Introdução

O presente trabalho tem como tema ‟ Descartes e a sua concepção sobre a natureza. O tema foi elaborado na tentativa de explicar o posicionamento de Descartes no diz respeito o funcionamento da natureza e sua formação. Em primeiro lugar Descartes apresenta os motivos, ou seja as razões fundamentais que o levaram a expor o mundo no seu discurso, uma vez que o objectivo declarado no discurso, é servir de introdução a compreensão dos ensaios científicos que se seguiram, oferecendo a propedêutica da sua filosofia a ordem metodológica geral.

O trabalho tem como objectivo geral reflectir sobre o funcionamento da natureza na visão de Descartes, e de modo particular discutir sobre o espaço imaginário, a criação do novo mundo, e a constituição do corpo humano. O trabalho é dividido em capítulos, onde no primeiro capítulo vai-se a bordar duma forma contextualizada as razões que levaram Descartes a expor o mundo no seu discurso do método. O primeiro motivo, ou seja, a primeira razão, diz respeito da sua capacidade de substituir plenamente a escolástica, fazendo ver que com os seus princípios era possível obter na física duma forma exaustiva o funcionamento da natureza. 

O segundo motivo, ou seja, a segunda razão, é difundir o conhecimento algumas redescobertas físicas e da medicina, o terceiro, estava inerente as circunstâncias históricas. No segundo capítulo fala-se obre o espaço imaginário e a criação de um novo mundo, um dos problema a ser resolvido era atitude de adotar nas discussões a respeito da física da escolástica por aqueles que chamava de doutos.

No terceiro e último capítulo, aborda-se sobre os seres viventes: homens e animais. Aqui Descartes faz a descrição dos corpos animados, animais particularmente o homem. O homem constitui a última parte do tratado mundo.

Para a elaboração desse trabalho, recorreu-se a leitura e interpretação textual, isto é, ao método hermenêutico, fazendo deste modo o uso da obra Discurso do método de Rene Descartes, e a alguns manuais; nomeadamente: Força e movimento de Luís Penduz; Introdução a Historia de Filosofia de Giovanni Reale & Dario Antiseri; Filosofia do renascimento: da investigação da antiguidade a génese da modernidade de Leonel Ribeiro dos Santos, e coadjuvado também por algumas pesquisas electrónicas.

2.DESCATRTES E A SUA CONCEPCAO SOBRE ANATUREZA.

Em primeira instância, vai-se salientar as principais razões que levaram Descartes a expor o mundo no discurso, uma vez que o objectivo declarado no discurso, é servir de introdução a compreensão dos Ensaios científicos que se seguiram, oferecendo a propedêutica filosofia de ordem metodológica geral. O primeiro motivo é o desejo de descartes de mostrar a completude de sua filosofia e, ainda mais sua capacidade de substituir plenamente a escolástica, fazendo ver que de seus princípios filosóficos, era possível obter a física duma forma exaustiva o funcionamento da natureza.

O Segundo motivo, é difundir os conhecimentos de alguma descoberta da física e da medicina; o terceiro motivo estava inerentes as circunstâncias históricas e é em parte declarado por Descartes. Ele escreve entre 1930 1933, o mundo ou tratado da luz. No qual empunha seu sistema de física mecanicista. Nele a matéria, da qual, precisamente, é composto mundo sensível, é reduzida a extensão, o vácuo é impossível e o movimento dos corpos celestes é explicado exclusivamente, àquelas que inicialmente Deus imprimiu a matéria.

Descartes que estava preste a publicar O mundo, abandona o projecto e escreve ao amigo Mersene o seguinte: ‟O movimento da terra é falso, como também falsos os fundamentos da minha filosofia, porque isso se demonstra com evidência por intermédio desses últimosˮ (DESCATES, 2002: 50). De facto os movimentos da terra derivavam da circulação da matéria dos vórtices, e negar que a terra se movia implicava negar o movimento dos vórtices, e anular as leis da matéria e que constituíam o cerne da física cartesiana.

Para Descartes, sempre ficou claro que a sua especulação metafísica, física, geometria, descrição do copo humano, ou entraria inteira, ou desmoronava inteira. Foi uma escolha determinada por sua vontade de não chorar as hierarquias, mas ele viu no Discurso uma oportunidade de tornar conhecida, as linhas que a aquela sua física derivava.

Em suma, Descartes em ter por objectivo a sua física, escolhe a melhor estratégia para que isso ocorra, expondo-a tanto quando era necessário para ser conhecida mas não tão a fundo, a ponto de suscitar reacções perigosas. Assim contextualizada, a escolha de dedicar a ela uma parte de discurso só é mais sensata. 

3.O espaço imaginário e criação do novo mundo

Em Descartes havia uma necessidade de enfrentar o posicionamento táctico: um dos problemas a ser resolvidos era a atitude adoptar nas discussões a respeito da física da escolástica, defendida por aqueles que chamava de doutos.

Ele confrontaria com aquela física, de modo direito, mas isso implicaria talvez uma disputa infinita. Deixar esse todo mundo com suas disputas e falar apenas daquilo que ocorreria em um novo mundo, se Deus criasse agora de alguma parte, nos espaços imaginários, material suficiente para compô-lo (…) a física escolástica esta enredada em discussões e introduz princípios e conceitos, tais como o de forma e qualidade, cujo conhecimento não é tão natural as nossas almas. (DESCARTES apud REALE, 2004: 551) Em outras palavras, o que Descartes propõe, é o abandono da física obscura e questionada e escolher outra que tenha o seu único principio, as a perfeições infinitas de Deus, e partir da qual, com raciocínios claros e inteligíveis, faça a descrição de todo o mundo físico.

Conhecer verdadeiramente alguma coisa, significa estar em condições de construi-la, pondo-se no ponto de vista do criador, ou do projetista. Neste contexto o leitor é orientado por Descartes aos espaços imaginários, no momento em que deus cria o mundo. Com o cogito representava e exprimia a revolução o cartesiana na metafísica, pondo o sujeito no centro de especulação, e nele encontrando os critérios de pensamentos, assim também o facto de colocar-se no ponto de vista de Deus no momento da criação é o fulcro da revolução cartesiana na física.

Deus criou a natureza, colocou-a em estado de caos, (…) impôs leis a esse caos, leis que vemos actuar na natureza (…) a matéria em função das leis, devia dispor-se e organizar-se de maneira tal, que se tornasse semelhante a nossos céus e delas produzir a terra, o sol e as estrelas (DESCARTES apud DOS SANTOS, 2008: 34). Com esta citação esta evidente que em Descartes a natureza foi criada pelo Deus, mas em estado de caos, e colocando nela algumas leis que permite o funcionamento da mesma. Descartes salienta que é opinião comumente a ceitar entre os teólogos, atribuição a deus da potência mesma, seja para criar o mundo, seja para conserva-lo. 

4.Os seres viventes: homens e animais

Descartes chega a descrição dos corpos animados, os animais particularmente o homem. O homem constituía a última parte do tratado mundo. Sua intenção é de fazer puramente relatos materiais dos seres animados, mas faz uma admissão muito interessante do ponto de vista epistemológico.

Descartes confessa a primeira fraqueza da sua física, a medida que não conseguiu explicar de que modos se formaram os homens e os animais a partir das causas que os produziriam; isto é, não soube captar o inventio, o momento causal, poético, a partir do qual se produziu o efeito do corpo animado. ‟Mas, uma vez que ainda não tinha conhecido suficiente para falar deles no mesmo estilo que do resto, isto é, demonstrando os efeitos pelas causas e fazendo ver de quais sementes e que maneira a natureza deve produzi-los, contentei-me em supor que Deus formasse o corpo de um homemˮ (DESCRTES, 2002: 54).

Descartes apresenta a fraqueza da sua física como momentânea, quando diz: ainda não tinha conhecimento suficiente dela e sugere que no futuro a lacuna possa ser preenchida. E continua a ser interessante o conhecimento do vazio explicativo, a medida que confirma, o intento cartesiano de derivar das leis impressas na matéria, tudo aquilo que para ele constitui um mundo físico. Descarte finalmente faz uma advertência dirigida aos seus seguidores, mas exactamente especificados como posteros.

Não a creditem jamais que as coisas que lhe forem ditas provem de mim, senão as tiver divulgados eu mesmo (…) se existisse no mundo alguma obra que não possa ser ta bem acabada por nenhum outro ser pelo mesmo que começou é a aquele em que trabalho (…) as matérias porém, não estão sujeitas a muitas controvérsias, finalmente, por que dizem respeito a questões que podem ser enfrentadas se ter de declarar sobre meus princípios mais do que deseja (DESCARTES apud PENDUZI, 2008: 112). Descartes não quer correr arisco de que o seu pensamento venha a ser deturpado e falsificado, como lembra ele a aconteceu com tantos filósofos antigos, ou que seja definitivamente atribuída a solução de dificuldades sobre as quais nada disse e nas quais possivelmente nunca pensou. 

Conclusão

Pode-se concluir que o movimento da terra derivava da circulação da matéria dos vórtices, e negar que a terra se movia implicaria negar o movimento dos vórtices e anular as leis da matéria que constituía o cerne da física cartesiana. O objectivo do autor é de apresentar a sua física, e escolhe a melhor estratégia para que isso ocorra, expondo-a tanto quanto era necessário mas não tão afundo, aponto de suscitar reacções perigosas, assim concluída, a escolha de dedicar a ela uma parte de discurso só é mais sensata. 

Bibliografia

DESCARTES, Rene. Discurso do método. S/d., Paulus, São Paulo, 2002.

REALE, Giovani & ANTISERI, Dario. História da filosofia. S/d., São Paulo, 1990.

DOS SANTOS, Ribeiro. Filosofia do renascimento: da investigação da antiguidade a génese da modernidade. S/d., Floirianospolis, são Paulo, 2013.

PENDUZI, Luís. Foça e movimento. S/d., Florianopolis, Lisboa, 2008.