Deus não está lá em cima, nem em baixo, nem em parte alguma. Simplesmente não existe tal criatura sobrenatural, paternalista, castigadora ou indulgente. Deus não existe!
Esse ser que idealizamos e veneramos é a projecção num poder externo da nossa incapacidade de reconhecermos a sua omnipresença e omnisciência como algo já presente em nós, pois não existe no exterior, mas sim em cada um e, em todos nós. Todos carregamos em nós Deus.

Todos nós somos Deus! Todos aqueles que já viveram, os que vivem actualmente e os que ainda hão-de viver. Todos contemos em nós Deus. Ele não está num plano superior, encontra-se ao nosso lado, no outro, nos nossos semelhantes, na mesma medida em que existe em nós próprios. Todos nós, os seres vivos somos animados pela centelha da vida. Todos fazemos parte de Deus.

A Vida dá a oportunidade à luminescência, à centelha, de vivenciar, de experimentar, de deixar-se surpreender e de aprender. A centelha de Luz que vive através de nós, corporaliza-se assim no mundo da matéria, vive o Amor, a natureza e energia que a move.

O Espirito Santo, a reunião de todas as luzinhas, ou a grande central de centelhas, que pela sua vibração, geram energia, fizeram o Universo, como um sistema, como um organismo vivo, com funcionamento idêntico em todas as suas perspectivas zoom in zoom out. Da escala molecular, à de um órgão, a um ser humano, à sociedade, ao mundo, galáxias, quarks e bosões, interacção e equilíbrio, essa é a lei que nos rege.

Essa centelha divina, a luz que nos anima, aloja-se no coração, na válvula mitral e a partir dai irradia com mais ou menos força, consoante praticamos, ou não, o Amor que Cristo nos ensinou, o amor incondicional que a todos nos une. Só a interacção, a proximidade com as outras centelhas faz vibrar, faz resplandecer a nossa própria centelha. Sozinha vive na obscuridade, reage ao próximo e nele vivencia o amor e a felicidade, a homeostasia. Esta é a sua lei, a lei que a move, a lei inexorável da atracção. A Ágape! Não o amor apaixonado, mas o amor por tudo o que nos rodeia, pelas outras pessoas, pelos outros animais, existimos para celebrar toda a vida. Este Amor que aqui se fala, é o de Cristo, amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei. O Amor como a fonte da energia do Universo.

Somos parte de um todo, mas mais do que esse todo, mais do que a soma das partes, pois o que produzimos em conjunto desenvolve-se exponencialmente. O amor nasce da interacção, da proximidade com as outras centelhas vivas nos outros seres, o amor faz vibrar, faz resplandecer a nossa própria centelha, pois pela sua natureza, busca pelo próximo e nele procura encontrar amor e felicidade.