“Para Edmund Husserl, a fenomenologia é uma ciência eidética descritiva da realidade vivida. O método que propõe é o da intuição das essências.” (p.173)

“[...] O Psicologismo afirmava que pensar e conhecer eram eventos psíquicos e que,por isto, a lógica dependia das leis psicológicas[...]”. (p.173)

“[...] Ora, Husserl mostra que a técnica nada mais é do que um caso particular de uma ciência geral e normativa [...]”. (p.173)

“[...] Vê-se então, que a lógica não depende da psicologia,ao contrário ,o que se precisa é constituir o que Husserl chama de uma “lógica pura” como teoria geral das preposições lógicas a priori [...]”. (p.174)

“[...] O vivido que interessa à fenomenologia é aquele que pode ser descrito do ponto de vista da sua estrutura essencial e não do ponto de vista dos fatos psicológicos particulares [...]”. (p.174)

“[...] A Teoria é a visão cuidadosa onde a inteligência e a experiência direta com a realidade são indissociáveis. Hoje em dia teoria é definida como o resultado de uma construção intelectual realizada pelo cientista [...]”.(p.174)

“[...] A Fenomenologia é uma ciência eidética descritiva. Ela é concreta e se volta para o vivido. Pela descrição ela nos aproxima da essência, através de um perspectivismo das formas que se mostram ao sujeito na relação figura e fundo [...]”. (p.174)

“[...] Ela o faz por criticar o pressuposto do modelo positivista que faz dos fenômenos naturais e dos fenômenos humano-sociais fenômenos sem distinções qualitativas [...]”. (p.175)

“[...] Para a fenomenologia não é possível tratar o mundo humano e social como um mundo objetivo e divorciado da interpretação dos próprios sujeitos [...]”. (p.175)

“[...] Por isso é que Husserl dirá que o mundo vivido, humano e social, objetivo, intelectivo e prático é produto da atividade significativa do próprio sujeito, intimamente ligado à intenção e à interpretação, e, por isto, deve ser chamado de mundo subjetivo [...]”. (p.175)

“[...] A fenomenologia se volta para o estudo da realidade social enquanto vivida na sua cotidiana [...]”. (p.175)

“[...] O cientista está inserido no mundo vivido, depende dele como um instrumento de seu trabalho [...]”. (p.175)

“[...] Para Husserl a essência é encontrada a partir das vivências intencionais fundamentais. Essas vivências intencionais ou atos da consciência são de diversos tipos [...]”. (p.175)

“[...] Para se alcançar a essência podemos partir tanto da percepção concreta e vivida de uma coisa quanto da sua representação pela imaginação [...]”. (p.176)

“[...] A fenomenologia não recorre à crença no mundo - esta deve ser colocada fora de circuito. É a este movimento de suspensão do juízo relativo á existência do mundo que Husserl chama de redução fenomenológica [...]”. (p.176)

“[...] Husserl diz que o vivido é inicialmente pré-reflexivo. Quando ele se torna presente à reflexão ele é ainda um momento do vivido, mas agora como objeto da reflexão [...]”. (p.176)

“[...] Quando um fenomenólogo adota uma posição reflexiva, uma atitude teórica, que faz um recuo para “olhar, para observar e refletir o mundo vivido em sua cotidianidade, ele procura tornar explícita a consciência daquilo que está latente, mas sendo vivido na vida cotidiana [...]”. (p.176; 177)

“[...] O pesquisador vive a sua vida cotidiana embora esteja voltado para o vivido de seus clientes. Ele se volta para a sua clientela com suas suposições, com seus pré-conceitos, etc [...]”. (p.177)

“[...] Por subjetivo se deve compreender a análise que leva em consideração os sujeitos da relação assistente social-clientela – enquanto igualmente interessados em compreender o significado essencial de uma estrutura do vivido que se fez fenômeno [...]”. (p.177)

“A intencionalidade é o tema capital da fenomenologia. Husserl chamou de intencionalidade a propriedade que têm os vividos de serem “consciência de alguma coisa”. (p.177)

“[...] A intencionalidade engloba os vividos, na sua classificação geral, em vividos cognitivos ou teóricos, vividos afetivos e vividos práticos [...]”. (p.178)

“[...] Os vividos intencionais são informados de significação pela consciência. Husserl esclarece que os fenômenos de “significação” e” expressão” são correlativos [...].(p.178)

“[...] Através do ato de significar passa-se à expressão de uma experiência intencional, em que de algum modo um objeto foi intencionado [...]”. (p.178)

“Para a fenomenologia é necessário compreender que os fenômenos sociais são constituídos intersubjetivamente por sujeitos que estão numa interação significativa. Os fenômenos sociais não são uma abstração em relação aos sujeitos que vivem estes fenômenos.” (p.178)

“[...] A fenomenologia se inicia por um deslocamento da consciência imediata para surgir e se iniciar a reflexão. Assim a consciência não é inicialmente consciência de si; ela é irrefletida antes de se tornar reflexão [...]”. (p.178; 179)

“Os fatos humanos são exemplos de realidades que não podemos apreender em sua totalidade de uma só vez. Assim, por exemplo, um gesto, uma palavra revelam a personalidade de alguém, mas não a totalidade absoluta da sua personalidade.”(p.179)

“[...] Por isto não podemos compreender a totalidade a não ser sob a forma de perspectivas, embora ou talvez porque estejamos enlaçados nela. Por sua vez a experiência da realidade não é a mesma para todo mundo [...]”. (p.179)

“[...] Por isto, falar da experiência do real significa falar que a experiência se dá numa história pessoal, numa história vivida singularmente mas que tem uma estrutura essencial[...]”.(p.180)

“[...] A historicidade a que acabamos de nos referir nos faz passar ao mundo da liberdade situada. Pela liberdade situada percebo que sou presença ao mundo, presença aos outros, presença ao meu passado, á minha história e á minha cultura [...]”. (p.180)

“[...] Pela minha presença aos outros se dá a gênese e a significação do encontro enquanto acontecimento humano. Conscientemente ou não, o homem assume em cada encontro um papel que ele desempenhará [...]”. (p.180)

“[...] O encontro se dá entre seres em situação, entre pessoas engajadas, numa relação de uma existência com outra existência. Ou seja, é expressão de uma dupla intencionalidade. No encontro sempre se dá e se recebe [...]”. (p.180)

“[...] A possibilidade do encontro humano se funda, finalmente, sobre a presença do homem que por seu corpo e no seu corpo se comunica expressivamente com alguém [...]”. (p.181)

“[...] Não encontro humano sem relação afetiva. Para haver encontro é preciso haver presença. Está se dá sob diversas formas [...]”. (p.181)

“[...] Dizemos, então, que Deus, o homem, a verdade podem se tornar presentes para uma consciência. Em nossa experiência vivida dá-se o nosso encontro com Deus, com o homem, com a verdade, etc [...]”. (p.181)