Artigo: BRIC’s: países emergentes que serão uma potência mundial na próxima década.

Roberto Ramalho é Advogado, Relações Públicas e Jornalista.

Em enquete recente realizada pela BBC Brasil, por conta da reunião do G20, foi perguntado sobre que papel os BRIC’s teriam no futuro?  A resposta foi que muitos economistas acreditam que até o final da próxima década, ou seja, na década que já está para começar, esses países (que formam o chamado BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China)- estarão entre as maiores economias do mundo, muito próximas de gigantes como Estados Unidos, atual e ainda 1ª economia mundial, seguida pelo Japão, 2ª economia do planeta e Alemanha, que por incrível que pareça já foi ultrapassada pela China, que já é a 3ª potência econômica do globo, ficando ela, Alemanha, na 4ª posição, mas ainda considerada a economia mais poderosa e rica da União Européia, formada por 27 países membros, entre eles o Reino Unido, a França e a Itália.

De acordo ainda com esses analistas econômicos, nos últimos anos estes países conseguiram tirar da pobreza mais de 500 milhões de pessoas, incorporando esse contingente à classe média, e aumentando, em conseqüência disso, a capacidade do poder de compra dessa população.

E o Brasil, com certeza, principalmente agora que tem reservas cambiais suficientes em torno de U$$ 208 bilhões, está emprestando dinheiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), algo em torno de U$$ 10 bilhões, e com o potencial energético que tem com os biocombustíveis e também com as novas reservas de petróleo do pré-sal estimadas em 400 bilhões de barris, e com seu parque industrial em pleno desenvolvimento, apesar da crise econômica, estará entre as 10 maiores potências do globo terrestre. E só esperar e viver para ver.

O cingalês e vencedor do Prêmio Nobel Mohan Munasinghe, que é Físico, Economista e Economista afirmou que o Brasil já é uma potência econômica. Na opinião de Munasinghe, o Brasil, já possui um grande potencial de liderança entre os países emergentes para achar soluções para um futuro colapso econômico e social mundial, buscando alternativas sustentáveis. Afirmou ele: “O Brasil é um pais muito rico de recursos humanos e naturais e poderá ser um grande líder, especialmente no desenvolvimento de energias alternativas, como o etanol da cana-de-açúcar, pois a tecnologia usada pelos EUA (a do etanol do milho) é ruim para o abastecimento de alimentos", disse. "O Brasil precisa buscar parcerias para ajudar a preservar o mundo.”

O economista econômica Jim O'Neill, chefe da área de pesquisa global do banco de investimentos Goldman Sachs,  e criador do termo BRIC’s, destaca que esse novo cenário não prevê que a elevada expansão na China e na Índia, dos últimos anos, sejam repetidas, mas sim que esses países cresçam, entre 2011 e 2050, a uma média de 5,2% e 6,3%, respectivamente.

 O’Neill afirma que nesse momento “apenas o Brasil vai precisar crescer com mais força do que até agora”, acrescentou, referindo-se à projeção para o País de crescimento médio de 4,3% entre 2011 e 2050. A expectativa para a Rússia é mais modesta, de 2,8% para o período.
Segundo O'Neill, em 2027, o suposto ano da virada, a economia da China alcançaria o valor de US$ 22,25 trilhões, assumindo o primeiro lugar no ranking das economias.

A economia dos Estados Unidos, todavia, estaria em segundo lugar, com valor de US$ 21,61 trilhões, em terceiro, viria a Índia (US$ 5,54 trilhões), em quarto, o Japão (US$ 5,39 trilhões), em sexto, a Alemanha (US$ 4,16 trilhões), em sétimo, a Rússia (US$ 4,02 trilhões), e em oitavo, o Brasil (3,87 trilhões), na frente de países que hoje fazem parte do G8 como França, Itália e o Canadá.

E na reunião dos BRIC’s encerrada na cidade de Yakaterimburgo, na Rússia, na terça-feira, 16 de junho, os líderes de Brasil (Presidente Lula), Rússia (Presidente Medvedev), Índia (Primeiro-Ministro Manmohan Sing) e China ( Presidente Hu Jintao), afirmaram a necessidade de uma maior diversificação do sistema de divisas mundial, em uma declaração final ao término de sua reunião de cúpula. “Acreditamos que é muito necessário ter um sistema de divisas estável, previsível e mais diversificado”, afirma a declaração final do encontro, citada pelas agências de notícias russas, principalmente a Interfax, a principal e mais importante do País.

E na reunião do grupo G20, ocorrido no final da semana passada, entre os dias 26 a 27 de setembro, nos EUA, os BRIC’s mostraram mais uma vez a sua força, exigindo uma mudança radical do países ricos no plano econômico-financeiro, por meio de uma nova ordem mundial, inclusive reformando e mudando as estruturas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.