EPISTEMOLOGIA DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA

Por Cristiano Gomes Lopes | 20/09/2010 | História

EPISTEMOLOGIA DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA: A PRESENÇA DE MODELOS TEÓRICOS NOS LIVROS DIDÁTICOS PARA O ENSINO MÉDIO

A laboração deste trabalho tem como objetivos: Analisar e compreender as várias escolas, correntes, teorias e tendências de pensamento que influenciaram e influenciam a formação do pensamento histórico e geográfico, bem como as contribuições das mesmas no processo de construção epistemológica dessas disciplinas; Proporcionar meios de identificação dessas correntes de pensamento em livros didáticos do ensino médio.
O domínio e o entendimento da epistemologia da História e da Geografia ampliam a gama de conhecimentos necessários para formação latu sensu oferecida por este curso enriquecendo ainda mais a visão e o entendimento sobre disciplinas tão fascinantes como História e Geografia.
Para a composição deste trabalho serão utilizados estudos e pesquisas bibliográficas recomendadas pelos autores dos livros que estruturam as disciplinas de Fundamentos Epistemológicos da História e da Geografia, além de pesquisas na internet, onde depois de feito todo esse estudo, será analisado um livro didático de História e outro de Geografia para identificar as possíveis correntes de pensamento histórico e geográficos intrínsecos nos mesmos.
Serão abordadas as correntes positivistas, marxistas e pós-modernistas e suas respectivas contribuições e influencias na formação e manutenção do pensamento histórico e geográfico, apontando seus idealizadores e discípulos mostrando como os mesmos ajudaram a construir todo o legado de métodos e praticas voltadas a aplicação e construção dos saberes epistemológicos da História e da Geografia as tornando Ciências interativas e interdisciplinares.
Iniciaremos o trabalho mostrando o processo de constituição da História e da Geografia como ciência e como disciplina escolar, buscando caracterizar as principais correntes teórico-metodológicas em Historia e Geografia a partir do século XIX, elaborando um quadro comparativo elucidando as características das correntes positivistas, marxistas e pós-modernistas, explicitando seus referenciais teóricos e metodológicos. Em seguida serão expostas as discussões e analises dos livros didáticos, explicando quais as vertentes teórico-metodológicas foram adotadas.


2. FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA HISTÓRIA

2.1. Processo de constituição da História como ciência e como disciplina escolar.

Segundo Vasconcelos (2009, p. ?) "Identificar e comentar os fundamentos epistemológicos da História significa, em primeiro lugar, situar a História no campo das ciências, de modo que possamos entender a especificidade da ciência histórica."
Para tanto devemos mergulhar nas transformações históricas ocorridas para a modelagem dessa ciência histórica. Na antiguidade e no período medieval houve o predomínio da visão quantitativa de ciência e do principio aristotélico de lugar natural, sendo que esses pressupostos foram enfraquecidos pela nova mentalidade da Idade Moderna, onde os princípios de Galileu e Nilton conquistavam espaço com sua nova mentalidade científica embasada no empirismo que afirmava que o conhecimento se dá através do objeto, e somente dele, por meio da experiência; e no racionalismo que defendia a idéia de que o conhecimento só era atingido através do sujeito e somente dele, na identidade da consciência consigo mesma. Posteriormente Immanuel Kant por meio de seu pensamento sintetiza essas duas vertentes mostrando que o conhecimento provem da ação combinada desses dois elementos e não da manifestação isolada de um desses elementos.
O pensamento Kantiano deu base pra várias correntes históricas e geográficas onde as referencias de suas idéias seja na critica ou na construção deram origem as correntes como o Positivismo, Materialismo Dialético, Fenomenologia e ao Pós-Modernismo. Essas correntes serão sucintamente abordadas a seguir dando ênfase nas contribuições das mesmas na formação da História e da Geografia como Ciências e Disciplinas escolares.

2.2. O positivismo na história.

Essa corrente filosófica surge no em meados do século XIX com o intuito de tornar a História uma ciência com moldes de ciência natural atendendo aos mesmos critérios de cientificidade estabelecendo leis gerais para os fenômenos estudados através da analise de observações e experimentações.
Partindo do ponto de vista epistemológico e conforme Vasconcelos (2009), identifica-se que a característica mais marcante de dessa corrente é a oposição ao "idealismo" defendendo a experiência imediata e sensível em detrimento da "representação" e do "eu transcendental" do idealismo, sendo que tanto o positivismo como e o idealismo são versões pós-kantianas do racionalismo e do empirismo.
Os positivistas crêem que o conhecimento se explica por si mesmo, necessitando apenas seu estudioso recuperá-lo e colocá-lo à mostra. Não foram poucos os que seguiram a corrente positivista: Auguste Comte, na Filosofia; Émile Durkheim, na Sociologia; Fustel de Coulanges, na História, entre outros, contribuíram para fazer do Positivismo e da cientifização do saber um posicionamento poderoso no século XIX.
Mesmo notando que o positivismo não se adéqua ao estudo da história, podemos destacar a escola historista fundada no século XIX pelo alemão Leopold Von Ranke que apresentava resultados objetivos e imparciais no sentido que suas contribuições renderam bons frutos no que se refere a critica das fontes, no entanto, ainda não se concretiza como uma vertente que atenda as novas necessidades da realidade histórica vigente, sendo suprimida e criticada pela "Escola dos Annales" abordada nas linhas a seguir.

2.3. A escola dos Annales.

A escola dos Annales advém dos organizadores da Revista francesa chamada de Annales d?Histoire Économique et Sociale , fundada por Marc Bloch e Lucien Febvre, representantes da sua primeira fase, surge erguendo-se contra a dominação da Escola Positivista.

Erguendo-se contra a dominação da Escola Positivista, uma nova tendência da historiografia francesa exprime-se bastante discretamente em ?A Revista de Síntese? durante os anos 1920, mais francamente na ?Revista Les Annales? durante os anos 1930. (MARTIN, 2000, p. 119)

Conforme sucinta Vasconcelos (2009) os historiadores dos Annales criticavam a visão positivista em três pontos fundamentais, a história narrativa, a história parcial e a História como disciplina autônoma, defendendo princípios antagônicos respectivamente, história problematizante, história total e a História como uma disciplina interdisciplinar.
Aqui reside o conceito de "História de Longa Duração". Segundo Braudel, a história situa-se em três escalões: a superfície, uma história dos acontecimentos que se insere no tempo curto (concepção positivista); a meia encosta, uma história conjuntural, que segue um ritmo mais lento; em profundidade, uma história estrutural de longa duração, que põe em causa os séculos. Nesse sentido, a nouvelle histoire, isto é, a história sob a influência das ciências sociais realizou uma revolução epistemológica quanto ao conceito de tempo histórico. O Tempo histórico novo, e nisso parece haver uma maior unanimidade entre os membros do grupo, rejeita a hipótese do progresso, pois essa idéia implicaria a apreensão da história como a realização de certos valores.
"Os documentos se referem à vida cotidiana das massas anônimas, à sua vida produtiva, à sua vida comercial, ao seu consumo, às suas crenças, às suas diversas formas de vida social." (REIS, 1994, p. 126) Portanto, a nova história privilegia a documentação massiva e involuntária em relação aos documentos voluntários e oficiais. Nesse sentido, os documentos são arqueológicos, pictográficos, iconográficos, fotográficos, cinematográficos, numéricos, orais, enfim, de todo tipo. Todos os meios são tentados para vencer as lacunas e silêncios das fontes, mesmo, e não sem risco, os considerados como antiobjetivos.
"O homem razoável adapta-se ao meio; o homem insensato tenta adaptar o meio; essa é uma razão porque todos os progressos são obras de imbecis." (FEBVRE, 1989, p. 22)

2.4 O materialismo dialético e História.

Essa corrente filosófica é fundamentada nas idéias de dois grandes pensadores socialistas alemães do século XIX, Karl Max e Friedrich Engels. Defendiam uma mudança substancial da sociedade através da luta de classes, sendo que só assim o capitalismo e suas mazelas seriam suprimidos e em seu lugar se instalaria uma sociedade sem classes.
O materialismo histórico estende os princípios do materialismo dialético ao estudo da vida social, aplica estes princípios aos fenômenos da vida social, ao estudo da história da sociedade.
Uma das maiores contribuições epistemológicas do materialismo dialético a História foi a concepção de ideologia como uma falsa consciência, onde uma classe dominada e alienada, tem uma visão distorcida da realidade, favorecendo a classe opressora. Outra contribuição de Marx para a história e que segundo sua concepção histórica o que determina todos os aspectos da vida social são as condições materiais e a estrutura econômica.
Nesse sentido a história passaria a ser entendida por meio do estudo das questões econômicas e suas influencias nas transformações históricas através das lutas de classe onde ele dividiria a História em modos de produção. Seus discípulos posteriormente acolheriam os elementos culturais como bojo em suas analises das sociedades do passado.


2.5 A fenomenologia e História.

Na primeira metade do século XIX surge no cenário da epistemologia histórica uma corrente denominada fenomenologia, fundada por outro pensador alemão chamado de Edmund Husserl, onde segundo Vasconcelos (2009) suas idéias se fundamentam na oposição ao psicologismo, uma corrente que negava a possibilidade do conhecimento objetivo, argumentando que os atos mentais, nos quais o conhecimento se dá, são sempre subjetivos. Portanto, para esse pensador alemão, o ato de conhecimento é prioritariamente individual e subjetivo.
Essa vertente filosófica contou ainda com a participação de outros pensadores como Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty.
A Fenomenologia da sua contribuição para a História no que se refere à problematização do tempo histórico, tendo nesse sentido maior destaque o pensamento de Heidegger que situa a existência humana na historicidade.




2.6 Pós-Modernismo e história.

No termino do século XIX os elos de ligação entre a Historia e ciências como sociologia, economia, psicologia antropologia, demografia e outras tantas ciências, fez como que essa trans e interdisciplinaridade gerasse o enriquecimento da disciplina História.
Contudo, conforme os escritos de Vasconcelos (2009) a literatura tem ganhado uma atenção especial, pois a interferência dela está cada vez mais presente na história, gerando polemicas e debates sobre uma possível "ameaça" a identidade profissional do historiador.
Assim o Pós-Modernismo encara o retorna da narrativa como algo plausível e necessário e que os historiadores não tem como deixar de usas recursos literários para a narração por eles feita, tornando-a mais atrativa. Os Representantes mais expressivos dessa corrente foram Haydem White, Dominick LaCapra e Paul Ricoeur, que através de seus trabalhos, desenvolvem uma critica e um questionamento sobre os pressupostos epistemológicos da história desenvolvidos anteriormente.

3. FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS DA GEOGRAFIA

3.1 A geografia tradicional.

Baseado no que discerne Diniz Filho (2009), a Geografia Tradicional se divide em três vertentes que se expressam no determinismo ambiental, o possibilismo e a abordagem que considera a diferenciação de áreas. O pressuposto básico dessa Corrente é a idéia de que a geografia era classificada como uma ciência de síntese, ou ciência de contato entre as disciplinas que estudam a natureza e as sociedades. O autor também expõe que os temas de pesquisas principais da geografia tradicional eram as relações homem-natureza, a distribuição dos elementos físicos e humanos na superfície da Terra e as formas de integração entre esses elementos.
Assim sendo, cada uma dessas vertentes acima citadas, constituía uma proposta diferente de realização da síntese geográfica, mas aquela que acaba por predominar na primeira metade do século XX foi aquela que privilegia o estudo regional, mas especificamente em sua versão possibilista. A escala regional passou a ser vista como aquela em que melhor se realiza a síntese geográfica, principalmente devido à dificuldade de se estabelecer leis gerais pelo estudo da relação homem-meio.

3.2 O positivismo lógico ou Neopositivismo.

Baseado em Diniz Filho (2009), diante à descrença e crise que circundava o positivismo clássico, o neopositivismo surge entre as décadas de 1920 e 1930, passando a se tornar efetivamente influente somente a partir dos anos 1950, onde as ciências sociais como a geografia foram afetadas por seus pressupostos. Diante desse contexto, surgiu a geografia quantitativa, que tem como base a substituição do estudo das relações homem-natureza materializada na paisagem pela sugestão de que o objeto da geografia é a organização espacial, ou seja, os padrões de distribuição dos elementos físicos e humanos na superfície terrestre e as relações espaciais.
Assim, Lencioni (1999) afirma que o ponto de vista do positivismo lógico percebe que deve existir clareza nos resultados de qualquer investigação, tendo de ser notória a afirmação da ocorrência de fatos empíricos, onde também se deve buscar uma linguagem comum a todas as ciências, escolhendo a matemática como linguagem comum, onde o rigor cientifico será expresso através da lógica.

3.3 Geografia Crítica.

Com o intuito de promover uma critica radical ao capitalismo, alguns geógrafos objetivaram e produziram uma a Geografia Critica, onde segundo Diniz Filho (2009), os adeptos desse modelo geográfico defendem um conjunto de pressupostos afinados com esse objetivo, destacando ai a tese de que as mazelas socioespaciais e ambientais da época presente são inerentes ao desenvolvimento do capitalismo; a visão de que a geografia se diferencia das outras ciências da sociedade justamente por analisar o espaço social e as formas de apropriação da natureza; e a aversão ao princípio da neutralidade do método, em nome de uma ciência que se sugere libertadora.
Citando Lencioni (1999), nota-se que essa corrente incorpora o marxismo à Geografia elegendo algumas análises geográficas tornando-as centrais, como no caso do modo de produção capitalista, as relações sociais de produção, o desenvolvimento das forças produtivas e a ênfase dada à história.

3.4 A perspectiva humanista em Geografia.

Para Lencioni (2009), essa abordagem geográfica significou um novo trilhar da Geografia, fazendo com que o espaço deixasse de ser a referência central devido a sua dimensão abstrata. Onde o espaço vivido, aquele que é edificado socialmente a partir da percepção das pessoas, passaria a ser a referencia mais importante a ser seguida. Mais do que isso, espaço vivido pode também ser entendido como aquele interpretado pelos indivíduos e revelador das práticas sociais.
E segundo Diniz Filho (2009), essa corrente é a tendência do pensamento geográfico que estuda as experiências de indivíduos e grupos em relação ao espaço com o escopo de compreender seus comportamentos e valores. Esse modelo geográfico procura servir como ferramenta de autoconhecimento para o homem, sendo que o subsídio da Geografia nesse empreendimento está nos conhecimentos que oferece acerca dos numerosos tipos de percepção, atitudes e valores relativos ao espaço e à natureza.

3.5 a perspectiva pós-modernista

Mediante as palavras de Diniz Filho (2009), o pós-modernismo utiliza as contribuições de varias correntes geográficas e não se constitui efetivamente uma corrente geográfica definida ou uma escola de pensamento cientifico, mediante ao seu ecletismo, sendo que ela tece uma critica alguns pontos do marxismo e do positivismo. E ainda conforme o autor anteriormente citado, as epistemologias classificáveis como pós-modernas se apresentam o foco de suas críticas é justamente a racionalidade do modelo normativo de ciência, que coloca a possibilidade de estabelecer teorias objetivas expressas numa linguagem lógica (matemática ou discursiva) e a partir da aplicação de métodos austeros.
Diniz Filho (2009), afirma que o pós-modernismo não utiliza conceitos científicos operacionalizáveis para o estudo de objetos precisos, mas sim procedimentos que indicam certas percepções fundamentais que regulam as reflexões e condutas intelectuais, políticas, morais e estéticas.
Já Lencioni (1999), lança a idéia de que os pós-modernistas se caracterizam por um profundo ecletismo, onde o conhecimento é produzido através da utilização da mistura das várias correntes do pensamento.

4. A IDENTIFICAÇÃO DE MODELOS HISTÓRICOS E GEOGRÁFICOS NOS LIVROS DIDÁTICOS.

Ao analisar epistemologicamente os livros didáticos para perceber quais vertentes ou correntes eles adotam, é necessário ter conhecimento de como essas vertentes ou correntes se manifestam. Segundo Alain Choppin (1993. P. 19) Os livros didáticos não são apenas instrumentos pedagógicos: são também produtos de grupos sociais que procuram por intermédio deles, perpetuar suas identidades, seus valores, suas tradições e suas culturas. Daí a preocupação de se fazer uma analise bem estruturada de cada livro.
Diante de todas as características expostas até o momento de todas as correntes e vertentes histórico-geográficas e suas contribuições para a formação das disciplinas História e Geografia, está exposto no quadro a seguir os referenciais teóricos e metodológicos do positivismo, marxismo e pós-modernismo.

Tabela 1 ? Referenciais teóricos e metodológicos de História e Geografia.
HISTÓRIA GEOGRAFIA


POSITIVISMO Imannuel Kant, Augusto Comte e Leopold Von Ranke, Defendem a cientifização da história através de formulações de leis naturais e a neutralidade do historiador diante dos fatos históricos.
Ratzel, La Blache desenvolveram teorias que foram consideradas deterministas e possibilistas, respectivamente. Já Hettner e Hartshorne falam de diferenciação de áreas.

MARXISMO As idéias de Marx e Engels influenciaram a História a partir do momento em que coloca a base econômica como motor dos fatos históricos exaltando a luta de classes. Esse modelo tem por base o materialismo histórico-dialético e coloca a criação do espaço como produto das relações capitalistas de produção representadas no modo de produção capitalista.

PÓS-MODERNISMO Linda Orr, White, Ricoueur e LaCapra colocam o discurso histórico como literários e elaborados de forma narrativa. Esse modelo se caracteriza pelo ecletismo de seus seguidores, sendo que, seu principal expoente é Milton Santos.
Fonte: adaptado com base em Vasconcelos (2009) e Diniz Filho (2009).

4.1 Modelos(s) percebidos(s) em um manual didático de História.

O livro didático analisado foi "História, texto e contexto: volume único", do autor Roberto Catelli Junior, produzido pela editora scipione no ano de 2007 e destinado para as três séries do ensino médio. Nesse livro pode se perceber seu conceito explicativo e problematizador (característica dos Annales) embasado de conteúdos significativos para os alunos, onde sua abordagem temática abandona a cronologia exagerada dos livros ditos "tradicionais" em favor da contextualização de vários eixos temáticos que ligam vários fatos históricos em lugares e tempos diferentes. Alem da tendência dos Annales, nota-se também a fenomenologia através das idas e vindas do passado a atualidade mediante a contextualização dos fatos históricos, bem como ainda observa-se seu potencial interdisciplinar e o uso de vários textos dissertativos que buscam a interpretação apurada dos alunos, mais valoriza a importância das demais fontes históricas
.
4.2 Modelos(s) percebidos(s) em um manual didático de Geografia.

O manual de Geografia analisado foi "Geografia: espaço e vivência" de Levon Boligian e Andressa Alves, produzidos como volume único para ser utilizado nas três séries do ensino médio pela editora atual no ano de 2004. Diante a analise deste livro pode-se constatar que o mesmo revela principalmente a corrente humanista onde a referencia do espaço vivido é notória até mesmo pelo titulo do livro, sendo que se aprofundando na analise, percebe-se que a sociedade através de seus indivíduos e da coletividade produzem seu espaço.









5. NOTAS CONCLUSIVAS


O trabalho até aqui exposto, buscou apresentar as principais vertentes e correntes do pensamento histórico e geográfico bem como a História e a Geografia tomaram estatus de ciência e disciplina escolar. Ao passar por tosa essas correntes e vertentes como o Positivismo, a Escola dos Annales, o Materialismo Dialético, a Fenomenologia e o Pós-Modernismo na Historia e o modelo Positivista (tradicional), o Neopositivismo (teorética quantitativa ou nova geografia), a crítica ou radical (marxista), a da percepção (humanista de cunho filosófico fenomenológico) e o modelo conhecido como pós-modernismo (marcada pelo ecletismo).
Diante disso foi feito um breve estudo e posterior analise dos modelos teóricos contidos nos livros didáticos de História e geografia, onde se pode identificar o modelo dos Annales e a Fenomenologia no livro de historia, já no manual de Geografia percebe-se a vertente humanista que prima pela análise espacial tendo como referência o espaço vivido, ou seja, aquele que é edificado socialmente a partir da percepção das pessoas.
Diante desse contexto espero ter alcançado os objetivos deste trabalho que era aprofundar os conhecimentos sobre as principais correntes do pensamento nas disciplinas de História e Geografia se tornando apto a identificar tais correntes e vertentes nos manuais didáticos para o ensino médio.
6. BIBLIOGAFIA CONSULTADA

CATELLI JUNIOR, Roberto. História: texto e contexto. Vol. Único: ensino médio. São Paulo: Sipine. 2007.
BITTENCURT, Circi. Livros didáticos: Entre textos e imagens. In: O Saber histórico na sala de aula/Circe Bittncurt (org.). São Paulo: Contexto, 1998: 68-69
BOURDÉ, Guy; MARTIN, Hervé. As Escolas Históricas. Lisboa: Editora Europa-América, 2000.
BOLIGIAN, Levon; ALVES, Andressa. Geografia: espaço e vivência: volume único: ensino médio. São Paulo: Atual, 2004.
DINIZ FILHO, Luiz Lopes. Fundamentos Epistemológicos da Geografia. Curitiba: Ibpex, 2009. (Coleção metodologia do ensino de História e Geografia; v. 6).
FEBVRE, Lucien. Combates pela História. 3.ª edição, Lisboa: Editorial Presença, 1989.
LENCIONI, Sandra. Região e geografia. São Paulo: Edusp, 1999.
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova: Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. 6ª ed. São Paulo: Edusp, 2004. (Coleção Milton Santos; 2).
VASCONCELOS, José Antonio. Fundamentos Epistemológicos da História. ? Curitiba: Ibpex, 2009. (Coleção metodologia do ensino de História e Geografia; v. 5).