ESCOLA de POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA - ADMINISTRAÇÃO DR. LUIZ DARCI DA ROCHA (1971 - 1974)

(Felipe Genovez)

PARTE - I

 A Palavra do Diretor:

 "O mundo está se transformando sempre e a única organização capaz de sobreviver é aquele que se adapta às circunstâncias.

Maravilhados - assistimos o progresso tecnológico, o avanço - vertiginoso das ciências e das artes, as conquistas espaciais, as transformações sociais econômicas e culturais que exigem de cada homem uma constante atualização.

Para acompanhar o progresso atual e vencer a luta pela conquista de uma meta há necessidade de preparo e treinamento. A importância da preparação profissional é hoje universalmente reconhecida, como única solução viável, face à diversidade de opções que a vida oferece.

Na medida em que o mundo evolui, com ele evoluem as formas e técnicas criminosas. Para acompanhar tal evolução, é necessário que o policial moderno seja treinado e preparado em ritmo superior à própria evolução técnica do crime.

A polícia não pode mais ser meramente um instrumento de força, deve sim, ser um instrumento de técnica e inteligência, aliada à coragem moral, à honestidade e à lealdade, a serviço da justiça e do bem comum.

Ser policial não é uma questão de oportunidade ou de interesse e sim, uma questão de vocação e treinamento.

Como decorrência lógica dos princípios acima, a Escola de Polícia Civil da Secretaria de Segurança e Informações procura aprimorar os seus métodos de ensino e, adaptar-se às novas exigências que o progresso cria e que merecem uma resposta direta e consciente.

No corrente ano evoluímos muito em termos de preparo e treinamento policial. Os cursos que geralmente tinham a duração de oito meses em regime de tempo semi-integral foram reduzidos para quatro meses em regime de tempo integral.

A redução do prazo de duração dos cursos e a sua realização em período de tempo integral originou0-se da necessidade do aluno-policial ter uma vivência constante e ininterrupta com a Escola e a vida policial, a fim de que a sua formação realmente fosse integral, isto é, abrangesse a parte doutrinária e parte prática conjuntamente.

Avançando um pouco mais, tornamos obrigatório o estágio prático durante todo o período do curso, sendo realizado nas Delegacias Especializadas, na Delegacia de Polícia do Estreito e no Departamento Estadual de Trânsito.

Os cursos para a Polícia Científica tiveram o seu estágio prático na Diretoria de Polícia Científica. A adoção dessa medida trouxe resultados imediatos, uma vez que possibilitou aos alunos o contato direto com todos os problemas policiais. O estágio prático além de permitir um treinamento real e efetivo possibilitou  aos alunos observarem na prática, o funcionamento administrativo e policial das Delegacias.

Foi introduzida como norma obrigatória na Escola de Polícia Civil, a avaliação do aluno pelo colegiado. A avaliação baseia-se na observação permanente do aluno e dos resultados obtidos durante cada mes. Antes do término de cada curso, o Colegiado emite um conceito final, que abrange o aluno na sua totalidade, comportamento, personalidade, apresentação pessoal, interesse, cooperação, aptidão mental e aptidão prática.

Encontra-se em fase de estudo e de debate o novo conceito de avaliação. Atualmente a classificação final do curso, assenta-se exclusivamente nos resultados intelectuais obtidos durante o curso. Essa classificação final, entretanto, leva em consideração as habilidades e aptidões práticas no capo policial. O melhor policial nem sempre é aquele que consegue as melhores notas durante o curso. Como a avaliação do Colegiado não influi diretamente na Classificação final, venha premiar com justiça e retidão os melhores alunos, levando em consideração o aproveitamento teórico e prático.

Assim, lenta, mas progressivamente procuramos melhorar as condições no nosso ensino policial. Na próxima oportunidade voltaremos com novos assuntos sobre a Escola de Polícia Civil.

Dr. Luiz Darci da Rocha

No dia 18 de agosto de 1972 formou-se na Acadepol na carreira de Delegado de Polícia (1ª colocada no curso de formação).  Por ato de 31/08/1972 foi nomeada  Delegada de Polícia da comarca de Rio do Sul.

PARTE - II

Encerramentos do curso de formação - 1971:

DISCURSO DE ENCERRAMENTO DAS AULAS NA SEDE DA ESCOLA DE POLÍCIA CIVIL PROFERIDO PELO CORONEL DELSON LANDER PERET ANTUNES - SECRETÁRIO DE SEGURANÇA E INFORMAÇÕES - 30 DE NOVEMBRO DE 1971:

"Formandos da Escola de Polícia Civil!

Acabastes de vencer mais uma etapa na vida. O vosso trabalho e a vossa dedicação ao estudo têm, no dia de hoje, o justo prêmio de vossos esforços: o diploma deste tradicional e modelar estabelecimento de ensino, que é a Escola de Polícia Civil.

As tarefas escolares terminaram, e ides, agora, através dos rincões catarinenses, levar ao povo desta terra boa e generosa a tranquilidade a manutenção da ordem , que ela tanto almeja para prosseguir no seu desenvolvimento irreve3rsível.

Passais a pertencer, agora, à Polícia civil do Estado de Santa Catarina. A carreira que abraçastes é árdua, e muitas vezes, incompreendida por alguns, que não chegam a vislumbrar a grandiosidade da missão do homem encarregado de zelar pela segurança da coletividade, mas as agruras as incompreensões, longe de se constituírem em obstáculos, mais servem como estímulo e um desafio para que o policial continue a desempenhar as suas funções com altivez e a certeza do dever cumprido.

Dentro em pouco estareis em vossos novos locais de trabalho para, na prática, aplicardes tudo o que aqui aprendestes. Ides confiantes - vossos professores tudo ensinaram para que bem possais cumprir os encargos que vos serão atribuídos; contudo permiti, que nesta solenidade de encerramento, vos dê alguns conselhos, conselhos que partem de uma pessoa mais experiente no cotidiano de nossa vida comum.

O primeiro - e este em particular dirijo aos Srs. Delegados - é que saibam ser Chefe dentro do órgão que irão dirigir ou pertencer.

Não chefe, com e minúsculo, mas Chefe em toda sua acepção dos termos, responsável por tudo o que se passa ou deixa de se passar no órgão que dirige, orientando, fiscalizando e decidindo com acerto e oportunidade. Nada mais desgastante - atingindo mesmo as raias da irresponsabilidade - é a omissão do policial face aos problemas que se apresentarem; a tática do avestruz, que enterra a cabeça na areia para se esconder das dificuldades é aviltante e criminosa.

Serenidade, sinceridade de propósitos, lealdade, equilíbrio, ponderação e capacidade de discernimento são alguns dos atributos inerentes a todos aqueles a quem foi dada a missão de dirigir um órgão, dentro da estrutura a que pertence.

O segundo conselho que me permito dar, é de que façais de vossa profissão a razão de ser de vossas existências; não sejais como aquele simples carregador da areia para construção, mas sim como o humilde pedreiro que perguntado o que fazia, respondeu que estava construindo uma catedral.

As perspectivas para a nossa Secretaria são as mais alvissareiras: o Projeto Catarinense de Desenvolvimento do Governo Colombo Machado Salles - hoje transformado em AÇÃO CATARINENSE DE DESENVOLVIMENTO - permite que se anteveja uma estrutura sólida e compatível para a Segurança, em nosso Estado. Contudo, os recursos materiais não serão suficientes, por si só, se não forem alicerçados por uma conscientização de todos os elementos integrantes  da Secretaria de Segurança e Informações de que só o trabalho em equipe pode produzir.

A nossa estrutura se constitui em uma gigantesca engrenagem, em que cada indivíduo que nela labuta se constitui em uma peça importante e vital. a união dessas peças é que fará essa engrenagem funcionar sincronizada com os reais interesses do nosso Estado e de nosso País.

Em nossas diretrizes iniciais que expedimos, quando da assunção da Pasta, consignam, e hoje, reafirmamos, que o policial seja militar, seja o civil representa, no seio da comunidade onde desempenha as suas funções, a própria imagem da Segurança.

Educado, polido, o policial é, em qualquer ocasião um 'Relações Públicas' , por excelência, orientando e ajudando a comunidade; enérgico e intransigente quando no cumprimento das determinações legais e na manutenção da ordem e da Segurança Interna; representa a própria Autoridade em que o povo confia e respeita, pois vê na sua pessoa, a imparcialidade e um homem livre de injunções e de pressões de qualquer natureza.

Formandos! A Secretaria, através de seu titular, confia em vós, em vossa mocidade sadia e criadora, que, estou certo, não se acomodará ante os obstáculos que surgirem  ou ante a prática criminosa de uma rotina muitas vezes abjeta e destrutiva. Sejam idealistas e conscientes de que só o trabalho constrói; não esperais que no cumprimento de vossa nobilitantes funções só apreçam elogios e estímulos há que se considerar também as críticas, muitas vezes infundadas, as invejas descabidas e a apatia de quem não produz.

A tudo enfrentai com altivez e dignidade, consciência de que há uma missão a cumprir.

Segui vossa carreira com retidão, honestidade, firmeza de caráter e uma coragem inabalável de acertar, para que, após os anos decorridos para a aposentadoria, poderdes olhar vossos filhos e dizer com orgulho, e ao mesmo tempo humildade: 'Até aqui os fortes chegaram, os fracos desistiram e os covardes nem tentaram'.

Ao encerrar estas palavras, que mais do que um discurso formal, as encaro como uma oração ao cumprimento do dever, não posso, por um ato de inteira justiça, deixar de me referir aquele homem público a quem se deve a instalação desta Escola - S. Exa. o Sr. Gen Vieira da Rosa, meu ilustre antecessor, que tanto batalhou para que nossa Polícia Civil tivesse um estabelecimento de ensino à altura da formação profissional do policial civil; ao Sr. Dr. Luiz Darci, digno Diretor da Escola, que diuturnamente vem se esforçando para que a Escola de Polícia Civil alcance um padrão de eficiência invejável no seio de suas coirmãs estaduais; ao ilustre corpo de professores que tudo deram de si para que a vossa formação pudesse ser a mais aperfeiçoada possível, aos vossos familiares, que no recesso do lar, tudo fizeram para que vós atingisse o término de vosso curso.

Formandos da Escola de Polícia Civil! Dentro de breves dias estareis nos mais variados recantos de Santa Catarina, no cumprimento do sagrado dever que vos foi atribuído. Partí confiantes e sede felizes".

Obs.: O Dr. Jucélio Costa (Delegado de Polícia) - um dos principais idealizadores da Escola de Polícia (1964) e também da "Superintendência da Polícia Civil" (atual Delegacia-Geral), centralizando todos os órgãos policiais civis, sendo seu primeiro titular (1972 - 1974).

A manifestação do Dr. Luiz Darci da Rocha sobre a Escola de Polícia Civil (1971):

"O desenvolvimento econômico, político e social traz como consequência, a necessidade do preparo e do treinamento do homem, como condição básica para enfrentar os problemas criados por esse mesmo processo.

Assistimos maravilhados  ao desenrolar frenético da histórica: a conquista do espaço, o vertiginoso avanço das ciências e das artes, as mirabolantes evoluções da máquina e a prodigiosa atividade criativa do homem.

Como não há desenvolvimento sem segurança, esta também é obrigada a aperfeiçoar-se e adequar-se às necessidades que lhe são impostas diariamente. Assim, a criação da Escola de polícia civil (EPC) foi uma decorrência lógica do desenvolvimento e das novas condições de vida, verificados na última década em nosso Estado.

A Escola de Polícia Civil compete coordenar e executar todas as tarefas concernentes ao recrutamento, seleção, formação e treinamento do pessoal a integrar ou integrando do Grupo Ocupacional Policial (Polícia Judiciária, Polícia Científica ou Técnica e Polícia de Segurança).

A EPC foi criada em 1964, todavia somente foi instalada e começou a funcionar no ano de 1967.

A criação e instalação desta unidade constitui um marco decisivo na história da Polícia Civil de Santa Catarina, uma vez que o ingresso em qualquer cargo do Grupo Ocupacional policial se processa através de seus cursos.

O ingresso  na EPC é realizado através de um Exame de Seleção, constando este de quatro etapas: Exame Psicológico, prova de Capacidade Física, Exame Clínico Geral e Prova intelectual.

Aprovado no Exame de Seleção o candidato efetua a matrícula no curso desejado e passa a frequentá-lo e após a conclusão satisfatória deste é nomeado para o respectivo cargo.

Além dos cursos regulares de formação policial termos formado e treinado elementos para outras áreas: Vigilantes e Motoristas para UFSC, Vigilantes para a Assembleia Legislativa e, presentemente, realizamos vários cursos intensivos para Vigilantes Bancários.

Ainda é cedo para se fazer um julgamento sobre resultados até aqui obtidos. Contudo verifica-se que já existe uma nova mentalidade policial. mentalidade que se caracteriza pelo trabalho, ajuda mútua e por um melhor atendimento ao público. A Escola não proporcional essa mudança, mais fatores, contribui decisivamente para o processamento dessa mudança.

Cada ano que passa, novas experiências se adquirem, as quais servem de base para o constante e progressivo aperfeiçoamento dos métodos do ensino policial (...)".

 

PARTE - III

O ano de 1972:

No dia 18 de agosto de 1972 a Escola de Polícia Civil realizou a solenidade de entrega de diplomas e encerramento dos cursos de formação no âmbito da Polícia Civil no auditório do Centro Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina.

Foram ao todo oitenta e cinco formandos, tendo como patrono o Secretário de Segurança e Informações - Tenente Coronel do Exército Delso Lanter Peret Antunes. Também, ,foi paraninfo da turma a Professora Leda Regina Deucher Sécca.  Em comemoração ao "Sesquicentenário da Independência a turma levou o nome de "Turma Sesquicentenário".

Obs.: O Escrivão de Polícia Otacílio Schüller Sobrinho - primeiro Diretor da Escola de Polícia - homem de confiança do Secretário de Segurança Pública - General Vieira da Rosa (1967 - 1971) - e responsável pela implantação do órgão que funcionou entre 1967 a 1987 na Rua Marinheiro Max Scharamm, n. 33, Bairro Estreito.

DISCURSO PROFERIDA PELA PROFESSORA DE PSICOLOGIA LEDA REGINA:

"Há honras que esmagam e que não se podem recusar. Há emoções que nos sensibilizam tanto que as palavras até empobrecem de sentido.

Eis-me aqui.

Quis a bondade de vossos corações, que eu, a mais nova integrante do corpo docente da Escola da Polícia Civil, fosse escolhida para paraninfar a turma que ostenta, com orgulho e patriotismo, a denominação de 'SESQUICENTENÁRIO', justa homenagem a todos quanto propugnaram pela Pátria livre e soberana - o Brasil grande de hoje, sonho de todos nossos ancestrais.

Bem sei que vossa escolha, foi fruto, não dos merecimentos de quem voz fala, mas da amizade que vós sempre me dispensastes, fazendo com que a vossa professora de Psicologia e Relações Humanas se sentisse, no âmbito de nossa Escola, não como a mestra, mas como uma colega e conselheira, que, transmitindo dia a dia os seus ensinamentos, pode, de alguma maneira, preparar-vos para as altas e transcendentes funções de policial civil. Missão em que ireis engrandecer cada vez mais, o nome de nosso Estado, com o vosso trabalho produtivo, honesto e inteiramente voltado à manutenção da ordem e da tranquilidade desse povo ordeiro e trabalhador, que é o apanágio maior da terra barriga-verde.

Dizer-vos da honra, e do desvanecimento, de que me acho possuída em paraninfar a Turma 'SESQUICENTENÁRIO', seria repetir o lugar comm em solenidade dessa espécie, por isso, permitam-me, caros afilhados, que vos de alguns conselhos que, julgo, serão úteis para a vida policial que, dentro em breve, ireis iniciar em todos os quadrantes de Santa Catarina.

A estrutura do Estado democrático moderno, segundo a concepção de Montesquieu, que embasa na existência de 3 poderes harmônicos, independentes e complementares - Executivo, Legislativo e judiciário - cujo pleno funcionamento, permite que o Governo seja exercido em nome do povo, pelo povo e para o povo, na busca incessante do bem-estar social desse mesmo povo.

Mas seu funcionamento não pode prescindir do Poder de Polícia entendido no seu mais amplo sentido, isto é, dessa infra estrutura asseguradora da ordem pública, muito mais preventiva do que coatora, muito mais protetora e orientadora do que punitiva.

O conceito de liberdade não pressupõe excessos, já que o direito de ca um termina onde começa o de outrem.

Por isso há que zelar para que os direitos individuais e os da sociedade sejam preservados e assegurados, através da atuação eficiente de todos os poderes do Estado.

pois o contrário seria , a seleção darwiniana, a extirpação dos fracos, dos humildes, dos desprotegidos, dos desequipados pela natureza ou pelas condições para sobreviver dentro da agressão da luta competitiva, pelas condições estruturais de sobrevivência.

A missão policial, portanto deve ser revestida de um aspecto disciplinador perfeitamente integrante e entendido pela população que lhe compete proteger.

Por outro lado, a estrutura policial desde os mais altos  aos mais humildes postos na hierarquia funcional, deve criar para si mesma uma imagem pública embasada nos seus verdadeiros objetivos sociais.

Deve manter nos seus membros o 'espirt de corps', a consciência de seu significativo 'status' moral e social, e a capacidade de sacrifício em favor do bem comum que somente tão poucas profissões exigem, e por essas características se identificam.

A polícia é zeladora não apenas, da aplicação das leis e dos regulamentos, mas assume também a defesa dos princípios que são a base de qualquer regime político.

Portanto, sua missão é social, por estar o policial sempre em contato direto  com a população, colocando-se em melhor situação do que qualquer outra pessoa, para conhecer seus problemas.

Daí a necessidade de dedicar-se à observação e ao conhecimento dos homens e do meio social no qual vive, de amaneira a poder perceber as situações pré-criminais.

Evitando usar seu poder de intimidação, dando o exemplo, fazendo demonstração de sua aptidão e de sua eficácia, o policial fará admitir o papel social da polícia. Deve ter uma alta dignidade moral, não pode trair sua missão.

Deve ser um conhecedor de homens e não apenas um investigador de fatos para fins estatísticos. Deve avaliar o comportamento humano, para bem desempenhar as suas múltiplas e difíceis tarefas, não se constituindo em impassível espectator de fatos, mas um elemento deles participante.

Daí a Escola de Polícia Civil, com o seu alto significado e relevante alcance social.

Os seus objetivos, seus currículos, sua metodologia cada vez mais se ampliam e especificam, e se tornam necessários, porque cada vez mais é preciso que a imagem do policial seja encarada dentro de uma definida e imprescindível  missão social.

Também cada vez mais se exige do policial um maior e mais variado acervo cultural, entre cujos fundamentos se encontram a criminologia, o Direito, a Psicologia da personalidade, a Dinâmica das Relações Humanas, a Ética, e tantos outros ramos do conhecimento humano.

Cada ocupação, cada cargo, cada função, cada posto, dentro da hierarquia policial exige uma determinada soma de conhecimentos e de qualidades pessoais.

Sem isso teríamos um profissional incompleto cujo sucesso no trabalho se deveria ao acaso ou ao custo de um enorme sacrifício e devoção.

A Escola de Polícia Civil é uma instituição moderna, imprescindível, para a formação do policial e pertencer ao seu corpo docente, discente ou administrativo confere honra e satisfação a todos que integram seus quadros.

O produto de seu labor é colheita sadia, é nesse que a comunidade utiliza e usufrui seus serviços recebidos.

Eis, pois, porque tanto me orgulho e alegro de vos dizer algumas palavras de despedida nesta noite em que nossa Escola entrega à sociedade e à Secretaria de Segurança e Informações mais uma esplendida turma de profissionais habilitados, competentes e conscientizados de sua missão.

Honro-me em cumprimentar-vos e vos desejo que em vossas vidas particulares, realizeis o sucesso e a satisfação que na vida profissional, estou certa de que havereis de obter.

Que voz acompanhem os bons desejos que nascem profundos e sinceros do coração de vossa madrinha, que não vos diz adeus e sim, até breve, em todos os momentos de vitória e decisão".

Formandos de 18 de agosto de 1972 (por ordem alfabética):

DELEGADO DE POLÍCIA:

1º Gilson Alcântara Prates;

2º Lúcia Maria Périco;

3º Nilson Landmann.

COMISSÁRIO DE POLÍCIA (ordem alfabética):

1º Altanir Carlos Sagaz;

2º Aurino Alves de Souza;

3º Demócrito Antônio de Mira Machado;

4º Heriverto Divo da Silva;

5º Hilton Cunha Junior;

6º Idney José da Silva;

7º João Manoel Lipinski;

8º João de Oliveira Rosa;

9º Luiz Antonio Picoli;

10º Luiz Soares;

12º Otávio Fernando do Espírito Santo;

13º Paulo Mazera;

14º Pedro Mendes;

15º Ricardo Feijó;

16º Silvio Henrique Arantes dos Santos;

17º Umbelino José de Meirelles;

18º Valdir Roberto Souza.

TÉCNICO DACTILOSCOPISTA:

1º Adálcio dos Santos;

2º Ademir Braz de Souza;

3º Amenar de Oliviera;

3º Danilo José Neves;

4º Edna Perito;

5º Evangelia Kotzias Atherino;

6º Luiz Carlos de Zouza;

7º Mário de Freitas Noronha Filho;

8º Mary Alba Souza;

9º Miguel Murad Varela;

10º Roberto Medeiros;

11º Silvana Silva;

12º Silvia Maus.

ESCRIVÃO DE POLÍCIA:

1º  Antonio Pereira Machado Neto;

2º Dulce Teresa Longo;

3º Itamar da Rocha Berto;

4º Ivan Brandt;

5º Luiz Gonzaga da Silva;

6º Mozart Zantos da Silveira;

7º Nilton vieiria;

8º Salvador Cosme Darosi;

9º Tania Regina Valverde;

10º Valdomiro José Marcon;

11º Vilson Ferreira de Oliveira;

12º Walter João Puetter.

AGENTE DE POLÍCIA:

1º Adelino Alves Filho;

2º Ademir de Figueiredo;

3º Antonio Claret de Medeiros;

4º Carlos José da Silva;

5º Celso dos Santos;

6º Edevaldo Peixoto;

7º Hamilton Gomes;

8º Jair Martins;

9º João José Berka;

10º Jonas Manoel Machado;

11º Leder Gaspar;

12º Luiz Gonzaga Schmitz;

13º Maria Albertina Poeta;

14º Orlando Mafinski;

15º Raul Frederico Koepsel;

16º Renato Heitor Teixeira;

17º Tirso Bonnassis Dias;

18º Valquir Sgambato Costa;

19º Valter Claudino Rodrigues.

MOTORISTA POLICIAL:

1º Adalberto Manoel Ramos;

2º Alfredo Teixeira Junior;

3º Alvaro Pereira de Cerqueira;

4º Antonio Carlos Machado;

5º Dalmiro Pedro da Silva;

6º Fermino Soares;

7º David Leocádio Amorim;

8º Gilberto Adriano Nazário;

9º Godofredo Antônio Baron;

10º Jaime Pecides Miguel;

11º José Antonio Vecchietti;

12º Manoel Verissimo Ramos;

13º Mauri Humbert;

14º Nilson Artur da Luz;

15º Pedro Manoel da Silva;

16º Sebastião Serôa da Mota;

17º Walter Wollinger.

 

PARTE IV

O espírito do Governo Colombo Salles na Escola da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina*

"O objetivo da Escola de Polícia Civil do Estado de Santa Catarina é em primeiro plano formar o policial autêntico, colocá-lo em evidência e realçar a sua honestidade, cultura e inteligência. A é3tica se ata a polícia. O ato técnico do policial é um ato moral. por isso mesmo a sua ação é ativa, dinâmica e ilimitada, desde que não transponha essa ação às naturais  barreiras erguidas pela lei e a moral. Assim o ato técnico do policial é um ato moral. O bom policial é um servidor moral da sociedade, trabalhando incansavelmente em oposição às forças negativas e desorganizadoras do crime. O trabalho em equipe do policial é um todo ético e dinâmico, inteiramente à disposição do bem moral e social. É fundada para custodiar a ordem, a tranquilidade e manter a disciplina social. O bom policial não mede sacrifícios para ser um enamorado dos aspectos morais da vida. Para isso deve ser dotado de esmerada cultura moral, estabilidade emocional, ser correto, capaz e possuir nervos elásticos e firmes. O policial perfeito e de escol raramente é nervoso ou emocional. Tem necessidade de possuir boa e até invejável saúde mental e física, possuindo vigor e resistência nervosa suficiente para enfrentar as agruras da vida que é obrigado a aceitar, dos perigos constantes que é forçado a atravessar. É perigoso para o policial possuir formação cultural abaixo do nível cultural das pessoas com as quais tem ele de lidar.

Torna-se urgente que ele se esforce no sentido de adquirir conhecimentos que o torne maduro e perspicaz. Sua obrigação fundamental é a de transformar-se num perito em eficiência operacional, por isso que a eficiência operacional pode ser considerada a finalidade principal da polícia, tanto dos mais simples como dos mais complexos dos seus órgãos ou setores. Pela experiência funcional evidenciamos de maneira espetacular, que cumpre ao policial verdadeiramente cônscio de sua benfazeja missão social, ser um profissional altamente treinado para o desempenho de suas perigosas e árduas missões. Sua inteligência precisa ser aguda e disciplinada para que possa ele enfrentar, com critério certo e elevado, munido do bom senso, as dificuldades e problemas que lhe são constantemente trazidos para resolver por pessoas de todas as camadas sociais. Não deve ele assumir obrigações que estão acima de suas forças nem rejeitar aquilo que esta a seu alcance. Assim, formado pela Escola de Polícia Civil estará o policial capaz de prever os efeitos futuros de suas ações e dos compromissos que assume. Recebendo diariamente esta orientação seu desejo será o de tornar-se um policial ideal, autêntico, arrastando praticamente sozinho os problemas mais cruciantes de sua abnegada profissão. Usará sempre critérios legítimos e morais para resolver os casos que lhe são apresentados e nenhuma ação má vem manchar-lhe a conduta justa, reta e sã. Tornar-se-á sempre um agente do bem e da moral, que não deseja ser governado ou dominado se não pelo senso do dever. Estará sempre obediente e disciplinado para cumprir incondicionalmente o seu dever, estando sempre ao lado da verdade. Não foi com outro objetivo que se criou a Escola de Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, atualmente a espinha dorsal de uma nova mentalidade de Segurança e Informações, que procura melhorar a imagem do policial catarinense e cujo resultado já se tem a grande felicidade de considerar realidade. E munido no mesmo pensamento e conceito, firmou-se o atual Secretário de Segurança e Informações, Tenente Coronel Delson Peret Antunes".

*Artigo do Delegado Helio Gaynete - Delegado Regional de Polícia de Florianópolis e professor - 1972).

Foi realizada uma festa de despedida do Coronel Peret do cargo de Secretário de Segurança e Informações, fazendo-se presentes os  Delegados Fogaça, Ulisses Longo, Lúcia Perico (Stefanovich), Ewaldo Villela e Clovis Ferraro, cujo evento ocorreu no dia 14.03.1973.

Podemos dizer que a Escola de Polícia se firmou durante o governo Colombo Salles, natural de Laguna/SC, Engenheiro Civil  nomeado governador pelo Presidente Médici - tomou conhecimento que seria governador de Santa Catarina quando estava dando uma aula na Faculdade Mackenzi (SP) e foi surpreendido com a notícia da sua escolha para o cargo, sendo que jamais sonhava que isso seria possível na vida. Afirmam os historiadores (e o próprio ex-governador) que a decisão dos Generais que comandavam o Brasil na época foi evitar que as velhas lideranças políticas que mandavam há décadas no Estado assumissem o poder (leia-se: os "Bornhausem" e "Ramos").

Colombo havia administrado o Porto de Laguna (1951 - 1963) e fez um trabalho brilhante que impressionou o Ministro da Viação e Obras Públicas (Helio de Almeida que visitou o Estado na época). Em razão disso, foi chamado para administrar o Porto do Rio de Janeiro. No ano de 1964, com a entrada do regime militar, foi nomeado para ocupar cargos federais em Brasília, recebendo por seus serviços a Medalha do Mérito Tamandaré que lhe foi concedida pela Marinha do Brasil. Gozava da simpatia dos militares (em especial do ex-Ministro dos Transportes Mário Andreazza - governos Costa e Silva e Médice). 

Percebe-se que a administração da Escola de Polícia Civil (governo Colombo Salles - administração do Secretário de Segurança e Informações - Coronel Peret), sob responsabilidade do Delegado Luiz Darci da Rocha (e seu quadro de professores)  passou a cumprir desígnios superiores dentro de uma nova perspectiva mais técnica e científica, objetivando preparar a Polícia Civil para um novo modelo de polícia moderno, causando uma ruptura com o passado, aproveitando as reformas de ex- Secretário de Segurança Pública Jade Magalhães e do Delegado Jucélio Costa na década de sessenta e que não chegaram a ser implementadas, especialmente, em razão do próprio regime militar.

Destaque-se que nos anos anteriores, ainda na administração do General Paulo Gonçalves Weber Vieira da Rosa (1898 - 1988), como Secretário de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina (1967 - 1971),  Delegados de Polícia (incluindo o Escrivão Otacílio Schüller) realizaram várias viagens para os Estados Unidos, onde realizaram cursos junto ao aparelho policial daquele país, o que mexeu com o imaginário e contribuiu para a busca de uma nova ordem no modelo policial civil catarinense: menos ingerências políticas e mais ciência a serviço da sociedade.

PARTE V

Os anos de 1973 e 1974:

No dia 18 de julho de 1973 ocorreu uma das grandes solenidades de entrega de diplomas aos formandos nos diversos cursos de formação realizados pela Escola de Polícia Civil (nossa Acadepol), cujo evento, como nos anos anteriores, foi realizado no Centro Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina.

Dentre os presentes, estavam o Coronel do Exército Paulo Mendes de Carvalho, Secretário de Segurança e Informações, além do Dr. Luiz Darci da Rocha (Diretor), do Dr. Manoel Antonio Fogaça de Almeida, Dr. Lênio Fortkamp, dentre outras autoridades.

O Patrono da turma foi o Coronel Paulo Mendes de Carvalho (SSI) e o paraninfo foi o Dr. Luiz Darci da Rocha, sendo que as turmas se denominaram "Dr. Manoel Antonio Fogaça de Almeida".

Também foi realizada uma homenagem ao Coronel Peret (ex-SSI), também aos Coronéis Benhur de Castro Romaris (Chefe de Gabinete/SSI), Dr. Jucelio Costa (Superintendente da Polícia Civil), Dr. Lênio Fortkamp (Diretor de Polícia Judiciária), Luiz Carlos Konescki (Perito Criminalístico e Subdiretor da Escola de Polícia).

Durante a solenidade, primeiramente, usaram da palavra o Dr. Luiz Darci da Rocha, na condição de paraninfo. Em seguida, como orador da turma, falou o Dr. João Sílvio Bonassis e, por último o Coronel Paulo Mendes de Carvalho (SSI). 

        

RESULTADO DO CONCURSO  DE 1973 (ordem de classificação):

DELEGADO DE POLÍCIA:

1º Dr. João Silvio Bonassi

2º Dr. Wilson Maes;

3º Dr. Marco Aurélio Werner Luz;

4º Dr. Reginaldo Monteiro Coimbra;

5º Dr. João Agostinho da Luz Neto;

6º Dr. Hercílio dos Santos.

 

ESCRIVÃO DE POLÍCIA:

1º Terezinha Toffolo;

2º Maria de Lourdes Oliveira;

3º José Antonio Ceccato;

4º Valério Longuinho;

5º Luiz Carlos Goulart;

6º Laurentino de Faveri;

7º José Della Giustina;

8º Alcino José da Silva.

 

COMISSÁRIO DE POLÍCIA:

1º Dalvino Francisco Salvador;

2º Paulo Roberto Freyesleben Silva;

3º Hilton Vieira;

4º Lauro Cezar Radtke Braga;

5º Osmar Dinis Facchini;

6º Renato Rodrigues;

7º Getúlio Manoel Maria;

8º Elias ClaretCipriani;

9º Odete Besen;

10º Arno Vieira;

11º José Everaldo da Silva;

12º Pedro Joaquim Cardoso;

13º Valcir Silvestre Mangrich;

14º Moacir Eliseu Batisti Archer;

15º Zoriberto Vieira;

16º Adíli Mauro Tomaz;

17. Ermentino João Maestri.

 

PERITO DE TRÂNSITO:

1º Armando Santana Filho;

2º José Valdir Batista;

3º João Bezerra de Mello;

4º José Alberto Corrêa;

5º Zulmar Valverde da Silva;

6º Carlos Alves Figueiredo;

7º Pedro Damielli;

8º Roberto Duarte;

9º Luiz Carlos Valter;

10º Julio Edgar Bonckewitz;

11º Varlei Cardoso da Costa.

 

AGENTES DE POLÍCIA:

1º Luiz Carlos dos Santos;

2º José Alves;

3º Milton Salmória;

4º Antônio Carlos Gomes;

5º Nilton da Rosa;

6º Acy Evaldo Coelho;

7º Manoel Saturnino Antônio;

8º Fernando Murilo Maceno;

9º Leonel João Pereira;

10º Plinio Mackowieski;

11º João Pedro dos Passos Filho;

12º Cláudio Henrique Fernandes;

13º Julio Nunes da Silva Neto;

14º Roberto Pimentel;

15º Alciana Cláudio;

16º Manoel Silveira Teixeira;

17º Carlos Afonso Torquato Alves;

18º Roberto José dos Santos;

19º Rita da Luz;

20º Gilton José de Souza;

21º Vilson José Teodósio;

22º Hilton David da Silva.

 

MOTORISTA POLICIAL:

1º Francisco Handt Espíndola;

2º Iolindo Ávila de Souza;

3º Lindomar Moreira de Souza;

4º Ed Alves Linhares;

5º Pedro Mackowieski Filho;

6º Antônio José de Souza;

7º Cláudio Horácio Sabino;

8º Dalmo Luiz Klopel;

9º Roberto Batista Jerônimo;

10º Alexandrino Antônio da Costa;

11º Francisco José Cardoso;

12º Osmar Silveira;

13º Nivaldo Luiz Cardoso;

14º Chelito Luiz Furlan;

15º Dator José da Costa;

16º Hélio Salomé Pereira de Melo;

17º Manoel Carlos de Aguiar;

18º Pedro Siegel;

19º Vilmar Borges;

20º Luiz Carlos Machado;

21º Edval Linhares;

22º Wilson José Demaria;

23º Adelço Gercino Machado;

24º Nelson Zaccaron;

25º Osmar Francisco Souza;

26º Osni Francisco Alves;

27º Nivaldo dos Santos;

28º Antônio da Cruz Soares.