RESENHA | Indicadores de Desempenho como Direcionadores de Valor

1) Referência


PACE, Eduardo Sérgio Ulrich; BASSO, Leonardo Fernando Cruz; SILVA, Marcos Alessandro da. Indicadores de desempenho como direcionadores de valor. Rev. Adm. Contemp., [s.l.], v. 7, n. 1, p.37-65, mar. 2003. FapUNIFESP (SciELO). DOI: 10.1590/s1415-65552003000100003.


Dulcilena Marques, Tânia Jussara  Rocha da Silva eTatiana da Silva Fermino

 

2) Informações dos autores:

 

Leonardo Fernando Cruz Basso possui graduação em Engenharia Mecânica pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (1974), especialização em Teoria Econômica pela Universidade de São Paulo (1978), mestrado em Economia pela New School for Social Research(1981), doutorado em Economia pela New School for Social Research(1984) e pós-doutorado pela Universidade de Bielefeld(1993).

Eduardo Sergio Ulrich Pace  possui graduação em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas (1968), graduação em Direito pela Universidade Mackenzie - Faculdade de Direito (1969), pós-graduação em Administração de Empresas pela FGV São Paulo (1972), mestrado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie-Faculdade de Ciências Econômicas Contábeis (2002) e doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo (2009).

Marcos Alessandro da Silva concluiu as especializações em auditoria e perícia contábil pela universidade paranaense em 2002, bem como em gestão estratégica de negócio pela universidade paranaense em 2003.

3) Resumo do artigo:

O artigo resenhado aponta os indicadores de desempenho como direcionadores de valor, revelando as limitações da administração baseada em medidas exclusivamente financeiras.

Ressalta que nas empresas voltadas ao lucro, o acesso às informações financeiras é restrito, principalmente no que tange à qualidade dos produtos e a satisfação do cliente, considerando a diversidade própria desses relatórios e a ausência de uma padronização para sua divulgação.  

A obra buscou determinar o quanto os analistas financeiros usam medidas estratégicas de desempenho, assim como qual o seu interesse em utilizá-las além das medidas financeiras, mensurando como a capacidade de prever valor e a facilidade de sua obtenção justificam o uso das medidas de desempenho.

Os autores assinalam que a literatura acerca da mensuração de desempenho mostra que para um ambiente eficaz de gestão é imperioso instrumentalizar uma rotina que assegure o alinhamento das atividades aos objetivos estabelecidos previamente pela organização, onde os indivíduos que fazem parte do processo devem ter ciência dessas premissas e da importância de seu labor para a instrumentalização dessas ideias, o que redundará em tomada e execução de decisões em conformidade com os objetivos da firma.

Destarte, os estudiosos trazem como referencial teórico os sistemas de mensuração de desempenho, as características das medidas estratégicas de desempenho (medidas financeiras e não-financeiras e sua combinação), os atributos das medidas estratégicas de desempenho (a frequência de uso das informações não-financeiras, a capacidade de prever valor e a facilidade de obtenção de informações e o hiato  de comunicação).

Nesse sentido, quanto aos sistemas de mensuração de desempenho, o artigo considera que o bom administrador os instrumentaliza com a ajuda de medidas de desempenho, através do conhecimento das forças e fatores que os moldaram. Essas forças podem ser divididas em 04 categorias: influências internas e externas e aspectos do processo e da mudança, sendo que tal mensuração estimula ações e estratégias, aptas a serem praticadas se for possível estabelecer padrões de atuação gerencial. Os sistemas são úteis quando viabilizem adequar as influências externas às mudanças ambientais. Salientam que as medidas devem estar em constante renovação. Todavia, a mutação constante encontra entraves, tais como a resistência dos colaboradores.  

Por outro lado, no que tange às características das medidas estratégicas de desempenho, em relação às medidas financeiras, é sabida a sua limitação como forma de aferir o sucesso do administrador. Isso porque, as demonstrações contábeis e os relatórios tradicionais não refletem, por exemplo, as estratégias produtivas, além de possuírem falta de flexibilidade.

Ademais, no que pertine às medidas financeiras e não-financeiras e sua combinação, é importante salientar que prévias medidas de desempenho estratégico podem auxiliar a mensuração dos resultados financeiros. A existência de pesquisas na área revela que tem evoluído a aceitação dessas medidas, seja como indicadores de tendência capazes de prever desempenho futuro ou como parâmetro de valor de ações no mercado. Os administradores mostram dificuldades em conciliar essas novas medidas com as financeiras, necessitando de treinamento. O Balanced Scorecard é uma ferramenta hábil para tal combinação, mas sua implementação apresenta dificuldades frente a dificuldade de comunicação.

Demais disso, estudos sobre o uso da referida combinação concluíram que esta aumenta o valor das ações das empresas.

De outra banda, é explicitada a importância da comunicação e sua repercussão nas informações, onde para essas terem conteúdo, é primordial o diálogo na empresa como um todo.

     

4) Conclusões dos autores:

Com efeito, entendem os autores que há uma tendência do uso de informações não-financeiras,  objetivando o entendimento do modelo de gestão das empresas que, hoje, exigem mais competências dos administradores.

Outrossim, a disponibilidades das informações tem papel importante nas decisões dos analistas cooperativos que, considerando a dificuldade de obtenção, podem abandonar medidas que teriam alta capacidade de prever valor para a corporação.

Ademais, a falta de padronização das informações não-financeiras dificultam o entendimento dos analistas e, consequentemente, a visão destes quando a sua imensa importância é prejudicada e o planejamento a longo prazo também.   

Por derradeiro, a dificuldade de comunicação dificulta os resultados do balanced scorecard no que se refere à satisfação do cliente, à qualidade do produto e à gestão de recursos humanos.

 

5) Críticas das resenhistas:

 

A obra é densa, mas muito informativa, trazendo uma nova visão de gestão sistemática.

Além disso, esclarece pontos que compõe indicadores de desempenho como direcionadores de valor, dando aqueles que não possuem experiência na área, como nós, lastro para realização de um possível trabalho na matéria, afastando o medo e a insegurança próprios do início deste tipo de projeto.

O artigo contribuiu significativamente para a nossa vida acadêmica, agradecemos a indicação do Professor Francisco Freire Duarte, grande mestre.

6) Indicação das resenhistas:

 

            Indicamos a obra para acadêmicos, bem como para aqueles que buscam se especializar, iniciando uma atuação como gestores ou membros de controladorias.