FIDELIDADE TEMPORÁRIA

"E sucedeu que, quando Gideão faleceu, os filhos de Israel se tornaram, e se prostituíram após os baalins, e puseram a Baal-Berite por Deus". Jz 8.33.

O povo de Israel era um povo muito dedicado a Deus...

... durante algum tempo.

Sua fidelidade sempre foi temporária. Durante algum tempo não existia povo mais crente do que eles.

Enquanto eram liderados por um servo ou serva do Senhor que fosse espiritual, que tivesse comunhão com Deus, eles seguiam os seus passos, devotavam-se e tinham grande zelo.

Quando aquele guia se afastava ou morria, ia embora a fidelidade.

A primeira coisa que eles faziam era prostituir-se após os baalins.

Era a tal da prostituição sagrada ou cultual, uma prostituição com foros de seriedade, para acobertar o verdadeiro sentido de iniqüidade.

Neste caso particular eles colocaram Baal-Berite no lugar de Deus. "Baal-Berite" significava "O Senhor da Aliança". Está vendo a maneira astuta e capciosa com que eles procuravam cauterizar a própria consciência?

O "Senhor da Aliança" é o Deus Todo-poderoso, mas, chamando assim o falso deus, intencionavam fazer o que fez a Grande Meretriz, quando modificava o nome de alguns santos e a data das suas comemorações, fazendo-os coincidir com nomes e datas de deuses pagãos, com o fito de enganar os fiéis seguidores de sua prostituição espiritual.

Olhe, amado(a), por mais bonito que seja o nome do substituto, por mais bem elaborada que seja a desculpa apresentada, nada pode substituir ou empanar a transparência da sua comunhão com Deus. Não troque isto por nada.

O povo de Israel tinha o terrível defeito de colocar sua confiança em algum personagem abençoado. Quando essa personalidade falhava ou desaparecia, o povo não tinha a segurança de ficar somente com o Senhor.

Nosso compromisso com Deus não pode ser temporário, tem que ser eterno.

Não pode ser sazonal, tem que ser firme, seguro, permanente, constante, durável, imutável, inabalável, inalterável, persistente, sólido, duradouro, perene e, sobretudo, perseverante.

Nosso Pai celestial merece toda a nossa dedicação, todo o nosso apego, toda a nossa ternura, todo o nosso amor.

Não estamos mais jungidos à teologia do fazer, como no tempo da Lei, estamos comprometidos com a teologia do ser, com a teologia do crer.

Por mais abençoados que sejam nossos líderes, nossos guias espirituais, não podemos depender deles em assuntos de natureza espiritual. Podemos cooperar com eles, amá-los, trabalharmos juntos, mas há momentos em que só o Senhor pode nos sustentar. Como disse o salmista:

"O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio". Sl 18.2.