Não me preocupo "só" com o silêncio dos bons, nem com a "Ekkippé" que comanda nossos destinos..., cujo determinismo diretivo e a soberba do poder para alguns cria um misto de fleuma e fingimento ante à realidade circundante.
Tampouco, ligo "só" para os bajuladores de plantão, que sucumbem ao rosnar ou esbravejar de nossas pajelanças quer pelos cantos quer pelos autos-falantes midiáticos feitos "xupiniquins" salvadores da pátria.

Também, não ligo para aqueles (como eu) que teimam em se indignar com os "outros", ante a passividade e a falta de projetos/planejamento estratégicos.
Nem dou à mínima, como dito antes, às escolhas erradas que nossos pares fizeram ao longo do tempo, a começar por aceitarem "goela-baixo" nossos retrocessos institucionais, aditivado pela falta de visão de futuro de nossos dirigentes e da total ausência de resistência, já que somos todos vítimas de um "xistema".

No mesmo sentido, me passa ao largo perguntar por que só "involuímos" institucionalmente ? sem precedentes na história - especialmente durante o governo LHS, apesar de "Delhegados" terem (e continuam sendo "cooptados") ocupando postos "xaves" nas chefias e gerências da mãe "PC", convivendo com a intimidade do poder e da proximidade com políticos das "alinhanças" que se sucedem a cada quadriênio.

Outras questões, tão prescindidas por nossos "líderes", como "subsídios", "carreira jurídica", "TCs", "BOs" e etc, também estão fadadas ao "enhesquescimento" mercê da sua volatilidade intrínseca e de longe "andradeiam" ou constam da ordem do dia, apenas foram utilizadas como novos "factódix", razão porque também as ignoro.

Todavia, me preocupa isto sim, as incertezas com relação ao nosso futuro, a começar pela miopia por parte dos nossos dirigente-mores quanto a todas essas questões mencionadas, inclusive, as que envolvem "integração" e "parceria" entre as polícias.

Os discursos estão prontos e daí reside o "ovo da serpente", pois integração leva, "invária e voluptamente", à mistura, absorção, diluição, vaporização, onde sempre os mais fortes e mais preparados acabam ocupando espaços e mostrando melhores resultados, e os mais fracos se curvam ou se deixam serem sorvidos (o resultado vem a "galhope" e a sujeira é varrida rapidamente por nossos "lhideres" para baixo do tapete.

Outro dia encontrei uma policial já entrada nos anos que trabalha no Gabinete/SSP e me confidenciou que estava cheia de expectativas e sonhos com a construção do novo prédio que vai abrigar o complexo de segurança na "SC-401". Segundo a interlocutora, o novo local vai ter até espaço "Zen", salas de ginásticas para que nos intervalos de trabalho possam os policiais (e servidores) fazer "retiros" e se "energizarem", e que isso vai ser "óptimus". Tentei em vão replicar mostrando que essa "integração" é boa para os "outros" e que nosso caminho deveria ser a celebração de "parcerias" (v.g. caminho percorrido pela "PF", "Judiciário, MP). A boa policial interlocutora em sua santa inocência, depois de "lhavagem neural", mais parecia que estava sob efeito de um "xamã", pois continuou firme com seu olhar voltado para o futuro que se avizinha e os discursos prontos, tentando dizer que vai ser melhor para nós formamos uma só clã "tribalhista", com um contingente de "cachikés" a nos mostrar que esse é o caminho certo e um questionamento de "orã" (para nós policiais civis enquanto agora se discute "BOs", sic): Tupy ou not tupy?

* *Sem querer subestimar a inteligência de meus pares, se alguém tiver dificuldade de entender o título deste artigo, por favor, consultem ?Oswaldo de Andrade ? Semana da Arte Moderna ? 1922 ? e a obra ?Pau-Brasil? que trata do ?entreguismo? da nossa riqueza - Google -".

** Artigo publicado por este autor na rede intranet "Polícia Civil" do Estado de Santa Catarina no dia 27.07.2011.

Senhores Delegados de Polícia (CORRESPONDÊNCIA ENCAMINHADA A REDE "PC-POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA NO DIA 15.08.2011):

I - Por primeiro, agradeço às inúmeras manifestações reservadas que recebi sobre meu texto "Tupy or not Tupy" (veiculado na rede "PC" no dia 27.07.2011), o que demonstra que existe uma grande parcela de Delegados de Polícia indignada, inconformada, frustrada, desesperada e revoltada com a nossa condição, sobretudo, salarial e institucional.

Aproveito para lembrar que nesta nossa efêmera existência não devemos ser muito forte com os fracos e nem tão fraco com os fortes. Lamentavelmente, no reino ditado pelo "poder econômico", os fracos (com exceções) costumam se curvar ante os fortes que subjugam aqueles enquanto o poder impõe suas regras, até que o passado transforme os homens e as suas ações em pó.

Lutar por nossos ideais no plano institucional de maneira permanente/intransigente (respeitados os valores humanos e os princípios democráticos) e resistir contra toda sorte de opressão é nossa condição básica de sobrevivência.

Portanto, resistamos (e não nos apequenemos) para que nossa instituição continue de pé e que não percamos o foco nas nossas verdadeiras aspirações (como um salário digno).

Uma instituição não se constrói só com dirigentes visionários, preparados, comprometidos, legitimados nos seus cargos, intrépidos, experientes e probos, mas, também, por uma classe consciente dos seus destinos e que proporcione como contrapartida condições merecedoras (dirigentes fracos = dirigidos frágeis: instituição fraca).

II - Considerando que os Delegados de Polícia se constituem carreira jurídica e essencial à Justiça, qualquer caminho nesse sentido passa antes de tudo POR MELHORIAS SALARIAIS JÁ!!! Eis aí a nossa prioridade máxima para o momento: incorporação de vantagens pecuniárias ao vencimento-base (adicional permanência, abono salarial e horas extras) com a reposição/composição das perdas nos últimos anos.