EDUCAÇÃO E QUALIDADE!

            Retorno do 14º Fórum Nacional da UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) que aconteceu em Mata de São João, BA, cerca de80 kmde Salvador, com o tema “o dirigente municipal de educação como sujeito da gestão educacional – novos tempos, novas jornadas”. Tenho grande prazer em participar de encontros onde se tem a oportunidade de trocar ideias e verificar as diferentes realidades educacionais de nosso país.

            Mas, acredito que existe uma pergunta que é o calcanhar de Aquiles no sistema educacional brasileiro: como e quando iremos obter a qualidade na educação em nosso país? Escrevo a este respeito, pois neste Fórum, desde o Ministro da Educação, Aluízio Mercadante até a Ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello e outras lideranças da educação foram unânimes em afirmar que é preciso avançar na qualidade de nossa educação; de fato percebe-se que há compromissos em ressaltar aspectos na educação, entretanto precisamos colocar a mão na massa e efetivar a tão propalada qualidade na educação. Mas, de que forma?

Respondo com base no que ouvi no Fórum: numa brilhante palestra o rapper e cineasta carioca MV Bill afirmou que o Brasil ainda não primou pela qualidade na educação, existe um submundo no país causado pela própria escola que além de excluir os alunos não se aproxima do povo e de suas s lideranças; ele também contou parte de sua vida na favela e disse que é uma vergonha o Congresso Nacional demorar tanto para aprovar o Plano Nacional de Educação (PNE). Aliás, este Fórum tornou-se palco de uma grande mobilização em favor do PNE, inclusive levantamos o cartaz pedindo “PNE pra Valer!”, uma vez que o texto deste Plano, em tramitação no Senado Federal, precisa ser aprimorado e não desconstruído.

A qualidade na educação vai acontecer quando os profissionais envolvidos nela forem valorizados e, neste sentido o Fórum ergueu uma bandeira que visa desvincular a folha de pagamento da educação dos ditames da Lei de Responsabilidade Fiscal, assim os salários dos servidores da educação deixariam de estar vinculados à folha de pagamento das prefeituras (no caso das redes municipais). Esta é uma questão tão séria que existem muitas prefeituras que nem conseguem contratar professores ou administrativos pelo fato do comprometimento da folha de pagamento, logo as escolas não atendem como deve a demanda de funcionários e, consequentemente a qualidade de ensino fica altamente comprometida.

Ainda sobre o Fórum, lembro de outro palestrante no Fórum foi Miguel Arroyo, da UFMG, falou de forma também brilhante sobre o direito que todos têm de uma educação de qualidade e este fator anda esquecido, principalmente quando abordamos a respeito da escola pública brasileira.

Não teremos qualidade na educação enquanto existir interesses mesquinhos, levando ao desvio da meta principal: fazer com que nosso aluno pense e possa ter, não apenas qualidade na educação, mas qualidade de vida. Não posso esquecer de afirmar que o Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é um referencial para nosso sistema de ensino, ele deve ser levado com seriedade por todos os envolvidos na educação, quem sabe com sua elevação sairemos do caos que nos encontramos.

Portanto, amigos leitores, escrever a respeito de qualidade na educação é fácil. Fazer com que ela se torne realidade é bem diferente. Fica o convite para que nos mobilizemos e façamos acontece a qualidade na educação.