nas cidades de Sobral e Crato, provocando respectivamente 9.700 e 2.600 empregos diretos. No entanto a ênfase é dada a cidade de Juazeiro do Norte sendo esta um pólo de produção bastante dinâmico e relativamente consolidado no contexto estadual, ainda vem a ser a área de maior concentração de micros e pequenas empresas calçadistas do Estado do Ceará.                                                                                                                             Estima-se que o processo de industrialização dentre outros fatores, se deu juntamente a inserção do pólo calçadista que criava raízes em seu território, evoluindo junto a um processo de urbanização gradual.

 

Concentração industrial por bairros em Juazeiro  do Norte

                                                                                                                                                   Figura2                                                                                         Fonte:Adaptado de FILHO,Jair;SOUZA,Dayane.2003

            Aplicando-se o Índice de Quociente Locacional (IQL) para os três municípios (Crato,Juazeiro e Barbalha), tendo como base as informações da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), para o campo calçadista da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), se obtêm a  seguinte hierarquia: Juazeiro do Norte com 2,86, Barbalha com 1,98 e Crato com 0,23.

 

A origem desse arranjo está associada a dois elementos históricos e territoriais, o primeiro, as atividades artesanais dirigidas para a confecção de artefatos de couro, voltadas para as necessidades do vaqueiro do semi-árido e, o segundo, ao dinamismo do comércio de Juazeiro do Norte induzido tanto pela posição geográfica como pelo fluxo de romeiros que buscam nesse local a benção do Padre Cícero. Essa atividade central atinge o seu auge por volta da década de 1960. Com base num longo processo de aprendizagem, na seleção de estratégias de sobrevivência e estímulos do mercado local, os produtores artesanais evoluíram para a produção de calçados e produtos sintéticos, sempre populares, na linha de sandálias micro porosas.(FILHO,Jair;SOUZA,Dayane.2003)

                                                  

           

Junto ao advento dessas indústrias, outros fatores vão sendo paulatinamente ativados. Como a necessidade de mão de obra, que como consequência, influenciou positivamente no índice de empregos, ativando assim fatores positivos na economia local.

 

3.1 Origens, a migração

            A necessidade de migração de tais fábricas do Sul e  Sudeste para o Ceará, são decorrentes da busca de mão de obra barata[8] em abundância,dos incentivos fiscais, apoio institucional[9] e infra-estrutura,aliado também a  logística da cadeia produtiva.                                                                                 Destrinchando cada um desses fatores, observam-se as seguintes explicações: tem a mão de obra um valor agregado,quando se consegue nesta um elevado número, o resultado será uma melhor competitividade,sendo os custos com salários reduzidos,existindo ainda assim, um exercito reserva disposto a por em prática sua força de trabalho.onde, estes trabalhadores na maioria das vezes possuem apenas o 1º grau escolar, de acordo com SANTOS,2001. Os incentivos fiscais e apoio institucional, são maneiras encontradas para atrair investimento. Ficando possível assim conseguir o deferimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), também a da isenção do Imposto de Renda[10].Outro benefício[11] concedido é isenção de impostos municipais por prazos longos. O marketing do governo cearense vem alcançando significativo sucesso unido aos empresários de calçados, em conseqüência da  rapidez e a prontidão das ações no acolhimento às demandas empresariais.                                                  Com a melhora comercial e a oferta internacional do setor calçadista, datado nos anos 90, esta cadeia brasileira sofre de maneiras diversas,com o aumento concorrencial,a taxa de juros e taxa de câmbio  encontravam-se desfavoráveis,e o seu principal exportador, os Estados Unidos desaqueceram suas importações.Em paralelo a isto os produtores asiáticos viam-se em vantagem quanto ao preço do produto.       

O deslocamento em massa para o Nordeste e a localização das empresas nessa região de forma relativamente dispersa, seguindo novos incentivos fiscais e evitando as aglomerações, principalmente no Estado do Ceará, mostram claramente que o governo pretende desenvolver algumas cidades com carência de postos de trabalho e assim criar uma renda familiar em pequenos municípios. (CORRÊA, Abidack.2001)

            De tal forma a solução de migrar para a região Nordeste parecia bem favorável aos empresários, além de todos os aspectos positivos já citados para a produção, esta região seria propicia a menores gastos com as vendas para o exterior, sabendo que este esta localizado mais próximo de seus importadores, se comparado ao seu antigo pólo de produção.Assim o número de empresas instaladas mais especificamente no Ceará entre 1994 e 1998 teve acréscimo  de 86%.                                                                                             Entende-se assim, que a mudança de localização foi uma tática estratégica , quão embora tenha alcançado resultados significativamente positivos ainda esta em constante busca por evolução.

 

3.1.2 Evolução

 

            Para um avanço nestas indústrias é preciso que se tenha um olhar ampliado. Onde se possam incrementar os investimentos e a fixação da cadeia produtiva. Para isso faz-se necessário dar ênfase aos clusters.                                                                                             Os cluster, também vistos como uma concentração de empresas vem a ter características semelhantes e se encontrarem inseridas em um mesmo local( cidade).Desta maneira vem a ser um ponto positivo, embora exista a competitividade, a concorrência , isto vem possibilitar uma maior flexibilidade, um aceleramento e ingresso de novos produtos.Impulsionadas pelo motivos já citado, dentro das fábricas e entre elas ,foi possível uma disposição de melhoramento  da produção, com aumento na adoção de técnicas industriais japonesas (just-in-time e controle da qualidade ).

4. A necessidade de uma política industrial para o pólo calçadista no Juazeiro do Norte

 

        

            Com o significativo aumento de investimentos industriais desse setor, as indústrias que se fixaram nessa região são caracterizadas como médias e grandes empresas desta cadeia, fazendo uso de técnicas de organização modernas, produzindo em cresce e larga escala, empregando indireta e diretamente um significativo número de pessoas e estão inserindo este calçado nordestino no mercado internacional.                                A curto prazo é possível notar a maximização que vem beneficiando a  região, com o ascendente aumento de investimentos produtivos na cadeia de calçados e, a longo prazo, a estabilização da cadeia produtiva do calçado no Nordeste.                                               À política industrial deve ficar estabelecida a necessidade de propor  sua participação anexada de órgãos do governamentais, fabricantes das diversas frações do setor produtivo, trabalhadores e consumidores. Favorecendo, deste modo, uma estratégia descentralizada, ao invés de tradicional.                                                                    As instituições governamentais diretamente abrangidos nesse Programa de Promoção Industrial e Atração de Investimentos seriam a SECITECE, SEBRAE, SEARA, SIC/CODITUR, SEFAZ/SEPLAN[12].

4.1 Divisões do Trabalho

 

            Para esse tipo de produção não existe uma divisão especifica na produção. Esse tipo de função vem surgir de acordo com  ações dos indivíduos inseridos no processo produtivo.Principalmente das necessidades impostas pelo mercado.

4.2 Tipos de Empresas

 

            Dentre as empresas do ramo calçadista podemos ter subdivisões classificatórias, quanto ao seu tipo, sendo elas: Micro e Pequenas Empresas (MPEs), Médias e Grandes Empresas.

            As MPEs tem sua produção voltada para sandálias estilo surf, calçados infantis,sandálias femininas com cabedal de couro sintético e solado de PVC e  EVA[13] .E uma grande maioria atua de forma informal,a interação entre as micro e pequenas empresas  não possuem capital necessário para adquirir máquinas de injeção, buscam ainda das micro empresas serviços para a efetivação da fabricação do cabedal e da alça do calçado, esse tipo de trabalho exige na hora do corte e da costura, um trabalho mais voltado para o artesanal. Nesse processo de “interação”, é perceptível a colaboração que existe entre os micros empresários. A quantidade de lançamentos para essa categoria também é limitada e inferior as empresas de porte superior.

A participação das MPEs no mercado tem estado comprometida por causa do aumento da concorrência, pois apesar de empreenderem esforços para se adaptar às tendências, as MPEs são pouco competitivas quando comparadas às médias e grandes empresas da região, principalmente no tocante à aquisição de insumos e escala de produção. (FILHO,Jair;SOUZA,Dayane.2003)

As empresas de porte médio possuem produção semelhantes as MPEs, sua vantagem em relação a esta se encontra na escala produtiva.Tendo ainda uma maior facilidade na compra de matéria prima, visam mercados distantes (não apenas locais, mais inter estaduais e ate mesmo internacionais).Mas, assim como as demais empresas também possui dificuldades, uma das principais é a inadimplência de seus compradores.             Empresas consideradas de grande porte possuem índices de produção bem mais elevados, seu consumidos final é analisado de forma ampliada, já que ele não se restringe a pequenas quantidades, os salários e qualificação de seus funcionários são mais elevados, em comparação aos demais tipos de empresas deste mesmo setor.                  E é justamente este tipo de empresa que esta em constante movimento de migração o Juazeiro do Norte. Não se deve negar, no entanto, a significativa participação das micro, pequenas e médias para a economia desta cidade. Todavia as grandes empresas estão nesse movimento de mudança territorial, os principais atrativos foram justamente a mão-de-obra abundante, barata e desorganizada sindicalmente, o incentivo fiscal, e a proximidade com o mercado externo.

 

 

4.3 SINDINDÚSTRIA

 

            Diante deste aparato de mudanças acontecendo mutuamente no comércio de Juazeiro do Norte, os trabalhadores se viram na necessidade de algo a interceder por ele. Surge então O Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro do Norte e região (SINDINDÚSTRIA), existente a mais de dez anos.

Conta atualmente com 48 associados do setor calçadista, mas que já chegou a 60 empresas, e tem decrescido em virtude da migração dos produtores de calçados para outros setores produtivos, como o de confecções, bem como pelo fechamento de algumas empresas de pequeno porte pela perda de competitividade, além dos critérios do estatuto da entidade que exclui os associados que atrasam pagamento de suas mensalidades. A atuação do Sindicato tem se dado, basicamente, em três frentes: capacitação, inserção comercial e inovação. (FILHO,Jair;SOUZA,Dayane.2003)

Os trabalhadores vêm sendo mais bem preparados para exercer suas funções, sendo treinados por curso, que contam com o apoio do SEBRAE e SENAI. Outra importante contribuição[14] vem do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que por meio do CREDIAMIGO  vem possibilitando crédito mais fácil as MPEs.

5.Impactos da Migração no contexto de Juazeiro do Norte

 

            De acordo com o Banco do Nordeste  após a chegada das industrias de calçados no estado do Ceará, nos quatro anos iniciais houve um aumento de 333% de pessoas empregadas nesse setor. Sabendo que o número de empresas no município de Juazeiro do Norte também aumentou gradativamente pode-se concluir que consequentemente nesta cidade também surtiu importante reflexo no índice de empregos gerados.                                                                  A crise que este setor vinha enfrentando no inicio dos anos 90 foi enfrentada e gradativamente solucionada, graças à migração. Ambos os lados tiveram ganhado com o translado. Tanto as fábricas, que alavancaram sua produção, encararam a crise, quanto a população Juazeirense teve importantes melhoras em âmbito geral. O índice de desempregos caiu significativamente, a economia local teve um salto notável, a infra estrutura foi melhorada, índices de natalidade também tiveram acréscimo.                Sabendo ainda que o Governo do Estado do Ceará passou a investir ainda mais em obras públicas e melhoramento de estradas, para o transporte de mercadorias. Embora essas melhoras não sejam as desejadas, são vistas como um progresso.

           

6.Considerações Finais

 

 

            É possível notar que a migração das indústrias de calçados para o Ceará, foi ocasionada como uma forma estratégica, uma fuga de problemas enfrentados no inicio da década de 1990. O que talvez não pudesse ser imaginado era os possíveis ganhos para ambos os lados.

            A cidade de Juazeiro do Norte, uma das escolhidas para implantação fabril,sofreu importantes  modificações em sua realidade.As consequência  atingiram dimensões territoriais, econômicas e sociais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências :

BESERRA,F. Espaço ,industrial e reestruturação do capital: A indústria de calçados na região do Cariri-CE.Fortaleza 2007. Disponível em: http://www.uece.br/mag/dmdocuments/fabio_ricardo_dissertacao.pdf, acesso em 13 janeiro de 2012

CORRÊA, A. O complexo coureiro calçadista brasileiro. 2001 Disponível em: <http://www.fae.edu/publicador/conteudo/foto/332006O%20Complexo%20Coureiro-Calçadista%20Brasileiro.pdf>. Acesso em 06  janeiro 2012

FILHO ,J.A;SOUZA,D.L.R. Arranjo produtivo de calçados do Cariri,Ceará. Fortaleza Outubro/2003. Disponível em: <http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/textos_discussao/TD_09.pdf>,acesso em :13 janeiro.2012.

PEIXOTO,G.et al .Deslocamento de empresas para os estados do Ceará e da Bahia: O caso da indústria calçadista. Rio de Janeiro/2002. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicador/conteudo/foto/332006Deslocamento%20de%20Empresas%20para%20os%20Estados%20do%20Ceará%20e%20da%20Bahia%20-%20O%20Caso%20da%20Indústria%20Calçadista.pdf >. acesso em :15 de dezembro.2011

PROCHNIK,V. UNE,M. Desafio para a nova cadeia de calçados nordestina.Dezembro de 1999. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas/pdfs/desafios_para_a_nova_cadeia_de_calcados_nordestinos.pdf>acesso em 06  janeiro 2012

SANTOS,A. A indústria de calçados no estado do Ceará. Dezembro 2001. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/relato/rs5_gs2.pdf>. acesso em 15 de dezembro 2011

Bibliografia Consultada:

REIS, C. A indústria brasileira de calçados: inserção internacional e dinâmica interna nos anos 80. Campinas, 1994.

 

SUZIGAN, W. Indústria brasileira: origem e desenvolvimento. São Paulo: Brasiliense, 1986.

 

 

 

 

 



[1] Graduanda em bacharelado do curso de Ciências Econômicas na Universidade Regional do Cariri (URCA)/ Graduanda do curso de Serviço Social na Faculdade Leão Sampaio (FALS)

[2] Graduando em bacharelado do curso de Direito na Faculdade Paraíso

[3] Um cluster pressupõe uma aglomeração geográfica. Portanto, os agentes de uma cadeia podem se situar de forma dispersa e/ou em um ou mais clusters, como é o caso da cadeia de calçados, tradicionalmente agregada em dois clusters. (UNE; PROCHNIK, 1999)

[4] Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas - DPE. Coordenação de População e Indicadores Socias - COPIS. NOTA: Estimativas da população residente com data de referência 1o de julho de 2011.

[5] A RMC é composta por Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, denominada Crajubar, juntos ainda a Caririaçu, Farias Brito,Jardim, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri.

[6] Fonte: IPLANCE / 1996/97 – Ranking dos Municípios Cearenses.

[7] Essa cadeia produtiva é constituída por aproximadamente 450 curtumes, seis mil empresas de calçados, 110 fabricantes de máquinas e equipamentos, 1.100 produtores de componentes para calçados e 2.300 empresas fabricantes de artefatos de couro. (Raposo Abidack ,2001)

[8] As indústrias formam sua própria mão-de-obra estando também satisfeitas com ela. Embora que a produtividade da mão-de-obra Nordestina encontra-se sendo  menor do que as das Regiões Sudeste e Sul, no entanto  a dependência do proletariado em relação ao emprego é bem maior.

[9] O apoio oferecido pelo governo do Ceará consiste em uma parceria com as instituições de formação profissional (IDT/SINE, SEBRAE, SENAI, Escolas Técnicas), para treinamento e formação de mão-de-obra básica por um período médio de 60 dias.

[10] Definido constitucionalmente e bancado pela União, de acordo com os benefícios negociados pela extinta SUDENE, é concedida a isenção de 75% do IR, por um período de 10 anos, renovável por mais 5 anos, com redução de 50% na alíquota para investimentos.

[11] Existe ainda um incentivo concedido através de um empréstimo automático que corresponde a um percentual incidente sobre o valor FOB (Free On Board) da exportação. O empréstimo é concedido pelos bancos estaduais, com recursos “a fundo perdido”, proveniente dos repasses da União definidos constitucionalmente para os estados do Nordeste. No caso do Ceará, o percentual é de 10,5% dos quais 10% são efetivamente recebidos pela empresa e 0,5% retorna ao fundo, para sustentar novos financiamentos. O prazo de carência é de 3 anos e a amortização se dá em 10 anos.

[12] SIC – Secretaria de Indústria e Comércio; SECITECE – Secretaria da Ciência e Tecnologia; SEARA – Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária; SEPLAN – Secretaria de Planejamento e Coordenação

[13] Com o avanço da produção, o Cariri torna-se, nos dias atuais, o maior produtor de EVA do Brasil, contando com nove empresas no segmento (AMARAL FILHO e SOUZA, 2003).

[14] Fruto de uma articulação institucional de dentro para fora do arranjo, em 2002, empresas, o SINDINDÚSTRIA, o Sindicato de Calçados do Crato, o SENAI e o Centro Tecnológico de Calçados (CTC) de novo Hamburgo se articularam para a realização de um curso de 480 horas de supervisão e formação industrial para calçados. Tal curso contou com 40 participantes de 19 empresas locais.