DA LEITURA Á LITERATURA: UM UNIVERSO DE POSSIBILIDADES Juliana Garcia Chaves RESUMO Esta pesquisa tem como propósito mostrar a importância da leitura e sua contribuição na formação de leitores, busca- se evidenciar leitura e literatura no processo de formação intelectual e o papel que ela exerce na constituição do ser em formação. Tendo como referencial teórico o autor Roger Chartier, que está ligado principalmente à História Cultural, será feita uma abordagem sobre os processos de leitura e as reflexões acerca da literatura e também sobre o papel destas na escola, como estratégia para a formação de leitores críticos. Procurando entender como o educador incentiva a prática da leitura literária em sala de aula e como se dá esse processo, tendo como objetivo acrescentar e somar na contribuição do processo de formação do leitor. Evidenciando assim, que na escola o educando tem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos, não somente na área literária, mas também de saber relacionar-se com o outro e adquirir conhecimento de mundo. Palavras-chave: leitura, literatura, escola, formação de leitores. ABSTRACT This research aims to show the importance of reading and its contribution in the formation of readers will get to show reading and literature in the intellectual formation process and the role it plays in the constitution of the training. The theoretical reference the author Roger Chartier, which is linked mainly to cultural history, an approach will be made on the processes of reading and reflections on literature and on their role in school as a strategy for the formation of critical readers. Seeking to understand how the educator encourages the practice of literary reading in the classroom and how this process takes place, aiming to add and add in the player of the training process contribution. Showing thus that in school the student has the opportunity to expand their knowledge, not only in the literary field, but also to learn to relate to each other and acquire knowledge of the world. Keywords: reading, literature, school, forming readers INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo elencar a importância da leitura e sua contribuição na formação de leitores, busca- se evidenciar leitura e literatura no processo de formação intelectual. Será abordada a leitura, pois entende- se que não há conhecimento científico sem a mesma e, é evidente o papel que ela exerce na constituição do ser em formação. Para discorrer a respeito dos temas leitura e literatura, farei uma abordagem sobre os processos de leitura e as reflexões acerca da literatura e também sobre o papel destas na escola, como estratégia para a formação de leitores críticos. Procurando entender como o educador incentiva a prática da leitura literária em sala de aula e como se dá esse processo, pois, quando a criança inicia a trajetória na escola, traz consigo conhecimentos prévios do mundo em que vive. Evidenciando assim, que na escola o educando tem a oportunidade de ampliar seus conhecimentos, não somente na área literária, mas também de saber relacionar-se com o outro e adquirir conhecimento de mundo. A pesquisa é de cunho bibliográfico e indutivo, tendo como objetivo acrescentar e somar na contribuição do processo de formação do leitor. Deste modo, a literatura acarreta para si certa responsabilidade construtora ao abordar temas que sempre trazem consigo alguns aspectos e lições que buscam ensinar e preparar o leitor para o seu futuro. A LEITURA CONSTITUINTE E IMPORTANTE NA FORMAÇÃO DE LEITORES Salienta- se a importância da literatura ao abordar a leitura, pois ambas fazem parte de todo processo de aprendizagem, desde a alfabetização até a fase mais complexa do ser em formação, como argumenta Maria Helena Martins: Trata-se, pois de um aprendizado mais natural do que se pensa, mas tão exigente e complexo como a própria vida. Fragmentado e, ao mesmo tempo, constante como nossas experiências de confronto com nós mesmos e com o mundo. (MARTINS, 1994, p.12). O processo de leitura, como cita a autora é natural, porém, exige desempenho e dedicação, é complexo, pois o ato de ler também nos proporciona conhecimentos e a leitura do mundo em que vivemos de tudo que nos cerca. Segundo Martins (1994, p.15), “Certamente aprendemos a ler a partir do nosso contexto pessoal. E temos que valorizá-lo para poder ir além dele”. Partindo desse princípio, ler é de extrema importância, pois é por meio deste ato que damos vida à literatura. Os diversificados gêneros mostram como tudo evolui e nos permitem inferir que para cada público há uma literatura. Percebemos que a leitura nos proporciona uma capacidade maior para nos expressarmos de maneira crítica sobre determinados assuntos, ela nos capacita para interpretações não só literárias, mas também como visão de mundo. Conforme Paulo Freire (2000, p.20), “[...] a leitura de mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”. Tendo como base a leitura abordamos a mesma na formação intelectual, na sua realização por meio da interpretação e da escrita, como se dá esse processo, leitura, escrita, interpretação e formação intelectual. Segundo Vicent Jouve, “A leitura, de fato, longe de ser uma recepção passiva, apresenta-se como uma interação produtiva entre o texto e o leitor” (JOUVE, 2002, p. 61). Ao ler, o leitor se transporta para o texto no qual o ato de ler não é passivo, pois há uma interação ao fazer uma interpretação do que se lê. Para Jouve (p.123), “Se a leitura é uma experiência, é porque, de um modo ou de outro, o texto age sobre o leitor”. Conforme aborda o autor, ao ler adquirimos experiências, e sofremos influências do texto em nossas vidas e, muitas vezes, transferimo-nos para dentro da leitura através da imaginação, ou até nos identificamos com a personagem. Assim as experiências vivenciadas por nós têm muitas fases, isso porque a leitura também passa por processos, pois, para ser possível compreender e interpretar um texto mobilizamos vários fatores, como relata Vicent Jouve. O primeiro é o processo neurofisiológico no qual o aparelho visual é a peça fundamental, pois sem a visão não seria possível a identificação dos signos, porque é através do aparelho visual que é permitido as funcionalidades do cérebro. “Ler é, anteriormente a qualquer análise do conteúdo, uma operação de percepção, de identificação e de memorização dos signos.” (JOUVE, 2002, p.17). O segundo é o processo cognitivo, no qual, o leitor tem conhecimentos adquiridos como conhecimento de mundo ou até mesmo conhecimento prévio de alguns temas, e isso facilita a compreensão do texto lido. “Depois que o leitor percebe e decifra os signos, ele tenta entender do que se trata”.( p.18). O terceiro é o processo afetivo que permite o leitor se aproximar do texto e é essencial na leitura. “O charme da leitura provém em grande parte das emoções que ela suscita”. (p.19). O quarto é processo argumentativo. Nesse processo o leitor pode relacionar as suas ideias ao texto, ou ser interpelado pelas ideias do autor. “Qualquer que seja o tipo de texto, o leitor de forma mais ou menos nítida, é sempre interpelado.” (p.22). O quinto e último processo é o simbólico: “O sentido que se tira da leitura (reagindo da história, dos argumentos propostos, do jogo entre ponto de vista) vai se instalar imediatamente no contexto cultural onde cada leitor evolui” (p.22). Assim para que seja possível compreender a importância da leitura, precisamos entender os processos, acima e, no momento em que chegam tantas informações e as relacionamos umas com as outras, isso nos possibilita a interpretação conforme nosso conhecimento prévio e conhecimento de mundo. Paulo Freire aborda a importância da leitura e o porquê do ato de ler. “[...] a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura do mundo, mas por certa forma de “escrevê-lo” ou “reescrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente.” (2000, p.20) Entendemos que a leitura é precisa e importante para obtenção de conhecimento”. Para Bamberger: A leitura foi outrora considerada simplesmente um meio de receber uma mensagem importante. Hoje em dia, porém, a pesquisa nesse campo definiu o ato de ler, em si mesmo, como um processo mental de vários níveis, que muito contribui para o desenvolvimento do intelecto. (2006, p.10). Ao lermos, nos desenvolvemos, nos tornamos mais criativos, e críticos segundo Bamberger (2006. p, 12) “Todo ser humano pode ser ajudado pelo livro a se desenvolver pela sua maneira, pode aumentar sua capacidade crítica e aprender a fazer escolha entre a massa da produção geral dos meios de comunicação”. Assim, entendemos que os meios de comunicação oferecem informações, mas a leitura nos permite refletir, como cidadãos pensantes e críticos. A LEITURA NA ESCOLA Entendemos que a leitura fornece importantes subsídios intelectuais e contribui para formação intelectual do ser humano. Procuramos abordar como se constitui o processo do ato de ler na escola, e como acontece essa interação professor versus aluno. A criança quando inicia sua trajetória na escola traz consigo conhecimentos, pois já compreende algumas coisas em sua volta, dando sentido às coisas que vê. É na escola que ela vai aprender a ler, sendo assim, a escola tem papel formador na sociedade, pois não basta o aluno saber ler, ele terá que continuar lendo para aprender. O incentivo maior à leitura ocorre na escola, e quando os educadores são também leitores, passam a paixão de ler para seus alunos e fazem acontecer o encantamento pelo ato de ler. Segundo Marisa Lajolo (2006. p.108), “[...] que os profissionais mais diretamente responsáveis pela iniciação da leitura devem ser bons leitores. Um professor precisa gostar de ler, precisa ler muito, precisa envolver-se com o que lê”. A escola tem o dever de formar leitores críticos e proporcionar, também, conhecimento de mundo, conscientizar o aluno da sua realidade e da realidade do mundo em sua volta, tem o papel humanizador e cultural. Se houver essa interação o aluno entenderá que a escola é lugar onde busca o conhecimento. Se a escola incentivar o hábito da leitura e houver a interação do professor com a leitura destinada aos iniciantes, esse fator os favorecerá no processo de formação, pois na fase escolar é mais propicio que se desenvolva o hábito e o gostar de ler. Quando citamos sobre a interação do professor, referíamo-nos ao conhecimento de obras, indicação de obras, e como explorar essas obras, pois o leitor precisa ser incentivado desde criança. [...]- ao professor cabe o desencadear das múltiplas visões que cada criação literária sugere, enfatizando as variadas interpretações pessoais, porque decorrem da compreensão que o leitor alcançou do objeto artístico, em razão de sua percepção singular do universo representado. (ZILBERMAN, 2003, p.28). Conforme Zilberman, não basta ler, mas sim interpretar, e até no ato da interpretação cabe ao educador orientar seu aluno às várias possibilidades que há num texto, pois estes dependem de fatores culturais e de conhecimentos já internalizados. Segundo Magnani (2001, p.49), "[...] a leitura é um processo de construção de sentidos”. A leitura é importante para nos tornarmos críticos, ao lermos e refletirmos sobre o que lemos. A leitura na escola, muitas vezes, é trabalhada somente para resolução dos exercícios, como acontece no livro didático usado em sala de aula. Como aborda Magnani: [...] processo de leitura, no entanto, acaba muitas vezes ficando de fora da escola, onde a leitura assume finalidades imediatistas e utilitárias, tais como: ler para fazer exercícios de interpretação, para estudar itens de conteúdos, para adquirir modelos de escrita, para gostar e se habituar, para conscientizar e politizar [...]. (MAGNANI, 2001, p.50). Entendemos que a escola, deve ser um espaço que disponibiliza para o aluno o hábito da leitura. Mas vimos em nossas observações contextuais que as escolas, muitas delas, não têm recursos suficientes, não dispõem de uma biblioteca com acervo de livros, um ambiente adequado, Segundo Magnani, (2001, p.139) “As leituras de que o aluno gosta podem ser trazidas para sala de aula, como ponto de partida para reflexão, análise e comparação com outros textos (inclusive os produzidos pelos próprios alunos)”. Essa maneira de fazer o aluno apresentar algo que ele goste, e poder trabalhar com o que gosta, pode fazer com que o aluno entenda o que é leitura como é gostar de ler, e desejar ler para adquirir conhecimento. LEITURA E LITERATURA A literatura nos permite expressar ideias, criar a partir dos nossos sentimentos, indo além da escrita. Sabendo da sua relevância para aquisição de conhecimento, entendemos que a leitura e a literatura caminham juntas, pois as duas têm papel importante no processo de formação do intelecto do ser humano. Para Marisa Lajolo, (2006, p.105) “A literatura constitui modalidade privilegiada de leitura, em que a liberdade e o prazer são virtualmente ilimitados”. Assim como a leitura, a literatura transforma, faz com que nos aprofundemos na área do conhecimento é a maior responsável pelo crescimento intelectual. Sendo assim, percebemos que a leitura é o encontro que possibilita as respostas para as perguntas dos leitores, principalmente quando se trata da leitura literária. Pois os textos literários afloram a sensibilidade do leitor, tornando-o crítico, capaz de interpretar o enredo do texto, e o tornar belo e cheio de encantamento. Lajolo, (2006, p.44) também aborda acerca da leitura literária e as teorias “[...] elas viabilizam a sistematização da leitura, tão essencial para trabalhos coletivos e dirigidos como é o da leitura que a escola patrocina”. Sendo assim é importante ter a literatura como referência de boa leitura, como narra Bamberger, (2006, p.87), “Bons livros, escritos num estilo vivo e seguindo uma trama emocionante, que obriga o leitor a participar, podem oferecer matéria para reflexão, além de conhecimentos básicos sobre o assunto”. Quando se leva em consideração, além da interpretação percebemos um sistema de construção que vai se moldando num processo calmo de transformação do intelecto do ser humano o transformando-o num ser complexo. Nelly Novaes Coelho (2000) também comenta a respeito da importância da literatura como estimuladora da criticidade e descobertas: A literatura contemporânea, expressão das mudanças em curso e que, longe de pretender a exemplaridade ou transmissão de valores já definidos ou sistematizados, busca estimular a criatividade, a descoberta ou conquista dos novos valores em gestação. (COELHO, 2000, p.49). Tendo em vista todos os fatores que envolvem a leitura e a literatura, percebemos que tudo em nossa volta é leitura e literatura, a primeira por nos proporcionar conhecimento além da realidade, e a segunda por nos permitir refletir sobre as informações e nos tornarmos melhores como seres humanos. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LEITURA Retomando o que foi dito até aqui, a partir da leitura, o indivíduo descobre e desenvolve maneiras de aprender a ler e interpretar o mundo, pois ela amplia e diversifica sua visão diante da realidade, construindo deste modo, a sua própria existência. A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se enriquece com novas habilidades na medida em que se manejam adequadamente estes textos cada vez mais complexos. Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano de vida escolar. Atualmente sabe-se que aprender a ler é um processo que se desenvolve ao longo de toda a escolaridade e de toda a vida. (ZILBERMAN, 1982, p. 13) Assim, pode-se dizer que a escola possui um papel social, que é o de desenvolver no educando a capacidade de aprender, e uma das principais ferramentas que condiciona a ação efetiva de aprender liga-se ao domínio da linguagem, que é adquirido através da leitura e da escrita com repercussão em todas as áreas do conhecimento. A partir do que está posto, Zilberman salienta: O trabalho da leitura, na escola, tem por objetivo levar o aluno a analise e à compreensão das ideias dos autores e buscar no texto os elementos básicos e os efeitos de sentido. É importante que o leitor se envolva, se emocione e adquira uma visão dos vários materiais portadores de mensagem presentes na comunidade em que vive. (ZILBERMAN, 1982, p. 18) Segundo a autora Maria Helena Martins (2004, p. 11), desde cedo começamos a ler, “começando com os nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o aconchego de um berço diferentemente das mesmas sensações provocadas pelos braços carinhosos que nos enlaçam [...]”. Assim damos início à aprendizagem, e vamos conferindo sentido ao que e a quem nos cerca. Esses podem ser considerados os “primeiros passos para aprender a ler”. Quando começamos a organizar os conhecimentos adquiridos, a partir das situações que a realidade impõe e da nossa atuação nela; quando começamos a estabelecer relações entre as experiências e a tentar resolver os problemas que se nos apresentam- aí então estamos procedendo leituras, as quais nos habilitam basicamente a ler tudo e qualquer coisa. (MARTINS, 2004, p. 17) Para a autora, o ato de ler refere-se tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do fazer humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e estabelecendo uma relação igualmente histórica entre o leitor e o que é lido. (MARTINS, 2004, p. 30). A leitura é um processo de interação entre leitor e texto, buscando obter informações determinadas para cumprir objetivos que o levaram ao ato de ler. Ou seja, a leitura é uma atividade dinâmica, na qual o leitor tem o direito de ir e vir, buscando sempre atender as suas expectativas e seus objetivos (SOLÉ, 1998). Para compreender um texto, o leitor utiliza seu conhecimento de mundo e os conhecimentos contidos no texto. Controlar a própria leitura e regulá-la implica ter um objetivo para ela, assim como poder gerar hipóteses sobre o conteúdo que se lê. Por isso a leitura pode ser considerada um processo constante de elaboração e verificação de previsões que levam a construção de uma interpretação. Retomando Martins (2004, p. 37), a autora destaca três níveis básicos de leitura, que são eles: níveis sensorial, emocional e racional. No qual cada um desses três níveis corresponde a um modo de aproximação ao objeto lido. Como a leitura é dinâmica e circunstanciada, esses três níveis são inter-relacionados, senão simultâneos, mesmo sendo um ou outro privilegiado, segundo as experiências, expectativas, necessidades e interesses do leitor e das condições do contexto geral em que se insere. Conforme Maria Helena Martins são as histórias, as experiências e as circunstâncias de vida de cada leitor no ato de ler, bem como as respostas e questões apresentadas pelo objeto lido, no decorrer do processo, que podem evidenciar um dado nível de leitura. E por fim, Martins destaca que, a leitura, mais cedo ou mais tarde, sempre acontece, desde que se queira realmente ler (MARTINS, 2004, p. 77-87). No segundo capítulo serão apresentadas as análises do corpus tendo como base os conceitos teóricos sobre leitura e suas representações apresentados até o momento. LEITURA E ALGUNS PONTOS TEÓRICOS [...] a história da leitura consiste na história das possibilidades de ler. [...] A leitura não constitui tão-somente uma ideia, com a força de um ideal. Ela contém também uma configuração mais concreta, assumindo contornos de imagem, formada por modos de representação característicos, expressões próprias e atitudes peculiares. A ela pertencem gestos, como o de segurar o livro, sentar e escrever, inclinar-se, colocar os olhos. (ZILBERMAN. Disponível em: . Acesso em 18 abr. 2013) O referencial teórico no qual este trabalho apoia-se, está ligado principalmente à História Cultural que tem em Roger Chartier uma expressão de destaque. Aqueles estudiosos e pesquisadores que se afinam com o referencial teórico em questão, consideram que para explicar o mundo e os acontecimentos passados nele, há de se levar em conta os aspectos culturais. Assim, destaca-se que a noção de cultura com a qual se opera nesta investigação afina-se à síntese elaborada por Sandra Pesavento de que a cultura pode ser pensada como: [...] uma forma de expressão e tradução da realidade que se faz de forma simbólica, ou seja, admite-se que os sentidos conferidos às palavras, às coisas, às ações e aos atores sociais se apresentam de forma cifrada, portanto já um significado e uma apreciação valorativa (PESAVENTO, 2003, p. 15). Interessa a esse modo de conceber a cultura, sugerir que os sentidos conferidos ao mundo pelos sujeitos que nele vivem sejam atentamente observados. A atenção daqueles que analisam, explicam, estudam e querem compreender o mundo, sob este referencial teórico, devem voltar à atenção as interligações entre discursos, imagens, palavras, ações, modos de agir, de ser e de viver. Segundo afirma Pesavento (2003), a partir da Segunda Guerra Mundial (1945) uma nova maneira de tornar compreensível o mundo era necessária, uma vez que outros sistemas globais explicativos não eram suficientes para elucidar a complexidade do mundo em transformação. Segundo a autora: A dinâmica social se tornava mais complexa com a entrada em cena de novos grupos, portadores de novas questões e interesses. Os modelos correntes de análise não davam mais conta, diante da diversidade social, das novas modalidades de fazer política, das renovadas surpresas e estratégias da economia mundial e, sobretudo, da aparentemente escapada de determinadas instâncias da realidade – como a cultura, ou os meios de comunicação de massa – aos marcos racionais e de logicidade. (PESAVENTO, 2003, p. 9) Deu-se então a necessidade de consolidação de novos caminhos na produção do conhecimento, uma vez que os paradigmas existentes conduziam a certezas, uma vez que a explicitação do mundo real e do que nele acontecia estavam condenadas à “fixidez dos modelos”, afirma a autora. E isso, em princípio, negava ao processo de construção do conhecimento sobre o mundo a aventura da descoberta. As respostas já estavam lá, pelas lógicas de explicação estabelecidas e consagradas, antes mesmo do trabalho de investigação ser iniciado. As hipóteses tornavam-se inócuas, porque de antemão as explicações já estavam dadas e sabidas, inviabilizando, dessa forma, a pertinência da pergunta (idem, ibidem). A autora explica que às demais posições interpretativas e aos modelos já existentes de explicação da realidade (como a corrente teórica do marxismo e a corrente dos Annales) , vieram somar novas posturas. Segundo Pesavento: “de dentro da vertente neomarxista inglesa e da história francesa dos Annales veio o impulso de renovação, resultando na abertura desta nova corrente historiográfica a que chamamos de História Cultural [...]”. (PESAVENTO, 2003, p. 9) Outra referência que contribui significativamente com esta pesquisa liga-se aos pressupostos metodológicos da história da leitura, que tem em Roger Chartier, também ligado à história cultural, um de seus expoentes. É significativa a influência deste autor no Brasil através da elaboração de estudos, pesquisas e investigações acadêmicas. Segundo Ronaldo Vainfas (1997, p. 154), Chartier propõe um conceito de cultura enquanto prática, e sugere para o seu estudo as categorias de representação e apropriação. Para Chartier: [...] a noção de representação não nos afasta do real nem do social. As representações não são simples imagens, verdadeiras ou falsas, de uma realidade que lhes seria externa; elas possuem uma energia própria que leva a crer que o mundo ou o passado é, efetivamente, o que dizem que é. (CHARTIER, 2009, p. 51-52) O autor se detém em realidades as mais inesperadas e específicas em torno dos livros, da leitura e da escrita ao longo dos tempos. Vai das variações tipográficas às formas primitivas de comércio, das primeiras bibliotecas itinerantes às omissões, traduções e acréscimos sofridos por obras famosas – e dá especial atenção ao aspecto gestual da leitura. Por isso, considera que a primeira grande revolução da história do livro foi o salto do rolo de papel para o códice, ou seja, o volume encadernado, com páginas e capítulos. Maior ainda, segundo ele, está sendo o salto para o suporte eletrônico, no qual é a mesma superfície (uma tela) que exibe todos os tipos de obra já escritos. Essa é, na opinião dele, a mais radical transformação na técnica de produção e reprodução de textos e na forma como são disponibilizados. As mudanças de relação entre o leitor e o material escrito, determinadas pela tecnologia, alteram também o próprio modo de significação – antes do códice, por exemplo, era impossível ler e escrever num mesmo momento porque as duas mãos estavam ocupadas em segurar e mover o rolo . Para Roger Chartier, as formas de apresentação de um texto interferem no seu sentido, conforme afirmou Mary Del Priore, “Chartier compreendeu que um texto não é uma simples abstração e que ele só existe graças à maneira como é transmitido” . A pesquisa se beneficia também dos trabalhos realizados pela pesquisadora brasileira, Maria Helena Martins, que traz contribuições importantes acerca da temática estudada. Para esta autora a leitura é algo fundamental na vida do indivíduo, pois é através dela que o mundo se torna conhecido. A leitura amplia as possibilidades de participação e atuação dos sujeitos. Segundo a autora, a leitura se realiza a partir do diálogo do leitor com o objeto lido, seja ele escrito, sonoro, seja um gesto, uma imagem, um acontecimento. Portanto, a leitura vai além do texto e começa antes do contato com ele, pois ao dar sentido a um texto, a situação desse texto e de seu leitor também é levada em conta (MARTINS, 2004, p. 32-33). Para Goulemot (1996, p. 116) a prática da leitura constitui espaços singulares, que assumem tonalidades diferentes a cada nova leitura e, em cada nova circunstância, sempre se atribuirá um sentido novo. Não se realiza uma leitura sem que se possam imprimir sentidos sobre ela. Para o autor, a leitura envolve emoções, conhecimento, experiências; sinaliza certas respostas, problematiza e permite acrescentar novas informações. Satisfaz curiosidades mediatas e imediatas. Uma leitura é “sempre produção de sentido: seja popular, erudita ou letrada” (GOULEMOT, 1996, p. 107). Para Kleiman (2000, p. 13) o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, ou seja, o conhecimento adquirido ao longo da vida. Pois é mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. E porque o leitor utiliza justamente diversos níveis de conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um processo interativo. Segundo a autora, os conhecimentos lingüístico, textual e de mundo, devem ser ativados durante a leitura para poder chegar ao momento da compreensão, momento em que as partes se juntam para compor um sentido. Para Kleiman, a leitura implica uma atividade de procura por parte do leitor, no seu passado, de lembranças e conhecimentos. (KLEIMAN, 2000, p. 26-27). Segundo Terzi (2001, p. 92), a apropriação realizada pelo leitor revela um conceito de texto como um objeto significativo, porém não visto como obra de seu criador, mas que durante a leitura passa a ser propriedade do leitor e, consequentemente, um conceito de leitura, não como interação autor-leitor via texto, mas como uma atribuição de sentido. Para a autora: O leitor possui um background interpretativo, formado pelo conjunto de episódios recorrentes em sua vivência que já lhe são pressupostos e, nesse sentido, inconscientes. Esse background, que determina as regras interpretativo-sociais, determina também, suas expectativas sobre o conteúdo textual. (TERZI, 2001, p. 92) Portanto, as capacidades desenvolvidas pelo leitor para dar sentido a uma leitura estão diretamente ligadas ao material que ele lê, o que faz de tal modo, que se relacionem o conhecimento que o leitor já possui com o que o texto apresenta. A partir do que foi dito, Lajolo afirma: Cada leitor, na individualidade de sua vida, vai entrelaçando o significado pessoal de suas leituras com vários significados, que ao longo da história de um texto, este foi acumulando. Cada leitor tem a história de suas leituras, cada texto, a história das suas. (LAJOLO, 2001, p. 106) Segundo sugere Regina Zilberman , a “história da leitura”, enquanto área de conhecimento abriga pesquisas de orientação e natureza diversificadas. Roger Chartier trata da história das práticas de leitura, dos livros e dos materiais impressos, bem como dos modos de representação da leitura. Segundo Chartier (2001), os novos meios de comunicação fortalecem a cultura textual. Nas novas telas (a dos computadores) há muitos textos, e existe a possibilidade de uma nova forma de comunicação que se articula, agrega e vincula textos, imagens e sons. E no que diz respeito ao texto eletrônico a relação que o leitor estabelece com o texto na tela do computador é completamente diferente da relação estabelecida num material impresso. Assim: O fluxo sequencial do texto na tela, a continuidade que lhe é dada, a possibilidade para o leitor de embaralhar, de entrecruzar, de reunir textos que são inscritos na mesma memória eletrônica: todos esses traços indicam que a revolução do livro eletrônico é uma revolução nas estruturas do suporte escrito e como não poderia deixar de ser é, também, uma revolução nas maneiras de ler. (CHARTIER, 1998, p. 12-13) O autor combate a ideia do material escrito como um objeto fixo, impossível de ser modificado e alterado pelas pessoas que o utilizam e interagem com ele. Em se tratando das novas tecnologias, por exemplo, a leitura realizada na tela do computador, através da internet, costuma ser descontínua e fragmentária, segundo ele, e o leitor raramente percebe o sentido do todo e da contiguidade, que, o simples manuseio de um jornal já gera. Para Chartier (1998), a invenção dos textos eletrônicos diferencia-se de todas as outras revoluções de leitura, que segundo ele, a textualidade eletrônica é, evidentemente, uma revolução tecnológica, que transforma totalmente a forma de inscrição da cultura escrita, substituindo pela tela do computador todos os objetos e a cultura impressa: o livro, o jornal, a revista, etc. E isso implica, ou permite uma transformação da relação com o texto lido pelo leitor. Segundo Chartier, a apropriação, ou seja, a compreensão e uso do que está escrito, varia de acordo com fatores presentes na prática da leitura. Dentre esses fatores, temos o suporte do material impresso, sua época, abarcando não apenas a data de fabricação, como também a data em que o texto é lido ou foi escrito. Chartier compreende o uso dos livros muito além de suas funções imediatas, que são o armazenamento de informações e a leitura destes, pois para ele, o livro pode ser possuído não apenas como um objeto de leitura. É essa ideia de apropriação que o autor nos mostra, a variabilidade de usos do livro (CHARTIER, citado por ALTIERI, 2010, p. 2-7). O livro está sujeito a uma multiplicidade de usos: [...] uma vez escrito e saído das prensas, o livro, seja ele qual for, está suscetível a uma multiplicidade de usos. Ele é feito para ser lido, claro, mas as modalidades do ler são elas próprias, múltiplas, diferentes e segundo as épocas, os lugares, os ambientes. (CHARTIER, 2003, p. 173). Para o autor, não há maneiras “equivocadas” ou “acertadas” de se realizar uma leitura, mas formas diversificadas de apropriação, pois para ele, há sempre que se considerar que não há livro sem leitor. De acordo com Chartier, a leitura que fizemos ontem e a leitura que fazemos hoje, independente de ser um mesmo trecho, de um mesmo livro, de uma mesma edição, não é a mesma em si. No ato da leitura e no estudo desta, não há leis imutáveis. Para Chartier, a leitura é cheia de gestos e porquês, que se definem em conformidade com aspectos mais insignificantes do cotidiano. (CHARTIER citado por ALTIERI, 2010, p. 3). Segundo sugere Chartier (citado por ALTIERI, 2010, p. 7), no interior de um ambiente social, o texto toma formas e funções distintas em diferentes contextos, no qual ele é lido e compreendido de diferentes maneiras, permitindo inferir que o ato de ler não é fixo no tempo e no espaço, ele se multiplica em formas, técnica, suporte e sentido. Retomando de modo mais sucinto o que já foi dito anteriormente a concepção de leitura eleita para nortear esta pesquisa é a concepção de Roger Chartier, que em vários livros traduzidos no Brasil (1998; 2001; 2003; 2009) traz uma compreensão de leitura que vai além daquela que considera apenas a decodificação do código em suporte escrito. Para Chartier ler é também ver ler e ouvir ler. Além disso, esse autor aguça minha sensibilidade e me ensina que a leitura deve ser compreendida tendo em foco a produção de significados. Sob a ótica deste autor a leitura transforma o leitor e neste ponto seu pensamento se alinha ao pensamento de Maria Helena Martins (2004). Destaco o que considero essencial no trabalho de Chartier de que toda leitura será sempre apropriação. Ainda que esta apropriação seja circunscrita ao universo do leitor, sempre haverá possibilidade de (re)invenção a partir de uma leitura realizada, seja ao ver ler, ao ouvir ler, ou ao ler efetivamente, decodificando o código no suporte escrito. AS POSSIBILIDADES DE LER O real é sempre o referente da construção imaginária do mundo, mas não é o seu reflexo ou cópia. (PESAVENTO, 2003, p. 47) Maria Helena Martins (2004), discutindo sobre o que é leitura, sugere que a leitura é algo fundamental na vida do indivíduo, pois é através dela que o mundo se torna conhecido e os indivíduos se inserem nele e se tornam participantes de uma sociedade. Assim, aprender a ler, significa compreender, interpretar o que está à volta, conferir sentido ao universo que nos cerca. De acordo com a autora, começa-se a ler desde a infância e essa leitura ajuda a compreender diversos significados presentes na sociedade. Fazemos leitura a todo tempo, seja ler a mão, seja ler o tempo, existem diversos tipos de leitura. Considerando-se a leitura com esse sentido amplo, pode-se dizer que ninguém ensina ninguém a ler, esse aprendizado vai se desenvolvendo aos poucos, a partir do contato com os outros e com o mundo. É necessário apenas de estímulo desde a infância, para que à medida que o tempo for passando, a prática de leitura vá acontecendo, se desenvolvendo, gradativamente. (MARTINS, 2004, p. 34). Conforme Maria Helena Martins (2004), quando começamos a organizar os conhecimentos adquiridos, a partir das situações que a sociedade impõe e da nossa atuação nela; quando começamos a estabelecer relações entre as experiências e a tentar resolver os problemas que se apresentam, aí então estamos procedendo a leituras, as quais nos habilitam basicamente a ler tudo e qualquer coisa. Dá-nos a impressão de o mundo estar ao nosso alcance; não só podemos compreendê-lo, conviver com ele, mas até modificá-lo à medida que incorporamos experiências de leitura. À medida que um indivíduo vai lendo, ele vai se identificando, conhecendo a si e ao mundo em que faz parte no interior da sociedade em que vive e vai dando sentido às coisas e ao universo que o cerca, conforme propõe Chartier, um texto pode ligar-se a situação do leitor, satisfazendo-o de uma forma com que aquele leitor transmita seus próprios conhecimentos a partir do texto lido, fazendo com que ele tenha uma compreensão não apenas de si próprio, como também do mundo em que vive, o que o autor denomina como apropriação da leitura. Se apropriar de uma leitura é o modo como fazemos nossas leituras, levando em conta desde a compreensão, até as condições daquele material lido, no qual Chartier fala que uma vez escrito e saído das prensas, o livro, seja ele qual for, está suscetível a uma multiplicidade de usos. Ele é feito para ser lido, claro, mas as modalidades do ler são elas próprias, múltiplas, diferentes e segundo as épocas, os lugares, os ambientes (CHARTIER, 2003, p. 173). Segundo Chartier (2003, p. 18), a cultura, também faz parte da apropriação da leitura, pois “[...] não existe prática que não se articule sobre as representações pelas quais os indivíduos constroem o sentido de sua existência, um sentido inscrito nas palavras, nos gestos, nos ritos”. Assim, a leitura é um processo de apropriação constante e dentro da cultura de cada grupo e de cada um, estando presentes as práticas e as representações do mundo, no qual cada indivíduo vai adquirindo e expressando de acordo com suas necessidades ou expectativas. A relação do leitor com um texto dependerá do texto lido e dependerá também do leitor, de suas competências e de suas práticas, e da forma pela qual esse leitor encontra o texto lido ou ouvido. Para Chartier, ler é: 1) ver ler; 2) ouvir ler; 3) e ler, efetivamente (CHARTIER, 1998, p. 152). Assim, se o interesse apontar na direção da produção do sentido, o texto implica significações que cada leitor constrói a partir de seus próprios códigos de leitura quando ele recebe ou se apropria do texto lido de determinada forma. Para Chartier um livro traz formas diversificadas de apropriação e o mais importante é considerar que não há livro sem leitor. Então, tendo como referência Chartier (1998) ouso afirmar que sempre se deve levar em consideração as mais variadas formas de ler e as capacidades que cada leitor possui ao se apropriar de uma leitura. Pois se cada suporte traz sua forma, cada leitor traz em si uma habilidade inovadora de reinventar e dar sentido aquilo que lhe é apresentado. CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa que trouxe como titulo “Da leitura á literatura: um universo de possibilidades”, teve como objetivo, mostrar a importância da leitura e sua contribuição na formação de leitores, buscou- se evidenciar leitura e literatura no processo de formação intelectual, pois entende- se que não há conhecimento científico sem a mesma e, é evidente o papel que ela exerce na constituição do ser em formação. É através da leitura que podemos formar indivíduos críticos, capazes de compreender o significado de diversas falas que se manifestam em uma sociedade, e mais, saber lutar e reconhecer os seus direitos e deveres dentro do meio em que vive. Deste modo, por meio do livro, o ser humano tem a possibilidade de se desenvolver, aumentar sua capacidade crítica e aprender a fazer escolha entre a massa da produção geral dos meios de comunicação À medida que o individuo vai tomando gosto pela leitura, ele vai se moldando, adquirindo novos conhecimentos, buscando novas experiências. Para isso, o gosto pela leitura deve ser incentivado desde cedo, em casa e aperfeiçoado na escola, prolongado pela vida inteira. A leitura em outros tempos, já foi considerada simplesmente um meio de receber uma mensagem importante, entretanto, nos dias de hoje, o ato de ler contribui muito para o desenvolvimento do intelecto Concluindo, a leitura faz parte fundamental na vida do individuo, é fonte de sabedoria, aprendizado e conhecimento, é algo que tem significativa importância, deve ser vista como algo prazeroso e que faça parte da vida do ser humano, ser este que será moldado através da leitura e preparado para lidar com as situações oportunizadas pela sociedade. REFERÊNCIAS CHARTIER, Roger. A aventura do livro. Do leitor ao navegador. Conversações com Jean Lebrun. 1ª reimpressão. Tradução Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/Editora UNESP, 1998. ________________. Cultura Escrita, Literatura e História. Conversas de Roger Chartier com Carlos Aguirre Anaya, Jesús Anaya Rosique, Daniel Goldin e Antonio Saborit. Tradução: Ernani Rosa. 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